Somebody that I Used To Know . escrita por Brigit Rausing


Capítulo 17
Fly


Notas iniciais do capítulo

Hey girls! Espero que gostem do capítulo e já estou quase acabando outro... vocês não perdem por esperar! Qualquer coisa me enviem uma mensagem que eu estarei a inteira disposição! Um beijo pra todas. :*



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Acordei em cima das malas que estão na minha cama. Desci pra a cozinha e fumar um pouco, como já mencionei, o primeiro é o melhor do dia. Tomei um pouco de suco com algumas torradas que a empregada tinha feito ontem de manhã, honestamente, eu nem a vejo. Liguei pra o sistema de balsas de Ohio pra transferir meu carro pra Nova York, pediram uma taxa de setecentos dólares e estou indo agora ao banco depositar o dinheiro na conta da empresa. Ainda tenho que ir em Megan receber as instruções que ela tanto quer me passar, ir ao shopping com Kath, dormir um pouco e finalmente ir ao heliporto embarcar. Meus deuses, eu estou a algumas horas de revê-lo! Isso é tão animador de uma certa forma... Subo pra tomar banho, escovar os dentes e trocar de roupa. Ajeitei meu cabelo e saio de casa. Kath essa hora deve estar se arrumando pra ir fazer as provas da faculdade, talvez eu devesse a esperar pra dar a ela uma carona. Melhor não, se eu a conheço, ela vai demorar muito. Peguei as chaves do Ranger e fui direto a Anelim. Escuto o telefone tocar, rapidamente o conecto ao mp3 e boto no autofalante.

Megan: oi Soph, onde você esta?

Sophie: Pegando a rodovia agora.

Megan: vem aqui em casa, não vou trabalhar hoje na Anelim, trouxe o trabalho pra casa.

Sophie: tá doente?

Megan: gripe, da braba.

Sophie: então tá. Cadê Xavier?

Megan: viajou.

Sophie: então tá. Te vejo.

Megan: até mais tarde.

Encostei o carro no acostamento e fiz a curva pra pegar a outra mão da pista. Fui dirigindo ouvindo música enquanto os raios de sol iam aumentando o seu tom. Abri um pouco os vidros por causa do cheiro do cigarro e comecei a fumar. Chegando na casa de Megan, dei meu carro ao manobrista e entrei no prédio. Peguei o elevador e quando cheguei no andar desejado, bati na porta. Ninguém respondeu então eu entrei. Vi Megan sentada na mesa, digitando alguma coisa no computador e com os fones de ouvido.

Megan: ah, oi Soph! Eu nem te vi.

Sophie: eu percebi. – acabei o cigarro e joguei no vaso da planta.

Megan: você deveria parar de fazer isso.

Sophie: já me disseram isso antes. E então. – soltei a fumaça pela boa. – o que eu tenho que fazer.

Megan: sente-se.

Eu me sentei ao seu lado.

Sophie: estou a todos os ouvidos.

Megan: você já contratou o serviço da balsa?

Sophie: já, eu vou agora depositar o dinheiro na conta.

Megan: me dá o numero que eu deposito aqui mesmo pela internet.

Sophie: tá. – cutuquei minha bolsa e peguei meu celular. Fui em notas e achei o número da conta. Dei o número a ela e efetuamos o depósito.

Megan: escute bem. Quando chegar em Nova York, Jon vai lhe dirigir a um hotel. É lá onde você vai ficar até voltar, sem mais nem menos. Eu estimei um prazo de mais ou menos um mês que vocês vão ficar lá, então sejam rápido o quanto antes. Eu depositei mais vinte mil dólares na sua conta no caso de despesas extras, mas nada de mudar de hotel. Entendido?

Sophie: uhum.

Megan: caso você mude tudo estará desfeito.

Sophie: mas porque...

Megan: sem mais nem menos. Jon tem o endereço do escritório do juiz e da casa dele. Eu disse a ele que iria enviar daqui a sete dias uma pessoa em meu nome pra poder fazer as perguntas e gravar tudo.

Sophie: mas Jon não pode fazer isso? Ele é o jornalista desse lance ai e não eu.

