Romeo And Juliet escrita por bloodyfiction


Capítulo 2
Capítulo 2 - A depressão de Romeu




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Era realmente estranho para mim, voltar as aulas depois de um ano tão complicado como o ano passado, Rosália, aquela menina linda de olhos azuis que conheci no ano passado, simplesmente não queria nada comigo. Me lembro de Benjamin me avisando. “Romeu, ela é uma piranha de marca maior, tome cuidado”, quem disse que um garoto como eu ia ouvir o que o primo, que na época era do primeiro ano, enquanto eu no segundo ano, rodeado de amigos e todas as garotas que desejasse ia ouvi-lo, claro que não! Mas eu me lembro bem, a festa de 15 anos de Laura, o colégio todo preenchendo o salão, e Rosália linda, seus cabelos loiros e o vestido preto rendado, cheguei nela, e como sempre conseguia o que queria, fiquei com ela. Grandes merdas, ela disse que ia ao banheiro e logo voltava, bem, ela fez isso, mas pude muito bem ver que sua amiga havia cochichado alguma coisa com ela, logo ela voltou e pedi seu telefone, disse que não tinha, que estava sem, e passou a me ignorar o ano todo. Três grandes vivas para Romeu Monteiro e sua inteligência para mulheres.

Obviamente eu nunca passaria da fase “ficar”, quanto mais com garotas como elas.

Mas foi naquela manhã de fevereiro que olhei pro lado e vi aquela garota, cabelos castanhos avermelhados, lisos, olhos castanho-esverdeado, o sorriso mais lindo do mundo. Logo me virei para Benjamin durante a missa de iniciação e perguntei.

- Quem é ela? – Ele olhou pro lado, observou a fila de meninas perto dela.

- Quem? – Apontei então pra menina que estava ao meio do Patricio e do Teobaldo. – Ah, Julieta? Rapaz, toma cuidado, filha dos Cavalcanti. – Mais furada pro lado de Romeu, mas ela era tão linda, tão perfeita, tão tudo. Parecia ser uma menina tão sei lá... Diferente. – Aqui, realmente você deve estar desesperado por alguém né, então os Gouveia vão ter uma festa sábado, ai, boa idéia pra você conhecer uma menina legal e tal... – Olhei pra ele. Rosália, pensei em vê-la lá, afinal, seus pais são primos dos Gouveia. Xeque mate!

- Claro! – Ele sorriu então finalmente prestamos a atenção na missa.

Eu odiava saber que as duas meninas mais lindas do mundo estudavam na mesma escola. Mas logo procurei saber de detalhes sobre a Julieta. Claro que durante a saída do colégio corri para o escritório de Frei Lourenço.

- Bom dia frei. – Disse enquanto adentrava a aquele escritório com uma imensa imagem de são Francisco atrás dele.

- Bom dia Romeu, a que lhe devo essa maravilhosa visita? – Olhei pro frei completamente sem graça, ele era meu melhor amigo, eu sempre contava tudo a ele, o frei tinha uma cabeça aberta, era jovem e entendia muitas coisas, mesmo que claro, havia um limite pois o cara era da igreja.

- Quero saber sobre Julieta Cavalcanti! – Disse rápido para não doer, e com convicção. O frei me olhou de um modo que eu não sabia se ele estava feliz por ALGUM MEMBRO dos Monteiro querer reconciliação, quanto mais esse tipo de reconciliação. Ou se estava preocupado com medo do que poderia acontecer.

- Olha, ela tem entre 14 e 15 anos, seu aniversario é daqui a três meses, filha de Ingrid e Marco Cavalcanti, prima de Teobaldo, está no primeiro ano. – Absorvi as informações pensando bem, caloura, seria fácil numa visão normal, mas eu não ia cometer os mesmos erros que cometi com Rosália. Sem contar que ela tinha cara de rebelde e orgulhosa, estou ferrado. – Alias Romeu, por que você quer saber dela? – Perguntou Lourenço querendo saber o motivo.

- Acho que gostei dela...  – As palavras saíram da minha boca lentamente, como se eu estivesse testando o gosto de cada uma delas, incluindo a parte do gostei.

