Somebody that I Used To Know . escrita por Brigit Rausing


Capítulo 1
Love is a Losing game.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem *--*



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Hoje o dia não foi nem tão fácil assim, como eu moro em uma fazenda com amplos territórios e com vários animais, mesmo tendo funcionários, tive que pegar a Esmeralda e ir ajudar meu pai com o gado. É até bom de vez em quando, eu não trocaria por nada o vento batendo no meu rosto e o cheiro de planta e flores invadindo o meu olfato. Cavalgando pelas terrar, avistei ao longe meu pai tentando colocar o gado para dentro da cerca depois deles terem se alimentado. Ele sempre se enrola com isso, pois não tem noção de quantos animais temos, ai ele pede minha ajuda já que eu faço isso por mais tempo.

Terminando o “serviço”, fui tomar um banho na pequena cachoeira perto dali, e aproveitei e deixei Esmeralda tomando um pouco d’água e se refrescando nas sombras das árvores. A água preenchia a minha pele de um modo tão reconfortante, eu amava estar ali, amava a sensação de liberdade que tinha. Meus músculos rígidos pela cavalgada anterior, agora estavam me proporcionando uma leve sensação de tranquilidade e frescor. Nadei um pouco, mergulhei até o fundo pra poder ver através das águas cristalinas os peixes, aproveitei e peguei alguns pra a minha mãe cozinhar, aliás, hoje temos visita.

Terminando, vesti as minhas roupas e fui caminhando com Esmeralda e a coloquei no estábulo, e na volta fui pra casa.

Mãe: Sophie, trouxe alguma coisa ?

Sophie: sim mãe, trouxe peixes pra cozinhar mais tarde. Não iremos receber visitas não é?

Mãe: sim,sim. É um amigo de infância do seu pai chamado Bobby. Quer almoçar agora?

Sophie: não, tô sem fome.

Mãe: aonde você estava esse tempo todo? Seu pai já chegou do mercado e estava procurando por você...

Sophie: ah, eu vou procurar ele. É porque eu queria comprar um vestido novo... sabe, causar boa impressão.

Mãe: Ótimo! Quer ir agora?

Sophie: e o papai? Ele vai ficar me esperando.

Mãe: eu ligo pra ele. Tem a caminhonete na garagem, vamos?

Sophie: Ta, deixa eu só calçar uma sandália.

Saindo, minha mãe me deu as chaves para eu ir dirigindo enquanto ela ligava para meu pai avisando que estávamos de saída, motivadas a comprar algo para o jantar de hoje a noite. Chegando no shopping, estacionei a caminhonete barulhenta em um canto isolado do estacionamento, com aqueles carros de altas marcas e design era fácil ficar-se intimidada.

Entrando, visitamos várias lojas, vimos vestidos deslumbrantes, mas não que me agradasse. Fizemos um pequeno lanche e voltamos a procurar mais, por todo o shopping e nada.

Mãe: filha, você tem que gostar de algum vestido que te agrade...

Sophie: eu sei, eu sei, mas é difícil.

Vendedora: Bem, temos essa última opção aqui...

Foi um BOOOM. Eu gamei no vestido: simples, delicado, moderno, dava pra exibir minhas lindas pernas, e o melhor de tudo, era preto. Simplesmente perfeito, fluído nas pontas o que dava um ar de leveza ao meu corpo, realçava meu olhos e me deixava mais alta. Fui no provador e todas as minhas hipóteses foram concluídas.

Sophie: é esse... eu vou leva-lo.

Mãe: tem certeza? Não é muito fluído? Pode aparecer a sua calcinha a qualquer movimento brusco...

Sophie: mãe, essa noite, eu vou ser uma lady.

Vendedora: posso empacotar?

Sophie: Pode.

