Somebody that I Used To Know . escrita por Brigit Rausing


Capítulo 27
Don't worry Child.


Notas iniciais do capítulo

Olá princesa/príncipe da tia Brigit! Como você está minha pequena pessoinha? Espero que estudando muito >.< Vou ser breve, porque eu tenho meio milhão de pesquisas pra fazer ¬¬' Amo você.



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Ela aparece distante, de costas agarrada com alguma coisa com todas as forças. Aproximo-me para saber o que é, observo o lugar e estou numa densa floresta com névoa esbranquiçada que atrapalha a minha vista. Ela está perto de uma árvore com um pouco de musgo, a floresta brilha, como aquelas em que as fadas costumam morar. Me aproximo mais e sem querer, piso num mero galho que estrala espalhando seu som em forma de eco. Ela para se desgruda do objeto e quando ela vira, vejo uma mulher com os olhos inchados e vermelhos, segurando a cabeça ensanguentada de Jon.

- Olha o que você fez! – ela berra muito alto que eu consigo ver a saliva descendo entre seus dentes de sabre.

Acordo assustada. Levanto minha cabeça do travesseiro e vejo tudo embaçado. Olho para o lado e vejo Jon deitado, dormindo serenamente. Levanto da cama, atordoada pelo fato de ter passado a noite inteira pensando do porque Jon trocou o meu nome pelo da cadela. Chorei um pouco, confesso. Afinal, que garota não choraria quando seu namorado chama o nome da ex no sono? Vou até a minha bolsa, pego um cigarro e um isqueiro e vou à sala. Sento-me no sofá sem ligar a televisão, fumo um pouco ainda de pijama e pantufas, com o cabelo like a furacão Sandy e mexendo no meu celular. Até que recebo um e-mail.

*Olá Sophie! Aproveitando Nova York? Queremos te ver na Anelim da cidade hoje pra uma reunião ás 9 da manhã. Aqui está o endereço e qualquer coisa me ligue. Carlos*

Logo abaixo segue o endereço do escritório. Olho o relógio e vejo que são sete e meia. Acabo o cigarro, jogo as cinzas no chão mesmo, sem paciência pra dar uma de doméstica ainda por cima chifruda.

Ao menos ele te traiu no sonho.

Mas traiu. De novo.

Estou cansada disso.

Vou ao banheiro, tomo um belo banho molhando meus cabelos que já estão negros novamente – eu tenho que parar de usar tintas provisórias –, lavo-os com o shampoo de morango/amora e me enxaguo. Saindo, pego minha roupa e volto ao banheiro para trocar de roupa. Seco meus cabelos, faço uma tiara de trança e o prendo num rabo de cavalo. Escovo meus dentes, me maquio um pouquinho e volto pra calçar meus sapatos. Pego minha bolsa, coloco algumas coisas dentro como documentos, passaporte, celular, tablet, blackberry, etc. Coloco perfume, pego a  chave do meu carro e uma cópia da chave do quarto, e desço até o estacionamento.

Trafego pelas ruas de Nova Iorque com o tráfego um pouco intenso e ouvindo música de Leona Lewis –bleeding love. Pra ferrar tudo de uma vez. Enfrento um congestionamento e meu humor se altera. Recebo uma ligação. Jon.

Jon: onde você está?

Sophie: porque você não pergunta a Anna? – digo ironicamente doce.

Jon: o que? – ele cospe as palavras.

Sophie: sim, sim querido. Vá procurar aquela cadela que é melhor que você faz e me deixe trabalhar.

Jon: Eu vou repetir mais uma vez, onde você está?

Sophie: Eu vou repetir mais uma vez, porque você não pergunta a Anna? Aliás, você poderia marcar um encontro com ela e dizer todo o seu sentimento amoroso por ela.

Jon: Sophie, eu não tenho a mínima ideia do que você está falando. Tá tudo bem?

Sophie: tudo ótimo. Mil e uma maravilhas, eu até acho que vou visitar Sean hoje.

