Life Changes escrita por Paige Sullivan


Capítulo 21
Capítulo 21 - Descobertas


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês amores! Beijos!



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PAIGE PDV

            Acordei grogue e sentindo uma dor terrível no braço esquerdo. Quando recuperei totalmente a visão, Tom estava na minha frente, com um copo de água, me olhando preocupado.

- Não levanta não, eu não sei o que aconteceu, mas eu prefiro que fique deitada. – ele me segurou quando fiz menção de levantar – Jake também não está em casa. O que aconteceu?

            Nem tive como falar mais nada, apenas chorei. Encolhi-me nos braços do Tom e chorei tudo o que tinha para chorar. Aos poucos acabei contando todos os fatos para ele, e isso o assustou.

- Não acredito que você fez isso Paige! E a Emy.... – ele se levantou e mesmo tonta, o segurei.

- A Emy tinha ficado irritada com ele Tom, o que acha que ela faria? Ela ficou abalada demais, reagiu dessa maneira...

- Mesmo assim, ele é meu amigo... Não posso... – ele acabou se sentando de novo, e eu fiquei ao lado dele.

- Tom, olha pra mim: Ela se arrepende ta bom? Ela tem medo de que você saiba disso, ela acha que você vai terminar com ela...

- E não deveria? – ele se irritou e me olhou bem nos olhos – Como acha que eu devo reagir mediante uma situação dessas, me diz!

- Desculpa... – ele me interrompeu.

- Há quanto tempo se conhecem?

- Há um bom tempo, o suficiente para saber que ela realmente esta apaixonada por você! – tentei argumentar e ele se levantou de novo. Fui atrás e quase cai na cama.

- Acho melhor você ficar deitada! – ele me segurou, e eu não resisti mais – Mesmo você merecendo umas boas tapas. – a campainha tocou – Vou abrir a porta.

- Prima! – alguns segundos depois Cris apareceu – O que aconteceu? O Tom não está com uma cara muito boa.

- Eu e Jake terminamos. – ela me olhou assustada – Não me olha assim, acabou não dando certo. – nunca que eu ia contar pra ela.

- Que pena, mas vocês vão continuar amigos não é? – ela deu uma piscada e dei um sorriso forçado – Mas por que você esta assim?

- Eu não estou me sentindo muito bem... Os meninos estão ai?

- Eles não puderam vir. Só vim aqui entregar uns documentos que o pai do Tom pediu, ver umas coisas por aqui na cidade e voltar para Ontário. E já que você está assim caidinha, vou te deixar descansando ta bom?

            Ela saiu do quarto e acabei encostando melhor no travesseiro. O lado bom da Cris era que ela não se aprofundava nos assuntos. Ela esperava eu contar as coisas para ela. Algum tempo depois, Tom apareceu no quarto com algumas coisas para eu comer.

- Mesmo não estando nenhum pouco satisfeito com essa historia toda, você tem que comer. Então eu vou te ajudar.

- Obrigada Tom.

- Mas não espere que eu a perdoe logo. Não sei nem o que vou fazer com a Emy. Então não espere o mesmo tratamento por um tempo.

- Eu sei, obrigada.

            Ele ficou comigo até eu comer tudo. Encarregou-se de preparar um banho para mim e me deixou sozinha. Tomei um banho confortável na banheira, mas a minha vontade era de me afogar. Queria morrer naquele momento, ou então pensar que tudo isso não passou de um sonho. Quando sai do banheiro e me arrumei, a tontura voltou. Estranho, nunca fui de ter isso.

JACOB PDV

            Não estava no meu estado quando cheguei em casa. Fui para uma boate e acordei na casa de uma mulher. Como não sabia quem era e nem como tinha parado lá, nem me dei ao trabalho de perguntar.

            Ao aparecer na sala, Tom estava tomando café da manha e me olhando de cara feia.

- Encontrei a Paige desmaiada no quarto.

- E eu com isso? – calma, ai ele disse desmaiada?

- Olha como fala, não importa o que tenha acontecido, ela passou mal. – ele me olhou enfezado e fiz pouco caso.

- Acredito que ela já tenha te contado tudo não é? – fui a geladeira e peguei um copo de suco.

- Olha Jake, ela me contou sim. E tudo bem, não acho que ela tenha feito nada correto...

- Muito menos a Emy. – o cortei e ele fechou a cara. Acho que não gostou de lembrar que a namoradinha era tão maquiavélica.

- Ela também. – senti a magoa em sua voz – E nem sei se ela seria capaz de algo assim comigo, mas convenhamos que no fundo você mereceu um pouco. – ele me olhava serio e acabei indo pra perto dele.

- Acha mesmo que brincar com os meus sentimentos foi correto?

