Em Busca Do Herói Perdido escrita por Sarah Colins


Capítulo 5
Capítulo 4 - Detida


Notas iniciais do capítulo

Saudações queridos leitores! ^^
Como estão passando o feriado? O meu está sendo bom e tranquilo :)
Capítulo de hoje está mais ameno, mas traz informações importantíssimas para o decorrer da história. Fiquem atentos aos detalhes!
Espero que desfrutem da leitura ;)



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Quis matar Clarisse por haver me acordado bem no meio daquele sonho. Eu estava prestes a conseguir uma excelente pista de onde Percy estava. No fim das contas resolvi não comprar briga com a filha de Ares. Ela não tinha tido intenção de interromper o sonho, e eu também tinha amor a minha pele. Pelo menos agora eu sabia que Tyson estava certo nos indicando aquela direção. Percy estava mesmo em São Francisco. E estava em perigo. Tínhamos que chegar lá o quanto antes!

Tomei um banho super rápido e arrumei minhas coisas. Depois deixei meu quarto e fui bater na porta do quarto dos garotos. Eles já estavam quase prontos. Em seguida fui até o quarto onde Tyson havia ficado. Bati na porta. Não houve resposta. Bati novamente. Nada. Tentei espiar pela janela, mas a cortina estava fechada. Será que os ciclopes tinham um sono tão pesado assim? Foi então que uma das camareiras do hotel veio até mim e disse que o “rapaz” que estava naquele quarto havia ido embora na noite anterior. Ela disse que ele pagou sua diária e deixou um bilhete para ser entregue para quem viesse procurá-lo. Peguei o papel e abri. Em uma letra garranchosa e grande o ciclope havia escrito:

“Anabef

Papai me mandou uma mensagem dizendo para eu ir correndo para as forjas. Ele disse que precisa da ajuda de Tyson para resolver uns problemas.

Papai sabe o que aconteceu com Percy. Ele disse que confia essa missão a você. Ele sabe que você não vai descansar enquanto não encontrar meu irmão. Apesar de que eu acho que você terá que descansar um pouco de vez em quando...

Mas não posso mais continuar na missão com vocês. Me desculpem! Sigam para a direção que indiquei que o encontrarão!

Boa Sorte!

Tyson”

Eu percebi que as últimas palavras daquela pequena carta estavam borradas. Como se o ciclope tivesse derramado algumas lágrimas ali enquanto escrevia. Senti um aperto no peito diferente daquele que vinha sentindo nos últimos dias. Senti uma imensa tristeza por Tyson não poder continuar conosco na busca. Eu sabia o quanto ele queria estar aqui ajudando a encontrar Percy. Ele queria isso tanto quanto eu. Mas eu tinha que entender que no momento ele não podia. O próprio Poseidon havia confiado aquela missão a mim. Ele não estava nem se preocupando em contribuir de alguma forma. Para ele a minha determinação e o meu desespero por encontrar seu filho eram suficientes. Não pude deixar de sentir o peso que aquilo fazia em minhas costas. Eu não podia decepcionar todas as pessoas que, assim como eu, amavam Percy. Tinha que encontra-lo por mim e por eles!

Guardei o bilhete de Tyson no bolso. Enxuguei algumas lágrimas do rosto antes de encontrar meus companheiros. Avisei-lhes sobre Tyson e informei que estávamos indo a São Francisco. Eu já estava quase me arrependendo de haver permitido que tanta gente se juntasse àquela missão. Sempre havia muitas opiniões controversas e sempre alguém tinha que reclamar. Fiz de tudo par acalmar os ânimos. Contei sobre meu sonho para que todos estivessem seguros de que Percy estava mesmo em São Francisco. Todos sabiam dos perigos que um bando tão grande de semideuses poderia enfrentar por lá, mas não tínhamos remédio. O objetivo de nossa missão estava lá e era para lá que iriamos.

***

A princípio pensei em pegarmos um ônibus, mas Drew teve uma ideia melhor. Fomos até uma dessas Locadoras de veículos e ela convenceu o dono do local a nos emprestar uma mini van sem que precisássemos pagar um centavo. Butch, o mais velho do grupo, assumiu o volante. Fiquei de copiloto ao seu lado, consultando um mapa da Califórnia que havia comprado e dando instruções a ele. Tivemos que fazer algumas paradas ao longo do caminho, mas depois de cerca de seis horas chegamos a nosso destino.

