Em Busca Do Herói Perdido escrita por Sarah Colins


Capítulo 17
Capítulo 16 – Estudos


Notas iniciais do capítulo

Oi amigos, tudo bem? ^^
Sei que demorei muito com esse capítulo e peço desculpas a vocês! Estive muito ocupada nos últimos dias. No fim de semana fui a um show e fiquei quebrada. Demorou até me recuperar e voltar a escrever. Mas enfim estou aqui voltando a ativa.
Aviso que a fic está se aproximando do final. Ainda não sei ao certo quantos capítulos terão, mas vai ser em torno dos 20. E não se esqueçam que eu planejo fazer a 3ª temporada contando o ponto de vista da Annabeth na história a partir do livro "A Marca de Atena" (que eu ainda não li, mas pretendo fazer uma versão alternativa)
Boa leitura ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/275190/chapter/17

Sabe aquela história de que os semideuses normalmente não se dão bem na escola e estão sempre se metendo em confusão? Sabe aquele constante tormento de ter que sempre estar trocando de colégio porque você foi expulso? Pois bem, isso acontece porque a vida dos meio-sangues não é, nem de longe, uma vida comum. Além de existirem mil e uma criaturas empenhadas em destruir-nos, nós não fomos feitos para ficarmos confinados em uma sala de aula por tantas horas seguidas. E é dai que surgem os inúmeros inconvenientes que tornam a vida acadêmica dos semideuses quase insuportável. Agora imagine quando você tenta colocar não um, mas nove deles em uma situação muito parecida a de uma escola. Na verdade um tento quanto pior. Por que no nosso caso, não havia professor algum para tentar manter a ordem. Só o que tínhamos era um Sátiro não muito inteligente e extremamente inseguro, e uma criança mortal com uma mente genial, mas sem nenhuma paciência.

Diante do quadro descrito acima, pode-se imaginar o quão proveitosa e exitosa foi a nossa busca por informações sobre os romanos. À principio a estratégia parecia simples. Iriamos ouvir o que Matt tinha a dizer e assim, cada um, com seus conhecimentos práticos sobre a vida de um meio-sangue, poderia tirar suas conclusões. Infelizmente o mortal não parecia estar muito interessado em nos dar todos os detalhes de que precisávamos. Ele parecia achar aquilo muito entediante. Era como se tudo fosse tão obvio para ele que nem precisasse ser explicado. Entretanto, eu e alguns dos que pareciam mais interessados na “aula”, fazíamos perguntas constantemente para não deixar nada passar. Eu anotava tudo o que julgava ser importante e Dean parecia estar repetindo meus movimentos. O semideus seguia com a história de não desistir de mim, o que já estava começando a se tornar um pouco chato e sufocante. Certa vez, quando eu estava pesquisando mais a fundo algo que Matt nos contara, Dean sentou-se ao meu lado e começou a puxar assunto.

- Isso já aconteceu alguma vez com outro semideus? – perguntou ele e eu logo entendi ao que estava se referindo.

- Não. Não que eu conheça – respondi insegura. Dean fitava o chão e eu podia sentir o quanto ele estava perdido e descontente com a situação.

- Eu realmente acreditei que minha mãe mortal era minha mãe biológica. Ela deve ter me adotado ou coisa do tipo. Mas também não posso culpar meu pai por haver me abandonado. Ele devia saber dos riscos de criar um meio sangue.

- Bom, pelo menos agora você sabe quem é sua mãe verdadeira.

- Pois é. Mas achei que isso seria diferente – falou ele ainda parecendo com o pensamento distante - Quer dizer, isso de ser reclamado. Achei que me sentiria diferente. Que poderia enfim ter a certeza de que pertenço a algo. Mas a verdade é que nada mudou. Não sei quase nada sobre Deméter e também não sinto que herdei nenhum dom dela. Fora que pelo jeito jamais terei a chance de conhecê-la...

- Não diga isso Dean. Deméter é uma das deusas que tem mais proximidade com seus filhos meio-sangues – tentei reconfortá-lo. Era a primeira vez em dias que eu sentia que Dean estava falando comigo sem nenhuma intenção de me impressionar. Ele estava apenas procurando um ouvido e um conselho amigo – E outra, você foi reclamado há pouco tempo e está no meio de uma missão. Ainda é cedo para esperar qualquer contato de sua mãe. E quanto aos seus dons, eles irão se revelar na hora que mais precisar.

