Em Busca Do Herói Perdido escrita por Sarah Colins


Capítulo 8
Capítulo 7 - Invasão


Notas iniciais do capítulo

Fala galera, tudo certo? ^^
Dessa vez eu demorei bastante para voltar com capítulo novo né? Me perdoem! É que eu estava passando por um 'bloqueio criativo' tenso! Não conseguia parar pra escrever nada! Mas ainda bem que isso passou e já posso trazer um capítulo novinho para vocês, cheio de suspense e revelações ^^
Dedico esse caítulo ao Leon Arian que deixou uma recomendação linda para a fic *-* Obrigada!
Espero que gostem ;)



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– Como nos encontrou aqui? – eu falei pasma enquanto ainda contemplava a figura singular postada a minha frente. Ele deu de ombros e foi adentrando o quarto sem nenhuma cerimônia.

– Não importa como os encontrei. Já estou sabendo do que aconteceu em Chicago e também sei o que os trouxe aqui! – ele falava apressadamente, como se estivesse com pressa – Descobri algo que pode nos ajudar a penetrar no cativeiro de Percy.

– Então desembucha logo! – exigiu Clarisse, como sempre muito gentil e amigável – O que descobriu, pequeno Hades?

– Como você é bruta! – murmurou Drew acerca dos modos de Clarisse – Não pode ter o mínimo de educação? O garoto está tentando nos ajudar!

– Calada! – retrucou a filha de Ares – Se você não tem pressa em concluir essa missão o problema é seu! Para mim cada segundo é precioso...

– Tem razão Clarisse – tive que intervir na discussão das duas para variar – E enquanto estão ai discutindo por besteiras, Percy pode estar sendo torturado e sabe se lá mais o que! Então sugiro que deixem Nico dizer de uma vez o que tem a dizer.

– Obrigado – disse o filho de Hades a mim – Esses monstros que raptaram Percy são uma espécie nova. Surgiram de alterações genéticas em criaturas que já conhecíamos. Chegaram até a misturá-las com genes de animais comuns. E o resultado é assustador. Esses monstros têm ainda mais força e poder do que os que conhecemos. Mas eles ainda não estão aptos para usufruir de toda essa “evolução”. Muitos deles morrem rapidamente e alguns nem chegam a vingar. É como se faltasse um elemento para que fórmula funcione inteiramente.

– Ok, isso quer dizer que não será tão difícil enfrenta-los! – afirmou Butch confiante – Se essa experiência doida não está dando certo, então eles são vulneráveis.

– Sim, eles estão vulneráveis, por enquanto... – ele fez uma pausa um tanto quanto dramática e eu sabia que o que vinha a seguir não era nada legal – Mas é ai que Percy entra na história. Consegui fazer alguns espíritos se infiltrarem no cativeiro. Eles descobriram o que eles estão pretendendo fazer com Percy. Essa essência que transmuta as criaturas e as torna mais poderosas, é muito tóxica e de certa forma amaldiçoada. Os cabeças desse “plano” acreditam que há uma forma de conseguir purificar o experimento. E para isso nada melhor do que...

– Sangue de um semideus! – concluí antes que Nico precisasse terminar a frase – Eles vão usar o sangue de Percy para tornar essas criaturas realmente indestrutíveis!

–Exatamente! – confirmou Nico com uma expressão amarga.

– Mas porque eles escolheram exatamente Percy para isso? – perguntei ainda não conseguindo acreditar em toda aquela história maluca de monstros mutantes – Não poderiam ter pegado qualquer outro semideus? Não teria sido mais fácil para eles capturar algum semideus despreparado por ai que nem soubesse ainda o que é? – Eu estava apenas tentando entender a lógica dos raptores ao se arriscarem capturando um dos semideuses mais “famosos” que existia. Mas no fundo eu estava era com muita raiva. Não iria confessar isso a ninguém, mas eu desejei que eles tivessem capturado a mim ou a qualquer outro no lugar de Percy.