Jon: você vai o que... – eu desligo o telefone na cara dele. Tadinho, não deve tá entendendo cacete nenhum do que eu estou falando. Eu sei que ele deve sofrer com minhas alterações de humor, ontem estávamos a mil loves e hoje eu o trato com pedras na mão... Ai, ai. Amor.

Continuo dirigindo até a Anelim e estaciono o meu carro em frente ao prédio que funciona o escritório. Chegando na recepção like Beyoncé com meu ray-ban, vejo Carlos me esperando.

Sophie: Carlos! – ele se levanta da poltrona onde estava sentado.

Carlos: Oh, Soph! – me abraça. – Quanto tempo hein garota?

Sophie: algumas semanas apenas. É muito bom ver você de novo. – sorriu.

Carlos: olha, antes de tudo eu soube o que aconteceu sobre Sean e eu me senti muito culpado sobre tudo isso, eu apresentei vocês dois...

Sophie: tá tudo bem. Sean é assunto do passado.

Carlos: vamos subir? A reunião começa daqui a alguns minutos.

Sophie: claro. – ele sinaliza pra eu ir na frente e entramos no elevador. – sobre o que querem falar?

Carlos: reunião básica para os novos funcionários. Inclusive, Kath insistiu tanto que veio conosco.

Kath está aqui! Finalmente uma pessoa não-bêbada pra conversar. Entrando na sala de reunião, vejo apenas algumas pessoas – mulheres bem vestidas, homens bem vestido, ambos de meia idade – e me sinto nova demais, inexperiente demais. Avisto ao fundo, perto da grande janela de vidro Megan, que rapidamente se vira e me lança um olhar derretido.

Megan: querida. – ela me abraça.

Sophie: olá. Como você está? – a pressiono contra mim, senti sua falta sem perceber.

Megan: bem. – outras pessoas chegam. – sente-se, seremos breves.

Não vejo Kath, mas mesmo assim me sento ao lado de uma mulher que me dá um leve sorriso. Retribuo com um sorriso vazio.

A reunião começa com um bom dia de Megan e prossegue. Finjo estar interessada em tudo que ela diz com falso interesse, mas na minha cabeça uma única palavra de 3 letras tira meu sossego: Jon.

O que será que fez com que ele falasse o nome da cadela? Amor? Será que ele estava pensando muito nela esses dias? E se quando ele olhasse pra mim visse ela? Hãn... deuses.

Sinto meu celular vibrar. Discretamente olho e vejo uma mensagem de Jon, mas resolvo não ler. O celular vibra outras vezes, mas eu sei que ele quer falar comigo e não estou nem aí. Tô nem aí... Tô nem aí... Ê rêrê, que romântica vida a minha.

Até que a porta se abre e vejo Jon descabelado, com a roupa de ontem, sendo segurado pelos seguranças, gritando e querendo entrar na sala.

Megan: ei,ei, o que está acontecendo?

Jon: Sophie! – ele gritou desesperado, a ponto de parir talvez.

Megan: deixem eles meninos, deixem. – Megan falou com desaprovação aos seguranças. Jon olha para a sala, com todos bem vestido, e tenta futilmente ajeitar o seu cabelo. – o que você quer meu jovem?

Jon:  Será que eu poderia falar com... Sophie?  -argh, que palhaçada. Viro a cara e olho pra Megan com os olhos arregalados e dizendo silenciosamente: “não.”

Megan: claro, a sala ao lado está vazia, vocês podem conversar lá. Sophie, você está dispensada por hoje. – ela se sentou na cadeira novamente.

Me levanto, puta da vida. Fazendo ceninha no meu trabalho? Ah, vá se fuder. Vamos a uma sala no final do corredor. Eu entro e ele fecha a porta logo em seguida. A sala é um pequeno escritório igual ao meu em Ohio. Me pego vagueando em pensamentos se todos os escritórios da Anelim são iguais. Fico em pé, parada, de braços cruzados, esperando uma explicação.

Jon: porque você não me ligou? – falou, expirando todo o ar de uma vez e passando as mãos pelo cabelo,

Sophie: eu deveria? – digo, cinicamente.

Jon: eu sou seu namorado. – tentou se explicar, perdido em pensamentos.

