Em Busca Do Herói Perdido escrita por Sarah Colins


Capítulo 20
Capítulo 19 – Viagem


Notas iniciais do capítulo

Olá amigos, tudo bem? ^^
Devido ao Natal e toda essa correria de fim de ano eu demorei horrores para conseguir escrever esse capítulo. E como ele é o penúltimo da fic, mereceu uma atenção toda especial. Agora que estamos nos aproximando do fim é hora de vocês deixarem bastante reviews para eu saber o que acharam. E se acharem que a fic merece uma recomendação, eu agradeço ^^
Boa leitura!



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Ponto de vista de Leo

Eu a avistei antes de qualquer um. Antes mesmo de ela sair do meio da mata e revelar a chegada das caçadoras. E como eu poderia não reparar em tal figura singular e deslumbrante? Esperai ai! Foi isso mesmo que acabei de pensar? Todas essas palavras difíceis e formais acabaram de brotar da minha cabeça? Estava impressionado comigo mesmo. O efeito que Thalia Grace causava em mim era maior do que imaginava. Eu precisava era aprender a controlar meus sentimentos. Tinha que me comportar que nem um homem, e não como um garoto bobo e apaixonado. Talvez assim conseguisse pelo menos um pouco da atenção da tenente mais bonita e graciosa que já conheci. Não demorou nada para que as caçadoras de Ártemis saíssem à vista e todos ficarem empolgados com sua chegada.

A cara de Annabeth ai ouvir a voz de Thalia a chamando foi impagável. Por um momento ela e muitos dos outros semideuses devem ter se esquecido de que contaríamos com a ajuda do grupo de semideusas imortais. Annie deu meia volta lentamente com um sorriso forçado e uma expressão de puro constrangimento. Thalia, porém não parecia estar realmente chateada com o fato de quase ter sido deixada para trás. Até porque eu jamais teria partido antes que ela chegasse. Não que ela soubesse desse fato, mas isso não vem ao caso. Ela era, acima de tudo, uma excelente amiga de muitos dos que estavam naquela missão. A filha de Zeus deveria entender que devido a todo aquele clima de correria e agitação, algumas coisas passaram por alto. Então a semideusa dos olhos mais lindos do mundo logo sorriu e avançou a passos largos até Annabeth para abraça-la.

- Thalia! Que saudade! – exclamou a filha de Atena ao retribuir o abraço da amiga – Estava tão conturbada com nossa partida as pressas que me esqueci de que vocês viriam nos ajudar. Me desculpe! – pediu a semideusa parecendo realmente sentir muito por sua falha.

- Relaxa, sabidinha! – respondeu Thalia num tom descontraído – Não tem problema, eu só estava brincando. Chegamos em cima da hora, mas a tempo!  - Ela mostrava seu belo sorriso enquanto se afastava de Annabeth e voltava seus olhos para o navio – Então é nesse trambolho que irão viajar? Tem certeza que essa coisa levanta voo?

- Claro que sim! – respondeu Annie e eu percebi que ela achou graça de como Thalia desdenhou da minha obra prima. Se fosse qualquer outra garota que houvesse dito aquilo eu ficaria completamente ofendido e chateado, mas era impossível ter qualquer desses sentimentos quando se tratava da minha musa, digo, minha semideusa preferida – Leo nos garantiu que tudo funcionará perfeitamente durante a viagem.

Logo que Annabeth mencionou meu nome os olhos de Thalia me procuraram por toda a extensão do navio. Não demorou para ela me encontrar, já que eu estava num dos pontos altos e de destaque da embarcação. Ela me analisou dos pés a cabeça com a testa franzida. Suspeito que se lembrou imediatamente de quem eu era e do nosso último encontro porque sua seguinte expressão foi de desagrado. Durante nossa missão de resgate a deusa Hera, havíamos nos encontrado com as caçadoras. Thalia ficara muito emocionada ao reencontrar seu irmão mais novo. Jason, Piper e eu ficamos surpresos e chocados com a revelação. O filho do rei do Olimpo não sabia nada sobre sua antiga vida naquele momento, muito menos que tinha uma irmã também semideusa. Era de se esperar que Hera fosse tão amargurada daquele jeito. Zeus a havia traído com uma mortal e ainda tivera dois filhos com ela. Um grego e outro romano. E agora estávamos todos metidos na maior enrascada graças a sede de vingança da deusa do casamento.

