Somebody that I Used To Know . escrita por Brigit Rausing


Capítulo 19
Dear Jon.


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas... e meninos :) Esse capítulo vai ser curto, meio que serviu de ponte pra os outros acontecimentos que vão acontecer daqui em diante. Juro a vocês que estou postando o máximo que consigo, a internet aqui não colabora muito não. A fic já está na metade e pretendo acabá-la no final de Fevereiro Ç_Ç Então, aproveitem o máximo. Beijos, beijos, um milhão de beijos :*********



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Dei um pulo do sofá e arregalei os olhos. Fiquei olhando ele por um tempo pensando ser algum tipo de piadinha, mas não. Ele está sério.

Jon: o quê? Não acredita em mim? Vai lá perguntar. – sentou-se no sofá.

Eu me levanto indignada, e vou direto falar com a recepcionista loira com sorriso colgate.

...: Olá senhora, em que posso ajudar?

Sophie: olá, meu nome é Sophie Stelee e eu tenho uma reserva exclusiva pra mim neste hotel.

...: lamento senhora, mas aqui no sistema diz que a senhora e o senhor Jon Campbell ficarão hospedados no mesmo quarto.

Sophie: tem outro quarto?

...: atualmente todos os quartos estão esgotados.

Sophie: o que você sugere?

...: que a senhora compartilhe o quarto o senhor Jon. – me olhou com o ar de “não é muito obvio sua estúpida?”

Sophie: tem outros hotéis por aí?

...: sim senhora, porém janeiro é a temporada de férias e praticamente todos os hotéis estão lotados. Sugiro que compartilhem o quarto e caso outro aposento se desocupe eu automaticamente reservo pra a senhora, pode ser?

Sophie: tá. – suspirei. Voltei pra falar com Jon no sofá.

Jon: e então?

Sophie: só por uns tempos. Ela disse que todos os hotéis de Nova York estão praticamente lotados devido a temporada de férias, vamos ficar no mesmo quarto por um tempo e ela disse que quando desocupasse um quarto ela reservaria pra você.

Jon: perfeito então. – se levantou. – Estamos no quarto 564. – disse ao funcionário do hotel que rapidamente levou nossas malas. – vamos?

Sophie: vamos, né?

Fomos em direção ao elevador e apertamos o botão pra ele descer. Fique impaciente, ficar muito tempo sem fumar não é legal. Alisei meu cabelo, enrolei uma pequena mecha no dedo, olhei pra o chão... e ele sem dar uma palavra comigo. Olho de relance pra ele e vejo que está no telefone digitando alguma mensagem. Estreito meus olhos e o elevador chega. Vazio. Entramos e ele pressionou o botão 20. Chegando no andar, nossas malas já estava no quarto e o funcionário a nossas espera. Jon tirou da carteira 10 dólares e deu a ele com um “obrigado, cara” e um tapinha no ombro quando ele se foi. Entrando no quarto, vi uma sala com janelas do chão até o teto e algumas poltronas. Andei um pouco mais até chegar o quarto e vi minhas malas ali.

Jon: e então? Tá com fome? O almoço já deve estar sendo servido. – perguntou atrás de mim.

Sophie: não, eu vou tomar banho e daqui a pouco eu desço. Você não tem mala?

Jon: eu vou comprar algumas coisas hoje no sopping aqui perto pra eu poder usar esses meses, quer vir?

Sophie: eu vejo. Agora... se me der licença. – eu estendi a mão indicando que ele devia sair.

Jon: tá, tá. Me desculpe. Eu vou descer pra almoçar, qualquer coisa me encontra lá embaixo. – ele foi falando a medida que ia saindo.

Sophie: em que andar fica o restaurante? – gritei, ele já devia estar na porta.

Jon: segundo andar! – bateu a porta.

