Em Busca Do Herói Perdido escrita por Sarah Colins


Capítulo 19
Capítulo 18 – Embarque


Notas iniciais do capítulo

Olá amigos, tudo bem?
Capítulo novo para vocês. Aviso que vocês podem encontrar algumas divergências quanto a história original nesse capítulo. Mas lembrem-se que apesar de eu estar seguindo os livros, as vezes não é possível manter tudo exatamente igual.
Pelos meus cálculos a fic terá 20 capítulos. E resolvi colocar o encontro entre Percy e Annabeth ainda nessa temporada. Afinal não sei quando e nem se vou fazer uma 3ª ainda...
Aproveitem ;)



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Alguns minutos foram necessários para que todos resolvessem conter os ânimos e deixar Nico se explicar. Se é que tinha como ele explicar uma coisa daquelas. Até eu que sempre sou a que tenta manter a calma não pude deixar de ficar indignada com aquilo. O único que não parecia nenhum um pouco chateado era Matt. Ele parecia era estar achando graça. O mortal havia se redimido e ganhado um pouco de nossa confiança ao nos ajudar com a pesquisa, mas mantinha seu caráter arrogante e perverso de sempre. Talvez se ele soubesse o quanto estávamos nos sentindo traídos por Nico naquele momento, não acharia tanta graça na situação. Minha vontade era de pular no pescoço do filho de Hades exigir que ele se explicasse imediatamente. Entretanto os anos de amizade e fidelidade que ele sempre demonstrou me mantiveram racional o bastante para não fazê-lo.

– Ok, é bom que tenha uma explicação muito boa, Nico. Como assim você esteve no acampamento Júpiter? Como sabia chegar lá? E porque escondeu de nós essa informação? Achei que estivesse do nosso lado! – cuspi aquelas palavras demonstrando minha revolta e a de todos os outros semideuses reunidos ali.

– Certo. Uma coisa de cada vez. É claro que estou do lado de vocês, sempre estive. Não tem porque duvidarem da minha lealdade – ele falava pausadamente como se tentasse ordenar os pensamentos dentro de sua cabeça. Dava pra notar que ele sentia que havia sido colocado contra a parede e que qualquer palavra que empregasse de forma inadequada poderia fazê-lo ser mal interpretado – E sim eu sabia onde ficava o acampamento Júpiter há algum tempo...

– Quanto tempo? – perguntei interrompendo-o.

– Antes mesmo de Percy desaparecer – respondeu ele numa voz bem baixa, já antevendo uma reação ruim de nossa parte.

– E porque não nos contou? Por que nos deixou pesquisando livros de história feito idiotas esse tempo todo? – berrou Clarisse que estava fazendo um esforço absurdo para manter as mãos longe do pescoço de Nico. Nesse momento ela avançou alguns passos em direção ao semideus. Chris e Travis a seguraram e tentaram acalmá-la antes que ela perdesse o controle.

– Escutem, se eu não disse a vocês que sabia onde ficava o acampamento romano foi para o seu próprio bem...

– Está um pouco difícil acreditar nisso, príncipe das trevas! – disse Chris enquanto ainda mantinha Clarisse segura em seus braços.

– Se vão me julgar antes mesmo de ouviram minha explicação, me avisem – respondeu Nico agora parecendo irritado com todas aquelas acusações – Não tenho porque perder tempo tentando me defender se já decidiram o que pensar a meu respeito!

– É claro que iremos ouvir suas explicações Nico – falei olhando o semideus em seus olhos escuros – Você tem que entender que é um pouco difícil para nós compreendermos algo assim. Mas não iremos condená-lo até ouvir o que tem a dizer. Por favor, prossiga.

– Obrigado – disse ele ainda parecendo chateado ao ver que todos o olhavam com desconfiança e desprezo – Bom, como eu ia dizendo, já sabia onde ficava o acampamento Júpiter. Como sabem, eu vivo viajando pelo país, nunca permaneço em um mesmo lugar por muito tempo. E numa dessas eu encontrei o refúgio dos semideuses romanos. Não fui exatamente bem recebi por lá, devido a má fama de Hades. Também não permaneci por muito tempo, não o suficiente para fazer amigos ou coisa do tipo. Cheguei a voltar lá umas duas ou três vezes depois, mas sempre por um período breve. Quando soube que Percy havia desaparecido, jamais imaginei que ele seria mandado para lá. E quando essa informação foi revelada eu cheguei a duvidar. Então esses novos semideuses começaram com aquela história de construir um navio de guerra para “enfrentar” os romanos e etc.

