As Cobras Não São Más escrita por JessyFerr


Capítulo 70
Capítulo 70 Voltando a Ser Criança


Notas iniciais do capítulo

Lindos muito obrigada pelos reviews, obrigada por continuarem comigo. Espero mesmo que gostem do capítulo porque eu amei escrever kkkk.
Bjos♥



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O homem precisa daquilo que em si há de pior se pretende alcançar o que nele existe de melhor.

Friedrich Nietzsche

– Capítulo Setenta –

Voltando a Ser Criança

Hermione se perdia em seus próprios pensamentos enquanto observava sua família reunida para a comemoração do natal. Ela, Rony e Hugo, agora se viam no hospital no quarto de Rose, esta que parecia menos agressiva e às vezes até mesmo lúcida.

Os outros Weasley’s também se disporam a passar o natal no hospital, mas, Hermione recusou a ideia, dizendo que seria melhor somente os três ficarem com Rose. Muitas pessoas poderiam assustá-la, e eles já haviam conseguido um grande avanço com ela.

Estavam os quatro reunidos em uma comemoração simples, porém agradável. Rose parecia calma e às vezes até chamava Hermione de “mamãe” e Rony de “papai”, isso queria dizer que em certos momentos Rose sabia quem ela era.

– Mais peru? – Rose perguntou a Hermione que deu um pequeno sobressalto.

– Adoraria. – Hermione respondeu e Rose lhe serviu mais uma fatia.

– Eu também gostaria Rose. – disse Rony com a voz abafada pela comida em sua boca.

– Já comeu de mais papai. – disse Rose sorrindo acompanhada pela gargalhada de Hugo.

– Por que sempre dizem que eu comi demais? – Rony protestou e Hermione sorriu.

– Não são as pessoas que dizem, mas, sim o seu mal estar no dia seguinte – disse Hermione e Rony a olhou censurando-a.

– Nossa. – disse Rose olhando no relógio de pulso de Hugo – Meu irmão está demorando muito. Será que aconteceu alguma coisa?

– Seu irmão? – Hugo pergunrou em dúvida.

– Andrew. – disse Rose como se fosse óbvio – Esqueceu que eu tenho um irmão Hugo?

– Claro que não. – respondeu Hugo respirando fundo – É que vocês vivem brigando, eu não achei que sentiria falta dele.

– Podemos brigar o tempo todo, mas, eu o amo. – afirmou Rose satisfeita.

Era nesses momentos que Hermione sentia mais medo, medo de que Rose tivesse alguma crise, pelas informações entrarem em atrito, pois, se ela acabara de chamar Rony de “papai”, como dizer que Andrew era seu irmão?

– Por que não mudamos de assunto? – Hermione interferiu – Eu não te contei querida, que eu pedi demissão do ministério.

– Sério mamãe? – Rose perguntou sonhadora – Pensei que fosse a sua vida trabalhar lá.

– A minha vida é a minha família. – disse Hermione sorrindo – Vou me dedicar à filantropia com a Gina. Acho bem mais gratificante.

– Verdade. – disse Rose pensativa – A mamãe sempre gostou de fazer caridade... mamãe... Gina... – Hermione, Rony e Hugo se entreolharam, suas respirações muito aceleradas.

– Ah... Rose, eu te contei que finalmente resolvi ler, Hogwarts uma História? – perguntou Hugo um pouco apreensivo.

– Demorou hein? – disse Rose com um sorrisinho.

– É uma excelente leitura. – disse Hermione com um sorriso nervoso.

– Eu nunca li. – disse Rony dando de ombros e Rose gargalhou.

– Sobremesa Rose? – Hermione perguntou se precipitando até um recipiente – É o seu favorito, torta de pêssego.

– Torta de pêssego? – Rose perguntou confusa, ela colocou as duas mãos na cabeça e se levantou em seguida. Ela ficou de costas pra eles, olhando fixamente uma parede.

– Querida você está bem? – Rony perguntou preocupado.

– Mas o meu favorito é o bolo de chocolate da vovó não é? – Rose perguntou. E Hermione se amaldiçoou por isso, o bolo de chocolate era o favorito de Melanie.

– Meu anjo...