- Tem razão – disse ele ainda um pouco desanimado – Eu não devia estar me queixando tanto. Afinal há pouco tempo atrás eu nem sequer imaginava que era um semideus. E quando fugi de casa pensei que jamais voltaria a ter uma família. No entanto aqui estou eu cercado de pessoas iguais a mim. Acho que não importa de quem eu seja filho, enquanto eu puder ficar no acampamento meio-sangue com meus semelhantes, estarei bem.

Aquilo me tocara mais do que qualquer outra coisa que Dean já havia dito. Mesmo nas suas melhores tentativas, ele jamais havia conseguido chamar minha atenção como agora. Era quando o semideus se deixava ser ele mesmo que eu mais gostava de sua companhia. Talvez eu devesse lhe dizer isso. Ou talvez não. Por um lado não queria lhe dar nenhuma esperança nem alimentar seus sentimentos por mim. Mas por outro lado ele talvez merecesse saber que não precisava tentar ser diferente, afinal eu gostava dele do jeito que era. Possivelmente Dean não entenderia o que eu quis dizer com aquilo. Eu já aceitara que seria muito difícil convencê-lo a desistir de tentar ser mais do que meu amigo. E então resolvi deixar para lá. E que minha paciência de uma filha legítima de Atena me ajudasse a não me irritar com ele quando voltasse a querer bancar o conquistador.

- Olha o que eu peguei na biblioteca para você – mostrei a ele um livro pequeno de capa dura, que havia acabo de tirar do meio do material que eu estava estudando. Ele era revestido de um material aveludado da cor verde musgo e possuía uma figura da deusa Deméter abaixo de alguns símbolos gregos que eu sabia que ele reconheceria como o nome da mãe – Imaginei que quisesse saber um pouco mais sobre sua origem divina.

- Achei que mitologia grega estava terminantemente proibida para nós no momento – brincou Dean. Eu ri ao mesmo tempo em  ele também ria e pegava o livro de minhas mãos – Obrigada. Acho que você é a única que se importou com o fato de que eu já não sou mais um semideus “sem chalé”.

- É porque estão todos muito concentrados na missão. E já é difícil para nós semideuses estarmos tanto tempo enfurnados estudando, não se sinta excluído. Todos nós já passamos pela mesma situação e sabemos muito bem como você está se sentindo. Mas acredite, logo tudo começará a fazer sentido.

- Espero que esteja certa! – afirmou Dean com um meio sorriso antes de abrir o livro que eu lhe havia dado e mergulhar numa leitura profunda.

***

Os dias viraram semanas e as semanas viraram meses. O que acreditávamos ser apenas uma pesquisa de campo para conhecer nosso inimigo acabou virando um estudo aprofundado sobre Roma. Era difícil de acreditar no tanto de coisas que estávamos conseguindo descobrir. E quanto mais encontrávamos informações importantes, mais queríamos saber sobre o assunto. A ajuda de Matt foi essencial em nossas descobertas. Sem o mortal e sua incrível capacidade de armazenamento a raciocínio teríamos levado o triplo do tempo para conseguir tudo aquilo que estávamos conseguindo.

No decorrer dos estudos eu também pude perceber outro ponto fundamental que estava contribuindo a nosso favor. Nosso grupo era formado por semideuses filhos de diversos deuses diferentes. O que nos dava uma grande variedade de pontos de vista e modos de pensamento. Dessa forma, era difícil que alguma coisa nos passasse despercebida. Muitas das coisas que, por exemplo, eu e Clarisse não demos importância por considerarmos fútil, Drew conseguiu enxergar e demonstrar o quanto aquele aspecto era definitivo para traçar o perfil dos romanos. Os filhos de Hermes, Travis, Connor e Chris, conseguiam, melhor do que ninguém, entender o modo como aconteciam as comunicações dentro do império romano durante os períodos de guerra. Butch e Grover nos faziam sempre reparar nos vestígios naturais e climáticos contextualizados nas histórias da Roma antiga. O que nos possibilitava entender o porquê de certas atitudes tomadas pelos líderes em determinados momentos.

Dean ainda não conseguia aplicar sua essência divina ao analisar as informações que colhíamos. Mas ele e Matt, guiados sempre pela lógica e razão humanas, conseguiam identificar as influências dos mortais durante aquele período, e separar o que era inventado do que era realmente verdade. Dessa forma, aos poucos fomos juntando as peças desse imenso quebra-cabeça que era o universo dos deuses, semideuses e mitos romanos. Apesar de nossa origem grega repudiar todas aquelas deduções e formas de pensar que caracterizavam os romanos, estávamos enfim conseguindo entender nosso inimigo. Passo a passo fomos construindo, através desses novos conhecimentos, nossa melhor aposta para poder retornar a busca pelo acampamento Júpiter e pode enfim encontrar Percy.