“Logo eu percebi que essa ideia poderia dar muito errado. Foi então que decidi ir verificar o que estava havendo por lá, antes que vocês descobrissem onde estava localizado o acampamento e saíssem numa missão suicida. Encontrei Percy logo que ele chegou por lá. Ao que parece ele passou um bom tempo perdido antes de encontrar o território dos romanos. Logo em sua chegada, Percy salvou a deusa Hera, digo Juno, mas em consequência perdeu a benção do Estige por atravessar o Rio Tibre. No fim acabaram aceitando que Percy ficasse por lá. Como era de se esperar o filho de Poseidon logo se destacou devido às suas habilidades como guerreiro e líder. Foi então que Ares, ou Marte como preferirem, apareceu com uma missão. E é claro que Percy, junto com dois outros novatos, se ofereceu para ir. Eles conseguiram resgatar o deus da morte, derrotaram o gigante Alcioneu e ainda recuperaram o estandarte perdido da Quinta Coorte.”

“Bom, mas isso não vem ao caso agora. O que importa é que Percy já está voltando para o acampamento Júpiter que nesse momento está para ser atacado por outro dos gigantes de Gaia. Ele vem acompanhado de um grande exército de monstros. E o pior é que esse gigante é ninguém menos que Polibotes, o gigante criado para matar Poseidon. Então não estranharia nada se ele estivesse obstinado em acabar com Percy também. Enfim, o que quero dizer é que ir até o acampamento romano sem saber o que nos aguardava era perigoso demais. E como eu já havia estado lá, resolvi ir dar uma olhada antes para saber como estava as coisas. Tentei voltar antes para avisá-los, mas Hades estava realmente precisando de mim no Mundo Inferior enquanto Tânatos estava aprisionado. Eu não contei a Percy quem eu era nem nada sobre sua vida. Deixei que ele cumprisse seu destino com aquela missão. Mas agora ele está retornando e parece que já recuperou sua memória. Já é seguro para vocês chegarem lá. E se derem sorte poderão ajudá-los na batalha que irão enfrentar!”

– Espera ai! – disse eu ainda tentando digerir todas aquelas informações – O que quer dizer com “vocês chegarem lá”? Não vem conosco, Nico?

– Eu não posso – respondeu o misterioso e sombrio meio-sangue – Tânatos foi resgatado e voltou ao seu posto, mas os Portões da Morte continuam abertos. É meu dever fechá-los. Não há tempo para eu explicar o que isso significa. Vocês devem partir o quanto antes para São Francisco. Quando Percy chegar ao acampamento Júpiter, Polibotes já estará lá. Vocês precisam ajudá-los. Talvez os romanos não deem conta de conter o ataque. Agora eu preciso ir...

– Não, espere – eu disse ainda muito confusa com toda a explicação de Nico – Como Percy estava quando o viu? Ele não se lembrava de absolutamente nada? Por que aquele cabeça de alga tinha que se meter em uma missão se nem se lembrava de quem era?

– Ele estava bem, Annabeth, acredite! – respondeu o semideus tentando me tranquilizar – E tenho certeza que ele continua bem. Lembre-se do como se sente após ter uma missão cumprida. Fora isso os semideuses que estão com ele são ótimas pessoas. Ele está em boas mãos. E não, Percy não se lembrava de nada, exceto por uma coisa. Você – ele sorriu ao ver a minha reação àquela revelação – Pois é, foi uma das poucas coisas que ele me disse. Disse que se lembrava de você e do que sentia em relação a você, mais nada além disso.

Eu não sabia como responder àquilo. Há poucos minutos atrás eu estava com raiva do garoto a minha frente, e agora eu não sabia como agradecê-lo pelo que ele acabara de me contar. Percy se lembrava de mim. Durante todo esse tempo que eu pensei que ele estivesse totalmente desmemoriado, ele ainda se lembrava de mim. Não pude deixar de pensar que talvez fora por isso que ele conseguiu sobreviver tanto tempo sozinho e perdido. Meus olhos se encheram de lágrimas e eu dei um forte abraço em Nico. Ele retribuiu e me manteve assim até que eu resolvi soltá-lo. Alguns dos meus companheiros ainda não pareciam totalmente convencidos com a história do filho das trevas. Mas devido ao momento sentimental de despedida, acabaram dando o braço a torcer e deixaram os julgamentos de lado.

