Romeo And Juliet escrita por bloodyfiction


Capítulo 1
Capítulo 1- A rebeldia de Julieta




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Eu olhava pra janela naquela manhã chuvosa de fevereiro, “eu odeio a escola, eu odeio a escola”, pensei a mesma frase várias e várias vezes, enquanto minha mãe me gritou do outro lado da sala.

- Vamos, Julieta!? – Ok, mais uma frase rebelde para eu adicionar a minha mente, “eu odeio meu nome, eu odeio meu nome”, era ridículo, como poderia uma mulher como minha mãe colocar um nome como esse na filha!? Julieta Cavalcanti, sinceramente, quem ela esperava que eu namorasse? Romeu Monteiro!? Eles odeiam os Monteiro! Embora eu nunca tivesse visto nenhum desses caras, que no caso, seriam os donos da empresa que é a rival da empresa do meu pai, eu nunca havia visto esse tal de Romeu.

Peguei minha mochila roxa e rosa, e me olhei no espelho pela enésima vez, ontem fui obrigada a pintar minha mecha descolorida da franja com a cor natural do meu cabelo, olhei meu all star vermelho que estava impecável, e meu uniforme, o blazer preto com o símbolo imponente da instituição impresso do lado esquerdo do peito, com a camisa branca por baixo,  aquela gravata azul, sem contar aquela saia horrorosa. Da onde essa mulher tirou de colocar a minha pessoa num colégio católico? Os freis vão me odiar! Mas eu não estava nessa sozinha, Téo, meu primo estaria no mesmo colégio que eu, então, bem... Eu estaria bem, certo?

Téo era um retardado! Um completo retardado! O menino é tipo um membro de boy band, sei lá. Mas era gente boa, o cara só odiava que eu tivesse que me vestir como uma punk, sendo que eu não precisava disso, eu só era assim por que eu não gostava muito da rigidez da minha família,  nem da briguinha boba que eles tinham com os Monteiro.

Levantei e fui até o carro, sentando no banco da frente, enquanto a gente ia pra casa de Téo, buscá-lo.

Não era tão distante, eram duas ruas dali. Téo já estava na frente da casa, ele estava ate muito bem com aquele uniforme ridículo, pelo menos os caras ficavam muito bem neles.

Ele logo saltou pra dentro da hilux puxando assunto comigo.

- Então Juli, você vai amar o colégio, as meninas são lindas, você sabe muito bem que já peguei algumas delas, mas... Seria bem possível que você, encontre alguns caras legais, tipo Patricio, você vai adorar ele! – Patricio!? Que diabos de nome é esse!? Me deu vontade de ficar quieta e não ouvir mais nenhuma palavra, igual minha mãe fazia, ela nunca ouvia nada, ela, o celular dela e sua xícaras de café preparados pela Ama da casa. -... Ah, mas tem um probleminha.-

Me virei no carro e olhei pra ele.

- Qual!? – Parecia interessada, aliás, qualquer coisa com “problema” no meio, já me chamava a atenção. Ele sorriu malicioso e me olhou.

- Os Monteiro. – Só de ouvir as palavras saindo da boca dele, já me desinteressei, liguei o rádio do carro e coloquei meu CD do Blink 182 com a intenção de ignorar aquela briguinha ridícula de vez. – Que foi Juli? Os Monteiro são os maiores conquistadores do Colégio São Lourenço, seria bom que você tomasse cuidado. – Foi nesse momento que olhei para ele com a maior cara de tédio possível. – Tudo bem senhora “eu não tenho medo de homem nenhum”, mas o Benjamin e o Romeu são os mais pegadores daquele colégio. – Foi ai que olhei pra ele com a maior cara de tédio que consegui e ainda bocejei para demonstrar mais tédio ainda. Téo suspirou fundo, e finalmente desistiu de conversar comigo. – Coloca a faixa 6 ai, gosto da música. – Troquei então a musica afundei minha cabeça sobre o banco do carro e fechei os olhos. No auge dos meus 14 anos de idade, entrando num colégio católico pra iniciar o ensino médio, contando que meu aniversário de 15 seria somente há três meses, e minha mãe estaria disposta (altamente disposta) a fazer a MAIOR FESTA QUE O RIO DE JANEIRO JÁ VIU, eu não estava nem ai para o que ela ia fazer, ia vestir um vestido de festa e agir como uma pessoa normal por... 5 horas, lembrando que antes da “festa do ano” eu teria o ensaio dela, que seria a festa dos Gouveia, nesse sábado, onde se encontrariam no mesmo salão, os Monteiro e os Cavalcanti. Mesmo o senhor Gouveia, sócio de ambas as empresas disse que não agüentaria ver mais NENHUMA discussão ou briguinha de ambas as famílias. Claro né? Pois desde que Téo se meteu numa briga com Benjamin na porta de uma boate na sexta passada, realmente não seria nada interessante que ambos se dessem mal nesse momento.

