Fake Diamond escrita por Luan


Capítulo 4
O desfile dos tributos


Notas iniciais do capítulo

Oi meu amores.
Então, mais um capítulo pra vocês e espero que gostem.



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– Vou deixar você lisinho – diz Evenno, que faz parte da minha equipe de preparação.

Três integrantes constituem a minha equipe de preparação, que vai me deixar “bonitinho” para os Jogos. São eles: Evenno, o garoto loiro e alto que tem unhas afiadas e decoradas na cor rosa. Maisha, uma adorável mulher de cabelos verdes e incrivelmente gentil, com a pele amarelada. E por fim, Natghe, que é mais um homem que finaliza minha equipe. Natghe é jovem e não fala muito, mantém-se reservado, guardando as palavras e trabalhando apenas com suas mãos. O que mais chama minha atenção em sua aparência são sua íris de cor laranja e seus cabelos na coloração cinza, que possuem uma mecha que se sobressai da cabeça com cabelo bem aparado. A mecha cai sobre um de seus olhos.

Estou no Centro de Transformação, mais tarde irei fazer minha primeira exibição ao público e devido a isso, estou sendo lavado, perfumado e depilado.

Desde que cheguei, passei a maior parte do tempo deitado em uma mesa onde realizam em mim todos os procedimentos estéticos. Retiraram todos os pelos do meu corpo e esfoliaram minha pele, tornando-a sensível demais, o simples contato com qualquer coisa provoca uma irritação. Fizeram minhas unhas, hidrataram minha pele, arrumaram meu cabelo, me aplicaram cremes que fizeram com que minha pele ardesse como fogo e logo em seguida somaram outro produto que me fez arrepiar com o frio instantâneo.

Nunca soube que os garotos passavam pelo tratamento, que eu tinha conhecimento que as garotas passavam, a remoção dos pelos. Mas retiraram todos do meu corpo. Até mesmo os pelos faciais. Aplicaram em minha pele uma substância que fez com que meus pelos da barba caíssem e não voltassem a crescer por um tempo de equivalente a três meses. Não que os Jogos fossem durar todo este período.

A sensação de estar aqui não é muito boa. Me sinto exposto, e isso é só o começo. Por enquanto, ainda é apenas minha equipe, que não liga muito para nudez, e vai me acompanhar por todo os Jogos. Mas isso não é nada. O pior vai ser na arena, todo o país acompanhando cada passo que meus pés completarem, estarão lá, com seus olhos bem abertos. Me observando.

– É só mais essa, eu prometo – Evenno transmite uma expressão de pena antes de puxar o papel colante com força do meu peito e meus pelos finos e loiros saírem agarrados a ele.

Meu grito soa no recinto.

– Shhh, shh – Maisha vem logo em seguida, espalhando uma pastar cor azul no meu peito nu.

Alivio.

– Ok, última parte – a mulher me ajuda a levantar da mesa e me conduz até uma cadeira enorme e confortável com banquinhos não tão convidativos em sua volta.

Me sento na espaçosa poltrona, que Maisha indicou, e fico-a encarando. E é o mesmo que ela faz, me avaliando.

Maisha bate palminhas animadas e eu acho que é o fim, mas as palmas foram apenas um sinal para que o resto da trupe continuasse seu trabalho.

Evenno trás uma maleta prata e chamativa demais. Natghe trás entre os dedos uma bolsinha pequena e discreta.

Evenno se posiciona em minha frente e pousa sua maleta em um banquinho ao lado.

Click” “click”, produz quando ele destrava a mala e sua parte superior vem à tona.

Uau, é fabulosa.

Cosméticos, maquiagens, perfumes e uma série de coisas ligadas a procedimentos estéticos. O que mais chama minha atenção não é a centena de produtos no interior da maleta, mas sim que a mala não é de Evenno. A mala é minha.

No interior da maleta encontram-se letras prateadas, grandes e visíveis. “Cassius, Distrito 1”.

É a vez de Natghe e Maisha darem continuidade aos seus afazeres. Natghe vai para trás da minha poltrona e puxa meus ombros até meu pescoço se encontrar com o encosto de cabeça. Maisha puxa minha mão direita para o lado, aonde não vejo sua posição, mas deduzo que esteja acomodada em um dos bancos.

Sinto a camada fria de esmalte ser depositada acima de uma das minhas unhas e puxo minha mão num ato rápido.