**Seis meses depois**

Minha equipe tirou uma semana se folga. Eu não pude negar isso a eles. Afinal haviam feito por merecer. Todos aqueles longos meses de árduo trabalho intelectual os havia deixado esgotados. Alguns deles resolveram visitar suas famílias mortais. Outros aproveitaram para disfrutar de algumas atividades de lazer que há muito não experimentavam, como cinema, shopping, parques de diversão e essas coisas. Eu resolvi voltar ao acampamento meio-sangue para acertar os últimos detalhes do nosso plano. Havíamos conseguido um excelente palpite de onde ficava o acampamento Júpiter. Leo e os outros semideuses já estavam quase finalizando a construção do navio de guerra que nos levaria até lá. Dean, que não tinha nenhum parente ou amigo que quisesse visitar, acabou vindo comigo.

Durante todos aqueles meses em que estivemos pesquisando o filho de Deméter havia continuado com aquela história de que estava apaixonado por mim e que não desistiria de tentar me conquistar. Mas com o tempo sua insistência foi ficando mais amena. Ele acabou percebendo que nos dávamos melhor quando ele não estava tentando me impressionar. Então cada vez mais Dean deixava de lado a pose de galã e se comportava mais como ele mesmo. Em consequência passamos a nos dar muito melhor e a trabalhar de forma muito mais agradável e eficiente em nossa missão. Ele se mostrou um excelente pesquisador e era um dos que melhor consegui lidar com a arrogância de Matt.

Nico teve que nos abandonar no meio dos trabalhos. Ao que parecia o aviso da fúria não fora nenhum exagero. Hades realmente estava enfrentando sérios problemas no mundo inferior e seu filho meio-sangue não teve alternativa se não atender ao chamado do pai. Algumas semanas depois de Nico ter partido ele nos mandou uma mensagem informando do que se tratava. Tânatos, o deus da morte, havia sido raptado e aprisionado por um dos gigantes que fora despertado por Gaia. E agora não havia mais quem mantivesse os mortos onde deveriam ficar. Resultado: humanos, semideuses, monstros e qualquer outro ser que estivesse morrendo não permaneceria muito tempo assim. 

De volta ao acampamento meio-sangue a primeira coisa que fiz foi procurar Quíron e deixa-lo a par de toda a situação. Quando lhe contei o que havíamos descoberto e as estratégias que havíamos traçado ele não pode deixar de demonstrar o quanto estava impressionado. Em seguida fui procurar Leo, Jason e Piper para saber como andavam as coisas com o “Argos II”. Fiquei de queixo caído quando coloquei os olhos naquela embarcação majestosa. Toda a sua estrutura era fundada em aço soldado e madeira bem polida e envernizada. A cabeça do dragão Festus estava posicionada onde Leo havia designado e eu tive que admitir que combinara muito com todo o resto. Os mastros e as velas se erguiam a quase cinco metro da base do navio que por sua vez devia possuir em torno de uns cinquenta metros quadrados.

- Uau! – foi só o que eu consegui dizer enquanto me aproximava de Leo. Ele sorriu a me ver e depois voltou seu olhar para a sua obra prima parecendo muito orgulhoso.

- É, eu sei. Ele é uma beleza! Não vejo a hora de podermos usá-lo! – nós dois admirávamos o navio deslumbrados. Até que eu me virei para ele para falar algo mais digno.

- Fez um ótimo trabalho, Leo. Parabéns! Quando chegarmos ao acampamento Júpiter nele não vai ter pra ninguém! – o semideus riu da forma como falei – Mas me conte, alguma outra novidade? O que rolou por aqui enquanto estive fora?

- Muita coisa! – afirmou ele com um sorriso – Levaria o dia inteiro para te contar. Mas quer saber, você é uma garota de sorte, pois hoje é meu dia de folga e poderei te colocar a par de tudo.

Não pude deixar de rir e de me sentir em casa ao lado de Leo. Eu o acompanhei até o refeitório onde almoçamos e conversamos. Consegui me livrar um pouco de Dean que estava muito entretido com seus novos irmãos do chalé de Deméter. Dei uma volta pelo acampamento com Leo enquanto ele me contava tudo que havia acontecido durante aqueles meses no acampamento. Fiquei feliz ao saber que Jason e Piper haviam se acertado. O semideus romano conseguira se lembrar melhor de sua vida antes de perder a memória e isso fez com que tivesse mais segurança do que sentia. Assim os dois voltaram a aproximar e começaram a namorar, dessa vez sem a ajuda de nenhuma névoa. Os encontramos em uma parte do caminho, mas eles não se juntaram a nós. Pareciam estar bastante entretidos um com o outro.