Enquanto Thalia ainda olhava para mim com cara de poucos amigos, Jason desceu da cabine de comando e foi ao encontro da irmã. Assim como Annabeth ele também recebeu um forte e caloroso abraço. Será que se eu entrasse na fila também ganharia um daqueles? Duvido muito. Mais fácil ela me nocautear se eu tentar me aproximar. Então resolvi conter meus instintos e me manter afastado, por enquanto.

- E ai, mano? Tudo pronto para nossa visita ao “seu” acampamento? – perguntou a semideusa de cabelos curtos e escuros parecendo realmente animada com a ideia.

- Não é “meu” acampamento – respondeu Jason da mesma forma descontraída, entendo a brincadeira da irmã – E sim, já está tudo pronto. Só estávamos esperando você. Infelizmente só temos lugar para mais duas pessoas a bordo. Não poderemos transportar todas as caçadoras.

- Sem problema, maninho. Não estávamos pensando em ir nessa geringonça com vocês mesmo. Teremos uma mãozinha de Ártemis para viajarmos por terra – explicou a tenente das caçadoras. As outras guerreiras pareceram aliviadas ao constatar que não teriam que embarcar naquele navio intimidador.

- Espera – interferiu Annabeth – Então você não também não virá no navio conosco? – a filha de Atena parecia bastante desapontada.

- Annie, você sabe que altura não é meu forte – disse Thalia num tom bem baixo – E não sei se confiaria minha integridade física a esse filho de Hefesto, não vou muito com a cara dele... – apensar de falar baixo ela não pareceu se importar com o fato de eu estar conseguindo ouvir tudo o que dizia. Desconfio até que ela o fez de propósito. Ao contrário do que Thalia esperava, porém seu gênio difícil me fazia gostar ainda mais dela.

- Está se referindo ao Leo? – perguntou Annabeth ao acompanhar o olhar da semideusa que estava novamente direcionado a mim – Quanto a isso não tem que se preocupar. Tenho total confiança nele, estaremos seguras, eu garanto! Deixe de ser chata e junte-se a nós. Quero que esteja conosco quando chegarmos lá!

- Hmmmm – murmurou a filha de Zeus parecendo considerar a proposta. Seus olhos passearam por toda a extensão do Argo II novamente, dessa vez de forma mais analítica – Esta bem! – se deu por vencida enfim – Vou com vocês nesse barco dos horrores! – e as duas garotas riram efusivamente.

 - Na verdade é um navio de guerra – falei enfim, já não suportando a forma como estavam difamando minha obra prima. Mesmo vindo da encantadora tenente das caçadoras, aqueles insultos começaram a me irritar. Eu não podia deixar de defender minha criação que à propósito deu muito trabalho para construir – E não tem nada de horror por aqui. Tenho certeza que nem irá notar que estamos voando quando estiver a bordo.

- É mesmo, Valdez? – surpreendentemente Thalia me respondeu e mais surpreendentemente ainda, ela se lembrava do meu sobrenome. A semideusa começou a avançar alguns passos pela rampa de acesso ao navio – Pois ainda não sei se posso confiar nas suas habilidades! Mas irei viajar em seu barco voador, apenas porque Annabeth me pediu. Que isso fique bem claro!

Uau! Ela havia acabado comigo em poucas palavras e lá estava eu babando por ela novamente. Emiti um som em resposta que nem eu consegui identificar do que se tratava. Resolvi que era melhor calar a boca antes que passasse algum vexame. Thalia se despediu das caçadoras depois de lhes dar algumas orientações. Em seguida ela, Annabeth e Jason subiram a bordo do Argo II. Fiz um grande esforço para desviar minha atenção da nossa nova companheira de tripulação e me focar na partida. Coordenei os meus irmãos do chalé de Hefesto que estavam cuidando dos motores. Passei instruções também para os grandes e fortes filhos de Ares que haviam ficado responsáveis pelas velas. Orientei que todos assumissem suas posições de forma ordenada e segura. Por último me posicionei atrás do manche principal do navio e dei o famoso grito:

- Levantar ancora!

O ruído das correntes foi ouvido por todos, que mantinham silêncio por causa da imensa expectativa. Eu tenho que confessar que estava bastante nervoso nesse momento. Apesar de ter total confiança em meu trabalho e ter certeza de que tudo estava funcionando perfeitamente, não tinha como não sentir aquele friozinho na barriga. Era óbvio que eu queria que desse tudo certo. Pois se não desse a culpa seria toda minha. Um acidente, ou algum imprevisto são coisas que sempre podem acontecer. Mas tentei afastar minha mente desses pensamentos negativos. Me concentrei na minha ansiedade por ver aquela belezinha em ação. Assim que a ancora foi totalmente içada os motores foram ligados. Senti o tremor característico na estrutura do navio que alcançava a sola de meus sapatos através do solado de madeira da cabine. O peso de manche aumentou e o segurei firme enquanto via toda a paisagem a minha frente deslizar para baixo. Mas nada estava caindo, éramos nós que estávamos subindo, cada vez mais alto no céu.

