Em Busca Do Herói Perdido escrita por Sarah Colins


Capítulo 2
Capítulo 1 – Resgate


Notas iniciais do capítulo

Olá amigos!
Peço desculpas pela demora em atualizar a fic! Mas a partir de agora vai ter que ser assim, com um ou dois dias de intervalo mesmo. Eu Tô fazendo um curso de manhã e a tarde eu arrumo a casa, dai sobre pouco tempo a noite para eu fazer minhas coisas no pc. Fico dividida entre escrever a fic e ver minhas séries. Isso quando não tô lendo um livro. Alias, terminei a saga dos Jogos Vorazes e adorei *-* Talvez um dia eu escreva uma fanfic sobre Katniss e Peeta rs.
Espero que gostem do capítulo ;)



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Três semideuses desconhecidos e amedrontados. Foi isso que encontramos ao chegar ao Grand Canyon. E assim como Hera havia me dito um deles havia perdido um dos sapatos. Ele era loiro e devia ter mais ou menos a minha idade. Os outros dois pareciam um tanto quanto mais impressionados com o que acabara de destruir parte do observatório onde se encontravam. Seus olhares eram de pura perplexidade. Mas ao perceberem que nós estávamos ali para ajudar, eles ficara mais aliviados.

Não pude deixar de esconder o meu total desapontamento quando perguntei a Jason, o semideus loiro de um sapato só, sobre Percy. Ele me disse que nunca tinha ouvido falar nele antes e que na verdade ele estava sofrendo de uma espécie de amnésia. Não lembrava praticamente nada de sua vida até então. A menina que dizia ser sua namorada, Piper, me contou que desde a manhã daquele dia Jason vinha apresentando essa perda de memória. No fim das contas eles acabaram me dando mais problemas do que soluções. Eu continuava sem saber onde Percy estava e agora tinha três novos semideuses perdidos e desamparados para me preocupar. Tive que lembrar a mim mesma que eu não era o tipo de pessoa egoísta que deixaria aqueles pobres jovens na mão. Então tratei de embarca-los na carruagem e leva-los ao acampamento meio-sangue.

Atravessamos a fronteira mágica delimitada pelo pinheiro de Thalia, dando sequência a uma série de acontecimentos inusitados. Logo de cara Leo, que tinha um humor brincalhão que me lembrava muito Percy, foi reclamado como filho de Hefesto. Mais tarde Jason informou a Quíron sobre seus recentes sonhos com Hera e que ele precisava resgatar a deusa que aparentemente estava presa em algum lugar. Rachel fez uma profecia para essa missão de resgate quando Jason estava xeretando o chalé Zeus. A noite, durante a fogueira, quando estávamos discutindo quem seriam os dois semideuses que acompanhariam Jason, Piper foi reclamada como filha de Afrodite. E momentos depois, Jason conjurou um raio tão poderoso que mais ninguém teve dúvida de que ele era filho de Zeus. No fim das contas ficou decidido que os três novatos realizariam essa missão de resgate a deusa do casamento.

Jason chegou a sugerir meu nome para que os acompanhasse na missão, mas mesmo que eu quisesse ajudá-los, não poderia. Eu tinha minha própria missão a cumprir, mesmo sem profecia nem nada disso. E libertar Hera não estava na minha lista de prioridades no momento. Por mim aquela deusa enxerida podia continuar presa para sempre. Não pude deixar de notar no comportamento estranho de Jason, que insistia em chamar os deuses por seus nomes romanos. As marcas em seu braço também eram extremamente intrigantes. Mas eu não tive tempo para analisar nenhum desses fatos. Logo eles partiriam e eu também. Leo, que até então tinha se mostrado o mais comum dos três, surgiu montando um dragão de bronze que estava solto e fora de controle pela floresta há tempos. Depois da morte de Charles Beckendorf ninguém mais tinha conseguido captura-lo e domá-lo.

