Somebody that I Used To Know . escrita por Brigit Rausing


Capítulo 12
Begin Again


Notas iniciais do capítulo

CEM REVIEWS, como eu conseguir isso? Bem, eu honestamente não sei. Obrigada novamente a todos que acompanham as minhas loucuras.



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Acordei com o barulho irritante que o celular faz avisando que a bateria está se esgotando. Me levantei, calcei minhas pantufas e fui ao banheiro, olho de relance para o relógio e ele marca pontualmente 5 da manhã, não vai demorar até Megan me chamar. Me olhei no espelho e pelos deuses, eu pareço Hades numa versão feminina mas talvez com um pouco de maquiagem eu fiquei menos feia. Liguei a jacuzzi deliciando-me com o som magnífico que o silêncio nos proporciona cantando algumas partes de uma música espanhola que me veio a cabeça baixinho. Fui na minha mala, peguei uma roupa que não chamasse muita atenção e simples. Procurei minha sapatilha azul que combinava com o vestido e coloquei em cima da cama enquanto fui tentar achar uma toalha, encontrando-a me dirigir ao banheiro e derramei um sabonete líquido com um aroma divino e fiquei de repouso ali por um momento, aproveitando os únicos segundos entre todos esses meses que a minha mente ficou vazia, em branco, sem nada pra pensar, onde nada existia, nem mesmo meu amor por Jon, ou minha angústia crescente a cada dia. Absolutamente nada. Enxaguei-me e me enrolei na toalha, troquei de roupa, arrumei novamente a minha mala que estava um pouco desorganizada, dobrei a toalha ainda úmida e a coloquei em cima da cama. Abri a porta e a casa ainda está na quietude matinal, fechei a porta e deixei as malas encostada na mesma pra que mais tarde alguém possa retirá-las. Desci as escadas e fui para a sala e todos estavam na mesa de jantar tomando café da manhã, a mesa estava farta: pães, queijo, bolos, suco, leite, frutas, café e outras coisas que eu não consegui identificar faziam o sala sem vida ganhar cor.

 Megan: bom dia querida, já iria lhe chamar. Que bom que já estar pronta. 

Arrodeei a mesa e me sentei entre Kath e Xavier, passando, dei um breve beijo na cabeça da minha irmã e alisei suavemente o ombro de Xavier.

Sophie: bom dia, olá Kath.

Kath: olá, pronta para hoje?

Sophie: mais do que nunca.

Servi-me de queijo, pães, leite e café. No início eu não estava com muita fome, mas a medida que eu fui comendo percebi que estava faminta.

Megan: meninas, eu e Xavier estávamos pensando: nesse período de Dezembro temos muitos pedidos de advogados, casos de complexidade imensa até casos de pouco porte. Se vocês puderem, poderiam nos ajudar no escritório? Nos ajudando a separar as páginas dos processos, fazendo resumos de casos de pequeno porte em apenas 2 ou três páginas para que nós da equipe possamos ter mais tempo, facilidade em lê-lo e interpretá-lo, queremos nesse mês fazer de tudo para economizar porque o Natal já está chegando... o que acham?

Kath: deixa eu ver se entendi: vocês querem que eu e Sophie trabalhemos no escritório de vocês lendo alguns processos pequenos e fazendo o resumos deles nas poucas linhas possíveis para que vocês economizem seu tempo lendo esses mesmo processos e adiantando o andamento da empresa para que possam ficar livres por mais tempo?

Xavier: exatamente.

Sophie: por mim tudo bem.

Kath: por mim também, desde que eu venha comer aqui com vocês no Natal, eu estou dentro.

Megan: você faz parte da nossa família agora Kath.

Kath: obrigada, a todos.

Voltamos a comer. Quando acabamos, Xavier chamou o porteiro para vir nos ajudar a carregar as malas para o carro. O caminho até a faculdade foi silencioso, e chegando no imenso portão de ferro Megan deixou eu e Kath. Agora é cada um por si.

Kath: você acha que vamos conseguir?

Sophie: tenho certeza.

