Continuei olhando pra ele, ainda sem acreditar. Ou até mesmo que sabe admirando ele. Não consigo me conformar como ele ficou tão perfeito. Fiquei um pouco perdida na minha imaginação, até que me dou conta que estou quase babando.

Jon: você vem ou não? – perguntou impaciente.

Sophie: calma, eu vou. Deixa eu só pagar a conta. – me levantei.

Jon: não precisa, tudo que consumimos é por conta do hotel.

Sophie: então tá.

Fomos até a porta do elevador e então ele pressionou o botão pra ele descer, já que estava no décimo andar. Aproveito o tempo pra puxar conversa.

Sophie: aonde vamos?

Jon: aonde você que ir? – perguntou, com seus olhos verdes suaves.

Sophie: queria conhecer... O central park?

Jon: quer ir lá? Não quer ver a estátua da liberdade ou coisa assim?

Sophie: não, não. Eu quero ir lá. Sempre vi esse parque nos filmes e tenho vontade de ir lá.

Jon: então tá certo.

O elevador chegou e nos dirigimos ao subsolo. O carro está logo na entrada então não nos demoramos a sair do hotel e trafegar no trânsito em sentido ao Central Park. Peguei meu celular que está no bolso e noto que esqueci meus fones na bolsa.

Sophie: será que... eu poderia conectar meu celular no cabo de mp3 do carro pra ouvir musica?

Jon: claro. – sorriu brevemente.

Sophie: obrigada. – conectei o celular com o mp3 do carro e logo começou a tocar minha playlist de número 30. Começou com Britney Spears e então fui passando... passando... e quando chegou em Blue Jeans de Lana del Rey, parei e comecei a ouvir.

Sophie: eu simplesmente amo essa música. – fechei os olhos e comecei a relaxar. Pra variar esqueci a carteira de cigarros na bolsa e então só o que me resta pra me distrair no momento é a música. Posso sentir os olhares de Jon em mim mesmo com os meus olhos fechados.

Jon: você sempre gostou de música, não é?

Sophie: sim. Sempre me ajudou a relaxar. Esquecer os problemas.

Jon: que problemas você precisa esquecer? – perguntou calmamente, falando letra por letra.

Sophie: até agora, nenhum. – e única coisa que consigo escutar desde então é a melancólica voz de Lana. Soube quando chegamos minutos depois quando ele desligou o ar-condicionado e desligou o carro. Talvez estivesse procurando uma vaga pra estacionar. Abri os olhos e vejo no painel do carro: Três da tarde. Peguei meu celular e desci do carro. Olho pra Jon do outro lado e ele tinha acabado de fechar a porta. Rapidamente vou pra perto dele.

Jon: chegamos. Não é lindo? – disse admirando a vista. O parque está lotado: crianças brincam de bicicleta, pega-pega, algumas mães com seus respectivos bebês estão sentadas na grama verde forrada por uma toalha de piquenique, pessoas deitadas, umas conversando, outras se beijando... um típico dia de verão em Nova York. – Vem, vamos dar uma caminhada.

Fomos então, caminhando vagarosamente por todo o caminho de pedras ladrilhadas na lateral do parque. Compramos algodão doce e pipoca. Entramos num túnel de árvores, com alguns bancos e poste de luminárias já ligadas. O sol não está tão forte assim, o clima está confortável e o algodão doce derrete na boca. Ficamos caminhando lado a lado e então ele quebra o silêncio.

Jon: está gostando? – olhou pra mim, com a boca um pouco cheia de pipoca.

Sophie: eu estou amando! Você vem aqui todos os dias? Isso é maravilhoso.

Jon: de vez enquanto, apenas. A minha vida é muito corrida e mal dá tempo pra diversão. – fez uma pausa. Demorou um pouco e voltou a falar, dessa vez em um tom um pouco mais baixo, mais calmo e com a vista para frente, como se tentasse vez o horizonte. – você está feliz?

Sophie: eu acho que sim. – falei timidamente sentindo minha bochecha arder pelo fato de eu estar corada.

Jon: que bom. Eu também estou feliz.

Sophie: mas não parece. – resmunguei.