No dia seguinte, Leo, Jason e Piper deixaram o acampamento, ainda com aquele ar amedrontado que eu havia visto em seus rostos quando os resgatei no Grand Canyon. Mas definitivamente aquela missão havia sido feita para eles. Eu esperava que logo eles começassem a descobrir do que eram capazes. O início da vida como meio-sangue não é nada fácil. Não pude deixar de me lembrar da primeira missão em que Percy, Grover e eu nos aventuramos. Não tínhamos nem doze anos de idade e já ficamos cara a cara com terríveis criaturas que queriam nos fazer em pedacinhos. Infelizmente só o que eu pude fazer foi desejar boa sorte e dar alguns conselhos a eles. Fiquei olhando enquanto eles alçavam voo, montados em Festus, nome que Leo deu ao dragão voador de metal.

***

Mais tarde naquele mesmo dia eu voltei a concentrar meus pensamentos na “missão de resgate” de Percy. Eu a havia chamado assim, pois imaginava que onde quer que Percy estivesse, ele estaria contra sua vontade. Não existia qualquer outro motivo para ele estar desaparecido por tanto tempo. Ninguém o levaria para longe daqui sem dar nenhum aviso com o consentimento dele. Essa possibilidade estava completamente fora de questão. Mas será que eu podia mesmo descarta-la? Até agora eu havia agido como se Percy tivesse sido capturado ou algo do tipo, e que o autor desse delito provavelmente era algum de seus inimigos. Mas e se as coisas não fossem bem assim.

Foi então que comecei a ponderar outras opções. Talvez Percy tenha sido induzido a deixar o acampamento por alguém que fosse considerado um amigo. Talvez ele pudesse ter sido enganado por algum ser muito poderoso, como aconteceu com Luke. Ou então, nem tenha sido preciso tanto. Ele pode ter sido convocado por alguma força maior que o fez largar tudo imediatamente sem ter tempo nem de avisar a ninguém. Essa era uma opção pouco provável para mim até que eu me lembrei de uma coisa que Percy havia me dito poucos dias antes de desaparecer. Algo que eu já havia ficado sabendo antes através de um sonho. Uma mensagem de íris de seu meio-irmão Tyson que o informou de que Poseidon o estava solicitando para ajudar na reconstrução de seu reino.

Eu não acreditava que o deus dos mares teria tirado Percy do acampamento de forma tão repentina e misteriosa se realmente apenas o quisesse para esse fim. Entretanto, Percy mesmo havia me confidenciado sua desconfiança quanto as intenções do pai. Ele dizia ter certeza de que Poseidon o queria lá não só para reerguer o que havia sido destruído durante a guerra dos Titãs. Ele provavelmente pretendia “usá-lo” de outra forma. Nem Percy estava seguro do que isso seria exatamente. Mas era de se esperar que um deus tão poderoso tivesse planos para o seu filho meio-sangue que havia derrotado Cronos. Essa ideia fez minha cabeça latejar de tão geniosa. Mas finalmente eu tinha algo que me dera uma fresta de luz em meio a total escuridão em que me encontrava desde que meu namorado havia sumido.

Não esperei nem mais um segundo para ir até o chalé de Poseidon. O jeito mais fácil de eu descobrir se Percy estava ou não no fundo do oceano, era mandando uma mensagem de íris a Tyson. Se o ciclope não soubesse me dar essa informação, eu já estava pensando seriamente como faria para voltar ao reino submarino. Adentrei o local sem precisar bater na porta. Tudo continuava do jeito que eu havia encontrado da última vez que estive aqui. A harpias nem se deram ao trabalho de limpar nada por ali. Qualquer coisa que pudesse ter sido deixada para trás poderia se tornar uma pista. E mesmo depois de eu ter vasculhado o cômodo todo diversas vezes, eu insistia para que ninguém tirasse nada de lá nem arrumasse as coisas dele. Dessa vez eu não estava interessada nos vestígios que Percy pudesse ter deixado ali. Eu estava querendo usar sua fonte de água como meio de comunicação.

Me aproximei do artefato e percebi que ele continuava funcionando de forma ininterrupta. Peguei um dracma em meu bolso e o joguei sobre o pequeno arco-íris que se formava entre o facho de luz e a agua que escorria da fonte.

– Ó deusa do arco-íris, aceite a minha oferenda – proferi aquelas palavras da maneira mais calma que consegui. E logo em seguida completei – Tyson, Forjas dos Ciclopes, fundo do mar.