Leo também me contou que as caçadoras de Ártemis estiveram por ali há poucos dias. Elas haviam comunicado que estariam a disposição quando fossemos partir. E eu fiquei extremamente satisfeita com a notícia, já que o lugar onde acreditávamos ser o acampamento romano ficava numa zona de mata fechada o que era a especialidade das caçadoras. Mencionei que sentia falta da companhia de Thalia e Leo me contou o que havia achado da semideusa. Nesse momento ficou óbvio o quanto ele estava interessado nela. Tentei não rir da situação e nem mencionar o fato de que a semideusa havia abdicado totalmente aos garotos quando aceitou se tornar uma caçadora. Eu não quis acabar de vez com as esperanças do garoto. Afinal, se existia alguém que pudesse ser digno da companhia de Thalia, esse alguém era Leo Valdez.

- Tenho uma coisa para te mostrar – disse Leo quando alcançamos o píer.

- O que é? – perguntei desconfiada.

- Tenho certeza que vai gostar muito! – disse o semideus fazendo certo suspense – Venha comigo.

Ele caminhou à minha frente por toda a extensão do píer enquanto eu o seguia. Fiquei imaginando o ele estaria aprontando. Não que eu não confiasse em Leo. Ele havia se mostrado um ótimo amigo até então. Mas quanto mais ficamos próximo de alguém, mais a pessoa começa a ter liberdade para, por exemplo, nos pregar algumas peças. E com o constante bom humor que Leo apresentava, eu não me surpreenderia se ele compartilhasse do irritante gosto de Percy por brincadeiras de mau gosto. Entretanto, quando chegamos ao final da passarela de madeira, eu pude ver o que ele queria me mostrar. Sentado sobre a areia, fazendo um gigantesco castelo, estava o ciclope mais adorável do planeta. Eu sorri no mesmo instante e corri até ele. Tyson me viu e começou a bater palmas e a rir alegremente. Recebi o seu abraço sufocante antes que ele me colocasse de volta no chão.

- Annabeth! – exclamou o meio-irmão de Percy – Tyson com saudades!

- Também estava com saudades de você, grandão! – chama-lo da mesma forma que Percy fazia deixou o ciclope profundamente emocionado. Tanto que seus olhos começaram a lacrimejar. Quis evitar que ele começasse a chorar então logo emendei uma pergunta.

- Quando chegou? Vai poder vir conosco procurar Percy dessa vez?

- Cheguei hoje! Papai me liberou. Agora Tyson pode ir atrás de Percy – disse ele animado – Leo contou para onde estamos indo. Tyson pode sentir que Percy está naquela direção mesmo. Mas ele não está parado.

- Como assim Tyson? Você quer dizer que ele está saindo do acampamento Júpiter?

- Não tenho certeza – disse o gigante inseguro – Mas posso sentir que ele esta em movimento.

- Então não podemos perder tempo – falei apressadamente enquanto bolava um plano de última hora em minha mente – Tyson você tem que ir até lá! Não podemos esperar que o “Argos II” fique pronto. Se Percy está se deslocando o perderemos de vista. Você deve ir na frente e tentar alcança-lo.

- Tyson vai fazer isso! – exclamou o ciclope. Ele então correu até o mar e assoviou. Logo o cavalo marinho apelidado de “Arco-íris” apareceu para carregar o gigante através das ondas do oceano.

Eu havia agito por impulso, mas Tyson havia percebido que era o que devia fazer. Leo ficara um pouco impressionado com a minha súbita atitude de mandar Tyson atrás de Percy tão repentinamente. Mas eu não podia perdê-lo de vista, não agora. Depois de todo o tempo que passamos tentado descobrir onde se localizava o acampamento Júpiter. Depois de todo o esforço que Leo e os outros haviam tido para construir aquele navio. Não podíamos arriscar chegar lá e não encontrar Percy. Seria uma decepção gigantesca.

- Acha que Tyson vai conseguir encontrar Percy e mantê-lo no acampamento romano? – perguntou-me Leo.

- Não sei. Mas não temos outra escolha. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixem seu comentário para eu saber que estão lendo! ^^
.
Visitem meu blog: http://triipe.blogspot.com.br/
.
beijos ;**
Me sigam no twitter: @SarahColins_



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Em Busca Do Herói Perdido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.