***

Os primeiros minutos de viagem foram silenciosos e tensos. Talvez porque todos ainda estavam esperando que algo fosse dar errado. E de certa forma acho que eles tinham esperança de que, se algo fosse dar errado, que desse agora no princípio do trajeto e não quando estivéssemos para chegar ao acampamento Júpiter. Mas alguns minutos depois eu percebi que todos começaram a relaxar e alguns até passaram a curtir o momento. Ficou evidente o quanto o Argo II era potente e estável em sua navegação/voo. Não havia como não se sentir confortável e seguro navegando/voando naquela esplendida embarcação. Nesse momento me sentia extremamente confiante e orgulhoso de ter encabeçado toda a construção do navio. Agora era só torcer para que chegássemos a São Francisco sãos e salvos, e talvez a tempo de lutar ao lado dos romanos.

Depois de meia hora no comando das direções chegou a hora de trocar de turno. Nyssa, minha meia-irmã que participou avidamente na elaboração e construção do Argo II, assumiu o manche para que eu pudesse descansar um pouco. Aproveitei para ir até o convés inferior verificar se estava correndo tudo bem com os motores. Quase não havia trabalho a se fazer por lá. Tivemos o cuidado de desenvolver mecanismos modernos e eletrônicos que faziam praticamente tudo sozinhos. A maior parte das pessoas que ali estavam tinha a função de supervisionar as maquinas, verificando se estavam trabalhando adequadamente. Depois me dirigi à parte superior alcançando o piso intermediário do navio. Andei por ali enquanto as pessoas acenavam e me cumprimentavam pelo bom desempenho da viagem até então. Inevitavelmente acabei topando novamente com a graciosa, porém não tão doce Thalia Grace.

Ela se encontrava sentada sozinha num canto, bem afastada da borda do navio. Eu sabia de sua aversão por altura e imaginava o quanto estava sendo difícil para ela encarar aquela “aventura”. Parecia ser uma bela oportunidade de eu tentar me aproximar da semideusa. Afinal ela estava vulnerável, sozinha e desarmada. Mas ao mesmo tempo me apavorava a ideia de levar um novo e majestoso fora. O que era estranho, afinal eu não era de me assustar fácil. Havia enfrentado monstros, gigantes, e outros tipos de criaturas em minha última e única missão. Poderia me considerar um garoto bravo, corajoso e até heroico. Mas lá estava eu com as pernas tremendo diante da garota dos meus sonhos. E para ajudar, ela havia aceitado a imortalidade em troca de abrir mãos dos garotos para sempre. Certamente eu devia ter um gosto muito estranho e peculiar para garotas. Mas não tinha jeito, eu estava confessamente fascinado por ela e não iria aceitar uma rejeição assim tão fácil. Decidi então fazer algo que provavelmente não daria certo: ser eu mesmo.

- Não estamos planando tão alto, sabe? – disse ao me posicionar atrás dela. Thalia se assustou com a minha chegada repentina e me olhou com os olhos arregalados. Então pude ver seu rosto e ele estava num tom meio esverdeado – Oh deuses, você está passando mal! Venha, vou te levar lá para dentro...

- Estou bem, não preciso de ajuda – disse ela tentando disfarçar, mas logo que abriu a boca fez uma careta de ânsia. A semideusa teve de colocar a mão sobre a boca, fechar os olhos e respirar fundo para conter o vômito. Definitivamente ela não estava nada bem e precisava sim da minha ajuda.

- Isto não está em discussão. Você precisa de cuidados agora mesmo. Não vou deixar um passageiro passando mal no meu navio – eu soava um tanto quanto autoritário e arrogante ao dizer aquilo, mas minha real intensão era mostrar que eu estava preocupado com ela. Fazer com que ela se sentisse melhor era o mínimo que eu podia fazer.

Antes que ela protestasse de novo eu coloquei meu braço em volta de sua cintura a ajudei a se levantar. A guiei através do navio até que chegamos a escada que levava até o piso onde ficavam os alojamentos, banheiros, cozinhas e etc. Logo que entramos num local fechado e deixamos de avistar a paisagem em volta do navio, Thalia pareceu já se sentir melhor. O problema dela era estar consciente de que estava nas alturas. Enquanto eu a mantivesse longe das janelas parecia que ela ficaria bem. A deixei sentada em um sofá que havia na área de refeições do navio. Ela foi retornando a sua cor normal enquanto eu a observava atento. Ela levantou os olhos para me olhar e pareceu intrigada. Como se ela estivesse grata pela ajuda, mas ainda relutasse muito para aceitar esse fato. Mas no fim das contas ela acabou se dando por vencida e me lançou um leve sorriso que quase fez meu coração parar de bater.

