Pego o elevador e vou até a recepção onde Jon estará me esperando. Vejo que ele está de costas mexendo no celular. Vou até ele e aliso suas costas.

Sophie: vamos? – ele me olha dos pés a cabeça, pega a minha mão e me rodopia.

Jon: nada mal. – sorri.

E então fomos ao La Russa, que é um prédio gigante e cada andar é um departamento diferente. Por exemplo, o andar 12 é reservado para o funcionamento de uma loja, o andar 3 é reservado para o funcionamento de um escritório e o andar –último – 21 é reservado para o funcionamento do restaurante, o que nos garante uma vista privilegiada da cidade. Sentamos numa mesa do fundo do restaurante, que está apenas com algumas pessoas, tocando música caribenha baixinho e um clima aconchegante.

Sophie: bonito lugar. – falei enquanto me sento.

Jon: eu sempre venho aqui.

Sophie: Anna já veio aqui?

Jon: não, não. Ela gosta de lugares mais agitados.

Sophie: sei. – o garçom vem com o cardápio.

Jon: o que quer comer?

Sophie: eu gostaria muito de um miojo.

Jon: miojo? – levantou uma sobrancelha.

Sophie: estou brincando. – ri.

Jon: aceita uma taça de vinho?

Sophie: branco, por favor

Ele pede ao garçom o vinho. Enquanto isso eu fico meio desajeitada na cadeira, quer dizer, é tudo tão fino, de primeira classe, que eu nem sei como me comportar numa ocasião dessas. Mesmo com todo o dinheiro que eu ganho na Anelim, eu nunca fui a um restaurante de um porte tão grande como esse. Viro-me pra observar a vista e me deparo apreciando a beleza das luzes de Nova York.

Jon: bonito, não? – viro pra olhar para Jon e ele está com os olhos fixos em mim, a cada movimento meu. Sinto minhas bochechas corando.

Sophie: realmente, é tudo tão... diferente.

Ele fica calado, apenas me olhando. Isso incomoda.

Sophie: tem algo de errado? – de repente eu cheiro meu cabelo pra ver se ele não está cheiroso e olho minha roupa, até ouvi o riso abafado de Jon.

Jon: eu nunca pensei que iríamos nos rever.

Sophie: ah... eu também não. –dou um meio sorriso.

Jon: você é tão bonita. Eu sou um homem de muita sorte, fico feliz que esteja comigo essa noite.

Sophie: eu também, me sinto melhor quando estou com você. – estendo minha mão que atravessa a mesa e encontra a sua, ele a beija sem tirar o olhos dos meus.

Jon: eu te amo. – suas palavras são quase inaudíveis, apenas ouvi um sussurro e li a sua boca.

Sophie: eu amo mais. - o garçom veio com as nossas bebidas. – um brinde.

Jon: a nossa felicidade. – levantamos as taças.

Sophie: e que seja pra sempre enquanto dure. – brindamos, sem tirar os olhos um do outro. Seus olhos ardem, fitando cada detalhe do meu rosto, sua expressão suave mas com olhar sedutor. Tomamos nosso drink e o garçom veio minutos depois perguntar oque queríamos jantar.

Jon: queremos ostras forradas ao gelo e o prato principal da casa, por favor.

...: e pra beber senhor? A mesma bebida?

Jon: sim. – e o garçom se vai. – você ainda gosta de ostras?

Sophie: eu não como desde o dia em que nos reencontramos.

Jon: coincidência? Estamos nos reencontrando novamente, apenas não fiquei bêbada essa noite. – eu dou uma risada de leve.

Sophie: eu vou tentar, prometo. – dou um gole no vinho que desce lentamente pela minha garganta.

Conversamos um pouco mais, rimos, comemos de tudo um pouco, nos divertimos. Uma noite que com certeza estará dentro da lista das mais inesquecíveis que já vivi. Reencontrar Jon me faz sentir mais viva, com novas energias, novas esperanças, ele me preenche, transborda o meu ser com o seu amor.

Ele me chama pra dançar uma musica lenta, estendendo a mão pra mim que se encaixa perfeitamente na minha. Começamos a dançar lentamente, o clima no restaurante está totalmente confortável. Dançamos lentamente, corpo com corpo, olho no olho, sem nenhum desvio. Ele, sensualmente me embalava em seus braços fazendo-me flutuar pelo chão a cada movimento. Sua mão na minha cintura e a outra segurando a minha na altura de seu ombro, ás vezes faziam leves passeios sobre as minhas costas e em certo porto inclinou as minhas costas para baixo, num famoso passo de tango, inclinou-me pra baixo fazendo com que minha perna se dobrasse na altura de seu quadril. Trilhou beijos pelo meu ombro, meu pescoço, minha boca. Apenas se ouve o som instrumental da musica e parece que a cada passo sinto aquela doce sensação da felicidade.

Dançamos um pouco mais, comemos e bebemos um pouco mais, e logo depois Jon pagou a conta. Eu dirigi até o hotel. Chegamos no quarto rindo sobre as pessoas bêbadas que já vimos.

Jon: cansada? – disse deixando seu casaco nas costas do sofá e logo em seguida sentando-se.

Sophie: um pouco, eu apenas peço uma boa noite de sono. – sento no sofá ao seu lado.

Jon: estamos bêbados. – ele solta uma gargalhada pré-histórica.

Sophie: eu acho que sim. – ri de novo.

Jon: Shufi. Bonito nome. – Ele me agarra no sofá e me beija, eu dou um sorriso com a sua péssima fonética do meu nome. Seus olhos esmeraldas estão se cruzando e ele solta um riso que o ar que sai apenas cheira a álcool. Eu não estou bêbada, de tanto tempo tomando vodka praticamente todo dia, vinho branco é água com açúcar.

Jon: estou cansado. Os elefantinhos estão ficando vermelhos. – ele bufa e encosta seus lábios no meu. – vamos dormir shufi?

Sophie: vamos Jon, vamos. – eu me afasto, coloco seu braço por cima do meu ombro e o ajudo a chegar até a cama. Ele fica sentado rindo de alguma coisa sobre rinocerontes enquanto eu arrumo a cama, até que eu o puxo pelas costas e ele se deita. Tiro seus sapatos, sua camisa e liguei o ar condicionado.

Jon: hãã – ele resmunga enquanto se vira de lado na cama. – vem dormir aqui do meu lado Shufi.

Sophie: eu vou querido, eu vou. Deixe-me apenas tomar banho.

Jon: não demora. – dá leve batidinhas no travesseiro.

Abro o guarda-roupa e tiro meu pijama. Vou ao banheiro, tomo um rápido banho sem molhar o cabelo, apenas pra me sentir limpa e um pouco refrescada e logo pego meu travesseiro e lençol pra me deitar na cama.

Sophie: voltei. – sussurro pra ele que está deitado de costas pra mim, mas que rapidamente se vira com os olhos fechados e coloca os braços e pernas em cima de mim. – durma querido, boa noite.

Jon: hm... – ele deve estar quase dormindo, mas completamente bêbado. – boa noite Anna.