Os dois portões de ferro com gavinhas entrelinhadas entre eles se abriu e rapidamente eu e Kath entramos. Atravessamos o campus e tudo é muito verde: um campo enorme com grama rasteira, com algumas árvores, um caminho feito de pedra avermelhada cortava o campo em dois  e no fundo uma grande casa estilo colonial que deveria ter sido construída no século 18 inundava as nossas vistas, devia ter no mínimo 3 andares. Respirei fundo, essa é minha nova escola. Caminhamos e fomos à direção da secretaria, entrando, avistamos uma mulher com cabelo loiro visivelmente pintado, uma pele excessivamente bronzeada e baixa. Ela estava de costa para nós duas até que Kath pigarreou.

Kath: olá, vinhemos aqui para a entrevista.

...: qual o nome de vocês por favor?

Ela falou os nossos nomes e eu permaneci a olhar mal educadamente a boca coberta de batom vermelho da mulher, cheia de dentes amarelados. Devia ter aproximadamente 60 anos, mas pelo que eu vejo, insiste em ter 20 anos novamente. Saindo, Kath disse que estávamos marcadas para a entrevista das 9 horas, mas como uma estudante desistiu, a nossa é a próxima. Subimos para o segundo andar e quando chegamos, vimos várias salas todas fechadas, algumas estavam com mulheres ou homens bem vestidos na porta como se estivesse guarda. Ficamos olhando por um segundo até que um dos homens cumprimentou ambas e perguntou se estávamos ali para a entrevista. Afirmando, o homem dirigiu Kath para a sala em que ele estava parado na frente e entrou junto com ela, uma mulher fez o mesmo comigo. Deveriam ser os entrevistadores. Entrei numa sala ampla, com duas poltronas confortáveis roxa, sem janelas, as  paredes de cor branca, com um pequeno móvel entre as poltronas com alguns cadernos e livros e para a minha felicidade: sem janelas.

...: Olá, meu nome é Tess. Qual o seu nome?

Sophie: meu nome é Sophie Stelee. 

Tess: você nasceu da Espanha não foi?

Sophie: sim, sou espanhola mas me naturalizei na Irlanda.

Tess: conte-me sobre a sua família. 

Sophie: somos uma família pequena, meu pai tem uma fazenda e trabalha no mercado vendendo o que nos cultivamos, leite das vacas, gado... e minha irmã tem um escritório de advocacia aqui em Ohio.

Tess: hm... já sofreu alguma decepção... seja amorosa, familiar, sentimental, material...?

Sophie: não.

Tess: nem um pensamento de suicídio?

Sophie: como é?

Tess: já pensou em se suicidar?

Sophie: não.

Tess: algum transtorno?

Bem, eu tenho meu passado na clínica de reabilitação, mas acho que não é o caso de citar numa entrevista de faculdade. Eu iria dizer oque? “Ah sim! Quebraram ovos em mim na minha formatura quando eu tinha cerca de 7 anos, eu fiquei transtornada e fui para uma clínica de reabilitação, mas eu não sou louca!” Quer dizer, talvez eu seja... ou não... se nem eu sei porque eu vou dizer a ela?

Sophie: não.

Tess: algum problema com mentira?

Cara, mas que ironia. Eu estou mentindo descaradamente pra a minha entrevistadora e ela me pergunta se eu estou mentindo. Lindo.

Sophie: até agora não descobriram. 

Tess: o que pensa em fazer quando acabar a faculdade?

Sophie: me formar em advocacia e trabalhar com a minha irmã.

Tess: nenhum pretexto inadequado? 

Eu não intendi porra nenhuma do que ela falou, mas tudo bem.

Sophie: não.

Tess: algum problema físico?

Sophie: não.

Tess: Certo... deixe me ver...

Ela olhou pra um papel que estava numa prancheta marrom.

Tess: ótimo, você já trouxe seus exames. Preste atenção, não permitimos atrasos. Essa ficha tem nossos horários, mapa da casa, regras, material didático necessário e o nome dos professores. Eu serei sua tutora colegial até o fim do ciclo e qualquer duvida ou problema você pode me perguntar e de 6 em 6 meses eu farei exercícios psicológicos com você. Será uma honra ter-lá como nossa aluna.

Ela me entregou uma pasta vermelha com alguns papéis dentro e me acompanhou até a porta. Saindo, encontro Kath me esperando. 

Kath: e então? 

Sophie: você tem algum problema físico? Mental? Já pensou em suicídio? Que merda foi aquela? 