Sendo que Patricio era o filho mais novo dos Gouveia, e embora ele viva puxando assunto comigo na internet e eu tenha sido fria com ele grande parte do tempo, pois o acho um cara, feio, ridículo e irritante, mesmo assim tento ser educada, devido aos meus pais.

Não que eu seja orgulhosa e leve essa briguinha tão a serio quanto Téo, tento parecer normal, ou indiferente sobre isso.

Minha mãe finalmente para o carro na frente do colégio, e beija meu rosto e o rosto de Téo, pede para que ambos nos comportemos enquanto descemos e vamos em direção as portas do imponente Colégio São Lourenço, há um frei na porta, e ele logo se apresenta a mim.

- Seria você Julieta Cavalcanti? – Olho para aquele frei, que embora sua aparência me lembre um franciscano ele parecia de boa índole, deveria ter seus 28 anos e parece ser simpático. – Meu nome é Frei Lourenço, soube que é novata, espero que se dê bem aqui, e faça muitos... Novos amigos – Ao dizer a palavra “Amigos”, disse olhando fixamente para Téo, deu para entender o motivo daquilo.

- Obrigada Frei Lourenço, espero que eu realmente me dê bem aqui, tenho muitas esperanças sobre meu colégio novo. – Ele sorri presunçoso e parece confiante quanto minha entrada no colégio.

- Bons estudos, Julieta. – Sorrio e agradeço a ele, já sabendo que meu primeiro amigo no colégio seria alguém que trabalha lá dentro, e isso era bom para alguém que sempre apronta como eu. Ao adentrar na escola os freis pediam que nós nos direcionássemos a capela do colégio. Logo que Patricio viu meu primo (e eu, CLAARO) se aproximou e puxou assunto.

- Oi Téo, oi... Julieta. – Sorri, fui educada.

- Olá Patricio! – Ele sorriu, parecia feliz em eu ter conversado com ele, olhei pra ele da cabeça aos pés, ele tinha um corpo bonito, dedicado a horas e horas de academia, mas seu rosto era muito esquisito, o cabelo jogado pra cima, e os óculos, que pareciam ser bem fortes, sem contar naquele bigodinho dele, MEU DEUS COMO ESSE HOMEM É HORROROSO! Respirei fundo e ignorei a feiúra, eu teria que tratar ele muito bem.

- E ai, gostou da escola nova? – disse ele indo para minha frente e dando pequenos saltinhos para se manter na mesma velocidades que nós dois.

- Sim, sim... Parece grande... Não acha Téo? – Olhei pro lado e vi que ele não estava mais ao ali. – Teobaldo Cavalvanti!? – Respirei fundo até vê-lo conversando com algumas vadias. – É... Pois então, eu acho, isso!

Patricio sorriu. – Vem, vamos até a capela! – Logo ele me pegou pelo braço e me levou pra dentro daquela igreja. Era fria e grandinha, grande demais para uma capela, por dentro era de mármore e haviam aquelas vidraças coloridas com desenhos,  eu sempre esqueço o nome daquilo. – Aqui é um ótimo lugar para uma Cavalcanti sentar.  Do outro lado, só os Monteiro.

Olhei pro outro lado e vi três adolescentes que pareciam ter a mesma idade que eu, havia um com a cabelo baixinho, forte, e alto, como aqueles caras valentões, supus ser o tal do Mercúrio, amigo dos filhos dos Monteiro, já havia visto o perfil dele em alguma rede social. Do lado dele havia um adolescente baixinho, cabelo castanho, um rosto muito bonito, e a aparência que lembrava um playboyzinho qualquer, mas mesmo assim, ele era bonito, Benjamin, logo sabia quem era. E ao lado dele, o jovem alto, cabelos castanhos lisos e bagunçados caindo casualmente sobre o rosto, os olhos verdes brilhantes, Romeu, mas ele era tão bonito, não conseguia parar de olhar pra ele, parecia distraído com a conversa dos amigos, tinha um sorriso lindo e ele demonstrava descrição. Mas logo me lembrei que ele era um Monteiro, então voltei a conversar com Patrício. Minutos antes das portas da capela se fecharem, Téo apareceu ao meu lado, ajeitando o uniforme.

- Garotas... – Soltei uma risadinha, ao lembrar daquelas meninas, claramente havia diminuído o cumprimento da saia, colocado enchimento no sutiã e na calcinha, para que parecessem ter a bunda e os seios maiores, o cabelo jogado pro lado, e os botões da camisa abertos até que seus imensos seios de mentirinha aparecessem, esse tipo de menina que eu queria me manter distante por aqui.


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