– Eu odeio ter que interromper o momento “final de novela”... – disse Matt enquanto estávamos nos despedindo de Nico – Mas acho que todos devem convir que já cumpri minha pena, digo meu papel por aqui. Então, será que vocês seriam tão amáveis de me libertar?

– Matt, é mesmo – falei como se só agora tivesse me dado conta de que o mortal permanecia ali e que tínhamos um assunto pendendo quanto a seu futuro – Bom, creio que falo por todos quando digo que Matt nos foi de grande ajuda. Ele nos deu todo o suporto de que precisávamos para concluir com sucesso nossa procura pelo acampamento Júpiter. E apesar de seu gênio um tento quanto difícil, ele mostrou ser um bom amigo. Então, desde que prometa que vai esquecer qualquer ideia ou plano maluco de se voltar contra o Olimpo, por mim você está oficialmente “livre”.

– Sério mesmo? – respondeu o mortal surpreso e aliviado. Logo em seguida ele ficou constrangido e voltou a assumir uma postura de desprezo quando nos viu rindo – É, quer dizer... Mas é claro que estou. E se considerem com sorte por eu não entrega-los a polícia por me sequestrarem.

– Não se preocupe Matt – foi Travis quem respondeu ao humano – Também não iremos te entregar pelo que fez ao Chris e ao Dean. Portanto acho que estamos “quites”.

O filho de Hermes conseguiu deixar o mortal superdotado sem resposta. Continuamos rindo até que Matt resolveu se render e começar a rir junto conosco. Ele também se despediu e aproveitou o embalo para deixar o acampamento junto com Nico. Os dois já deviam estar acostumados a andar juntos por ai. O que eu não havia perguntado e acabei ficando com a dúvida, era onde Nico havia deixado Matt enquanto este no acampamento Júpiter? Bom, essa pergunta ficaria para a próxima vez que eu encontrasse o filho de Hades, o que eu esperava que não demorasse a acontecer.

Naquele momento, porém, havia coisas mais importantes em que pensar. A nossa saída urgente para o acampamento Júpiter para salvar Percy e os demais semideuses que estiverem por lá por exemplo.

***

Mesmo com toda a correria para tentarmos deixar o acampamento meio-sangue o quanto antes, só conseguimos partir na manhã do dia seguinte. Recrutei toda a tripulação necessária ainda na noite anterior a partida. Muitos foram pegos de surpresa e tiveram que correr para aprontar sua bagagem, armaduras e armas para a viagem. Por sorte o navio já estava completamente terminado, Leo apenas teve que alçar as velas e ligar os motores. Não pude deixar de sentir um imenso frio na barriga por estar prestes a ir ao encontro de Percy. Eu não sabia em que estado ele estaria quando o encontrasse, mas minhas expectativas eram boas. Não havia ninguém que se saísse melhor quanto o assunto eram batalhas de grande porte como àquela que ocorreria no acampamento Júpiter. Com certeza Percy seria um dos que tomariam a frente e derrubariam grande parte do exército de monstros. Eu apostava até que seria ele próprio quem derrubaria o gigante Polibotes, honrando mais uma vez o nome de Poseidon.

Como de costume, fui falar com Quíron antes de embarcar em mais aquela missão. Quando cheguei a casa grande percebi que eu não era a única que queria ouvir alguns conselhos e receber a benção do centauro milenário. Ele estava em sua cadeira de rodas na varanda da casa, conversando com dois filhos de Ares que haviam sido convocados para ir conosco. Eles eram experientes, haviam lutado na guerra dos Titãs e tudo o mais. Porém, só nós heróis sabíamos que cada batalha era um desafio diferente não importava o quão acostumado você estivesse com o combate. Esperei que Quíron terminasse de falar com os semideuses para subir os degraus até a varanda e caminhar até onde ele se encontrava. Seus braços se abriram para me receber e eu não hesitei nenhum momento em correspondê-lo com um abraço. Ele sabia o quanto aquele momento era importante para mim e quanto eu estava ansiosa e preocupada com o que poderia acontecer.

– Vai, pode dizer – disse eu depois de me soltar dos braços dele – O que estamos prestes a fazer não tem precedentes na história do mundo, ou melhor, do universo. Provavelmente estamos nos dirigindo para a boca do leão e são pouquíssimas as chances de que romanos e gregos possam um dia fazer uma aliança.