- Obrigada, Valdez – ela insistia em me chamar pelo sobrenome para não deixar totalmente de lado a implicância – Mais um minuto lá fora e acho que teria colocado todo meu café da manha para fora. E era uma caça muito boa para ser desperdiçada assim.

- Imagino – disse sem conseguir conter o riso do seu comentário. Ela insistia em fazer a linha durona mesmo quando havia acabado de mostrar uma de suas maiores fragilidades. Era algo comum das caçadoras, tentar deixar de lado sua feminilidade. Mas pelo menos para mim, Thalia não se saia muito bem nessa tarefa – O importante é que já está se sentindo melhor.

- Graças a você – frisou ela e eu não pude deixar de me sentir encabulado – Parece que entende mesmo de embarcações que navegam e voam ao mesmo tempo.

- Na verdade não sabia até algum tempo atrás. Mas nos últimos meses eu tive que aprender, já que minha vida virou a construção desse navio.

- Está mesmo orgulhoso dele, não é? – ela parecia um tanto impressionada e perturbada com aquilo. Como se fosse uma ideia difícil de aceitar. Mas pouco a pouco eu ia chegando a conclusão de que não havia nada que Thalia aceitasse facilmente.

- Muito – falei sem conseguir conter o entusiasmo – Sei que pra você pode não representar muita coisa, mas como filho de Hefesto, parece que me dou melhor com as coisas feitas de metal do que com as feitas de carne e osso. E ter construído algo tão grandioso me deixou bastante satisfeito comigo mesmo. Fora que ganhei bastante atenção do chalé de Hefesto e dos demais semideuses também.

- Então minha dedução sobre você estava certa – disse ela me pegando totalmente de surpresa. Thalia Grace tinha uma dedução sobre mim? Eu ouvi direito? – Você é totalmente inseguro e carente de atenção! – “Strike one”, ela conseguiu acabar comigo de novo!

- Inseguro e carente de atenção? – eu ainda recolhia meus pedaços pelo chão depois daquela patada – Mas você não é fácil mesmo, heroína! Quando acho que estou conseguindo ganhar alguns pontinhos com você, levo um corte desses – não consegui esconder o meu desapontamento. Ela pareceu se divertir com a minha desgraça, pois estava me lançando mais um de seus sorrisos matadores.

- E quem foi que disse que eu estava te cortando? – ela não conseguia conter o riso ao falar – Não que você tenha alguma chance comigo, Valdez. Mas sinceramente não vejo problema em ser inseguro e carente de atenção. Quando te conheci parecia um pouco deslocado e desapegado. Mas agora você está um tanto quanto diferente. Parece que finalmente está encontrando o local onde pertence.

Eu estava tentando bolar uma resposta que alcançasse o mesmo nível dela, mas fui salvo pelo gongo. A campainha de “alerta convocatório” soou por toda a extensão do navio. Esse sinal indicava que estavam precisando de minha presença na cabine de comando, mas que aparentemente não havia nada de errado e eu não precisava me alarmar. Thalia me olhava com a testa franzida sem entender e eu lamentei por ter que deixar nossa conversa para outra hora. Eu sentia que estávamos fazendo algum progresso enfim, ou talvez fosse só fruto da minha imaginação. De qualquer forma, eu tive que abandoná-la por enquanto.

- Estão precisando de mim. Não saia daqui até eu voltar, a não ser que seja caso de vida ou morte!

Ela fez cara de espanto e medo ao mesmo tempo ao ouvir aquilo. Deixei o local sem esperar resposta e caminhei a passos largos até a cabine de comando. Chegando lá vi que era apenas para me avisarem de que estávamos atravessando a fronteira entre Illinois e Missouri. Logo teríamos que fazer uma parada para uma checagem geral e talvez um reabastecimento dos motores. Até ali tudo correra perfeitamente bem. Nenhum dano nas maquinas, nenhum atraso, nenhum problema com a tripulação, fora o pequeno enjoo de Thalia. A viagem estava correndo melhor do que eu esperava. Voltei a assumir o manche e pedi para que alguém fosse dar uma olhada na filha de Zeus. Não queria que ela voltasse a passar mal, então orientei que a levassem a uma cabine para que dormisse ou então descansasse um pouco. Estava entretido em meus devaneios do que Thalia poderia pensar de mim enquanto guiava a imensa embarcação quando fui bruscamente interrompido por uma Annabeth que gritava e gesticulava freneticamente.