– Shii. – Rose disse a sua mãe. Ela massageava a sua cabeça com urgência e a sombra na parede era seu único espelho. – Minha mãe se dedica a filantropia, mas, você se dedica a filantropia... por que meu pai está aqui mas não está... e Hugo está mas meu irmão não chegou...

Rose se jogou no chão abraçou as pernas e começou a se balançar para frente e para trás dizendo coisas sem sentido.

– Eu sabia que isso ia acontecer. – disse Hermione aborrecida fazendo menção de se aproximar de Rose, mas Rony a deteve.

– Deixe-a sozinha. – disse Rony sério – Alguma hora tem que parar.

– Ela pode ficar pior Rony. – disse Hermione com desespero na voz que já estava embargada.

– Eu vou chamar um dos curandeiros. – disse Hugo.

– Não! – disse Rony aflito – Não quero que eles a dopem de novo.

Era sempre assim, quando Rose tinha uma crise, Rony se perdia totalmente e Hermione já estava cansada de ser forte por todos e por ela mesma, mas, era muita coisa pra eu pessoa só. Ela também não gostava de ver Rose nessa situação, mas, Hermione tinha ciência de que se um curandeiro pode ajudar, ela não iria interferir.

A insistência de Hugo em chamar um curandeiro e os protestos de Rony continuaram, Hermione só observava. Ela estava terrivelmente cansada disso tudo e não tinha mais forças para discutir com nenhum dos dois. Depois de alguns minutos nessa situação, Hermione percebera que Rose parara de se balançar, ela agora olhava para os lados e para o teto como se não reconhecesse o lugar. Hermione respirou fundo e foi até ela.

– Tudo bem meu amor, eu estou aqui. – disse Hermione a ajudando a se levantar.

Rose a mediu de cima a baixo quando se levantou, seus olhos pousaram em seguida em Rony e Hugo que pararam de discutir e depois ela observou o quarto por inteiro.

– Quer beber alguma coisa? – Hermione perguntou cuidadosa.

Rose voltou a olhá-la, Hermione percebeu que seus olhos estavam diferentes, era como se de alguma forma maluca, ela tivesse voltado.

– Isso é um quarto de hospital. – disse Rose com a voz baixa – Por que eu estou aqui mamãe?

Hermione colocou uma das mãos na boca e olhou desesperada para Rony e Hugo que estavam igualmente chocados.

– Rose, meu anjo, voc... – Mas Rose caíra no chão desmaiada, antes mesmo que Hermione pudesse terminar a frase.

***

Vira, vira, vira...

Melanie e Josh observavam do balcão, Allan e seu irmão Erick competindo pra ver quem bebia mais. O bar estava mais animado que o comum, e em uma pequena multidão, Mey torcia animada por Erick enquanto Sarah torcia ferozmente por Allan.

– Nunca imaginei esse lado da Sarah. – comentou Josh quando viu a garota bater na mesa com um sorriso de triunfo quando Allan conseguiu beber mais um copo.

– Que bom que ela é um ser humano de verdade. – disse Melanie divertida.

– É melhor eu ficar por aqui antes que alguém queira me desafiar. – disse Josh com um sorrisinho – Você viu como eu fiquei quando bebi.

– Verdade, eu achei que você aguentaria mais. – disse Melanie e Josh a olhou arqueando uma sobrancelha – É brincadeira. Quer dar uma volta, respirar um pouco de ar?

Josh assentiu e juntos saíram do bar, para a noite de inverno. Algumas pessoas ainda se divertiam na rua e algumas crianças brincavam de jogar bola de neve umas nas outras.

– Lembra quando éramos felizes assim, com coisas simples? – Josh perguntou indicando as crianças que brincavam.

– Claro, eu sinto falta dessa inocência às vezes. – disse Melanie enquanto caminhava ao lado de Josh.

– Por que temos que crescer não é? – disse Josh parando a caminhada e virando para trás, pois, Melanie parara um pouco atrás dele. – O que voc... Mel!

Melanie acertara uma bola de neve em cheio no rosto de Josh. Este se mostrara um pouco irritado, mas, seu rosto suavizou quando viu a garota gargalhando, era impossível ficar bravo com alguém sorrindo assim, ainda mais quando há muito não sorria dessa forma.

