Em Busca Do Herói Perdido escrita por Sarah Colins


Capítulo 11
Capítulo 10 – Revelações


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! Como vão vocês? ^^
Espero que estejam aproveitando o fim de semana! Eu demorei pra caramba pra conseguir começar a escrever esse capítulo. Minha semana foi cheia! E como ele marca o encerramento de uma fase na fic, foi bem difícil escrevê-lo. Ao contrário dos últimos, esse não tem ação nem nada tão emocionante. Mas ele é essencial para o decorrer da história.
Espero que gostem ;)



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Peguei no sono assim que avião decolou. Por sorte havíamos conseguido juntar dinheiro suficiente para as passagens de todos. Matt havia contribuído muito para isso, mesmo contra sua vontade. Era o mínimo que poderíamos exigir dele depois de nos fazer rodar o país atrás de uma pista falsa do paradeiro de Percy. Mas nem tudo havia sido em vão. Resgatamos Dean e ainda impedimos que aquele plano maligno de tomar o Olimpo continuasse em andamento. Meu corpo e minha mente estavam exaustos, então não pude evitar dormir durante aquela viajem de volta a Nova York. Mesmo já sem a influência dos super monstros de Matt, tive um sonho um tanto quanto estranho durante aquelas horas.

Sonhei que estava de volta a Califórnia, mas dessa vez na cidade de São Francisco. Sentada no banco de uma antiga praça no centro da cidade eu folheava as páginas de um livro, sem prestar atenção ao que estava escrito nele. O vento batia fazendo meus cabeços voarem. O clima era agradável e o sol estava escondido pelas nuvens. Eu não me lembrava de haver vivenciado algum momento parecido com aquele na minha cidade natal. Normalmente os dias ali eram conturbados devido a elevada quantidade de monstros que se concentravam naquela região. Entretanto eu sentia a tranquilidade e a paz fluírem por todo o meu ser durante aqueles instantes. Também havia uma felicidade imensa dentro de mim. E logo eu entendi o porquê disso. Levantei a cabeça e o olhar para observar quem se aproximava de mim.

Percy trazia dois sorvetes de casquinha. Um deles era de chocolate e o outro de creme. Ele sorria e me olhava como se eu fosse o motivo de sua felicidade também. Depois de sentar-se ao meu lado no banco ele me entregou o sorvete de chocolate. Em seguida me deu um breve beijo na boca. A sensação que aquele gesto me proporcionou foi tão real que quase esqueci de que estava apenas sonhando. Então deixei o meu livro de lado e me virei para ele. Fiquei observando-o por alguns segundos enquanto ele tomava o seu sorvete. Eu passei a mão por seus cabelos, só pra garantir que ele continuaria ali e não iria se dissolvesser a qualquer momento. Ele interrompeu a sua degustação e me olhou intrigado.

- Você também queria que isso fosse mais do que um sonho, não é? – perguntou ele enquanto tentava analisar minha expressão. Eu não pude deixar de sorrir ao responder.

- Sim. Queria que fosse real, que estivesse comigo agora – eu tentei esconder a tristeza em minha voz, mas era difícil falar sobre aquilo sem me emocionar – Na verdade, na situação em que encontro ficaria feliz apenas em saber se você está bem.

- Eu queria poder te dar essas respostas – ele parecia frustrado consigo mesmo – Mas como deve imaginar, sou apenas parte da sua imaginação. Por que você sente minha falta de uma maneira tão forte e desesperada. Parece que os deuses estão te permitindo sonhar como uma mortal pelo menos por enquanto. Para aliviar a sua dor.

- Não sei se isso está funcionando – eu não havia nem tocado no sorvete que Percy me dera até agora, mas ele não havia derretido nenhum milímetro. Aquele sonho realmente não era um sonho comum de um semideus – Quer dizer, é bom poder te ver e falar com você mesmo que eu sabia que nada disso é real. Mas eu acho que mesmo assim preferiria ter sonhos que me ajudassem a encontra-lo. Queria que você pudesse me dar alguma pista de onde está. E acredito que não possa fazer isso, certo?