– Mas o quê? – levo meu palmo até à face, mas não acho nada sobre minhas unhas.

Maisha agarra minha mão novamente.

– É só uma base, bobinho. Sem objeções. Lembra? Foi o que a Andrômeda falou. – Diz a mulher amarelada.

Tenho que concordar. Andrômeda havia nos alertado sobre não reclamar dos procedimentos que iriamos passar até chegar ao estilista, aonde poderíamos optar por uma roupa adequada. Ela me explicou em detalhes que não deveria recuar dos “cuidados” da minha equipe porque eles faziam parte do povo supérfluo da Capital, ou seja, se fosse do gosto deles o modo como eu ficaria, quando estivesse totalmente finalizado, a Capital aprovaria meu visual.

Então pensei no meu estilista. Ainda não o conheço. Na verdade, sei que é uma mulher porque Evenno a mencionou, que eles teriam em torno até das cinco horas da tarde até me entregarem para a estilista, que ia tratar das minhas vestimentas ao longo dos acontecimentos dos Jogos.

Volto ao mundo da tortura e Evenno passa sobre minha pele do rosto um pó, dando pequenas batidinhas nas minhas bochechas com um pompom.

Enquanto Evenno passa uma série de maquiagens em meu rosto e Maisha cuida das minhas unhas, Natghe puxa de sua bolsinha uma latinha comprida de spray e começa aplicar em meus fios. A fumaça que sai da ponta do produto é lívida e cheirosa.

– O que é isso? – me atrevo a perguntar para Natghe , enquanto Evenno passa um liquido em minhas pálpebras.

– É uma tintura em spray. Sua estilista que pediu, faz parte da roupa que você vai usar – Natghe abre sua boca, soltando uma sonora voz grossa que me assustou ligeiramente.

Fico calado e deixo que continuem com seus procedimentos.

Ao todo se passa mais uma hora que eu fico sentado ali e quando terminam me sinto um pouco desconfortável. Sinto meu rosto pesado, com toda essa maquiagem delineando minhas feições. Nunca havia usado nada do tipo, é como uma mascara. Minha pele está esticada, eu sinto isso, porque ainda não me olhei no espelho.

Evenno me trás um roupão fino e me cobre, quase me abraçando.

O contato com o tecido irrita minha pele e estou prestes a usar minhas unhas para acabar com a coceira, quando Maisha me manda um olhar escandalizado, proibindo-me da ação.

Sou conduzido até um espelho que é maior do que eu e tomo um susto, encarando a pessoa que está posta na minha frente.

Sou eu.

Uau, incrivelmente sou eu aquela pessoa que se encontra ali. Parado, completamente pálido e bonito. Estou bonito de verdade. A maquiagem que foi aplicada no meu rosto não me deixou com um rosto feminino, pelo contrário, aliviou algumas expressões fortes que eu possuía e alguns defeitos na minha pele. Evenno fez com que meus olhos azuis fossem valorizados e meus lábios refletirem um pouco de luminosidade do local, nada escandaloso, apenas natural. Meu corpo está liso e branco, minha pele está sensível, porém macia, está agradável. Mas meus cabelos são o que chamam mais minha atenção, estão espetados para o alto e brancos. Ou seria prata? É uma mistura dos dois, está incrivelmente interessante.

– Agora é a vez de Leesey cuidar de você, querido – Maisha já vai me conduzindo para uma porta gigantesca.

Ela puxa a porta pelo seu longo puxador e logo após estamos no interior de uma pequena sala com dois sofás vermelhos, diante de uma mesa de vidro.

– Permaneça aqui até ela chegar – Maisha vai à direção da porta e antes de se retirar, me manda beijinhos carinhosos. – Nos vemos no dia da entrevista.

Permito-me um sorriso verdadeiro.

A estilista não é chega muito cedo e por isso me sento em um dos sofás que ficam de frente para a graciosa mesa. Apoio minhas mãos sobre a superfície e as encaro. Estão tão cuidadas do que em toda minha vida.

Uma porta que eu desconhecia a existência, desliza para o lado, dando passagem para uma mulher. Que deduzo ser minha estilista.

Por educação, levanto-me e vou à sua direção.

– Ah, olá – diz ela, estendo a mão para um cumprimento.

– Oi – pego em sua mão e a balanço duas vezes.