Kath: exato, ele pensa que eu sou uma psicopata.

Sophie: talvez ele tenha razão.

Kath: que cor é a sua pasta? A minha é azul.

Sophie: a minha é vermelha.

Kath: quanto transtorno. Começa amanhã também?

Sophie: ainda bem. Sala 27 e você?

Kath: também.

Descemos as escadas e quando chegamos em frente ao portão Megan nos esperava.

Megan: vou levar vocês pra conhecer alguns Museus, teatros, parques, pontes, igrejas, shopping... o que acham?

Kath: nossa agenda vai ser cheia hoje.

Megan: e de volta passaremos na cidade de Campbell, vocês vão ver. Ela é linda.

Campbell. Jon Campbell. O que ele estaria fazendo agora? Peguei-me pensando nele e assim tudo ficou sem som, apenas os barulhos da minha memória entrando em açã, me fazendo ficar na inércia novamente e relembrar de todos os momentos unânimes que passamos juntos. Desde o dia em que o vi aconchegando Esmeralda com suas mãos de manhã cedo, do nosso quase beijo na cachoeira, do dia em que adormeci em baixo da árvore e ele me carregou em seus braços pra casa na chuva, seu pedido inusitado em namoro, das nossas brincadeiras, das vezes em que eu quase ia perdendo a virgindade e da nossa despedida. Tenho sobrevivido esses 2 angustiantes dias com a distração de visitar uma nova cidade e no entusiasmo de morar só, mas essas coisas não conseguem preencher o vazio que está no meu peito, um vazio que criou correntes em mim que remete a qualquer momento a lembrança dolorosa e oca da minha perda que talvez se estenda por anos. Digo talvez, pois nunca se sabe o que vai acontecer. Lágrimas inundam meus olhos e as memórias torturantes invadem a minha mente, dois dias curtos sem Jon, que pareceram à eternidade. Coloco os braços ao meu redor, sinto falta dele... Sinto falta dele... Eu o amo. Chorei sozinha ontem à noite ao som da sua voz desejando que não tivesse ido embora, que tudo pudesse ser diferente, que estivéssemos juntos. Espero que esse sentimento horrível e esmagador passe e que eu finalmente possa sair do inferno para trilhar uma caminhada em direção ao Paraíso. Respiro fundo e volto a apreciar a paisagem.

Megan: vamos primeiro ao Museu de Artes, o que acham?

Kath: eu acho maravilhoso! Amo artes.

Megan: o que acha Sophie? – eu não respondi – Sophie?

Sophie: oi.

Megan: algum problema?

Sophie: não, eu só... estava vendo a paisagem.

Megan: vamos ver o Museu, o que acha?

Sophie: ótimo.

Nisso, recebo uma ligação anônima.

Sophie: alô?

Désiree: Amiga! Quanto tempo! Como você está? Chegou bem ai em Ohio?

Sophie: Oh, Désiree! Não sabe quantas saudades eu tenho sua. Eu estou bem, ganhei uma casa aqui em Ohio e vou morar sozinha. E você?

Désiree: eu estou bem, estou nunca faculdade de moda aqui na França e brevemente irei visita-la! Estou tão feliz por ouvir a sua voz, sinto sua falta.

Sophie: eu também, tenho tantas coisas pra lhe falar. Como é que estão as coisas?

Désiree: estão bem, estou com um namorado aqui, Pierre é o nome dele. E você? Algum pretendente?

Sophie: não. Acho que nunca mais vou voltar a amar alguém.

Désiree: querida, siga com a sua vida. É o melhor que tens a fazer agora.

Sophie: eu sei mas...

Désiree: Deuses! Acabei de gastar 40 reais de créditos falando com você, a ligação internacional na França está cada dia mais cara. Tenho que desligar, se cuida.

Sophie: você também. Eu te amo, beijo.

Nisso escuto a linha cair.

Megan: quem era?

Sophie: Désiree, uma amiga minha.