- Leo! – exclamou a semideusa que parecia estar sem folego. Ela provavelmente viera correndo até ali – Acabamos de receber uma mensagem do Tyson! Ele encontrou Percy!

- Ah...  – eu demorei demais para processar a informação, ainda estava um pouco conturbado pela forma como ela havia irrompido na cabine.

- Você ouviu o que eu disse, Leo? ELE ENCONTROU PERCY! – ela enfatizou as três últimas palavras num tom bem alto – Ele está lá, está no acampamento Júpiter. Voltou da missão a salvo! Agora nós só precisamos chegar até lá antes que alguma coisa aconteça a ele. Tyson disse que Polibotes já chegou ao acampamento Júpiter e já estão atacando-os. Não dá pra aumentar a velocidade dessa coisa? Coloquem mais carvão nas caldeiras! Precisamos chegar lá agora!

- Calma, por favor – pedi quando ela finalmente resolveu ficar quieta um segundo – Você está muito desesperada. Primeiro se controle ok? – Por um momento achei que a semideusa iria me bater por tê-la mandado se controlar, mas depois ela pareceu entrar em si e concordar comigo – Bom, primeiro não existem caldeiras, esqueceu? Os motores são elétricos. E não podemos aumentar a velocidade sem correr o risco de danificar os equipamentos. É melhor continuarmos de forma moderada com a certeza de que atingiremos o objetivo do que arriscarmos não terminar a viagem.

- Tem razão – disse Annabeth parecendo enfim voltar a raciocinar direito – Você está fazendo um ótimo trabalho com esse navio Leo, continue assim. Apenas faça com que cheguemos ao acampamento Júpiter ok? Desculpe o meu surto. É que é a primeira vez em muitos meses que eu tenho certeza de onde Percy está e de que ele está em segurança, pelo menos por enquanto. Enfim, acho que se esperei até agora, posso esperar mais um pouco.

- Não se preocupe, Annie – tentei confortá-la – Eu entendo que é difícil para você controlar as emoções nesse momento. Você deve estar uma pilha de nervos por dentro. Mas vai dar tudo certo, confie em mim. Chegaremos a São Francisco antes que possa imaginar.

Cumprindo o cronograma, fizemos uma breve parada no estado de Missouri, numa região descampada e não habitada. Depois de verificarmos tudo e reabastecermos os tanques, levantamos voo outra vez. Fiquei tão concentrado em fazer tudo funcionar perfeitamente naquela última parte da viagem que nem pude ver Thalia de novo. Mas isso não quer dizer que não pensei nela. E obviamente não esqueci que tínhamos uma conversa pendente. Mesmo com tudo indo contra aquela possibilidade, eu não iria me dar por vencido. Sentia que existia algo especial entre mim e aquela semideusa. Ainda que eu tivesse que levar muitas patadas e foras, um dia eu conseguiria amolecer aquele coração.

Coincidentemente Jason e Piper estavam comigo na cabine quanto avistamos ao longe o acampamento Júpiter. Sua entrada era totalmente diferente a do acampamento meio-sangue. Diminuímos a velocidade e começamos a colocar em prática a nossa estratégia “chegando na camaradagem”. Nossa intensão não era invadir, muito menos nos confrontar com os romanos. Então era obvio que não podíamos chegar assim de surpresa e esperar que nos recebessem com confetes e balões de festa. Butch do chalé de íris, com a ajuda dos irmãos Stoll desenvolveram uma ferramenta muito interessante. Nós poderíamos gravar uma mensagem num pergaminho, como se fosse um vídeo, e fazê-la chegar às mãos de Percy.

É claro que na hora da votação, todos me escolheram para representar o Argo II. Fingi estar acanhado e lisonjeado com a escolha de todos, mas na verdade eu achava que era muito justo. Eu merecia aquilo com certeza! Gravei a tal mensagem de forma clara e objetiva, não muito formal, claro. E Butch se encarregou de enviá-la. Esperava sinceramente que eles entendessem o recado e que Percy pudesse persuadir os romanos de que éramos amigos. Não queria ver Argo II danificado caso tivéssemos que entrar numa batalha contra eles. 


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Notas finais do capítulo

O que esperam da chegada deles ao acampamento Júpiter? Gostaram da relação entre Leo e Thalia? Talvez possa incluir eles na 3ª temporada ^^
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beijos ;**
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