– Ah, continue sentado, por favor – ela indica o sofá que eu estava anteriormente e se senta no que está do outro lado.

Sigo seu pedido e volto a me sentar no meu lugar de origem.

– Com fome? – ela sorri.

Ela realmente é linda. Sua pele chega a ser mais branca que a minha e é isso que a torna delicada e bela. Seus fios finos e graciosos estão todos, sem exceção, presos em um coque atrás da cabeça. A cor dos seus fios quase chega a se assemelharem com os meus que estão agora. Seus lábios estão coloridos com um batom extremamente escarlate, que contrasta com a sua pele e a lividez de seus dentes perfeitos. Sua roupa é um vestido negro envolvido por um corpete cor prata, que prende sua cintura e a modela, como uma manequim.

– Cassius? – sua voz doce se prolonga quando ela chama meu nome. – Está com fome, Cass?

Gosto do apelido.

– Oh, sim. – sorrio com vergonha, por estar verdadeiramente faminto.

Ela assente e dedilha a mesa. Um painel digital surge sobre a superfície e logo a mulher faz uma série de perguntas, sobre o modo que eu desejo minha refeição. Em poucos segundos, o tampo da mesa se abre ao meio, dando passagem para um prato de nozes assadas, envolvidas em uma camada de ervas silvestres, com molho de ameixas vermelhas e pequenos cubos de carne de antílope.

Ela também realiza o seu pedido, alegando não resistir à comida da Capital e me acompanha em uma refeição bem descontraída.

– Então, Cassius – ela chama minha atenção após finalizarmos nossos pratos. – Como sabe, hoje vai ser sua primeira aparição oficial ao público que vai ser essencial para sua sobrevivência dentro do Jogo. Essas pessoas, são facilmente atraídas por beleza e você tem um atributo na manga por ser do Distrito 1, sempre são vocês que chamam mais atenção.

Eu assinto, concordando por ser a pura verdade. Sempre somos nós, os Carreiristas que o público prefere.

– É de praxe que os tributos, no Desfile dos Tributos usem roupas semelhantes, por tal razão eu decidi seu visual e o de Alanys com a concordância e ajuda do estilista dela, que se chama Merisson – ela dá continuidade. – A proposito, me chamo Leesey.

Já nos conhecemos por algum tempo e só agora descubro seu nome. Rio fraco.

– Então quer dizer que já está pronta, a minha roupa? – pergunto curioso.

– Está sim – ela se coloca de pé. – Por favor, venha comigo.

Leesey entra na mesma porta por aonde chegou e ao final estou em seu lugar de trabalho. Seu ambiente particular, onde se encontram algumas araras de roupas e muitas peças espalhadas pelo local e sobre qualquer superfície disponível.

– Por aqui – ela me indica até um pequeno corredor iluminado.

Percorro todo o caminho, ao encalço de Leesey e alcançamos o fim do corredor, aonde há um cabide com luzes apontadas para a roupa que está no foco de luz, bem ao meio. A vestimenta está pendurada em um cabide e coberta por um tecido branco.

Leslie se aproxima da roupa e puxa o tecido com força. O tecido se esvoaça no ar antes de se deitar ao chão e eu me surpreendo quando encaro a vestimenta.

Sabotagem.

Essa é a primeira palavra que vem à minha cabeça. Danificaram nossa roupa de propósito porque o terno é horrível. É negro e manchado com o que parece ser carvão em algumas partes, o tecido é expeço e horrendo. Acabaram com que algumas horas, fora uma roupa perfeita, eu penso.

– Temos que denuncia-los! – eu solto, revoltado.

– Eles quem? – Leesey se surpreende com minha atitude.

– As pessoas que sabotaram a sua roupa! – estou gritando cada vez mais alto.

Leesey ri, como se não se importasse com aquilo e isso me deixa mais frustrado.

– Eu o fiz assim, Cass – ela retira o terno e a calça do cabide.

Surpreendo-me com aquilo. Como ela produz algo tão deplorável e continua sendo estilista? Eu já esperava uma roupa excêntrica, colorida e até mesmo a nudez, mas não algo mal feito. Até minha mãe produziria algo melhor que aquele porte.

– Você deve está pensando cobras e lagartos da minha pessoa, mas tranquilize-se – diz ela, voltando para seu estúdio de criação, e eu a sigo, atrás de respostas. – Cass, querido, há um segredo nessa roupa.