Sophie: diga-me, você ainda pensa em Anna?

Jon: o que? Anna? O que é que tem Anna? – penso ter visto um rastro de fúria em seus olhos.

Respiro fundo. A conversa vai ser longa.

Sophie: ontem a noite, você trocou meu nome pelo dela. – falo com indiferença, andando em direção a janela.

Jon: Eu não falei isso. – riu.

Sophie: sim, querido. Você falou. Agora eu me pergunto: por quê? Será que pensas demais nela a ponto de me confundir com ela? Ainda a ama? – me viro pra encará-lo.

Jon: isso... eu posso explicar. – se aproximou alguns passos.

Sophie: cansei de suas explicações Jon. Cansei. Tudo cansa. Tudo tem um basta. – fez um breve silencio.

Jon: você está acabando comigo? – insinuou.

Sophie: essa é a segunda vez que você me trai. Primeiro no colégio, quando me mostraram aquele vídeo nojento e agora... bem isso não foi tecnicamente uma traição, mas é ofensivo.

Jon: então! Por favor, eu apenas estava preocupado com o fato de ela estar querendo se encontrar com você.

Sophie: como? – atiçou minha curiosidade.

Jon: lembra que quando você me pegava distraído eu sempre estava no celular?

Sophie: hm... continue.

Jon: ela quer te conhecer, saber o que você tem que ela não tem. – deu de ombros. – só, por favor, não some de novo. Eu morri mil vezes pensando o que podia ter acontecido.

Ele me abraçou, mas isso não me convence. Saio do seu abraço.

Sophie: isso não é suficiente. Sabe, agora eu percebi que você nunca me deu uma segunda prova de amor. Apenas no dia do aeroporto mas o desespero falou mais alto naquele momento. Eu quero mais que o seu amor. Quero você por inteiro, seu coração, sem culpas ou ressentimentos.

Jon: o que você quer que eu faça? – seus olhos me olham horrorizados com a possibilidade de uma separação. Mas também com um ar de ansiedade.

Sophie: eu não sei Jon... minha cabeça está confusa. Eu estou confusa. Me sinto traída, desconfiada, enciumada... eu não acho que em um relacionamento saudável eu deva sentir isso.

Jon: o que você quer de mim? Eu não já te dei tudo que eu tenho?

Sophie: eu quero mais do que qualquer dinheiro possa comprar bêbe, eu... apenas quero felicidade e sentir confiança com quem eu estou.

Jon: eu não te faço feliz? Não te passo segurança?! – ele aumenta o tom de voz. – hã?

Me pega pelos braços, ficando de frente com ele, sentindo sua respiração nervosa e ofegante, olhando dentro de seus olhos agora sólidos e avermelhados.

Sophie: você está me machucando. – falo entredentes.

Ele olha mais um pouco e me beija. Mas eu não correspondo. Eu preciso de um tempo.

Vendo que eu não vou responder ao seu beijo, ficando dura que nem uma pedra, para de me beijar e me olha desolado. Como se uma faca estivesse atravessado o seu peito e ele estivesse sem ar. Um olhar com dor.

Sophie: não é com um beijo que se resolve as coisas. – eu olho pra os meus pés.  – preciso de tempo.

Eu me afasto, acaricio o seu rosto e me dirijo a porta.

Jon: mas eu te amo. – tenta argumentar, tentando pela última vez. Mas eu não me sinto bem, minha cabeça está rodando.

Inalo as suas palavras com uma sonoridade tão perfeita.

Eu também te amo seu traidor.

Sophie: eu vou pegar as minhas coisas e ainda hoje eu saio do quarto. Vai ser melhor assim.

Jon: da última vez que você me disse isso, você embarcou num avião pra Ohio.

Hesito por um momento, mas eu tenho que ser forte. Tenho que me organizar. Ando mais alguns passos, saio da sala e fecho a porta. Sem me dar conta, meu rosto começa a ficar molhado das pequenas gotas que saem dos meus olhos.


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Notas finais do capítulo

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Reviews? :3 Beijo, amadchênhos da Brit.



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