- Não disse isso, acho que você aprendeu uma lição. Assim como você brincou com os delas, elas também brincaram com o seu.

- Eu não acredito que você esta me dizendo isso.

- Eu nunca aprovei o que você fazia, mas como a vida era sua e eu era seu amigo, até te ajudava. Eu ficava com muitas mulheres, mas nunca namorei três ao mesmo tempo.

- Eu sei o que está falando, mas esse papo todo melodramático não vai me fazer falar com a Paige. Ela mais do que qualquer outra não devia ter se metido nessa historia.

- Bom isso é algo para se resolver entre vocês. Eu também fiquei muito decepcionado com isso tudo.

- Acha que os primos estão envolvidos nisso?

- Não, ela não envolveria a família nessas coisas. Ela te levou para lá porque realmente queria ficar um pouco com você.

- Ou era tudo parte do plano. – falei derrotado – Não acredito em mais nada Tom.

- Eu também não, mas ela mora conosco, como acha que vamos fazer? Apesar de tudo, ela é minha amiga, e eu acho que ela se arrependeu.

- Pra mim ela não se arrependeu nada. – falei ríspido – Olha, somos adultos não é? – ele concordou – Então não vamos mais falar nesse assunto. Para mim ela morreu. O que vai acontecer, é que sempre vou encontrar uma pessoa que divide o apartamento com a gente. E se caso eu achar que devo, me mudo.

- Epa, calma, medidas extremas não. Eu sei que você ficou decepcionado, que as coisas não eram para sair assim, eu também fiquei, mas não precisa sair daqui por causa disso. Não falou que somos adultos?

PAIGE PDV

            Eles falavam tão alto que dava para ouvir a conversa do meu quarto. Eles não paravam de falar de decepção e Jake ate considerou a possibilidade de ir embora. Não, ele não pode sair daqui. Recompus-me e sai do quarto. Quando cheguei na sala, os dois me olharam estranho e nem me deram bom dia. Jake se levantou e foi para o quarto. Com certeza, nunca mais ia falar comigo. Tom se levantou descontente e me encarou.

- Por sua causa vou dar uma segunda chance a Emy. – ele respirou fundo – Gosto muito dela e acredito realmente que as pessoas se arrependam de decisões mal tomadas. Mas não espere isso do Jake, está bom?

- Eu vou embora Tom. – ele se assustou – Não vou conseguir morar aqui.

- Olha ninguém vai sair de lugar nenhum. Sejam adultos e aprendam a conviver com seus erros. Ok? – ele me deu um beijo na testa e foi para o quarto.

**************************** DUAS SEMANAS DEPOIS *****************************

            Férias. Quinze dias se passaram e essa agonia continuou. Por mais que Tom tivesse tido a bondade de perdoar tanto a Emy quanto a mim, o tratamento realmente não voltou a ser o mesmo. Ela sempre estava otimista quanto a tudo e sempre pedindo desculpas por ter me metido nessa historia. Nunca a culpei por completo. Afinal, todas ali concordaram com essa maluquice. Mas a situação era cada vez mais agonizante. Jake trazia mulheres para o apartamento de propósito e por mais que o Tom falasse, ele nem ligava. Sempre chegava tarde, isso quando chegava, e as vezes olhava para mim e agia como se nada tivesse acontecido. Isso era o que mais me matava. A raiva era muito melhor que a indiferença.

            Tom viajou para uma conferencia com o pai e eu fiquei de cuidar do apartamento, já que Jake nem ligava mais. Ele saiu sem nem me dar bom dia e para espairecer a cabeça, fui limpar a casa. Mas quando me abaixei a porcaria da tontura e o enjôo apareceram de novo. Acabei me preocupando. Sentei e comecei a pensar o porque de estar daquele jeito....

            Será que eu estaria grávida? Não pode ser, isso não poderia acontecer comigo logo agora. Peguei o telefone e marquei uma consulta urgente com meu medico. Por sorte, ele tinha como me encaixar de tarde, e sai correndo do apartamento.

            Cheguei ao consultório e todas as minhas súbitas conclusões estavam corretas. Eu estava grávida de quase um mês. Minhas emoções variavam de feliz para triste todo o tempo. Não sabia o que fazer.   

            Quando abri a porta do apartamento, não esperava por mais nada. Como contaria isso ao Jake? Era bem provável de ele me receber mal, e de provavelmente nem acreditar que o filho era dele. Sim, a essa altura do campeonato eu acredito que ele seja capaz de pensar nisso.

            Fiquei uma pilha. A qualquer momento ele aparecia por aquela porta e eu não sabia o que dizer. O exame estava ali na minha mão. Mas não sabia se contava logo ou se esperava o clima melhorar um pouco...