Frei Lourenço sorriu, e segurou minha mão. – Já tem idéia de quando vai “atacar”? – disse ele rindo ao terminar a frase. Eu sorri com o humor feito por ele.

- Não... Ela vive andando aqui na escola com o Patrício e aquele valentão... Téo, nunca vai dar certo. – Olhei triste para a mesa de Frei Lourenço observando as imagens ali, fotos da mãe dele, das irmãs, dele com a família na adolescência. O frei ficou olhando pro meu rosto meio pensativo, mas logo soltou um:

- Numa festa quem sabe... – Logo me lembro da festa dos Gouveia no sábado. Os Cavalcanti estariam lá COM CERTEZA, e eu não tinha nem um pouco de medo do que podia acontecer.

Eu esperaria firme e forte.

Logo agradeci ao Frei e me pus pra fora do escritório dele, minha mente estava tão concentrada em Julieta que me esqueci para onde andava acabando por fim dando um esbarrão em Rosália, que estava completamente distraída com as mensagens de texto.

- Romeu! Quantas vezes já disse que é pra você DESISTIR de mim. – ela começou a me atacar, sem ao menos saber o que estava acontecendo.

- Rosália, estava tendo uma conversa com Frei Lourenço, tanto eu quanto você estávamos distraídos, será que dá para parar de palhaçada!? – ela me olhou assustada, olhou pro celular, pra mim alternando três vezes seguidas.

- Desculpa Romeu. – Disse ela por fim corando e saindo correndo, dei de ombros, e comecei a andar para a saída. Iria a pé com Benjamin hoje.

Benjamin me esperava na entrada da escola enquanto ia comigo para casa, que era algumas ruas dali.

- Esbarrei em Rosália agora. – eu comecei a dizer logo Benjamin começou a me travar.

- ROSÁLIA!? AQUELE CAPETA LOIRO DE OLHO AZUL!? – Tive que tirar um minutinho pra rir da piadinha de Benjamin, depois simplesmente respirei fundo e respondi.

- Sim, Rosália. – Ele começou a rir feito um louco, como se eu acabasse de ter olhado para ele e dito que a mãe dele era virgem.

- Mano, nem precisa dizer, ela começou a dar um piti né? – ele começou a rir e de novo.

- Sim, ela deu um piti. – meu riso estava baixo e contido, não que eu não estivesse achando graça, mas era estranho pra mim me lembrar dela, por conta própria sem ela vir na minha cabeça como acontece 90% das vezes.

Esse verão foi altamente complicado pra mim o Ben sabe muito bem disso.

- Mas primo, você sabe, relaxa um pouquinho, sexta está vindo aí e... Bem... Sabia que vai ter tema? – Disse ele distraído enquanto falava comigo e olhava o movimento ao nosso redor.

- Não, qual vai ser?

- Baile de mascaras cara! – disse ele enquanto ria, e olhava pro nada parecia emocionado. Seria fácil reconhecer Benjamin no meio de festa, o cara mais playboyzinho que ficar no meio das meninas CERTAMENTE seria Ben. Não que fosse uma coisa que eu admirasse nele, mas sei lá... Era meio típico que adolescentes ricos e bonitos da alta sociedade fizessem isso né?

- Acho que há chances de eu me dar bem! – ele riu e bateu com as mãos no meu ombro.

- Bem!? Muito bem! Há quanto tempo meu pegador preferido está sem dar uns bons beijos? – desde quando Rosália sumiu e isso era igual a 6 meses, o que era muito para um cara como eu, mas eu nunca menti para meu primo então eu disse logo.

- Seis meses. – ele me olhou atônito.

- SEIS MESES!? Rapaz, quando eu disse que essa mulher era um capeta loiro de olho azul, eu tava falando serio! Meu Deus, volta pro mar oferenda! Vem cá meu filho, você vai agarrar alguém hoje nem que seja a Julieta. – ele riu da própria piada, enquanto soltei uma risada sem graça lembrando Julieta na missa hoje, sua postura ereta, seu olhar atento, sua altura, seus cabelos castanho-avermelhado, seus olhos verdes amendoados, e a sua companhia fiel de Patrício e Téo.  Estava louco pra chegar sábado, não ia agüentar mais um minuto sequer.


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