Logo que estacionamos o carro “emprestado” numa rua pouco movimentada os problemas começaram. Eu esqueci completamente do fato de que Percy e eu havíamos sido considerados suspeitos da ‘destruição’ de um estacionamento na última vez que estivemos na cidade. Na verdade a bagunça havia sido feita por alguns Dracaenaes que nos atacaram naquela ocasião. Porém nossos rostos ainda estavam entre os procurados pela polícia. Só me dei conta disso quando uma viatura parou ao nosso lado enquanto andávamos pela calçada. Um dos policiais desceu e caminhou na minha direção. Tentei escapar, mas outro policial já esta vindo do outro lado para me cercar. Não pude fazer mais nada além de me render e pedir para que os outros fingissem que não me conheciam e dessem um jeito de me resgatar caso eu fosse detida. Eles se dispersaram antes que o primeiro policial chegasse até mim.

- Parada ai mocinha – exclamou ele num tom autoritário – Seu rosto me é familiar. Se não me engano você está entre os suspeitos procurados nessa região. Vai ter que me acompanhar até a delegacia.

- Sinto muito, mas deve estar me confundindo com outra pessoa – tentei improvisar qualquer coisa para dar o fora dali. Mas antes que eu pudesse dar um passo sequer, senti minhas mãos serem unidas e algemadas as minhas costas.

- Isso nós vamos ver assim que compararmos seu rosto com o que temos registrado em nossos arquivos – disse o policial que havia vindo por trás de mim e me algemara – Por enquanto você tem o direito de permanecer calada! Tudo que disser poderá ser usado contra você!

Aquilo estava mesmo parecendo uma cena de um desses filmes policiais de muito mau gosto. Eu não podia acreditar na minha falta de sorte. Mal chegara a São Francisco e já estava metida em problemas. Isso porque nenhum monstro havia vindo nos perturbar ainda. Cheguei a desejar que isso acontecesse no momento em que fui colocada dentro da viatura. Pelo menos eu teria uma chance de escapar. Enquanto seguíamos para a delegacia eu tentava bolar algum plano para escapar. Se eles vissem que eu era a garota que a câmera de segurança havia gravado, eu estaria realmente encrencada. Teria que alegar ser menor de idade e chamar meu pai para poder ser liberada. Essa ideia não me agradava nada, então eu esperava que minha equipe estivesse arrumando um jeito melhor de me soltar.

Não tive nenhuma brecha para tentar fugir. Nem mesmo no momento em que eles me tiraram da viatura e me conduziram até o interior da delegacia. Não demorou nada para que comprovassem que eu era a garota que eles procuravam. Eles então colheram meu depoimento e tentaram fazer com que eu entregasse o meu “comparsa”. Mal sabiam eles que eu também estava louca para encontra-lo. Alguns minutos de insistência depois eles decidiram desistir de tentar me fazer falar. Eles revistaram minha mochila. Agradeci aos deuses por haver escondido minha adaga no bolso da blusa. Mas então eles encontraram minha identidade. Ao constatarem que eu era menor de idade eles fizeram com que contatasse meu responsável. A essa altura eu estava amaldiçoando em cinco línguas diferentes Grover e os outros semideuses por não terem feito nada ainda para me resgatar.

Então, quando eu estava prestes a telefonar para o meu pai, ouviu-se um ruído alto que parecia ser uma batida de carro vindo da rua. Nesse instante todos que estavam na delegacia saíram para ver o que havia acontecido. Mais tarde eu ficaria sabendo que o acidente se tratava de uma mini van que havia se chocado contra uma das viaturas paradas em frente a delegacia. O Motorista havia saído correndo do local, abandonando o veículo. Enquanto todos estavam distraídos com o ocorrido eu consegui escapar por uma janela de um banheiro nos fundos do local. Quando meus amigos me encontraram eu já estava há algumas quadras dali.

- Obrigada gente! – falei ainda ofegante pela recém corrida que havia empreendido – Não queria ter que envolver meu pai nessa história. A ideia do acidente com a van foi ótima!

- Foi mesmo! – exclamaram Clarisse e Drew ao mesmo tempo, como se a ideia tivesse sido de ambas. Logo em seguida elas se olharam com desprezo.

- A ideia de chamar a atenção dos policiais com a batida foi minha, pombinha! – esbravejou Clarisse.

- Ok, mas se eu não tivesse conseguido a van não teríamos com que causar esse acidente! – relembrou Drew com uma voz irritantemente cantada.

- Está bem, as duas tem mérito nesse plano de fuga! – me meti rapidamente na discussão das duas para evitar um enfrentamento maior – Por isso somos uma equipe, lembram? Para unirmos forças e ideias e assim conseguirmos alcançar nossas metas.

