Na opinião da menina de cabelos e olhos castanhos claros, inglês era uma matéria inútil! Mas mesmo com toda essa inutilidade, ela ainda precisava estudar, senão não passaria de ano. Enquanto decorava todos os verbos e funções de conversação, pensava que já havia um tempo razoavelmente longo que não havia casos para se resolver. Já haviam passado pela porta uns dois ou três clientes, mas Naru, o chefe narcisista, não havia se interessado em nenhum.

Ela já estava quase indo pedir para o chefe para ir embora mais cedo, quando um senhor, de pelo menos 48 anos, entrou pela porta do escritório. Ele tinha os cabelos grisalhos, os olhos cinza claro, e era um pouco mais alto que Mai, quase da altura de Houshou, para ser mais exato. Ele não demonstrava alegria nem tristeza, muito menos raiva, demonstrava preocupação e medo.

–Boa tarde, eu poderia, por favor, falar com Shibuya Kazuya?- Perguntou com uma voz rouca.

–Claro! Vou chamá-lo!-Mai levantou-se enquanto dizia e logo se dirigiu ao escritório do chefe. Abriu a porta que dava para a sala do chefe e o encontrou sentado na mesma cadeira de sempre. Fazendo o que? Lendo um livro de terror, óbvio!

–Naru, nós temos um cliente!- Disse a menina com um sorriso.

Sem dar muita atenção, o chefe somente fez um gesto com a sobrancelha que, traduzindo do idioma Gestos Totalmente Chatos do Chefe, significava deixe-o entrar. Mai saiu e logo depois entrou com o homem.

–O que tem a depor senhor?- Perguntou Naru, com uma voz de tédio tão profunda que quase fez a assistente bocejar.

Nota da Autora: Eu bocejei aqui em casa quando imaginei a voz dele, tente você e diga nos comentários se você também bocejou XD.

Eles se juntam na sala de reunião, Lin com o notebook de sempre, Naru parecendo estar mais entediado que nunca, e Mai com uma bandeja com quatro xícaras de chá.

–Me chamo Scott Mark Larry, minha família sempre teve uma propriedade em uma praia meio isolada, há alguns anos meu avô faleceu e eu herdei a casa. Junto com minha esposa, meus filhos e meus sobrinhos, nós transformamos a casa em pousada e estamos ganhando a vida com os clientes que se hospedam. Mas há alguns meses, atraz, coisas estranhas começaram a acontecer na propriedade. - Disse o homem.

–Que tipo de coisas?- Naru pergunta, com o maior interesse do mundo.

Nota da Autora (again): Para quem não entendeu a parte do “maior interesse do mundo”, foi um sarcasmo do caraica.

–Bom, têm alguns clientes reclamam de ouvirem um garotinho correndo e rindo no corredor, e quando vamos verificar, não encontramos ninguém nenhum. Alguns reclamam também de que ouvem pessoas batendo na porta no meio da madrugada. Também aparece uma adolescente no mar, boiando, como se tivesse se afogado, quando vamos ajudá-la, ela some. - Quando terminou de falar, ele parecia exausto, e dava claramente para perceber, que ainda havia mais coisas que ele queria falar

–Mais algo?- Naru perguntou sem nenhum entusiasmo ainda.

–Sim...-Disse Scott com lágrimas nos olhos- Aparece um homem com uma capa de cor preta, que tenta matar meus funcionários jovens, meus dois sobrinhos e meus filhos mais jovens- Agora chorando, completou- Ele empurra os clientes das escadas, puxa seus cabelos e deixou um antigo cozinheiro paralítico. E também, quando acordamos, símbolos estranhos estão desenhados na areia, mas sem nenhuma pegada em volta.

Aquilo, de alguma forma parecia ter mexido com o chefe, ele parecia ter levado um susto, mas sem demonstrar expressão alguma. Mai percebeu isso, ela o conhecia muito bem para saber que algo havia acontecido. Aquele rosto sem expressão não a enganava! Bom, só em algumas exceções.

–Bom, e como eu acho que a pousada é um pouco grande, eu também chamei outro grupo, eles são da América, mas já apareceram algumas vezes nos jornais aqui do Japão. Se não me engano é Mistérios SA! Bom, pelo menos foi o que a minha sobrinha disse. - Sr. Scott acrescentou.

Mai agora sabia, se outro grupo teve de ser chamado também, era porque o caso seria perigoso, e ela tinha certeza de que o chefe egocêntrico não iria aceitar.

–Aceitaremos o caso. –Disse Naru, surpreendendo Mai. À menina de cabelos castanhos que odiava estudar inglês queria esmurrar o mundo por sua dedução estar errada, afinal, de tanto conviver com o chefe ela acabou pegando uma minúscula parte do narcisismo dele, fazendo com que ela odiasse estar errada.

Mas, é óbvio que, Naru não iria aceitar o caso quando descobriu que outra equipe iria participar. Mas quando soube qual era a equipe, riu freneticamente no fundo. Já havia ouvido muito sobre eles, e achava-os uns completos incompetentes. Achou que o caso que havia aceitado seria, no mínimo, divertido. Afinal, se ele não gostasse de humilhar os outros, ele não seria o Naru, não é mesmo?

–Mark-san, pode deixar as informações da morada com meu assistente Lin, e Mai, avise aos outros que em sete dias nós todos iremos á praia.

Nem é preciso descrever como Mai ficou feliz! Ela sempre teve vontade de ir à praia. Mas nunca teve a chance. Estudos, trabalho, mais estudos e de novo trabalho. E agora, pela primeira vez, iria trabalhar na praia.

Nota da Autora (again do again): Pra ser sincera, eu tenho um pouco de medo de praias. Não especificamente da praia, e sim do mar. E um pouco da areia, porque no meu minecraft, eu morro diretamente por causa da areia.

Mais feliz que nunca, ela ligou para todos da SPR com um sorriso lindo. Um sorriso que certo chefe narcisista olhava de sua sala, com um sentimento estranho, um sentimento que ele nunca teve, e que achava um tanto desconfortável. Mas logo desviou isso de sua mente, pois teriam um novo caso em breve, e ele queria muito se divertir com os rostos assustados da outra equipe. E corou quando imaginou certa assistente de biquini.

Aquele caso não seria nada normal.