- Certo. Não posso te dizer onde estou – concordou ele – Mas talvez eu não seja de todo inútil. Quem quer que esteja te dando a chance de ter esses sonhos, acho que está querendo te ajudar. Porque mesmo eu existindo apenas em sua mente, tenho algo para lhe dizer que talvez você não saiba.

- E o que tem a me dizer? – perguntei sem muita esperança de que ele realmente fosse me dizer algo que fosse ajudar em sua busca.

- Eu estou vivo e estou em uma missão – falou ele sério, e por alguma razão eu sabia que estava dizendo a verdade. – Não posso te dizer em que condições me encontro agora, porque é uma missão de extremo risco. Mas posso te dizer que voltarei inteiro para você. Que vai me encontrar quando chegar a hora.

- Então está querendo dizer que devo parar de te procurar? Ficar esperando o momento certo quando você resolver voltar? – perguntei indignada. Não importava o quão importante era aquela missão em que Percy estava. Ele deveria ao menos ter tentado se comunicar comigo. Qualquer coisa seria melhor do que ficar sem saber de nada.

- Eu estou impossibilitado de entrar em contato com você, Annie – disse ele como se tivesse lido meus pensamentos. Então lembrei que ela era fruto da minha imaginação, então provavelmente tinha mesmo lido o que eu acabara de pensar – Também não sei te dizer o porque disso. Mas você sabe, no fundo você sabe que se eu pudesse já teria dado um jeito de te dizer onde e como estou. E você também sabe que se eu pudesse já teria vindo correndo te procurar. E é claro que não deve parar com a missão. Você deve continuar com a busca sim, mesmo que ela demore...

- E pelo jeito ainda vai demorar mais alguns meses, estou certa? – perguntei totalmente desanimada.

- Bom, nós conhecemos a sua profecia, e se ela estiver certa, o que é muito provável, receio que sim. Ainda tem uma jornada longa esperando por você – ele tentava me confortar ao mesmo tempo em que confirmava todas as minhas terríveis suspeitas acerca daquela busca. Isso o fazia parecer tanto com o real Percy que por um momento esqueci que estivesse sonhando – Mas antes de sair novamente nessa missão, você tem que conversar com esse tal Jason. Ele realmente tem algo importante a te dizer. Só não fique muito impressionada com ele. Lembre-se de que eu também já cumpri diversas missões...

- Percy, está com ciúmes do Jason? – perguntei sem conseguir conter o riso – Você sabe que eu mal o conheço, não é?

-Eu sei – disse ele constrangido – Também sei que apesar da distância você não me esqueceu. Mas vai saber, você tem um histórico com semideuses com espírito de liderança, que te condena. E eu estou na sua cabeça, sei que o achou bonito.

- Ok, e qual o problema de eu acha-lo bonito? – perguntei inocentemente, mas logo percebi que aquilo só fez com que Percy ficasse ainda mais chateado – Se está na minha cabeça, então deveria saber que não quero nada com ele. Mesmo que você não estivesse desaparecido e que isso não ocupasse meus pensamentos vinte e quatro horas por dia. É você que eu amo e que sempre amarei.

- Onde quer que eu esteja agora, saiba que eu sei disso e que sinto o mesmo! – afirmou ele dando um sorriso. Aproveitei o momento para beijá-lo mais demoradamente. Antes que aquele sonho acabasse. Depois que nos afastamos ele voltou a falar – Tem mais uma coisa que preciso te dizer... Você terá que auxiliar Leo, Jason e Piper em um plano. Mas somente no início dele. Depois eles irão se virar sozinhos. Seu verdadeiro papel nessa história é seguir com a busca e me localizar.

- Suponho que não saiba que plano é esse – não era uma pergunta. Eu sabia que ele não tinha aquela informação. Afinal todas as coisas que Percy havia me dito naquele sonho até agora haviam sido pela metade. Mas eu não podia reclamar. Era de longe o melhor sonho que eu já tivera desde que Percy havia sumido.