– Não consegui descobrir exatamente porque eles escolheram Percy. Mas o fato de ele ser um dos semideuses mais nobres e poderosos que existe, deve ter algo a ver. – disse Nico di Ângelo com o seu velho e conhecido humor sarcástico.

– Acho que eles fizeram uma boa escolha – disse Travis pensativo. Depois ele percebeu que todos nós o olhávamos incrédulos – O que? – perguntou ele na defensiva – Se eu estivesse no lugar deles também escolheria raptar Percy em vez de um semideus qualquer...

– Ótima observação, Travis – falou ironicamente Connor – Agora vamos ao que realmente interessa! Como vai nos ajudar a entrar e resgatar Percy.

– Eu já estava chegando lá – disse Nico pacientemente, agora parecendo mais calmo – Primeiro devo dizer que vou ter que me unir a equipe dessa vez. Não vai dar só pra passar as coordenadas e lhes desejar boa sorte. O lugar está muito bem vigiado. E obviamente eu não quero ficar de fora dessa. Agora que sabemos onde Percy está eu não vou medir esforços para tirá-lo de lá!

– Você já faz parte dessa equipe, Nico – disse a ele com um sorriso de gratidão – E mesmo quando não estava conosco, sei que se empenhou na missão da mesma forma que nós. Então diz ai, como faremos para nos infiltrar?

***

Nosso plano de invasão era infalível. Ou quase isso. Só dependia dos monstros terem a reação que esperávamos. Nico havia nos explicado detalhadamente como era o cativeiro. Ele tinha dado uma passada lá antes de nos encontrar no hotel. Segundo o semideus estavam prendendo Percy em uma espécie de galpão. Não maior do que meio campo de futebol. Tentei calcular o tamanho e quantidade de monstros que poderia caber nesse lugar. Havia guardas humanos nos portões protegendo todas as entradas. Eles deviam ter sido, de alguma forma, enganados pela névoa e estavam trabalhando em favor dos nossos inimigos. Isso seria um problema e tanto para nós que não pretendíamos ferir nenhum inocente. Mas ao que parecia Nico já havia pensado em tudo.

Iriamos entrar no galpão pelo subsolo, mais especificamente pelo esgoto. Essa ideia não agradou nenhum pouco Grover, e confesso que eu também não achei a melhor coisa do mundo. Mas era a nossa única alternativa de invadir o local sem chamar a atenção e sem por ninguém em perigo. Usei o laptop de Dédalo para pesquisar sobre o local. Por sorte a construção fora um local público antes de ser abandonada então encontrei facilmente sua planta. Estudei rapidamente o desenho e logo defini qual seria nossa melhor aposta. Na parte traseira do prédio havia uma área descoberta com algumas daquelas caídas de agua grandes e profundas. Certamente conseguiríamos passar por ali. Peguei uma folha de papel e desenhei um esboço da planta do galpão e também do encanamento que o circundava para usar como referência.

Antes de enfim sairmos para começar a operação de resgate, Travis e Connor sugeriram armarmos uma pequena distração para os monstros, para facilitar nossa entrada. Eles mandariam uma mensagem de íris para os monstros lá dentro e os manteriam entretidos enquanto nos infiltrávamos. Depois que estivéssemos lá, daríamos um jeito de colocar os dois para dentro também. Então assim que repassamos mais uma vez os passos do plano, começamos a nos preparar para deixar o hotel. Peguei minha adaga e a coloquei na bainha. Um pouco de ambrósia e néctar. Meu boné dos Yankees. Resolvi levar as coisas de Percy para me sentir mais perto dele e também porque elas estavam servindo de amuletos para mim. Eu sabia que me dariam sorte nessa missão.