Voltando do shopping, mamãe ainda parou numa feira local para comprar verduras e frutas para a sobremesa e alguns mimos aos convidados de hoje a noite. Chegando em casa, o peixe que eu tinha pescado hoje pela manhã já tinha sido cozido pelo meu pai, e não esperamos e o almoçamos junto com arroz, bife, e cerveja. Não somos uma família “classuda” apenas gostamos do conforto e de diversão - moderada é claro -. Mesmo meu pai tendo uma grande criação de animais, ao qual sustenta a família com a venda de ovos, leite, soja, gado, plantas e queijo, minha irmã Megan manda quantias em dinheiro para nós, não é todo mês em que podemos sair e nos divertir. Já existiram tempos de vacas magras na família, aonde na maioria dos dias tivemos que consumir o que plantávamos, e eu, meu pai e minha mãe iríamos vender alguns de nossos produtos que sobrava pra poder alimentar os animais e comprar produtos para eliminar os germe, fungos e pequenos animais roedores da plantação. Mas graças a Deus tudo isso passou e hoje é tempo de vacas gordas.

Almoçando, fui tomar banho por que ás 4 da tarde eu iria a um salão de beleza cuidar do meu cabelo e da minha pele. Talvez nem tenha tanta importância assim esse jantar que mereça toda a minha atenção, mas é que faz bem para o meu pai deixar uma boa impressão de toda a família, já que esse Bobby me viu quando pequena, e cá pra nós eu não era tão bonita assim: óculos fundo de garrafa, aparelho nos dentes, cabelo sempre preso em um rabo de cavalo e gordinha, era assim que eu era. Mas enfim, subi para meu quarto e tomar um belo banho, quando me olho nos espelho, vejo uma criatura de corpo esbelto, alto e com belas curvas, pele um pouco morena e olhos grandes e azul claro, com uma cascata longa e lisa de cabelos negros. Pela minha aparência e principalmente pelo meu corpo bem formado e chamativo, quando chegava em algum lugar sempre era taxada de prostituta, puta, garota da vida ou algo assim, em consequência disso já sofri alguns abusos orais no ônibus, metrô, rua e na escola, os meninos/homens/velhos sempre me diziam coisas nojentas ou faziam convites impróprios. Foi com isso que eu me isolei mais do mundo, morava antes na Espanha, lugar onde eu nasci, mas me pai comprou algumas terras aqui na Irlanda e vinhemos morar aqui, há uns 10 anos. Megan minha irmã mora nos Estados Unidos, fez faculdade de Direito, está no ultimo ano preste a se formar e está noiva, ela é muito nova pra casar tem apenas 24 anos mas segundo meus pais quanto mais nova melhor, espero que isso não aconteça comigo.

Troquei de roupa por um jeans e camisa social, uma bota e deixei meus cabelos soltos por um tempo pra ver se seca antes de eu chegar no salão.

Mãe: já vai filha?

Sophie: já, já. Espero chegar aqui antes das 8.

Pai: eu vou sair agora, vou lá no mercado. Te dou uma carona.

Mãe: hm... eu acho que vou também.

Pai: por que meu amor? Você fica linda de qualquer jeito. (beijo)

Mãe: é por que não fica legal né Inácio? Todo mundo arrumado, é um jantar formal e eu sem me ajeitar? Não dá.

Pai: tá bom . ZEZÉ! (empregada)

Zezé: oi seu Inácio.

Pai: cuida da comida por enquanto que Marry e Sophie vão sair. Eu vou lá no mercado precisa de alguma coisa?

Zezé: só de um remédio pra gripe que meu menino pegou ontem.

Pai: certo, certo. Vamos?

Mãe: Vamos.

No carro...

Pai: filha, eu estava pensando... o filho de Bobby... ele é bonito.

Sophie: e daí?

Pai: ah... sei lá. Você nunca arranjou algum... namo... namora...

Mãe: Namorado.

Pai: é, isso. Bem ele pode ser um bom partido.

Sophie: pai, a pessoa certa vai chegar quando menos esperar.

Pai: nem um pretendente apareceu até agora.

Sophie: tá, eu sei. Mas eu não sou de estar me oferecendo por aí.

Mãe: nós sabemos filha, mas... você tem que viver... namorar...viajar...

Sophie: tá, mãe, tá.

Pai: promete que vai tentar conhecer melhor o filho de Bobby?

Sophie: eu nem conheço ele!

Mãe: custa alguma coisa conhecer?

Sophie: custa.

Mãe: o que? A sua virgindade?

Sophie: a minha dignidade.

Mãe: mas promete que vai tentar? Eu com 15 anos achava que já estava grávida de seu pai...