Mas infelizmente ele chegou ao fim quando eu despertei com o som da voz da comissária de bordo que anunciava que o avião estava pousando em Manhatthan. Todos nós parecíamos zumbis ao desembarcar no aeroporto. Por sorte nenhum monstro nos encontrou por lá enquanto comprávamos nossas passagens de ônibus para o acampamento. Travis e Drew não se desgrudavam um segundo se quer. Ainda mais agora que todos já sabiam que eles estavam juntos. Não pude deixar de me sentir feliz por eles. Ao menos alguém havia disfrutado aquele nosso pequeno tour pelo país. E até onde eu podia perceber eles pareciam realmente felizes um ao lado do outro.

Senti um certo alivio depois daquela constatação. Eu ainda era capaz de me sentir feliz pela felicidade dos outros afinal. Não estava me tornando rabugenta e rancorosa pelo fato de estar a tanto tempo sem saber nada do meu namorado. Mesmo em meio a toda aquela falta de esperança eu não me deixava levar pelo sentimento de tristeza, dor e frustração que estavam comigo o tempo todo. Minha mente ainda era capaz de separar isso e me permitir ser justa quanto ao que estava acontecendo ao meu redor. Eu esperava continuar assim, pelo menos por mais um tempo. Sanidade e bom senso seriam essenciais para que eu conseguisse continuar na minha missão.

Chegamos ao acampamento durante a noite. Todos se encontravam no refeitório para o jantar. Pudemos então escapar das boas vindas. O que com certeza resultaria num recebimento caloroso da parte deles, e logo em seguida em uma decepção coletiva quanto ao resultado de nossa missão. Então era melhor que ninguém soubesse que havíamos chegado por enquanto. Cada um foi para o seu chalé se recuperar das horas de viagens e de todo o estresse que havíamos vivido nos últimos dias. Dean, que ainda não havia sido reclamado por nenhum dos deuses olimpianos, foi acolhido por Connor e Travis no chalé de Hermes que seguia sendo o refúgio dos semideuses “sem lar”.

Depois de deixar minha mochila sobre o piso do chalé de Atena fui diretamente para o banheiro e entrei debaixo da ducha. Fiquei lá por muitos minutos além do que normalmente levo para me banhar. Deixei a água quente cair sobre minha cabeça enquanto eu tentava assimilar os últimos acontecimentos e o recente sonho que eu tivera com Percy. Se eu queria realmente relaxar era melhor parar de pensar naquilo. Então me veio a cabeça todos os semideuses que eu iria ter que encarar, inclusive Jason, Leo e Piper. Será que eles haviam obtido sucesso em sua missão? Seria vergonhoso os novatos terem alcançado seu objetivo e eu não. Mas eu queria mesmo era saber o que eles tinham a me dizer. O que haviam descoberto sobre o raptor de Hera e se isso tinha a ver com o sumiço de Percy. De qualquer forma era melhor eu não adiar mais o “confronto”. Iria aparecer, com ou sem minha equipe, naquela noite durante a fogueira.

***

Eu deveria estar faminta, mas aparentemente meu cérebro não estava se atentando ao fato de meu estomago estar vazio. Eu só pensava em como seria recebida por todos no acampamento e com que cara iriam me olhar quando descobrissem que eu não havia cumprindo minha missão. Caminhava para o local onde era realizada a fogueira e tentava manter a calma. Ao chegar até lá percebi que Butch e Clarisse estavam presentes, o que me deixou um pouco menos nervosa. Quíron, que ocupava o seu costumeiro lugar de destaque em meio aos semideuses, me lançou um olhar confortador. Certamente ele já havia se inteirado de que não encontramos Percy. Mas isso não parecia tê-lo desapontado. Me juntei aos meus companheiros de missão e só então eu vi que o centro das atenções no momento não éramos nós.