O cativeiro ficava a apenas alguns quarteirões dali então fomos a pé mesmo. Encontramos uma boca de bueiro em uma rua próxima. Esperamos até que não houvesse nenhuma testemunha presente e então removemos a tampa e descemos. O visual e o cheiro naqueles encanamentos não eram nenhum pouco agradáveis. Improvisamos mascaras com algumas tolhas para cobrir o nariz e a boca e seguimos em frente. Eu consultava a todo o momento o esboço que havia desenhado e ao que tudo indicava estávamos indo na direção certa. Cerca de dez minutos depois alcançamos a saída que eu acreditava ser a do interior do galpão onde Percy estava preso. Peguei o meu celular e mandei uma mensagem para Travis avisando que já estava na hora de eles começarem o “show”.

Enquanto aguardávamos os irmãos Stoll iniciarem a sua parte do plano pude ouvir algumas vozes acima de nós. Para nossa sorte parecia não haver muitos monstros por ali. Tentei entender o que eles diziam, mas não consegui. Seja qual fosse aquele idioma que falavam, com certeza não era nenhum dos que eu conhecia. Foi então que eu percebi que nosso plano estava funcionando. Começou uma movimentação no andar de cima e ouvimos passos apressados das criaturas deixando a parte externa da propriedade em direção a parte interna. Esperamos alguns segundos para nos certificar de que não havia mais nenhum ser ali e então forçamos as grades do enorme ralo e subimos. Butch foi à frente e ajudou a todos os outros. Tirei a minha máscara protetora improvisada e respirei fundo para colher enfim um pouco de ar puro e fresco.

Me aproximei da porta traseira e espiei pela pequena janela de vidro que havia nela. Uma centena de criaturas, com formas que eu nunca havia visto, se amontoava num canto do salão. Pareciam muito interessados e entretidos com o que havia ali diante deles. Connor e Travis ainda deviam estar aparecendo para eles através da mensagem de íris. Pedi para que Drew e Grover fossem até algumas das saídas e tentassem abrir passagem para que os filhos de Hermes pudessem se juntar a nós. Não havia ninguém montando guarda em nenhuma entrada interna então aproveitamos para abrir a porta e nos esgueirar para dentro do galpão de forma sorrateira. Eu fui à frente, seguida de perto por Clarisse, Nico e Butch. Nos escondemos atrás de algumas caixas de madeira no fundo do recinto. Observei atentamente toda a extensão do local e calculei mentalmente a quantidade de criaturas que enfrentaríamos para assim poder definir o melhor momento para o ataque.

Foi nesse instante que eu o vi. Sentado no chão de uma cela de aço no lado esquerdo do salão. Com as costas encostadas nas grades. Desacordado. Ele estava de costas, mas eu pude ver algumas feridas em sua pele que ainda sangravam. Meu coração doeu intensamente e eu tive que colocar a mão sobre a boca para não emitir um grito de agonia. Olhei para meus companheiros que também pareciam tensos. Então comecei a respirar fundo e devagar para recobrar a calma. Dali onde estávamos eu também podia ver parte da imagem reproduzida através dos poderes da deusa Íris. Quando ela começou a desaparecer, os monstros pareceram verdadeiramente desapontados. Como se seu programa de tevê preferido tivesse acabado. Alguns menos providos de inteligência até se lançaram em direção a imagem para tentar impedir que ela sumisse. O que quer que os irmãos Stoll tenham feito para distraí-los, com certeza havia sido muito eficiente.

Algumas criaturas menores e de forma humanoide, que não haviam demonstrado tanto interesse na mensagem de íris, se deslocaram até um cômodo fechado localizado na parte direita. Concluí que eles deviam ser os “cabeças” da operação. Eles deviam ser uma espécie de criatura com o QI muito elevado para conseguir fazer todas aquelas transmutações. O restante dos monstros presente, em contrapartida, parecia ser completamente desprovido de massa cinzenta. Provavelmente a intensão daquelas alterações genéticas era a de criar monstros mais fortes e violentos. Sem nenhuma preocupação com o desenvolvimento de suas habilidades racionais. Eu acreditava até que as modificações os deixavam ainda mais burros.