Peguei meu telefone e fiquei ouvindo música. Primeiro tocou Knock you Down da Keri Hilson, Try da Pink, Skyfall da Adele, Begin Again; You belong with Me; Ours e Mine da Taylor Swift até que chegamos ao museu. O Cincinnati Art Museum também é usado como local para apresentações de Balé, tem algumas obras de artes abstratas, outras desenvolvendo cenas, comidas, animais. Não tinha muita gente, se tivesse 50 pessoas muito teria. Saindo, fomos ao teatro Cincinnati Music Hall, depois a gigantesca ponte Roeboling Suspension Bridge e na volta fomos ao Cincinnati Mall, um pequeno shopping local. Lá, compramos algumas roupas pra mim e Kath e sapatos pra podermos usarmos no escritório, minha irmã fez questão de comprar para que possamos ficar “apresentáveis” aos clientes que são sempre de classe social mais elevada, de todo o país e até mesmo alguns famosos. Segundo ela, Bill Clinton já buscou os seus serviços.  A noite chegou logo em seguida e por volta das 8 da noite eu estava em casa. Joguei minha bolsa na sala e fui arrastar o móvel que continha três garrafas verdes bonitinha mais para a esquerda pra poder eu ter mais espaço pra subir a escada mas quando eu fui perceber, o móvel não se mexia, era colado com o último degrau. Então eu finalmente percebi que na parte de baixo do móvel tinha outro degrau e eu tinha que subir. Que estranho, mas legal. Subi as escadas estranhas e me deparei com um corredor contendo 4 portas, entrei na primeira e era um quarto decorado em preto, roxo e rosa com uma cômoda preta no canto e o chão em carpete bege, decidi que este seria o meu quarto. Olhei um pouco e nada de suíte. Sai e abri a outra porta e me deparei com um closet enorme  que continha já alguns vestidos, sapatos, calcinha e sutiãs mas a maior parte estava vazia. Fui para a outra porta e estava no banheiro que por sinal estava do jeito que eu sempre quis: (não que eu não goste de jacuzzi mas depois de um certo tempo enjoa) com chuveiro gigante e uni térmico. Por ultimo, fui ver o quarto de hospedes. Voltei e desci as escadas: ainda faltava ver a cozinha. Chegando, tinha um bilhete assim escrito:

“ A empregada também é por nossa conta, ela chega na segunda-feira e trabalha de segunda a sexta das 7 da manhã até as 6 da tarde. O nome dela é Ming e ela é japonesa, mas não se preocupe que a mesma sabe falar inglês e espanhol. Aproveite, tem comida na geladeira.

                                                                                                                   Xavier.”

Mas nem com fome eu estava, resolvi ir tomar banho e ir dormi. Amanhã teria faculdade e começaria a trabalhar no escritório de Megan. Eu só rezo pra que tudo dê certo. Ou não.

Acordei as cinco e meia da manhã e me levantei pra tomar café. Vasculhei a geladeira e tinha queijos, bolo, pão, suco, leite e algumas frutas. Reuni tudo na mesa e comecei a comer. Acabando, fui ao banheiro pra tomar banho e sai enrolada na toalha direito ao closet, escolhi uma das roupas que estavam no cabide pois não desfiz minha mala na noite passada, calcei os sapatos, ao tempo que via algumas maquiagem para não sair de cara lavada estava fazendo uma trança escama de peixe e assim que acabei de ajeitar o cabelo fui escovar os dentes pra me maquiar, e quando acabei peguei meus óculos escuros e minha bolsa e sai de casa. Liguei pra Megan para saber que horas eu deveria estar na Anelim. 

Megan: alô?

Sophie: oi irmã, eu tenho que estar de que horas na Anelim?

Megan: de 3 da tarde.

Sophie: certo.

Megan: como está sendo o dia até agora?

Sophie: bem, eu acordei meio atrasada, tenho que ir pegar um ônibus até a faculdade?

Megan: tem um carro lhe esperando na entrada do condomínio, ele será responsável por lhe levar e busca-la da faculdade ou qualquer outro lugar que queira.

Sophie: Ok, eu estarei aí ás três em ponto então.

Megan: pergunte se Kath quer uma carona.

Sophie: onde é a casa dela?

Megan: a do seu lado.

Eu olho para trás e vejo Kath cheia de papel, alguns caindo no chão e ela xingando os deuses e o mundo por não conseguir fechar a porta devido estar atrapalhada.

Sophie: ah,claro. Eu vou falar com ela agora.

Megan: vejo você mais tarde.

Sophie: vejo você também.