Jason, Leo e Piper já haviam retornado ao acampamento. Os três se encontravam de pé ao lado de Quíron e eu pude deduzir que eles haviam chegado a pouco tempo e estavam prestes a compartilhar o resultado de sua missão com os demais. Eles possuíam semblantes cansados, mas não derrotados. Eu podia ver, no fundo de seus olhos um brilho de satisfação. O que no momento só poderia significar uma coisa: missão cumprida! Quíron lhes deu as boas vindas e informou a todos que os três novatos haviam conseguido resgatar a deusa Hera com sucesso. Houve uma breve comemoração, não exatamente pela libertação da deusa, mas pelo triunfo daqueles jovens semideuses. Eu dei um leve sorriso enquanto olhava para Jason e balançava a cabeça de forma afirmativa como se dissesse “Bom trabalho!”. Ele retribuiu o aceno, mas seu olhar para mim estava carregado de receio e pena. Como se ele estivesse prestes a me dar más notícias.

Em seguida os três heróis passaram a contar mais detalhes de cada etapa de sua missão. À princípio tudo parecia relativamente comum. Os problemas que tiveram ao ir atrás do deus dos ventos, Bóreas. A dura viajem em cima do dragão de bronze, Festus, que não sobrevivera inteiro a missão. Até que Jason contou de seu encontro com as caçadoras de Ártemis e como descobriu que Thalia era sua irmã. Fiquei de queixo caído. Depois daquele episódio com a foto no chalé Zeus eu havia ficado desconfiada. Mas nunca podia imaginar que Thalia e Jason eram irmãos. Enquanto eu ainda processava essa informação, Jason continuou contando o restante de sua jornada. Eles não só haviam resgatado Hera, como também salvaram o pai de Piper, e destruíram o Gigante Encélado, que o sequestrara e o aprisionara no Monte Diablo. Foi então que o filho de Zeus me deu a notícia que eu estava esperando, assim sem prévio aviso.

Hera havia orquestrado uma “troca de líderes”. A deusa apagara sua memória e a de Percy e colocara um no lugar do outro. Segundo Jason havia uma versão romana do acampamento meio-sangue em algum lugar do país onde ele era o líder. Então presumiu-se que se Jason estava ali conosco agora então Percy deveria estar lá com o romanos, igualmente desmemoriado. Minha primeira reação foi a negação. Eu não conseguia acreditar que aquilo fosse verdade. Como nós nunca havíamos nos deparado com nenhum semideus romano antes? E porque nunca soubemos da existência desse outro acampamento. As perguntas que assaltavam minha mente logo ganharam voz através de outros semideuses que tampouco conseguiam acreditar naquilo.

Quíron, que obviamente já sabia de tudo, ajudou a esclarecer as coisas. Segundo o centauro gregos e romanos, devido ao seu histórico de inimizade, não poderiam se misturar, muito menos lutar juntos. Mas apesar de nunca termos sabido da existência um do outro, os dois acampamentos haviam estado lado a lado durante a Guerra dos Titãs. Enquanto nós protegíamos o Olimpo em Manhatthan, os romanos derrubavam o Monte Ótris, onde se concentravam as forças de Cronos. Aquela história toda era complexa demais e iria levar tempo até que eu conseguisse digerir tudo. Mas no momento o que realmente estava ocupando a atenção de cada célula do meu corpo era que finalmente tínhamos uma pista. Sabíamos onde Percy estava, ainda que não soubéssemos onde era essa tal acampamento romano. Senti um alívio e conforto misturados a angústia e impotência. Eu sabia que a próxima etapa de minha missão seria ainda mais difícil que a primeira.

Para fechar a noite com chave de ouro, Leo contou sobre Gaia que havia se comunicado com ele anos atrás, e mais algumas vezes durante a missão. No fim das contas eles descobriram que a mãe terra está despertando esses gigantes, e que cada um deles tem o objetivo de destruir um dos deuses olimpianos. Leo não sabia muito bem o que aquilo significava, mas disse que era melhor conseguirmos manter Gaia adormecida se quiséssemos continuar habitando aquele planeta.

- Bom, então acho que todos irão concordar que nosso próximo passo é descobrir onde diabos fica esse tal acampamento romano, certo? – perguntei enquanto olhava para os três semideuses a minha frente. 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acham que vai acontecer quando recomeçarem a busca por Percy? Acham que alguém vai se aproveitar da ausência do nosso herói para se aproximar da Annabeth? Deem seus palpites!
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beijos ;**
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