– É o seguinte pessoal – disse numa voz não muito baixa para que eles me ouvissem em meio ao barulho que as criaturas faziam – Temos que chegar até aquela sala. Parece que é lá o núcleo de toda esse experimento. Se acabarmos com os monstros que estão lá dentro, o plano deles estará arruinado. Dai só teremos que nos preocupar em destruir o restante deles.

– Do jeito que você fala até parece que vai ser fácil assim – disse Clarisse com seu otimismo de sempre – Deve ter mais de cem malditos nesse lugar e eles não parecem ser nada amigáveis.

– Não disse que será fácil – respondi – Mas não adianta acabarmos com todos esses grandões se os cérebros do grupo escaparem. Eles podem recomeçar essa loucura toda de novo em outro lugar. Por isso eu digo que temos que começar o ataque por ali.

– Mas e Percy? Quando iremos libertá-lo? – perguntou Nico preocupado.

– Você terá que cuidar disso Nico – disse eu olhando-o com confiança – Não tem ninguém melhor aqui para conseguir se infiltrar no meio deles sem ser notado. Dê um jeito de tirá-lo daquela cela e depois se escondam. Assim que nós terminarmos lá dentro nos uniremos a vocês. Se os outros aparecerem, mandem eles nos esperar.

– Entendido – disse ele batendo continência como se eu fosse uma capitã. Eu consegui sorrir e lhe desejar boa sorte antes de me separar dele para iniciar o ataque aos raptores de Percy.

Clarisse, Butch e eu fomos nos aproximando pouco a pouco da pequena sala reservada. Não tivemos problemas em nos mantermos ocultos, pois o caminho estava repleto de caixotes e antigas máquinas que deviam ter pertencido a fabrica que algum dia existiu naquele lugar. Encostei a mão na maçaneta da porta e a girei com cuidado. Depois contei até três e entramos de forma rápida e silenciosa. As criaturas se assustaram, mas não reagiram. Conseguimos acabar com todos eles tão rápido que só fui reparar no cômodo depois. Aquilo não era, nem de longe, o centro de operações dos monstros. E aquelas não deviam ser as criaturas que comandavam todo o resto. Aparentemente aquele quarto servia para que eles se alimentassem. Não identifiquei do que era composta aquela comida para monstros e não fiz questão de ficar para averiguar. Tínhamos que sair dali imediatamente e começar a enfrentar o exército de monstros de uma vez.

Verifiquei se não havia sobrado nenhum monstro vivo no cômodo. Não podia correr o risco de deixar alguém escapar e alertar aos outros sobre a invasão. Ainda não. Não enquanto eu não soubesse que Percy estava são e salvo conosco. Enquanto ele estivesse preso estávamos de mãos atadas. Eles poderiam querer usá-lo contra nós. Como o refém que ele estava sendo até agora. Atravessamos novamente a porta pela qual entramos. Dessa vez com mais cautela e silêncio. Assim que sai percebi que algo estava diferente. Eu não via mais a orla de monstros que caminhava por todo canto antes. O barulho intenso também havia cessado. Será que eles tinham capturado os outros? Será que estavam só esperando darmos as caras para nos aprisionar também? Será que teríamos sido pegos assim tão facilmente?

Para meu alívio avistei Nico atrás de alguns blocos de concreto empilhados, a cerca de vinte metros a nossa frente. Ele acenava nos chamando. Sem nenhuma dificuldade andamos até ele. Os monstros pareciam haver evaporado de repente. Mas logo eu vi que eles estavam novamente reunidos em um canto, como se outra mensagem de íris houvesse aparecido. Deixei para me preocupar com isso depois. O mais importante agora era saber se Nico havia conseguido cumprir sua função de libertar Percy. Logo que me aproximei dele percebi que havia alguém ao seu lado. Um garoto mais ou menos da idade de Percy. Com mais ou menos a mesma estatura de Percy. Com os cabelos castanhos escuros como os de Percy. Olhos verde-mar como os de Percy. A camiseta laranja igual a do acampamento meio-sangue.

Tudo estava certo, exceto por uma coisa. Aquele não era Percy.



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Notas finais do capítulo

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