Me sento sobre uma pilha de roupas e Leesey me explica todos os detalhes sobre a vestimenta. Quando tudo termina fico admirado, estupefato e animado. As palavras eram poucas para descrever a criatividade da mulher e me senti culpado se pensar tais despautérios de seu trabalho perfeito.

Deixei meu roupão cair, roçando meu corpo em sua queda, até chegar ao chão. Fiquei nu diante de Leesey e logo ela tratou de instalar toda a roupa ao meu corpo, que durou no mínimo mais uma hora.

Quando tudo termina e eu estou completamente pronto para ir para o Desfile dos Tributos, eu me sinto cansado, mas ao mesmo tempo excitado com tudo e nervoso, muito nervoso. Não que eu desejasse participar de tudo isso, mas desta forma seria mais fácil de encarar a verdade e rir do fracasso.

Descemos até o térreo do Centro de Transformação, lugar onde iriamos subir nas carruagens e dar inicio ao Desfile dos Tributos. Durante o percurso me encontro com Alanys e seu estilista, um rapaz musculoso e negro, com tatuagens nos lábios e no peito torneado que ele exibe.

Alanys treme levemente, mas mesmo assim nos permitimos uma troca de olhares secretos em respeito de nossas roupas.

A roupa dela é que a mesma que a minha, levando em conta as mudanças devido ao sexo de cada um. Alanys está trajando um vestido que chega até acima de seus joelhos, não é reto, por baixo prevalecia o forro volumoso do vestido, que o deixava armado em formato de um vestido delicado e meigo. A parte superior do vestido ficava bem fixa ao corpo da garota, definindo suas curvas. Em sua cintura era amarrada uma faixa longa, com um laço na parte de trás do vestido e a mesma faixa encontrava-se em suas madeixas também brancas e lindas, soltas em cachos. Tudo isso negro, muito negro e sujo, lembrando carvão, e em péssimos estados. Não era algo como sujo e amarelo, era preto, negro, como se fosse jogado num caldeirão de tinta negra e triturado com carvões.

A única parte limpa e branca de nossas roupas era nossa pele, que ficava exposta em determinada área da roupa, como as pernas de Alanys e nossas cabeças.

Quando chegamos ao local, uma explosão de sons irrompe da porta. No lugar, concentravam-se tributos e estilistas. Os mentores não estavam ali porque estariam na plateia junto ao público ou já no Centro de Treinamento.

Leesey e Merisson nos conduzem para a fila de carruagens, puxadas por cavalos fortes e treinados para fazer sempre o mesmo percurso, ir ao Centro da Cidade e logo após para o Centro de Treinamento. Eram criaturas fascinantes, com seus flancos maciços e brilhantes.

Chegamos aos nossos cavalos. Brancos e perfeitos, como tudo no nosso distrito.

Tudo parecia estar bem, até Alanys me encarar com seu rosto em desespero e prestes a cair em lágrimas.

– Eu não quero, não quero – seu peito sobe e desce com velocidade e ela está prestes a ter um ataque ali mesmo.

Agarro seu pulso antes que alguém pudesse ver aquilo. Carrego a garota para uma área livre, do outro lado das carruagens, onde o trafego de pessoas era menor.

– Alanys, pare com isso! – eu boto minhas mãos nas laterais de seu rosto e a obrigo me encarar. – Vai ficar tudo bem, eu vou com você. Pegue na minha mão se for preciso, mas não deixem você parecer fraca. Você é forte como um diamante.

As lágrimas que estavam à beira de seus olhos não caíram. A loira absorveu as palavras com rapidez e entendeu o que aconteceria caso a intitulassem de fraca.

– Vamos observar, essa é a primeira vez que podemos ter contato direto com os outros tributos – eu disse, indicando para a multidão de pessoas.

Alanys me segue e eu traço um percurso, apenas observando os outros meninos e meninas. Em um grupo um pouco maior que os demais, que preferiam ficar na companhia de seu parceiro de distrito e seu estilista, estavam alguns meninos e meninas que julguei serem os Carreiristas.

Ao todo eram quatro tributos, obviamente. Os garotos eram bronzeados e fortes, bonitos demais. As garotas não deixavam ninguém para trás, eram tão altas quanto e esguias, seus olhares eram como víboras sedentas por uma presa fácil.

Resolvi me aproximar.

