Somebody that I Used To Know . escrita por Brigit Rausing


Capítulo 33
Dopamina.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Demorei um tanto pra postar, não foi? Mil perdões, é que eu estou estudando feito uma louca essa semana (estou em véspera de provas) pra garantir uma boa nota nos primeiros exames. Enfim.
Mas eu prometo que toda semana vou postar. Juro de mindinho.
Espero que goste do capítulo.
Eu amo você leitor *-*



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Ligo imediatamente pra Megan.

Megan: oi Soph, tudo bem?

Sophie: oi Meg, eu queria falar com você. Tá ocupada?

Xavier: Amor, tem um tigrão pelado na sua cama. – diz ele ao fundo.

Megan: calado, Sophie tá no telefone.

Xavier: ah... Oi Soph.

Megan: ele tá mandando um beijo.

Sophie: ah... – digo meia constrangida. – manda outro pra ele também.

Megan: espera um minutinho. – passam-se alguns minutos. – pronto, eu estou no jardim do condomínio, pode falar.

Sophie: eu acho que eu não posso ir amanhã pra Ohio.

Megan: porque? – diz surpreendida.

Sophie: é que eu e Jon estamos começando a nos acertar agora e eu não queria ir embora assim... do nada.

Megan: aff – ela arfa. – eu não sei se posso fazer alguma coisa, você sabe, suas aulas na faculdade começam daqui a 1 mês.

Sophie: eu sei... eu sei. Mas não tem como eu passar esse período aqui em Nova York? Até as coisas se ajeitarem por aqui.

Megan: Sophie, você tem compromissos aqui na empresa também.

Sophie: você poderia enviar os processos pra o meu e-mail e daqui mesmo eu fazia os relatórios e tem enviava... por favor Megan, isso é muito importante pra mim. Por favor. – e... o golpe final. – eu amo Jon. Como você se sentiria tendo que se separar de Xavier?

Megan: eu vou ver Soph, vou ver. Não te dou certeza de nada. Qualquer coisa eu te ligo.

Sophie: pensa bem, com muito carinho. Eu acho que vou encontrar Kath hoje e antes de dormir eu te ligo.

Megan: certo.

Sophie: obrigada.

Megan: Ok, tchau.

Sophie: tchau.

Megan: Sophie!

Sophie: o que?

Megan: seu sotaque Irlandês tá mudando.

Sophie: hã?

Megan: seu inglês... tá americano....

Sophie: ah ta. Tchau. – desligo quando ela me responde. Sento-me no sofá e ponho as mãos na cabeça. Que droga. Mas tudo tem que se resolver.

Subo até o quarto de Jon, pego minha bolsa e nela um cigarro juntamente com um isqueiro e o ascendo. Vou até a cozinha, vasculho os armários e acho Whisky.

Encho um copo.

Tomo tudo à medida que o cigarro vai ficando pequeno e minha boca arroxeada levemente. Subo novamente as escadas e vou até o quarto de Jon.

Eu me sinto em pânico.

A cena do aeroporto da última vez que fui embora, o balão, as pessoas, as lágrimas, a tristeza.

Tudo isso me sobrecarrega.

Deito-me e abraço a minha mesma de forma que as minhas pernas se encolhem para perto do meu tórax. Fixo o meu olhar na cômoda e começo a rever memórias desagradáveis que ainda me assombram.

Seria mais do que insuportável deixar Jon nesse exato momento, só de pensar, de relembrar os momentos sem o seu calor na minha pele, chega a me perfurar.

Fico deitada, calada, na minha pequena bolha enquanto fico me atormentando, fantasiando voltar de coração vazio.

Mas eu tenho que ser forte, ao menos dessa vez.

Me levanto e vou até a cozinha. Aliás, Megan disse que ela ia ver se eu poderia ficar não é? E minhas aulas começam daqui a pouco mais de um mês, então não tem problema de ficar em New York.

Sento no banco e começo a fumar alguns cigarros. Aproveitando o momento em que a nicotina se mistura com o meu sangue, o momento em que a fumaça se mistura com o ar que eu coloco pra fora do meu corpo. Isso é extremamente viciante. Bebo alguns goles de Whisky, até que Jon chega.

Jon: eu já disse que detesto quando você fuma? – ele coloca a sacola das minhas roupas em cima do balcão e se senta do meu lado. Giro a cabeça lentamente, sabendo da bronca que vou levar.

Sophie: mil vezes.

Jon: O que está te preocupando? – ele me olha com ansiedade.

Respiro fundo. Coragem.

Sophie: Megan me ligou dizendo que meio voo pra a volta a Ohio está marcado pra amanhã mas eu pedi pra ela ver se tem como adiantar por um mês.