Assim que terminei de falar eu conclui que talvez a minha descrição do local onde Tyson se encontrava não era tão precisa. Neste caso eu teria desperdiçado uma dracma à toa. Mas mesmo assim valeria a pena. Eu precisava contatar Tyson o mais rápido possível. Eu já deveria ter partido com os outros campistas atrás de Percy. Só não tinha feito isso ainda por causa do contratempo com os novos meio-sangues que encontrei. Mas de certa forma foi bom eu ter tido que voltar para o acampamento. Parecia que agora eu estava mais calma e podia pensar com mais clareza acerca dessa busca. Eu já estava desistindo da ideia de mandar a tal mensagem quando vejo a forma robusta do meu cunhado ciclope aparecendo em meio a água. Ele parecia estar concentrado em seu trabalho nas forjas e não se deu conta de que eu havia aparecido por ali.

– Ei Tyson, sou eu Annabeth! – chamei com a voz não muito alta para não assustá-lo.

Mas obviamente ele levou um baita susto de qualquer jeito. Vi um imenso martelo flamejante voar pelos ares e a espada que ele estava concertando deslizou na pedra até atingir o pé do ciclope. Ele não expressou nenhum sinal de que aquilo havia doido. Ao me ver ali, Tyson apenas abriu um imenso sorriso e começou a vir em minha direção com os braços abertos. Agradeci aos deuses por não estar fisicamente presente naquelas forjas. Ser contemplado com um abraço de um ciclope de mais de três metros de altura não era a melhor experiência que já vivera. Quando ele se deu conta de que não podia me envolver em seus braços e que aquilo era apenas uma imagem, Tyson voltou alguns passos para trás e continuou mantendo uma expressão de pura felicidade.

– Oi Annabeth – exclamou ele enfatizando cada uma das sílabas do meu nome – Estava sentindo minha falta também?

– É... Claro Tyson! – improvisei aquela resposta totalmente sem jeito – Estávamos com muitas saudades de você! – e então eu percebi que estava falando no plural, me referindo a mim e a Percy, como se ele ainda estivesse comigo. E então achei melhor ir logo ao ponto antes que Tyson perguntasse por ele e acabasse com todas as minhas esperanças de que Percy estivesse por lá – Faz alguns dias que Percy está desaparecido, Tyson. De um dia para o outro ele não estava mais aqui e não temos ideia de onde pode ter ido. Então eu pensei que talvez ele pudesse ter ido atender ao chamado de Poseidon. Aquele que você contou a Percy alguns dias atrás, lembra?

– Lembro – afirmou o ciclope ainda processando a informação que eu lhe dera. Eu fui percebendo sua expressão mudar até que seu sorriso desapareceu e seus olhos adquiriram uma tristeza de cortar o coração – Percy não veio para cá. Tyson saberia se Percy tivesse vindo. Ele não sumiria sem avisar ninguém. Tyson vai procurar Percy agora mesmo!

– Espere Tyson – tentei acalmá-lo antes que ele saísse e me deixasse falando sozinha. Talvez o ciclope fosse útil em minha busca afinal. Lembrei que ele podia sentir onde o irmão estava. Mas eu precisava que ele se controlasse e me ouvisse para que pudesse realmente nos ajudar naquela missão – Temos que unir nossas forças e agir de forma ordenada para conseguir encontra-lo. Se você puder vir ao acampamento, então nós iremos traçar uma estratégia mais eficiente.

– Tem razão – respondeu ele não parecendo realmente ter entendido tudo o que eu dissera – Tyson vai para o acampamento o mais rápido que conseguir. Vou pegar uma carona com arco-íris!

Eu não pude deixar sorrir antes de me despedir do ciclope e encerrar aquela mensagem. Ele não media esforços quando se tratava de fazer algo a favor de Percy. Ele moveria céus e mares para encontra-lo. Eu não podia estar mais satisfeita com esse reforço que a minha missão iria receber. Mesmo tendo ficado desapontada por não obter uma resposta positiva as minhas suspeitas iniciais de que ele estaria com seu pai no fundo do mar. Mas no fundo eu sabia que não poderia haver sido isso. Poseidon jamais manteria aquilo em segredo por mais que tivesse planos grandiosos para Percy por lá. E mesmo que ele fizesse isso, Percy daria um jeito de se comunicar comigo, ou com alguém do acampamento para dizer que estava bem.