Desliguei o telefone e coloquei na bolsa. Caminhei para onde Kath estava.

Sophie: bom dia.

Kath: AH, Soph! Vem cá me ajudar vem.

Eu me abaixei para pegar alguns papéis e coloquei na pasta que ela segurava enquanto a mesma fechava a porta.

Sophie: Megan nos cedeu um motorista até a faculdade.

Kath: a você no caso.

Sophie: é... mas eu vou te levar todos os dias comigo, não sei onde se pega ônibus aqui e tenho certeza que você também não.

Kath: ônibus? Eu tenho tutu azul querida, não pego ônibus.

Sophie: nem se Carlos fosse com você?

Kath: já vem você com essas histórias.

Sophie: ele é mega bonitão, gente boa, interessante, cavalheiro...

Kath: é, disso você tem razão. Mas minhas chances com ele são mínimas, se ele encostar um dedo em mim já vão dizer que é abuso de menor.

Sophie: estamos nos Estados Unidos, aqui de dezesseis anos em diante já é considerado de maior.

Kath: é mas eu não vou ter tempo pra isso e ponto final. Vamos?

Sophie: vamos.

Fomos andando até a entrada do condomínio e quando os portões se abriram vejo um Hyundai Elantra a nossa espera. Entramos no carro e demos bom dia. Iv tem cabelo raspado, um fone de escuta no ouvido e vestida terno preto e branco. Pelo que eu percebi não era de muita conversa. Eu e Kath conversamos um pouco e marcamos de amanhã de noite ir ao shopping pra que eu possa ajuda-la a mudar de visual devido a sua nova paixão platônica chamada Carlos. Chegando na faculdade, Iv falou de quando saíssemos ele estaria a nossa espera e assim entramos para atravessar o campus. Chegando na nossa sala depois de um século, não tinha muita gente, só alguns pingados reunidos em grupinhos sentados com livros nas mãos. Eu e Kath nos sentamos na frente e logo em seguida a aula começou. De início não teve muita coisa, apenas a apresentação de todos os professores do dia, vamos ter 3 aulas por dia e todos elas de professores diferentes, puxado? Não, inferno. Mas foi isso o que eu escolhi ,vou ter que aguentar. Tivemos uma pequena pausa para o almoço e eu e Kath saímos do campus em busca de algum restaurante local. Acabamos encontrando um e pedimos salada, arroz, bife, verduras e 2 garrafas de cerveja. Voltando, mais uma aula e finalmente estávamos livres! Freedom, esse vai ser meu novo lema de vida. Saindo do campus novamente, Iv já estava a nossa espera e nos levou direto a Anelim, que por sinal é totalmente linda. No início duvidei que aquele prédio inteiro fosse do escritório então perguntei a Iv que confirmou as minhas expectativas. Poxa, minha irmã deve ter dinheiro a beça, tanto que comprou com a ajuda do meu pai a minha casa, mora num apartamento gigante, se veste tão bem, tem filiais por todo o país e ainda manda todo mês uma ajuda de custo pra meus pais. Entramos e fomos para a recepção. Li no crachá de um funcionário o nome Douglas e paramos.

Sophie: boa tarde Douglas, onde fica a sala de Megan Stelee?

Douglas: no quarto andar, a ultima sala senhora.

Sophie: obrigada.

Pegamos o elevador e para a nossa surpresa, encontramos Carlos.

Carlos: ora quem eu vejo aqui!

Kath: você não foi pra Nova York?

Carlos: vou ficar aqui e adivinha pra quê?

Sophie: pra...?

Carlos: vou ser o instrutor de vocês.

Kath: sério? – falando com entusiasmo demais – quer dizer, que bom.

Carlos: eu já iria esperar as minhas meninas lá fora, mas já que chegaram, vamos para a sala de vocês.

Ele colocou um de seus braços em volta do meu ombro e fez o mesmo com Kath quando chegamos ao andar desejado. Tinha 2 sala logo de frente e entramos na porta preta opaca com a maçaneta azul.

Carlos: esse, é o escritório de vocês.

Kath: uau, é tudo tão lindo.

Carlos: e o meu escritório juntamente com o de Xavier é o do lado, qualquer coisa, só é dar umas batidas na parede que eu venho correndo.

Kath: interessante.