JACOB PDV

            O dia tinha sido péssimo. Não parava de pensar nela e nos dias que estavam se passando com ela no apartamento. Minha vontade de sumir era enorme, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Afinal, quem tinha que sumir era ela não é? Todo mundo no trabalho ficava me perguntando sobre ela, onde estavam nossas fotos, meu pai não conseguia parar de me ligar, querendo saber de tudo, mas eu nunca contava e ele ficava irritado. E algo me dizia que essa situação iria piorar ainda mais.

            Todos os meus amigos falaram que era melhor assim. Alguns não entendiam e Tom era o único que por saber da historia toda ficava tentando apartar qualquer coisa. Como se isso fosse adiantar. Cada dia acordava com uma sensação diferente.

            Realmente aprendi a lição. Da pior forma possível e pela única mulher que amei. A questão era: ela realmente me amou?

            Abri a porta e a vi olhando em minha direção. Pelo visto algo não ia bem, já que ela esfregava as mãos. Toda vez que ela ficava nervosa, fazia isso.

- Será que podemos conversar um minuto? – ela me olhava apreensiva e a única coisa que eu sentia era descaso.

- Se tiver algum problema por aqui, é com o Tom, pode me esquecer.

- Sabe que eu não quero falar com o Tom, meu assunto é com você. – estava indo para o quarto, respirei fundo e me virei. Ela estava com lagrimas nos olhos.

- Vai chorar? Não sabe ter uma conversa normal sem chorar?

- Não fala assim seu grosso. Eu quero resolver nossa situação...

- Que situação? – cheguei perto e ela se levantou. Ela ia falar e a interrompi – Será que ainda não entendeu que não tenho nada para falar com você? Eu não quero saber o que você sente, ou deixa de sentir. A única coisa que realmente importa para mim é esquecer que tudo aquilo aconteceu... – ela me olhou incrédula – Melhor, eu quero esquecer que um dia te conheci! – falei meio grosso e ela se encolheu.

- Eu... – ela se interrompeu e baixou a cabeça – Quer que eu suma da sua vida?

- Sabe que eu pensei isso exatamente hoje? Seria maravilhoso se eu nunca mais olhasse na sua cara! – alterei um pouco a voz e ela engoliu em seco.

- Pois bem... – ela se virou e foi para o quarto dela.

            O estresse chegou ao limite, fui para o quarto, tomei um banho e sai. Hoje eu não voltava mais para aquele lugar.

PAIGE PDV

            Já estava chorando antes de entrar no quarto. Quando fechei a porta, desabei.

Viver com ele seria um inferno. Que nunca acreditaria que o filho era dele e que nunca iria me ouvir. Pelo menos até tudo esfriar. Mas isso ia demorar tanto...

Teria que sumir daqui por uns tempos. Ou pelo menos até colocar na minha cabeça que toda essa historia tinha acabado. Meu Deus, como contaria isso aos meus pais?

            No outro dia fui para a faculdade tentando manter as aparências. Todo mundo ficava me olhando e os curiosos de plantão queriam saber por que o namoro tinha terminado.  Não dei trela pra ninguém.

            Pelos corredores da faculdade vi um programa de repercussão do curso. Uma viagem pela Europa para conhecer vários lugares. Essa seria minha válvula de escape. Liguei para o meu pai e contei tudo o que precisava. Ele não entendeu o porque disso, e me limitei a falar o necessário. E como ele sempre entendia minhas decisões e sabia que eu não fazia as coisas mal pensadas, quando pedi para que não contasse a ninguém, ele atendeu. Apenas ele e mamãe saberiam disso. E lógico, também não contei da gravidez. Não seria justo abalar as estruturas da casa com essa noticia. Pelo menos não agora.

            Depois passei por umas lojas para espairecer a cabeça. Vi um sapatinho branco lindo de bebe e não resisti, acabei comprando. Emy me ligou e resolvi não contar nada para ela também. Sabia que a boca grande ia contar tudo para o Tom, e ele contaria para o Jake.

            Cheguei ao apartamento e comecei a arrumar minhas coisas. Como o Tom chegaria logo, peguei os quadros espalhados pelo apartamento e guardei em um depósito.

            À noite, tranquei a porta do quarto. Ninguém saberia que eu ia embora.

            Ninguém. 


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Notas finais do capítulo

Paige já está começando a pensar com os hormônios. Porque ela já ta inventando idéia... É, complicada a situação dos dois. E o Tom ainda quer mantê-los sob o mesmo teto. Fica dificil lidar com as emoções.
E ela grávida... Rapaz, por essa a pobrezinha não esperava mesmo. Fico com pena, mas fazer o que... Infelizmente a gente colhe o que planta...
Será que ela vai contar pro Jake de vez e eles dois vão se reconciliar? Cenas dos próximos capítulos....



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