Quando a nossa aproximação foi detectada, a conversa foi cessada e todos eles nos encaram. As garotas trocaram olhares e nos avaliaram da cabeça aos pés, fazendo com que a pobre Alanys abaixasse sua cabeça e desejasse recuar. Mas eu continuei.

– Devem ser o Distrito 1 – disse o mais alto dos garotos. – Eu sou Mattness e essa é Reyna, somos do Distrito 2.

Meus olhos se posicionaram na maior garota. Alta, morena e de olhos verdes. Linda, porém mortífera. Seus cabelos eram negros e lisos, caindo sobre um macacão que lembrava um Pacificador, só que muito mais elaborado e dono de características chamativas, inclusive uma arma que pendia de seu cinto. Me perguntei se era real.

O garoto do Distrito 2 também era alto e bonito. Loiro e forte, com um riso sarcástico prevalecendo em suas feições masculinas. Sua roupa era a mesma que a da garota.

– E nos somos Sienna e Kristan, somos do Distrito 4 – disse a garota apenas mais baixa que a outra.

Os olhos dessa garota eram frios, negros e sedentos. Seus cabelos também eram morenos e sua pele era branca, com algumas sardas salpicando-a a pele do rosto. Sua roupa constituía em decorações marinhas presas ao seu corpo. Conchas serviam para proteger seus seios e algas e outros elementos enroscavam-se em suas pernas e braços e na região íntima.

O garoto era simplesmente o menino mais bonito que eu já vira na vida. Um deus. Sua pele era bronzeada e seus cabelos loiros e claros, seu corpo torneado e esbelto. Seu sorriso era perfeito. Sua vestimenta era no mesmo molde da sua companheira de distrito, com elementos marinhos cobrindo e decorando o seu corpo. Tentei evitar, mas me perdi quando direcionei uma deslumbrada para o meio de suas pernas. Algumas algas marinhas faziam o papel de tampar o membro do garoto, tudo perfeitamente calculado, porque se um centímetro faltasse ali, o garoto estaria completamente nu.

– E vocês? – me perguntou o garoto para quem eu olhava.

Subi o olhar rapidamente e ele me encarava, com um sorriso no canto dos lábios. Senti o sangue se acumular em minha cabeça, e mesmo não podendo ver, sabia que estava rubro.

– Meu nome é Cassius e essa é Alanys – apontei para meu peito e em seguida para a garota ao meu lado.

– Suas roupas... – Reyna disse, repreendendo um risinho. – São diferentes...

Espere até ver, querida.

– Vocês tem especialidade em alguma área de combate? – me perguntou o garoto do Distrito 2 e eu entendi seus interesses. – Porque vamos ficar juntos na arena, certo?

Antes que eu pudesse responder, uma voz robótica anunciou que estava na hora de subirmos para nossas carruagens e foi ai que Alanys iniciou seu desespero novamente.

Antes de sair, enviei um sorriso falso para os Carreiristas, sinalizando minha retirada.

Meus olhos cruzaram com os da garota e ela se acalmou um pouco. Virei as costas para os tributos e fui na direção que tinha percorrido anteriormente.

No caminho, não que fosse muito longo, meu olhar se concentrou em um casal de tributos. Vestidos de árvores, mas não árvores quaisquer. A parte superior do vestido da garota era feita de algumas folhas, porém belíssimas, uma sobre as outras, criando um designe bonito e a parte inferior eram galhos, posicionados para que o vestido fosse se abrindo, até os pés da garota. Linda. A vestimenta do garoto eram algumas folhas, as mesmas que a da garota, envolvendo seu corpo e formando uma jardineira de galhos e folhas. Era agradável.

Ele me encarava.

Não que os outros tributos não fizessem isso, mas quando meus olhos chegavam até os outros, eles voltavam para suas atividades, mas esse garoto não. Ele continuou ali, me encarando, sério. Fiquei preso em seus olhos escuros.

Mas algo me tirou bruscamente dos meus pensamentos.

Merisson me pegou pela cintura e colocou-me sobre a carruagem. A primeira de todas, puxadas por lindos cavalos brancos.

Alanys já estava posicionada e tremendo. Sua mão tateou a borda da carruagem até achar a minha e se enroscou com força nela.

Tudo perdeu o sentido quando as gigantescas portas da cidade se abriram.


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Notas finais do capítulo

Me falem o que acharem nos comentários, por favor.
Até mais. xoxo



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