Fiquei só no quarto desarrumando minhas malas e colocando as minhas roupas e sapatos no guarda roupa. Separei uma roupa e coloquei em cima da cama juntamente com uma toalha e quando acabei fui direto ao banheiro tomar um belo banho. Prendi meu cabelo pra não molhar, deixei meu óculos em cima da cama, fiquei descalça. Banhei-me com um sabonete líquido cheirando a rosas e quando acabei me enrolei na toalha. Calcei um chinelo que estava ao lado da pia e quando sai fui procurar uma lingerie e vestir–me. Senti minha barriga roncar, então desci pra o restaurante. Segundo andar. Lá, vejo várias mesas com muitas pessoas ocupantes, conversas preenchem o ar com um som barulhento e insuportável pra mim. Ao fundo, vejo Jon comendo. Fixo o olhar nele por um instante e sinto a mesma sensação de 11 meses atrás. Contorno com os olhos cada linha sua, seu nariz, sua boca sempre tão bonita, num tom de rosa que muitas garotas se matariam pra ter. Os seus olhos encontram o meu, e como se pensasse que eu o estava procurando, levanta o braço pra avisar que ele está ali e dá leves batidas no assento ao seu lado, me chamando pra comer.

Não estou com fome pra almoçar, pego um pedaço de torta de chocolate com uma coca-cola e sento-me ao seu lado.

Jon: esse é o seu almoço? – olhou pra o prato da torta e me olhou em seguida.

Sophie: digamos que eu amo doces e que não quero almoçar hoje. – dei uma gafada. Deliciosa a torta.

Jon: Já que você diz... eu liguei pra o meu chefe agora e ele me disse que o pessoal responsável pelo equipamento teve que se atrasar por um dia, o microfone quebrou e eles estão vendo se conseguem comprar outro.

Sophie: não é só ir na loja e comprar? Quanta complicação.

Jon: eles estão vendo um que seja discreto, a maioria das lojas sempre vendem de cor preta. Talvez branco seja a melhor opção. Mas enfim, a entrevista está marcada pra depois de amanhã. Depois disso eu e você vamos na casa do juiz e quando a matéria sair no ar você já vai poder ir embora. – deu de ombros.

Sophie: porque só quando a entrevista for ao ar?

Jon: podemos precisar de material extra. Mas se você quiser ir embora antes... tanto faz. Geralmente não temos problemas com o nosso material.

Sophie: você quer que eu vá embora não é? – falei calmamente dando outra gafada.

Jon: não é isso. – ele parou por um instante na tentativa de fazer com que eu falasse alguma coisa. Mas prosseguiu depois. – eu só acho estranho. Sabe, o jeito com que você foi tirada de mim, o jeito em que nós brigamos mesmo sendo por um mal entendido e o jeito que você voltou pra mim. Foi tudo de surpresa. Eu não imaginava que sua mãe ia tirar você dos meus braços, não sabia que você ia ligar justamente naquele momento e iríamos acabar o namoro daquele jeito e não imaginei que fosse você que viria pra Nova York.

Sophie: você prefere a sua vida do jeito que estava antes? Digo, sem mim. – abaixei o tom de voz, quase imperceptível no meio de tantas pessoas falando ao mesmo tempo.

Jon: você não tem noção de como eu fiquei. – sorriu, mas seu sorriso não chegou ao seus olhos. – eu... pensei que fosse morrer. Pode parecer exagerado, mas foi assim que eu me senti quando sua mãe tirou você de mim naquele dia no aeroporto. Como se... fosse emoção demais, tristeza demais. Quando eu entrei pra a faculdade, não fiz amigos. Meu pai conversou comigo diversas vezes mas eu não tinha ânimo pra nada, então eu resolvi passar todo o meu tempo livre estudando e estudando... mas isso não adiantava, precisava me distrair um pouco, do jeito que estava não iria conseguir suportar as coisas. Foi quando eu entrei pra o curso de teatro e conheci algumas pessoas legais. Nisso, eu soube o resultado dos exames mensais que a faculdade faz e vi que minhas notas tinham superado as expectativas de todos, aí eu comecei a estudar mais e mais, recebi algumas medalhas das olimpíadas de matemática e química que participei, foi aí que a faculdade resolveu fazer um concurso de redação e o que ganhasse iria ter sua redação publicada no jornal local. Eu ganhei e quando foi publicado o dono do jornal de Nova York pra fazer um teste pra assumir uma coluna no jornal. Eu passei e me transferiam pra Manhattam que fica um pouco perto daqui.