Jon: ah é? Diga-me porque não. – olhou pra mim e deu um breve sorriso. Provavelmente debochando de mim. Mas eu não ligo.

Sophie: parece que você ficou mais insensível. As vezes penso que não gosta mais de mim como antes. Como se quisesse o tempo todo que eu fosse embora, como se não era pra eu estar aqui, como se outra pessoa tivesse vindo em meu lugar você estaria mais... agradável. – desabafei.

Ele apressou o passo e me trancou na sua frente impedindo a minha passagem e ficando de costas para o resto do caminho.

Jon: Você acha? – começou a andar de macha ré ao meu ritmo.

Sophie: acho. – eu ri com o jeito estranho que ele está a andar.

Jon: você não sabe o quanto que eu senti falta do seu sorriso. – olhou fixamente pra mim, ainda andando de ré. Eu parei. Fiquei olhando pra ele que ainda está andando de ré. Como ele me diz uma coisa dessas com tanta... naturalidade? Ficar dando indiretas não é a minha praia, é bom ir direto ao assunto sabe? Principalmente quando se está a flor da pele de tanta emoção de rever o seu amado e qualquer coisa se acha que é uma pista, um sinal dos céus, uma dica de que iremos passar o resto da vida juntos mesmo enfrentando dificuldades e em alguns tempos tendo que almoçar miojo... bem, isso não. – não vem me alcançar?

Senti meu rosto se contorcer pra formar um sorriso, não pude controlar. E quando vi, estamos correndo pelo parque feito duas crianças brincando de pega-pega, eu com um pedaço de algodão doce e ele com um pacote de pipoca.

Corri o mais rápido que pude, as vezes é bom perder a classe. Quando consegui alcança-lo, toquei em seu ombro.

Sophie: agora é você! – corri mais rápido ainda, no sentido da ponte que se torna pequena vista de longe.

Corremos feito dois animais e quando estava em cima da ponte, o cansaço me bateu e me curvei pra frente colocando as mãos nos joelhos de cansada, respirando ofegante.

Jon: cansou? – levantei a vista e vi partes de seu cabelo grudado na testa, o suor escorrendo pelo seu pescoço e camisa úmida.

Sophie: não eu só... – respirei e engoli seco. – estava vendo se aqui tem aquelas formigas voadoras.

Ele sorriu e colocou as mãos no quadril e observou a paisagem rapidamente. Recuperei o ar perdido e fui até a borda da ponte, observar o lago que passa por debaixo de nós dois.

Sophie: deveríamos vir aqui mais vezes.

Jon: eu sei. – passou a mão pelo cabelo. – quer dar um passeio de barco?

Sophie: de barco?

Jon: é, aqui no verão tem passeio de barco pelo lago. Quer ir?

Sophie: talvez amanhã. Eu estou cansada, queria ir ao hotel.

Jon: já? Não passamos nem 3 horas aqui.

Sophie: eu queria fumar um pouco e não trouxe a minha carteira. Você se importa?

Jon: claro que não. Mas antes... – ele parou uma jovem que ia passando do nosso lado e deu o seu celular a ela. – a senhora se importa de tirar uma foto nossa?

...: seja breve

Jon: vem. – ele me pegou pela cintura e antes que eu tivesse qualquer tipo de reação já estávamos juntos um do outro. O seu cheiro invadindo meu nariz, um cheiro doce e amadeirado encantador. Até mesmo seu suor tem esse cheiro, que transmite masculinidade. – sorria. Aliás, estamos juntos agora. – sussurrou no meu ouvido.

A foto foi tirada. Até quando ele vai ficar de joguinhos comigo?

Talvez os hyperlin'ks não peguem:

Ponte: http://3.bp.blogspot.com/_hTVIVMEnD4M/TNSofwipwxI/AAAAAAAAADU/ZarJUqSahf4/s1600/central+park+ny.jpg

Túnel:http://1.bp.blogspot.com/-GR9lb-U6ivs/T5qUP_UX5KI/AAAAAAAADLM/b9InFpWKPwY/s1600/central-park-the-mall-1577-x-1200.jpg

Todas essa imagens fazem realmente parte do Central Park.