Sophie: prometo.

Chegando no salão, meu pai foi para o mercado e eu e minha mãe entramos e meu pai foi embora. Minha mãe tem alguns amigos que trabalham no salão e que a noite ganham a noite com Drag Queen e que entendem bem de maquiagem, talvez estivéssemos em mãos confiáveis. Primeiro começaram a maquiagem, eu estava ficando agoniada com tanta quantidade de cremes e batons junto de mim, não sou tããão vaidosa assim, mas se é pra apagar aquela minha antiga imagem da infância da mente de meus convidados estava disposta a enfrentar. Demorou um tempo e logo partiram para a minha juba que estava mais oleosa do que nunca, é essa a desvantagem de ter cabelo liso e comprido, sempre fica oleoso e tem que ficar lavando o tempo todo. Nisso senti um cheiro de spray no ar e foi quando vi que eu estava pronta, quase no mesmo tempo que a minha mãe já que o meu penteado foi bem simples e a maquiagem um pouco trabalhada e a da minha mãe foi bem simples com um penteado um pouco mais trabalhado. Meu cabelo estava divino, preso em uma espécie de trança de raiz onde a ponta da trança se dobrava e se escondia perto da minha nuca. O da minha mãe foi um pouco mais difícil já que seu cabelo é um pouco mais curto que o meu, aliás todo cabelo que eu vejo é mais curto que o meu por que ele chega no meu tronco, apenas 7 centímetros da cintura. Acabando, ligamos para meu pai e ele veio nos buscar.

Chegando em casa, em mal reconheci: muito limpa, com lustres de brilhante, a lareira estava acesa criando um clima rústico e confortável, os móveis estavam incrivelmente limpos proporcionando uma sala mais ampla e bonita, o carpete creme estava tinindo e o ar estava com cheiro de brasa. Uau.

Subi para o meu quarto e fui tomar outro banho mas dessa vez de Jacuzzi. Coloquei os sais até que fizeram espuma o suficiente. Entrei e quando senti aquela água quentinha na minha pele foi um... alívio enorme. Relaxei, apenas relaxei. Acordei do transe com a minha mãe batendo na porta.

Mãe: SOPHIE?! SOPHIE!

Sophie: o que mãe?

Mãe: eles já chegaram, você está pronta?

Sophie: AH MEU DEUS!

Eu sai correndo e me dei conta que tinha ficado 1 hora relaxando no banho que esqueci do jantar, e fui abrir a porta do quarto ainda enrolada na toalha.

Mãe: Sophie, o que aconteceu?

Sophie: eu apenas deitei na Jacuzzi pra relaxar e esqueci do tempo...

Mãe: Jesus. Tá, ainda bem que não borrou a maquiagem e nem desmanchou um fio de cabelo do penteado.

Sophie: eles já chegaram?

Mãe: Já, e o filho dele perguntou por você.

Sophie: Oh Gosh me ajuda a vestir o vestido, rápido!

Mãe: tá.

Me vesti, calcei uma sapatilha cinza com brilhantes dourados, bem confortável. Borrifei um pouco de perfume em mim e coloquei um pouco mais de gloss rosa bebe. E eu estava pronta. Chegando um pouco antes do topo da escada, deu pra ouvir meu pai, Bobby e o filho dele conversando.

Bobby: mas e então Inacio? Cadê a pequena Sophie?

Pai: ela deve estar se trocando.

...: eu não vejo a hora de vê-la finalmente. Depois de tanto tempo, desde que brincávamos de lama na escola que eu não a vejo. Ela deve estar radiante.

Deu pra notar o tom de sarcasmo na sua voz, provavelmente ele deve se lembrar de como eu era: aparelho, óculos fundo de garrafa e um fato que eu não contei, eu tinha uni celha.

Sophie: quê? Eu nem brincava com ele! (sussurro)

Mãe: Brincava, talvez você não se lembre, mas vocês dois saiam pelados pelo quintal e pulavam na cachoeira.

Sophie: ainda bem que eu não lembro.

Mãe: vamos.

Sophie: espera, qual o nome do filho dele?

Mãe: Jon Campbell.

Maquiagem

Penteado



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