Mas afinal, em qualquer outra circunstância ele já não teria tido tempo para tentar nos avisar? Ele não imaginava o quão aflita eu estava por não saber nada dele? Certamente ele imaginaria isso. O que me faz acreditar que na pior das hipóteses eles deve estar incapacitado de sequer tentar estabelecer contato com alguém que poderia ajudá-lo. Esse pensamento fez com que um calafrio percorresse minha espinha e instintivamente peguei um dos livros de Percy em cima de sua escrivaninha e o apertei contra o peito, abraçando-o. Eu queria afastar todas aquelas imagens assombrosas que insistiam em aparecer na minha mente cada vez que eu imaginava como ele estaria. Aquilo só iria me fazer ficar frágil e vulnerável. E eu não podia me dar ao luxo de me sentir assim agora. Precisava me manter forte e focada para encontrar meu namorado o mais rápido possível.

Enquanto esperava Tyson chegar ao acampamento, aproveitei para repassar as estratégias de busca com minha “equipe”. Grover havia retornado recentemente de mais uma das suas expedições onde ele tentava convencer a criaturas místicas que Pan estava morto e que só dependia de nós conseguir salvar a natureza. Nem precisei convoca-lo para a missão quando ele ficou sabendo do desaparecimento de Percy. Fora ele também estava contando com a ajuda de Clarisse, que dizia estar nessa apenas para não ter que me aguentar chorando pelos cantos. Connor e Travis do chalé de Hermes também se apresentaram como voluntários para ajudar, mesmo depois de tudo que havia acontecido entre nós este verão. Rachel também queria participar, mas todos concordamos que uma mortal no grupo só iria atrapalhar as coisas. Quíron havia conseguido localizar as caçadoras de Ártemis, que lideradas por Thalia Grace, também começariam uma busca independente da nossa. Me surpreendi a ver que diversos outros semideuses também quiseram nos acompanhar. Até mesmo alguns calouros. Mas pelo bem deles e da missão era melhor deixarmos um número mais deduzido de campistas no grupo.

Também aproveitei o tempo que ainda tinha antes de sairmos para a missão para poder estudar novas possibilidades. Já que Poseidon estava descartado da lista de possíveis ‘raptores’ de Percy. Não pude deixar de me lembrar do que havia acontecido com Connor algumas semanas atrás. Ele agira de maneira totalmente perversa e mesquinha tudo por conta de um espírito que havia sido enviado por Afrodite. E se a mesma coisa tivesse acontecido a Percy? E se ele também tivesse sido influenciado por um espírito a deixar o acampamento? Eu realmente não poderia desconsiderar essa opção. Vários outros semideuses que eu conhecia ou que eram historicamente conhecidos, já passaram por situação semelhante.

Instantaneamente me lembrei da breve visita que Nico Di Ângelo havia feito ao acampamento no começo do verão. Ele havia confessado que fora ele quem deixara escapar o espírito que atormentou Connor. Se o sumiço de Percy tivesse algo a ver com alguém vindo do mundo inferior, Nico deveria saber de alguma coisa. Tomei a decisão e fui imediatamente informar aos meus companheiros. As ninfas do riacho me avisaram que Tyson já havia chegado, então pedi a ajuda delas para reunir todos eles. Fui até o pinheiro de Thalia, que era onde eu havia combinado o encontro.

Me senti um tanto quanto emocionada quando todos chegaram e se posicionaram a minha volta para saber o que eu tinha a dizer. Eles se comportavam como se aquela fosse uma missão tão importante quanto a guerra dos Titãs. Dava para perceber que eles não estavam ali de má vontade. Tampouco estavam sentindo pena de mim por estar sem meu namorado. Eles queriam encontrar Percy tanto quanto eu. Mesmo que muitos não o reconhecessem com um líder por aqui, todos sabiam que Percy teria feito o mesmo por qualquer um deles. Isso me deu uma injeção de ânimo a mais. Exatamente o que eu precisava para iniciar aquela empreitada.

– E então, o que tem para nos dizer de tão importante sobre a missão, Annabeth? – perguntou Grover de forma insegura.

– Quero dizer que já temos um primeiro destino para alcançar – eles se entreolharam desconfiados e então esperaram eu completar – Nós vamos até o Mundo Inferior!



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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Essa 'viagem' deles ao mundo inferior vai dar o que falar! ;D
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beijos ;**
@SarahColins_



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