Megan: claro, como você acha que o juiz iria reagir ficando de frente com um dos responsáveis por difamar a sua imagem? Essa gente tem dinheiro Soph, dificilmente ele vai ser condenado a alguma coisa e provavelmente vai marcar o rosto de Jon pra mandar fazer algo muito pior. Você quer isso? – disse com um sorriso meloso de sarcasmo.

Sophie: não.

Megan: pois bem. Lá, você vai pedir a Jon que lhe indique um fotógrafo pra que possa tirar um foto dele pra a matéria e quando você for dá a entrevista, por favor, vista-se bem, pinte seu cabelo de uma cor neutra, sem cigarro.

Sophie: não vou pintar meu cabelo.

Megan: você acha que eles vão levar a sério uma advogada que tem cabelo colorido?

Sophie: talvez sim.

Megan: bem, você pode até não pintar. Mas faça um jeito de que a sua aparência transmita seriedade e segurança. Envie-me fotos de como vai estar aparentando.

Sophie: sim senhora, capitã.

Megan: mais uma coisa, nada de brigas. Nenhum tipo de brigas, tá me ouvindo?

Sophie: estou. – nessas horas eu só podia dizer: sim/não/estou/não estou. Ai de mim se resolver reclamar de alguma coisa.

Megan: mais outra coisa, eu enviei um discurso pra quando você for dar a entrevista e das possíveis perguntas que os entrevistadores possam fazer e as respostas que você deve dar. Sei lá, só uma sugestão.

Sophie: mas alguma coisa? – já estava impaciente.

Megan: lembrando que o embarque é amanhã de 6 da manhã e você tem que está lá de cinco. Outra coisa, eu vou pedir a Iv que leve o seu carro pra a balsa pra que daqui a 3 dias já chegue em Nova York. Seu carro está ai embaixo?

Sophie: está, mas eu vou ir pra os lugares andando? Não posso ficar sem carro querida.

Megan: eu aluguei um carro pra que você possa se locomover por hoje. Amanhã eu irei busca-la em casa e em Nova York Jon irá leva-la aos lugares que desejar ou então você pega um táxi.

Sophie: eu vou ficar a disposição dele pra ir aos lugares então?

Megan: você entende rápido, não?

Sophie: perfeito. – respondi com monotonia na minha voz.

Megan: perguntas?

Sophie: não.

Megan: e mais outra coisa: em hipótese alguma, fiquei longe de Jon, ele vai ser responsável por você lá, vai te ajudar em que precisar e vai lhe mostrar a cidade. Não quero que você se perca.

Sophie: agora ele virou minha babá?

Megan: não. –ela me olhou feio.– digamos que aparentemente você seja convidada do jornal pra a entrevista e quando isso acontece o mesmo tem que se responsabilizar em mantê-la em segurança e ajuda-la pra que você não se contrarie e mude de ideia.

Sophie: o que você disse de mim a eles?! Que eu sou uma dondoca metida?

Megan: não, eu só... disse que você é uma pessoa muito rígida e que se não for bem tratada pode mudar de ideia a qualquer instante. Eu tive uma conversa séria com o dono do jornal e ele me disse que se a entrevista for ao ar e sair a matéria ele vai arrecadar mais de 3 milhões fora o que as outras emissoras podem pagar pra ter o vídeo da entrevista.

Sophie: mas não são dois donos? Um do telejornal e o outro do jornal impresso? Como você conversou só com um? E o outro?

Megan: sua anta, é tudo de uma pessoa só. O telejornal e o jornal impresso.

Sophie: aaah ta.

Megan: entendido?

Sophie: mas os funcionários não sabem do acordo?

Megan: não, só eu, o dono, Jon e agora você. Eles pensam que você foi convidada pra a entrevista.

Sophie: certo. Mas porque Jon sabe?

Megan: ele é de extrema confiança do dono. O jornal estava quase a beira de uma crise financeira quando Jon entrou e graças as ideias de matérias criativas e sugstões interessantes o jornal começou a repor os gastos e a lucrar mais.

Sophie: sempre bom em tudo. - sussurrei pra mim mesma.