Eles trocaram olharem maliciosos e cheios de segundas intenções, mas eu não sou obrigada a ver essa amostra grátis de sexo por olhar na minha frente.

Sophie: cadê a minha irmã?

Carlos: em uma reunião.

Sophie: certo, cadê os processos?

Carlos: hm... separei alguns pra cada uma de vocês e estão na gaveta da esquerda da mesa de cada uma, na outra tem papel, lápis, caneta, um Tablet Apple e um Blackberry pra cada uma. O blackberry tem a lista de contato de todos os funcionários e números de emergência caso precisem. Tem números de todos os restaurantes da cidade, lojas, mapas e podem nos enviar e-mails mas apenas o usem para fins de se contatar com alguém da empresa, alguma necessidade no trabalho e facilitar o processo para que acabem mais rápido. Certo?

Kath: certo, certo.

Sophie: podemos começar?

Carlos: quando quiserem. E eu ia me esquecendo, eu e meu amigo Sean vamos sair pra beber mais tarde, o que acham de virem conosco?

Sophie: de que horas?

Carlos: de oito da noite, vamos ao Pub Center.

Kath: por mim ta fechado.

Sophie: então tá.

Carlos: vamos passar na casa de vocês ás sete.

Sophie: não precisa, o Iv nos leva.

Carlos: Iv?

Sophie: o motorista que minha irmã contratou pra mim.

Carlos: certo, quando chegarem lá me liguem.

Kath: Ok, nos vemos em breve.

Carlos: nos vemos. – Ele deu uma piscadela que com certeza não foi pra mim, e saio.

Kath: pelo visto nossa ida ao shopping vai ficar pra outro dia.

Sophie: Pena. Vamos trabalhar?

Kath: vamos.

Sophie: pelo visto vamos ter que ocupar a mesma bancada.

Kath: eu compro outra mesa pra mim quando juntar dinheiro, não se preocupe.

Sophie: ou vice e versa. Depois vemos isso.

Deixamos nossas bolsas em cima do sofá e ligamos o ar-condicionado pra resfriar um pouco mais o ar. Ao lado da minha gaveta tinha os processos e comecei a ler. O primeiro que vi foi de uma mulher que lutava na justiça pelo auxílio alimentação que seu marido não estava pagando, porém ele estava na cadeia e não tinha como trabalhar, quitar a dívida e sua esposa precisava cuidar dos 13 filhos. O segundo é de uma família que processa uma empresa de climatizados já que a matriarca ao invés de colocar o aparelho pra esquentar o programou para resfria, nisso ela morreu já que onde a mesma morava fazia 12 graus negativos e com a ajuda do aparelho seu corpo não aguentou a baixa temperatura. Teve tantos outros casos que me fizeram para e pensar: “puta merda, eu sou muito sortuda”. Escrevi o relatório de todos numa folha de ofício informando o número do processo, os envolvidos e só depois enviei por e-mail para a minha irmã.

Sophie: acabei.

Kath: eu também. Vamos?

Sophie: que horas são?

Kath: sete horas em ponto.

Sophie: temos que chegar em casa em 15 minutos. Vem lá pra casa pra nos arrumarmos juntas.

Kath: combinado.

Arrumamos os papéis em nossas gavetas, pegamos nossas  bolsas, apagamos a luz e fomos bater na sala de Carlos.

Sophie: ainda aqui?

Carlos: eu vou daqui mesmo ao Pub.

Sophie: estamos indo pra casa nos arrumar então, só batemos na porta pra checar se você estava ou não.

Carlos: eu estou enviando a conclusão de alguns processos a algumas pessoas e depois eu saio.

Sophie: estamos indo então, tchau.

Kath: beijo, tchau.

Carlos: tchau.

Saímos do prédio e Iv no esperava na frente. Entramos no carro e quando eu cheguei em casa fui logo preparar o banheiro: secador, babyliss, chapinha, maquiagem, perfume e desodorantes fizeram parte do grande balcão, separei a minha roupa  no closet junto com calcinha e sutiã novos e fui comer algo. No silêncio da cozinha recebi um torpedo que me informava que eu recebi bônus de 100 dólares pra ligações internacionais. Procurei na minha agenda o nome “Jon” e liguei.


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Notas finais do capítulo

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