– Eu poderia dizer isso sim – respondeu Quíron pensativo – Afinal é tudo verdade. Mas se eu fosse dizer coisas tão óbvias não teria porque você vir até aqui falar comigo, certo? – ele piscou para mim e eu dei um sorriso em resposta – Certamente tentar juntar gregos e romanos é a coisa mais improvável que já existiu e não me surpreende que essa ideia tenha surgido da cabeça de Hera. No entanto tenho visto essa nova geração de semideuses fazerem coisas improváveis há algum tempo. E não preciso dizer que você, Percy, e seus outros amigos estão incluídos nisso. Esses novos semideuses que chegaram também mostraram que tem potencial para coisas grandes. Não acho que será uma tarefa fácil. Mas se vocês não puderem cumpri-la então ninguém mais pode. Jason ao nosso lado e Percy ao lado dos romanos, é a melhor chance que vocês podem ter.

– Você está certo, Quíron. Como sempre – sorri ao concordar.

Uma imagem ilusória e desfocada apareceu ao nosso lado naquele momento, e logo pudemos identificar que era uma mensagem de íris enviada por Tyson. Logo que reconheci a silhueta do ciclope meu coração começou a bater mais rápido. Ele acenava para nós sem parar como que para dizer que estava ali. Não consegui identificar exatamente onde ele estava, mas pude ver que havia muitas arvores e pouca luz. Provavelmente ele estava em um local de mata fechada, o que automaticamente me fez pensar que estivesse próximo a entrada do acampamento Júpiter. Antes de responder ao ciclope, rezei para todos os deuses possíveis para que ele tivesse boas noticias.

– Oi Tyson – disse acenando de volta – Estamos aqui. Você já encontrou Percy?

– Ainda não – respondeu o ciclope – Mas encontrei Ella – uma harpia então entrou em quadro na imagem e eu por um momento achei que Tyson estivesse louco. Porque ele estava perdendo tempo com uma harpia estúpida quanto deveria estar procurando Percy? – Percy a mandou para Tyson cuidar dela.

– Percy Jackson, filho de Netuno, amigo de Ella – disse a criatura de penas avermelhadas – Ella encontrou Tyson, o Ciclope. Tyson cuida de Ella. Tyson bom para Ella. Ella vai ficar com Tyson agora.

– Espere, porque Percy te mandou uma harpia? E onde ele está agora? – eu até me esqueci que estava lidando com duas criaturas cujo raciocínio talvez não fosse tão rápido. Mas eu estava realmente espantada e curiosa para entender aquilo.

– Percy encontrou Ella. Percy, Frank e Hazel salvaram Ella da maldição. Percy não podia levar Ella então mandou Ella procurar Tyson – me explicou a harpia que demonstrou ser muito mais esperta do que eu imaginava.

– Ella é legal e sabe de tudo. Ella lê tudo e lembra de tudo – elogiou Tyson. Era impressão minha ou aqueles dois estavam se dando melhor do que eu esperava – Sinto Percy se aproximando rápido. Logo ele estará aqui. Tyson vai esperar por ele.

– Isso! – disse eu me lembrando de que já devia estar dentro do navio uma hora dessas – Faça isso Tyson. Espere Percy e o encontre quanto ele chegar. Nós já estamos a caminho.

A mensagem se finalizou antes que pudéssemos nos despedir direito. Olhei para Quíron e pela sua expressão ele estava tão impressionado quanto eu. Mas não era para menos, quem poderia imaginar que uma harpia e um ciclope pudessem ser amigos. Resolvi deixar para refletir sobre aquilo depois. Me despedi de Quíron e corri até o local onde o Argos II estava pronto para “zarpar”. Vi que Jason, Piper e Leo já ocupavam seus lugares a frente da cabine de comando. Ao que parecia já estava tudo pronto para partirmos. Andei pela rampa de acesso que levava até o piso da grande embarcação. Eu ainda não conseguia entender muito bem como todas aquelas tonelada de madeira e metal iriam levantar voo, mas os filhos e Hefesto haviam garantido que tudo funcionaria perfeitamente. Quando estava quase no final da rampa, uma voz muito familiar chegou aos meus ouvidos. O som vinha da floresta do acampamento, então eu me virei para ver quem havia chegado.

– Não estavam pensando em partir sem nós, não é mesmo?!



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Notas finais do capítulo

Quem estiver lendo e puder deixar um comentário eu agradeceria muito! Vocês não sabem como isso faz diferença para a gente que escreve ^^
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beijos ;**
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