Jon: sério? – ele me olha horrorizado.

Bufo e solto a fumaça pelo nariz.

Sophie: eu estou com medo. – coloco o pedacinho de cigarro recém acabado no cinzeiro.

Jon: eu também. – ele passa as duas mãos pelo cabelo. Duplamente preocupado.

Sophie: mas eu acho que ela vai conseguir desmarcar.

Jon: e se ela não conseguir? O heliporto não pode te obrigar a fazer um voo.

Sophie: eu sei, eu sei. Mas cada voo é caro e não tem como remarcar se a pessoa não comparecer na hora, a não ser antes.

Jon: eu vou ligar pra lá. Você tem o número? – ele se levanta com as minhas sacolas.

Sophie: liga pra Megan primeiro. Ela deve estar tentando ligar também. Meu celular está em cima da sua cama.

Jon: certo. – ele dá um beijo na minha testa e sai da cozinha, mas volta logo em seguida. – não vai subir? Eu trouxe praticamente seu guarda roupa inteiro.

Sophie: eu vou tomar um banho primeiro.

Jon: me espera?

Sophie: te espero na banheira. – e me levanto. Enquanto ele sobe as escadas apressado eu vou logo atrás dele caminhando devagarzinho para o banheiro. Quando chego em seu quarto ele está tirando minhas roupas e as colocando em cima da cômoda, dobrando rapidamente uma por uma.

Doméstica.

Enquanto isso, no banheiro na justiça, eu vou tirando a sua camisa – agora impregnada com o cheiro do cigarro – e programo a água da banheira pra esquentar. Me olho no espelho que reflete a minha imagem dos pés a cabeça e percebo que estou um pouco magra. Minhas costelas estão um pouco aparente, meus olhos estão um pouco fundos, minha clavícula está um pouco exposta.

Apenas um pouco, nada com que se preocupar.

Escuto o Pi do alarme da banheira disparando, avisando que a água está na temperatura que desejei.

Coloco primeiro os meus pés e delicadamente me sento, colocando uma quantidade exagerada de sabonete líquido e passo pelo meu corpo, provocando uma espuma alta. Coloco meu corpo mais pra dentro da banheira, de forma que apenas a minha cabeça está do lado de fora. Brincando com as espumas.

Jon: Sophie? – ele chega e escuto suas roupas caindo no chão.

Sophie: olá. –respondo.

Jon: você sumiu em meio a essa espuma. Já pensou em passar apenas um pouco de sabonete? – ele ri e o sinto entrando na banheira.

Tiro a espuma do meu rosto e o vejo de frente a mim, na outra extremidade da banheira. Me olhando.

Sophie: você dobrou minhas roupas.

Jon: foi. – ele se banha com um pouco d’água.

Sophie: obrigada. – me encolho, envergonhada pela verdade de ser tão preguiçosa a ponto de não ter interesse de aprender a dobrar uma roupa.

Jon: algum problema? – ele levanta a sobrancelha.

Sophie: não... – minha voz vai sumindo. Eu vou a seu encontro, na outra extremidade, e agarro sua cintura. – eu te amo.

Eu me sinto tão... desesperada.

Jon: oh querida. – ele me abraça. – vai ficar tudo bem. Você vai ver. Eu só preciso de um tempo pra me organizar... Eu acho que vou pedir demissão.

Sophie: por quê?

Jon: eu quero ir pra Ohio com você.

Sophie: eu poderia vir trabalhar na filial de Nova Iorque. Não precisa pedir demissão.

Jon: mas você tem faculdade. Eu apenas preciso procurar um emprego em um jornal naquela cidade.

Sophie: você faria isso por mim? – levanto a cabeça pra olhá-lo melhor.

Jon: eu daria minha vida por você. – sorri. – deixe-me apenas falar com o meu chefe.

Eu nem prestei muita atenção na última coisa que ele falou. Apenas dirigi a minha boca em direção da sua.

E logo toda a tensão se vai quando suas mãos vão, vagarosamente, acariciando minhas costas despertando em ambos o libido que talvez, seja a única solução para que nós esquecêssemos nossos problemas por algumas horas para saciar um do outro.


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Notas finais do capítulo

A fic está quase acabando... :'(( Eu acho que vou até o capítulo 40.
#chorandoeternamente.
Outra coisa, eu queria lembrar a morte de um dos cantores mais fodásticos, do qual que curtia bastante as músicas e até tinha alguns discos da banda: Chorão. Ele vai fazer falta. Isso é a prova mais concreta de que alguns de nós apenas precisa de um amigo... de um amor... um carinho. Ou até mesmo que todos nós nascemos e morremos sozinhos.
Até ;))