Sophie: hm... eu sou que você apresenta matérias especiais também não é? – o bolo já está mais da metade e dou uma golada na Coca-Cola.

Jon: sim, mas foi só uma vez. Eu vou apresentar essa entrevista com você e vai ser a última vez que apresento uma reportagem esse ano, tenho que me dedicar mais ao estudos.

Sophie: deve ser bem legal, fica meio like a boss enquanto os outros jornalistas veteranos poderiam estar no seu lugar. Deve ser de muita confiança de seu chefe.

Jon: é. – ele sorriu. – e você? – ele virou-se pra me olhar melhor e sentir-me ruborizando.

Sophie: Eu... eu... – gaguejei de inicio. – eu também fiquei triste quando eu fui tirada de você. Sabe, eu queria vir pra Ohio. A única coisa que prendia era você. Eu estava decidida a ir, queria crescer profissionalmente, dar orgulho aos meus pais pra eles sentirem o que sentem por Megan, por mim. E então quando você chegou com aquelas pessoas, aqueles balões... – minha garganta deu um nó quando eu relembrei a cena e a voz me falhou. Mas Jon ficou em silêncio, esperando eu continuar. – Eu não me arrependo de ter ido, as vezes eu penso que sim mas no fundo eu sei que não. Então, eu pintei meu cabelo pra me distrair um pouco, comecei a fumar...

Jon: você o que?! – me interrompeu.

Sophie: comecei a fumar a algumas semanas atrás, minha vida tem sido um pouco depressiva e estressante esse últimos dias.

Jon: você enlouqueceu. – bufou.

Sophie: continuando. Mesmo assim eu consegui minha independência e isso é muito gratificante. Foi quando eu conheci Sean e ele se mostrou ser tão... “preenchedor”. Conseguiu preencher por momentos o espaço do vazio do meu peito e então quando eu já estava gostando de ser entorpecida por ele, o cara foi embora. Mas como eu já disse antes, não sinto falta dele.

Jon: eu imagino o quanto sentiu minha falta: casa nova, roupas caras, carro, trabalho bem remunerado...

Sophie: humpf. –bufei – você não tem ideia do quanto eu quis que você estivesse dormindo comigo todas as noites – eu olhei pra as minhas mãos, preciso falar a ele tudo o que sinto ou pelo menos tudo o que sentia. – eu chorei várias noites pensando que você estava tão longe... mas meu corpo sentia você perto, sentia seu calor. Mas quando eu percebi que não tinha mais como voltar a nos vernos, não queria acreditar que fosse verdade. Não podia ser. Eu te amava demais. Estava apaixonada demais pra esquecer. E quando eu finalmente consigo ligar pra você eu tenho o choque de ter outra pessoa no meu lugar, e tudo isso a poucos dias que nos separamos! Foi demais, eu fiquei só por um tempo... não tinha vontade própria. Então foi quando eu conheci Sean e ele me animou. Até que nos afastamos e eu voltei a minha rotina de sempre. Acordar, fumar, faculdade, casa, trabalho, casa, beber, dormir. E assim eu vivo até hoje.

Eu finalmente olhei pra ele, e estava com os olhos vidrados olhando pra mim. Paralisado, fixado. Seu corpo imóvel, mas as esmeraldas do seu rosto estavam quentes, como se tivessem sido derretidas... ou quase isso. Não tinha reação. Abriu a boca pra falar uma vez, mas desistiu e sorriu pra mim. Ah deuses, esse foi o sorriso que me fez viajar quilômetros. Sinto-me envergonhada e então volto a tomar minha coca-cola com mais rapidez do que imaginava. Jon se levantou e eu olho pra ele parado do meu lado.

Jon: vamos, quero te levar pra conhecer a cidade.


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Notas finais do capítulo

Reviews? :3 Adoro vocês.