Somebody that I Used To Know . escrita por Brigit Rausing


Capítulo 39
The one That got Away.


Notas iniciais do capítulo

Oi :) Queria agradecer a Nany Mcguiness pela linda recomendação JÁ QUE QUASE NINGUÉM RECOMENDOU SABE?

Enfim, ainda estou esperando mais. Eu queria chegar a pelo menos 16 recomendações, até o fim da fanfic... ~carinha do gato de Shrek~

Amo você mesmo assim.



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É de manhã e meus pais e Zezé vieram me visitar logo cedo, quando o Sol ainda estava encoberto pelas nuvens cinzentas escuras carregadas de chuvas, que descem lentamente em pingos pela minha janela.

Tomo um copo de suco de maçã juntamente com alguns pedaços de queijo em cubos, escovo meus dentes na cama mesmo e logo em seguida a enfermeira vem pra me ajudar a tomar banho – depois de uma emocionante discursão com Jon de que ela é apropriada a me dar banho, não ele –.

Logo em seguida entra um médico novo. Do qual eu não conheço.

Alto, pele negra e um sorriso colgate de tirar o fôlego juntamente com seus olhos incrivelmente acastanhados claros.

...: Olá Sophie. Como anda sua recuperação?

Sophie: bem, obrigada. – passo um rabo de olho pra Jon, que está me olhando cautelosamente. Isso me deixa nervosa.

...: chamo-me Olie. Prazer em conhecê-la. – ele se aproxima da minha cama e aperta a minha mão. – sou seu psicólogo.

Um psicólogo?! Eu tô doida por um acaso? Tão me chamando de doida?

Sophie: ah. – solto um gemido abafado.

Olie olha pra Jon e para a enfermeira que seca meu cabelo com uma toalha.

Rapidamente eles saem da sala  – Jon dá um beijo na minha testa com uma frase curta "Volto logo"  – e Olie puxa uma cadeira para se sentar ao meu lado.

Olie: como anda a sua recuperação? Tem gostado de nós? – pergunta sorridente.

Sophie: vocês são muito receptivos. Eu só tenho a agradecer.  – tento parecer simpática, mas sei que por detrás desse sorriso carinhoso e esse olhar quente tem algo sério a me dizer. Apenas tenho essa sensação.

O quarto está frio, o clima está frio lá fora, dá pra ver pela paisagem que a janela oferece. Ponho um casaco de algodão com o emblema do hospital e cubro minhas pernas com o grosso e pesado lençol. 

Olie: tem se sentido bem? Você sabe, é sempre bom checar se nossos pacientes estão confortáveis... enfim. – ele me olha.

Sophie: Me sinto estável. Nunca é bom estar em um hospital já que esse é um lugar pra pessoas que tem algum problema de saúde. – minha voz vai baixando gradativamente.

Penso em Anna.

Eu sei que a morte dela vai me atormentar durante toda a minha existência, talvez me sinta um pouco culpada por ter Jon, alguém que ela queria e por quem morreu. Imagino como ele se sente sobre isso, uma pessoa que morreu devido ao amor seu excessivo que no fim das contas custou sua vida.

Talvez se meu amor por Jon não tivesse existido eles estariam juntos e felizes agora, sem ninguém morto ou ferido.

Mas isso não aconteceu e eu não ia desistir do que é meu. Eu não sabia o que ia acontecer. Não sabia. Não tenho culpa.

Olie: prevejo que esteja sentida pela morte de Anna. – ele leu minha mente. Só pode.

Sophie: não muito. – minto.

Olie: como se sente sobre isso? – me olha carinhosamente.

Sophie: mal, claro. Mas ela escolheu esse caminho então eu não tenho culpa. – dou de ombros.

Olie: certo... – ele anota alguma coisa numa prancheta. – bem Sophie, precisamos conversar seriamente sobre um assunto que talvez não lhe agrade  muito e que pra isso, tens que está muito preparada psicologicamente porque talvez o impacto seja uma tanto grande da sua parte.

Sophie: ah...- cruzo minhas sobrancelhas e olho para minhas mãos. – eu fui perseguida por uma maníaca, sofri um acidente, tenho faixas pelo meu doído corpo... acho que posso superar mais uma.

Olie: queria que todos os meus pacientes pensassem assim. – ele sorri olhando para a prancheta, com um olhar distante como se estivesse relembrando algo engraçado. Anota mais outra coisa, e volta a me encarar, mais sério. – pois bem querida. Você tinha uma vida sexual ativa certo?

Sophie: sim, sim. – hã? o que isso tinha a ver? Minha cabeça dá um nó de curiosidade.

Olie: alguma gravidez indesejada antes ou algo assim? – pergunta.

Sophie: não, eu nunca fiquei grávida. – respondo calmamente, mesmo a curiosidade me consumindo.

Olie: nenhum uso de preservativos em todas as relações? – o que isso tem a ver meus deuses?

Sophie: só na primeira vez. – lembro-me do rosto de Sean, mas ele se vai rapidamente.

Olie: olha, essas coisas acontecem. Claro que você não é a única mulher do mundo que não usa preservativos em seus atos sexuais, que confia o suficiente em seu parceiro pra que esses tipos de cuidados ocorram. Mas... tem certas coisas que acontecem em nossas vidas que devemos tentar aprender alguma lição com ela, repensar em nossa existência, fazer o que realmente valha a pena e não ousar desistir de tudo o que sonhamos. – ele faz uma pausa, tenta procurar as palavras certas. – Um bebê, é sempre muito importante pra nos ajudar a trazer de volta às vezes a felicidade que perdemos ao longo do caminho, mas tem certos momentos que Deus percebe que não estamos preparados o suficiente para receber uma criança e que talvez não iremos proporcioná-la um ambiente adequado, uma saúde perfeita e prefere que elas volte ao Céu pra que nos envie no momento certo. Então, temos que continuar tentando e tentando, pra descobrir qual o momento certo dos acontecimentos, pois tudo tem o seu dia, hora e data pra acontecer.

Emocionada – sim, passar um dia internada no hospital deixa qualquer pessoa assim, pelo menos a maioria – eu me pergunto porque ele está me dizendo essas coisas. Será que Megan está gravida? Kath? Minha mãe? E estão com medo da minha reação?

Sophie: o que o senhor quer dizer? – digo, com um pouco de receio da resposta que vou ouvir.

Ele me olha, profundamente. Como se estivesse vendo com dor e pena da reação que eu iria ter.

Olie: você estava grávida de 2 meses. Mas infelizmente o bebê morreu no acidente.

Grávida...?

A palavra ecoa pela minha mente elas fazem a diferença. Quando são ditas, não fazem  noção – apenas eu, que as recebo – o quanto elas machucam.

A dor e a surpresa são tão grandes que basta eu fechar os olhos para que as lágrimas escorressem pelo meu rosto.

Escuto ele dizer alguma coisa sobre: “você não precisa superar isso sozinha, vamos te ajudar, te dar suporte...”, mas aí meu cérebro se fechou pra captar informações. Pura defesa.

Mas ele não entende, poxa.

Meu filho morreu antes que pudesse conhecê-lo.


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Notas finais do capítulo

Reviews e recomendações, POR FAVOR. Oxente.

E COMO A FIC TÁ QUASE ACABANDO, NADA DE "AH QUE PENA QUE A FANFIC TÁ ACABANDO... VOU SENTIR FALTA..."

EU

NÃO

QUERO

LER

ISSO.

machuca demais saber que meu sonho tá acabando, bom demais pra ser verdade xD