Elas pareciam ainda não concordarem em dividir as honras, mas pararam com as provocações pelo menos nas horas seguintes. Estávamos agora sem meio de transporte então continuamos a busca a pé. Eu tentei forçar minha cabeça para me lembrar como era o local do sonho onde eu me vira no corpo de Percy correndo de alguma criatura. Não deu para ver quem ou o que o estava perseguindo, mas pude reconhecer alguns prédios e construções do local.

- Já sei para onde devemos ir. Sigam-me! – falei enquanto tomava a frente do grupo.

Caminhamos por cerca de trinta minutos até chegarmos à rua onde eu suspeitava ser o lugar do sonho. Olhando aquela imagem tive certeza de que estava no lugar certo. Não era um local movimentado. Estávamos bem perto de onde começaria a zona rural da cidade. Porém ainda havia alguns comércios por ali. Continuamos avançando até que encontrei o beco onde Percy havia se escondido e reconheci a vitrine onde vira sua imagem refletida. O próximo passo era procurarmos algum vestígio de que o filho de Poseidon realmente estivera ali. Se ele fosse perspicaz o bastante para imaginar que estávamos procurando por ele, com certeza teria deixado alguma pista.

- Ei pessoal – chamou Connor que estava investigando uma caçamba de lixo que havia ali no beco – Venham ver isso aqui.

Me aproximei dele, seguida pelos demais. Fiquei ao lado do Stoll mais novo e olhei para onde ele apontava. O que eu vi fez com que um sorriso se abrisse em meus lábios. Era o colar de contas de Percy, com todas as figuras representando seus cinco anos no acampamento meio-sangue. Eu reconheceria aquele objeto a quilômetros de distância. E lá estava ele diante dos meus olhos, me confirmando que meu namorado havia estado ali sim, e que esperava ser resgatado. Por que outro motivo Percy se livraria do colar? Não hesitei em estender minha mão para pegá-lo. Analisei os detalhes artesanais do adorno e voltei a sorrir.

- Isso é de Percy – afirmou Grover ao olhar para o colar com a mesma expressão de felicidade que eu estava – Ele deve ter deixado isso aqui para nos avisar. Provavelmente ele sabe que você sonhou com o momento em que ele esteve aqui!

- Sim – respondi ainda meio que em transe. Minha missão de busca que parecia ser um fracasso, finalmente passara a fazer sentido. Tudo baseado naquele pequeno objeto em minhas mãos.

Peguei um lenço e envolvi o colar com ele. Guardei-o num local seguro dentro da mochila. Já estava me virando para sair dali quando outra coisa dentro da caçamba de lixo me chamou a atenção. Um pedaço de papel que estava muito bem dobrado para algo que foi jogado no lixo. Ele estava bem embaixo do colar e eu não tinha reparado nele quando o peguei. Um vento mais forte bateu, mas eu agarrei o papel antes que ele voasse dali. Já era o segundo bilhete que eu encontrava naquele dia. O primeiro não me trouxera boas notícias. Eu esperada que esse fosse diferente. Então abri e comecei a ler.

“A única pessoa que eu quero que encontre isso é a única pessoa que conseguirá decifrar essa charada e, consequentemente descobrirá para onde fui levado:

Já me apelidaram de "Chi-town", "Windy City" e "Second City". Negros são a raça predominante por aqui. Os primeiros arranha-céus do mundo foram construídos em meu solo! Que sou eu?...

Não me pergunte como fiquei sabendo de tudo isso. Apenas imagine o quanto eu quero que me encontre!

Para sempre seu!

P.”

Reli o bilhete uma dezena de vezes até me convencer de que ele era real. A letra era de Percy, sem dúvidas. Mas ainda era difícil de acreditar que ele havia deixado aquela mensagem para mim. Passei os dedos sobre o papel como se pudesse sentir sua presença ali. Como se o fato de que ele havia tocado aquela folha me fizesse ficar mais perto dele. Eu quase não queria acreditar no tamanho da sorte que eu tive de conseguir encontrar esse bilhete. Era quase coincidência demais para ser verdade. Mas enfim eu me convenci de que aquela pista era verdadeira. O colar, a letra de Percy, e até o seu jeito de escrever. Aquele sonho que havia tido na noite anterior. Tudo estava indicando a mesma direção.

- O que tem ai, Anna? – perguntou Clarisse já sem paciência comigo – Encontrou mais alguma coisa que nos ajude a achar o paradeiro do seu príncipe encantado?

- Sim – respondi levantando os olhos do papel para poder encarar minha equipe. Dei um leve sorriso antes de completar – Percy está em Chicago.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acham que eles vão aprontar em Chicago? Acham que é possível surgir algum outro romance entre os semideuses nessa missão? Façam suas apostas! rs...
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beijos ;**
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