Somebody that I Used To Know . escrita por Brigit Rausing


Capítulo 2
Who's laughing Now ?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :))



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Não caia, não caia, não caia.

Um pé atrás do outro, fui descendo lentamente, a ponto de poder avaliar o clima que a sala estava e desfrutar da reação de todos estavam me encarando. Minha mãe estava logo atrás de mim e dava pra sentir o seu sorriso pelas minhas costas. E de repente o silêncio se fez predominante, apenas se ouvia o estalar da lenha um pouco úmida queimando na lareira e as batidas do coração, mas isso apenas eu escutava. Fui descendo, lentamente, degrau por degrau, e podendo ver de mais perto a perplexidade do olhar dos nossos convidados. Jon era o que mais me olhava, os olhos fitando-me dos pés a cabeça, com um sorriso pouco vistoso nos lábios. Ele estava bem, com uma camisa preta de botões, jeans e tênis, com cabelos castanhos cacheados castanhos, pele suavemente bronzeada num tom dourado, olhos verdes e alto, mas eu não o lembro de nenhum lugar, ao contrário de seu pai que sempre ia comprar coisas na barraca de meu pai no tempo das vacas magras da família, e nos ajudou, ele não tinha mudado em nada: cabelos grisalhos, os olhos do mesmo tom esmeralda que Jon, pele bronzeada e também meio alto. Trajava um terno casual com uma camisa azul marinho de seda por dentro, uma calça preta e sapatos esportivos, com o sorriso estupefato no rosto ao me ver.

Descendo o último degrau, Jon veio em minha direção com um sorriso branco tinindo no rosto, pegou a minha mão e a beijou.

Jon: Senhorita Stlee. É um prazer revê-la.

Sophie: Igualmente, senhor Campbell. Olá a Bobby, como vai.

Bobby: Meu Deus, cadê aquela garotinha gordinha desengonçada?

Sophie: Está aqui dentro, em algum lugar. (sorriso)

Ele veio a mim e me abraçou veemente e pude sentir o cheiro de seu perfume amadeirado. Parou na minha frente e ficou me encarando com certo brilho nos olhos. Pelo canto do olho pude ver a minha mãe com as mãos juntas perto da boca, feliz da vida com o meu “sucesso” no jantar e meu pai ao longe colocando mais lenha na fogueira.

Bobby: olhe esses olhos azuis! Parecem com a cor da água das praias do Havaí, perfeitos, serenos e calmos.

Jon: É Sophie, você surpreendeu a todos nós. Sabe, você quando era pequena era tão...

Sophie: Tosca? Feia? Engraçada? Desengonçada? Não atraente?

Respondi num tom calmo, seco e com um sorriso puxado no canto da boca mostrando sarcasmo.

Jon: Bem, você... era engraçada.

Sophie: Compreendo. Então, como estão? Eu soube que se mudaram para uma fazenda aqui perto da nossa.

Bobby: Ah sim, depois que eu me separei de Susie e Jon veio morar comigo, decidir sair um pouco de Mullingar e vir para uma área maior e um pouco mais afastada pra dar mais sossego. Minha única preocupação era em relação aos estudos de Jon, aqui não tem muitas escolas.

Sophie: Tem sim, mas a 5 quilômetros daqui. É uma escola municipal mas de boa qualidade, eu estudo lá.

Jon: claro, viu pai? Eu poderia ir com você Sophie.

Sophie: veremos isso depois, com calma, não acha?

Jon: perfeitamente. (sorriso)

Mãe: crianças, por que não vão conversar lá fora? Nós temos muito assunto de negócio, comercio... em fim, para conversar.

Droga, minha mãe tentando dar uma de cupido, não. Eu olhei de um jeito pra ela, de quem não tinha nada gostado da sugestão. Vi meu pai se aproximando de nós. Me ajude pai.

Pai: Viu como minha Sophie está linda Bobby?

Bobby: vi, está radiante.

Pai: ela e Jon tem a mesma idade, não?

Bobby: é sim, só que Jon é 3 meses mais velho.

Pai: Sophie, relembrou-se de Jon? É porque ela disse que não o recordava.

Sophie: Ah sim, sim .

Nesse momento eu me lembrei que antes de descer minha mãe me falou que eu e ele brincávamos pelados pelo quintal e pulávamos na cachoeira.

Sophie: Nós brincávamos no quintal.

Jon: Pelados.

Sophie: e nadávamos na cachoeira, juntos. Mas por algum motivo nos afastamos, tal motivo que eu honestamente não recordo.

Jon: é melhor não nos lembrarmos do passado nesse instante, águas passadas não movem moinho.

Sophie: concordo. Melhor as coisas como estão agora: eu aqui e você ai.

Jon: mas seria maravilhoso se nós pudéssemos trocar experiências... tantos anos separados não é? (olhar malicioso)

Sophie: Bem... eu acho que eu já tenho experiências demais por minha conta e seria muito cansativo da minha parte me sobrecarregar com histórias de vidas, já bastam as minhas.

Mãe: mas Sophie! Vocês eram tão amigos.

Sophie: éramos. Cada coisa tem seu tempo mãe.

Pai: Vamos nos sentar?

Bobby: vamos. Jon ?

Aquele cretino, miserável de uma figa, plagiador e oportunista! Agora eu me lembro dele, como eu pude esquecer? Aaaargh! Detesto ele, do fundo da minha alma. E ele com aquele papinho mamão com sal de trocar experiências, que ele coma moscas sentado esperando que eu vá conversar com ele e muito menos “trocar experiências”.Ele e eu erámos melhores amigos, contávamos tudo um para o outro até que ele começou com uma amizade com um grupinho de meninos chatos da sala que ficavam me irritando e tirando sarro da minha cara. Eu não gostei obvio, mas mesmo assim ainda gostava dele, na verdade eu era apaixonada por ele mas era insegura, aliás quem ia querer um menina gordinha, com aqueles óculos ridículos e dentes entaramelados com aparelho ? Até que ele começou a me dar uma certa atenção e eu idiota pensava que nós dois estávamos apaixonados um pelo outro. No dia da festa da quarta série (que é quando acaba o fundamental I e inicia-se o fundamental II) eu estava com um volumoso vestido rosa e um laço no cabelo, Jon pedio pra dançar comigo, e eu aceitei jurando que ele estava com boas intensões até que quando ele colocou a mão em minhas costas, me segurou fortemente e quebrou 5 ovos na parte de trás do meu vestido, e logo mais alguns meninos, os mesmo amigos que ele tinha começado recentemente um estranha amizade chegaram e uma chuva de ovos (podres ou não) caio sobre mim e todos riram. Riram de pena, nojo, frustação e graça. Me ridicularizaram na frente de toda a escola, de todo mundo e o pior, o meu melhor amigo participou disso, rio de mim... foi demais. Meu coração se partiu em mil pedacinhos e eu passei um bom tempo trancada em casa, foi quando eu emagreci cruelmente e durante 2 meses de quase 70 quilos eu estava com 50 e depois 40 até chegar aos 37. Eu estava anoréxica, não comia nada e todas as manhãs sem ninguém saber eu ia correr pela fazenda com casacos e calças pra esquentar meu corpo e eu perder mais peso, durante mais ou menos 3 horas. Minha mãe buscou tratamento psicológico pra mim na cidade grande, mas nada adiantou até que eu fiquei internada numa clínica na cidade pra reabilitação alimentar.


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Notas finais do capítulo

Gostaram ?? Esperem o próximo capítulo ^-^