Megan: que café? – se levantou.

Sophie: não, obrigada. Eu vou lá à varanda fumar um pouco e daqui a pouco vou encontrar Kath no shopping.

Megan: eu vou pedir a Iv que pegue o seu carro e a locadora que traga o outro carro agora.

Sophie: O.K.

Estou nervosa, e à medida que eu fico nervosa eu fumo mais de 5 cigarros por hora. Eu vou reencontrá-lo em menos de 24 horas. Estou ao mesmo tempo impaciente... Angustiada... É um misto de sensações que eu não sei explicar. Olhei a paisagem ao redor e pude relaxar um pouco. Tenho que seguir em frente e ver no que vai dar. Eu preciso ver Jon novamente, fotos e memórias não são o suficiente. Quero sentir a sua pele, seu cheiro de novo, seu hálito, o seu toque, sua boca, seu cabelo, seu sorriso.

Foco, Sophie.

Tenho que me concentrar, as oportunidades que irão aparecer serão excepcionais. Bem, fumei mais alguns cigarros, limpei-me das cinzas, olhei o relógio. Dez e meia, Kath já deve ter acabado a prova.Liguei mas deu caixa postal, mesmo assim deixei um recado que estarei esperando ela no shopping em meia hora. Megan me deu as chaves do carro e eu peguei o elevador. Fui para o estacionamento e sai procurando pelo sensor de alarme o carro, Megan não me disse o modelo. Sai procurando... procurando... e finalmente acho um carro japonês minúsculo, do tamanho de um ovo de codorna que ascendeu a lanterna ao toque do alarme. Não é essas coisas todas... Mas, só por hoje não é? Não vai fazer mal. Entrei no cubículo e girei a chave na ignição. Fui direto ao shopping. Estacionei meu carro numa vaga bem, mas bem longe do portão de entrada. Ninguém é obrigado a ver Sophie Stelee num carro parecido com um ovo. Entrei em algumas lojas e comprei umas blusas, vestidos e calças. Liguei pra Kath e nos encontramos. Compramos mais algumas lingeries e comprei um vestido longo pra alguma ocasião especial, talvez. Passamos na farmácia e compramos alguma remédios, coisas intimas e pomadas, só por precaução. Cheias de sacolas, eu coloquei as minhas coisas no porta malas e outras no banco de trás pra poder caber tudo no carro e fui pra casa. Kath foi almoçar com a família de Carlos e como acabamos as compras em algumas horas ela iria trabalhar mais tarde. Em casa, liguei pra a cabelereira vir mais cedo, pois eu queria dormir um pouco.Ela chegou em menos de dez minutos e retocou as cores do meu cabelo. Paguei a ela e quando olho o relógio seis da tarde. EM MENOS DE DOZE HORAS. Deuses.

Subi, arrumei minhas coisas nas malas, tudo bonitinho e já levei pra a sala. Tudo O.K, fui fumar um pouco e tomei um belo de um banho de piscina. A garrafa de vodca estava na beira e segui tomando alguns goles até ficar zonza. Me sequei, nem troquei de roupa e nem jantei, deitei na minha cama pra relaxar um pouco. Com certeza, amanhã eu irei ver Jon novamente, então vai ser um dia e tanto. Fiquei nervosa, mas devido ao álcool peguei logo no sono.

                                        -

O despertador tocou, hoje é o dia. Acordei cantando e sorrindo feito criança. Fumei um pouco na cozinha e fui tomar banho. Me lavei com um sabonete líquido cheiroso que tem no banheiro, protegi meu cabelo contra a água com uma touca térmica já que ontem eu o escovei e fiz minhas unhas. Sequei-me e passei hidratante. Indo ao closet, escolhei um look confortável, mas ao mesmo tempo charmosa, bonita, que me realçasse, porém é início primavera em Nova York e o clima está confortável. Procurei meu sapato e fui me maquiar. Soltei meu cabelo, dei um jeitinho, peguei meu Ray-Ban e desci. Comi uma maçã e fiquei esperando na sala. Olho o relógio, quatro e cinquenta da manhã. Porque eu me acordei tão cedo? Ora cacilda. Fui até a piscina e me deitei um pouco na cadeira de praia ouvindo música. Lembro como se fosse ontem do dia em que nos fomos apresentados outra vez, o jantar, dos momentos do estábulo. Está tudo guardado na minha mente a sete chaves. Eu nunca me perdoaria se esquecesse. Meu celular toca, é Megan.