– Você me paga. – disse Josh juntando um pouco de neve na mão e lançando em direção a Melanie.

Melanie parara de gargalhar quando recebeu a bola no ombro.

– Hei! – ela disse exclamou indignada.

Foi então que começou a guerra de apenas duas pessoas, duas pessoas que naquele momento só queriam esquecer os problemas, esquecer que existia um mundo ao redor deles. Queriam apenas voltar a serem crianças e se igualar àquelas que se divertiam também.

– Ok eu me rendo. – disse Josh ofegante se jogando na neve.

– É bom saber que você entende qual é o seu lugar. – disse Melanie sorrindo com as duas mãos na cintura o observando. – Não é mesmo, Joshua Bla...

– Cala a boca e deita aqui. – disse Josh puxando Melanie pelo braço fazendo com que a garota deitasse ao seu lado.

Melanie sorriu satisfeita e Josh respirou fundo.

– Fazia tempo que eu não me divertia assim. – disse ele de olhos fechados.

– Então acho que terei que ter uma conversinha com a Alícia sobre não conseguir divertir você. – disse Melanie brincando, mas, ela sabia que no seu íntimo o comentário foi maldoso.

– Alícia é muito competitiva. – disse Josh sorrindo – Qualquer brincadeira vira uma competição pra ela. Às vezes cansa, mas... ela é uma boa garota.

Melanie deu um sorriso amarelo e se perguntou por que tocou no assunto “Alícia”. Na opinião de Melanie, Josh ficava melhor quando não estava perto de Alícia, ou talvez fosse isso que Melanie queria pensar.

– Você já pensou o que vai fazer depois da escola? – Josh perguntou abrindo os olhos, e só então Melanie percebeu que o estava encarando fazia um tempo.

– Bom eu... não sei exatamente. – Melanie respondeu um pouco sem graça – Acho que vou viajar, sei lá, espairecer um pouco... nós poderíamos ir juntos... como um presente de formatura. Só nós dois como nos velhos tempos.

– Pode ser, mas, talvez o estágio não me permita viajar agora. – disse Josh se levantando – Mas a gente vê mais pra frente. – ele disse oferecendo uma mão para Melanie se levantar.

– Ok. – disse Melanie desapontada, essa não era exatamente a resposta que queria receber.

– Acho melhor voltarmos, Allan já deve estar caído no chão do bar. – disse Josh e Melanie sorriu.

A caminhada de volta ao bar foi silenciosa, Josh parecia distante e Melanie se perguntou o que fizera de errado para o comportamento do amigo. Mas de alguma forma ela também se sentia distante. Ao chegarem à porta do bar, Melanie fez menção para que parasse, Josh a olhou confuso e Melanie respirou fundo antes de começar a falar.

– Me desculpe se eu disse algo...

Melanie e Josh olharam para cima e viram o enfeite de visco da porta se mexer e começar a brotar acima deles. Melanie corara e Josh ficara desconfortável.

– O que a gente faz agora? – ele perguntou cuidadoso.

– É a tradição. – disse Melanie com a voz baixa, mas, suficiente para que Josh ouvisse.

Josh assentiu e se inclinara em direção a ela, os olhos de Melanie tão claros como o dia e os de Josh, tão escuros como a noite se encontraram. Melanie sentia seu coração disparar e a respiração ficar fraca quando sentiu a de Josh perto da sua. Melanie fechara os olhos, esperando o que viria a seguir...

Josh, Josh. Amor você está ai?

Melanie abrira os olhos assustada quando ouviu a voz de Alícia. Josh que parecia desconcertado tirou um objeto do bolso, um pequeno espelho.

– Estou Alícia... desculpe Mel, licença – ele disse se distanciando da garota para falar com Alícia pelo espelho.

Melanie se sentira abandonada e magoada, mas, por que se sentir assim? Alícia e Josh são namorados, então era certo que Josh daria atenção a ela. Melanie deu uma última olhada a Josh que estava de costas falando no espelho, abriu a porta do bar e bateu esta ao entrar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do Josh e da Mel nesse capítulo? E a Rose? Será que ela se recuperou?
Comentem!♥♥♥