Megan: cheguei.

Desligo e me dirijo a sala. Abro a porta e dou a chave do carro japonês ridículo que ela me deu em seguida de uma bronca por ter me dado aquilo pra passar o dia. Iv pegou as malas que estavam junto do sofá e vejo que Kath aparece na porta.

Kath: Hey! Eu já estou pronta.

Sophie: hã? você vai?

Kath: vou te levar até o heliporto e de lá Megan vai me levar pra fazer o exame.

Sophie: então tá.

Megan: anciosa?

Sophie: um pouco. –não pude deixar de sorrir. Ela e Kath se entreolharam e sorriram também.

Megan: que bom, então, não esqueça do que eu lhe falei ontem. Se esquecer de alguma coisa, tudo que eu falei vai estar escrito no blackberry.

Sophie: certo. –Olhei a minha bolsa.–Tablet, celular, blackberry. Tudo aqui.

Megan: perfeito, vamos Iv?

Iv: vamos senhora.

Entramos no carro e segui mos conversando até o heliporto. Eu estou tão nervosa que nem falar eu consigo e mil borboletas estão no meu estômago. Minha deusa corre uma maratona olímpica pra gastar a energia devido à euforia que eu estou tendo. Excitação, adrenalina, felicidade, tudo junto. Pegamos a estrada sem congestionamento, ainda são 5 e vinte da manhã. Lá, fizemos o Check-up, autorizaram meu voo, coloquei minhas malas pra embarque e sentamos aguardando o piloto se preparar. Esse negócio de táxi aéreo sinceramente, é estranho.

Megan: não esqueça das coisas que eu lhe falei.

Sophie: tá, eu não esqueci.

Kath: e não esqueça das coisas que eu lhe falei.

Sophie: tá, eu também não esqueci. – falava pouco, meu nervosismo não deixa.

Megan: QUE COISAS?

Kath: papo calcinha Megan, estas fora.

Megan: eu também sou mulher tá?

Kath: casada.

Megan: mesmo assim. – ela fez biquinho.

Kath: eu vou sentir saudades Soph.

Sophie: é só um mês, deixa de drama.

Megan: eu também vou sentir saudades – simulou um choro falso e me abraçou.

Kath: e eu? Fico off dos abraços?

Megan: vem Kath. – revirou os olhos.

E ficamos ali, nós três abraçadas por um tempo. Ganhei vários beijos e beliscões na buchecha e recomendações.

Megan: não fale com estranhos viu?

Kath: e segure na mão de Jon antes de ir atravessar a rua.

Sophie: dá pra parar? – ri.

...: Atenção, Sophie Stelee, o piloto já está a sua espera.

Kath: vai com calma, qualquer coisa me liga. Vai dar tudo certo. – ela me deu um beijo na testa. –

Megan: qualquer coisa me liga também que eu vou pra lá em cinco minutos. – ela me beijou no rosto e me abraçou.

Sophie: vai dar tudo certo Megan e Kath, eu vou seguir o meu coração.

Kath: ele é o oráculo que nunca erra.

...: Atenção, Sophie Stelee, o piloto já está a sua espera.

Sophie: Tchau.

Fui seguindo pra a porta automática de vidro e ela se abriu. Não ventava muito. Vi um homem em frente ao avião que me cumprimentou e me ajudou a sentar na cadeira do helicóptero que é muito alta e a colocar os equipamentos de segurança. Lançando voo, de início acenei a Megan e a Kath que estavam dando “tchau” pra mim pela porta de vidro e dentro de segundos eu vejo todo Ohio.

Vai dar tudo certo, tem que dar tudo certo. Eu vou reencontrá-lo e só isso me faz feliz.


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Notas finais do capítulo

Reviews? :3