As Cobras Não São Más escrita por JessyFerr


Capítulo 69
Capítulo 69 Estou com você...


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Minhas férias finalmente começaram, e eu estou livre daquela sala de Direito kkkk. Agora posso me dedicar mais a fic, me desculpem mesmo pela demora. Espero que gostem do capítulo.



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Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez. Thomas Edison

– Capítulo Sessenta e Nove –

Estou com você...

– Sarah é sério, você não precisa ficar por minha causa. – dizia Melanie enquanto as duas viam os alunos embarcarem nas carruagens para passar o natal em suas casas.

– Que tipo de “quase prima” eu seria se não passasse o natal com você? – Sarah perguntou animada – Vai ser divertido, estamos pensando em fazer uma reunião com um pessoal.

– Pensei que você quisesse passar o feriado com o seu irmão, já que é o primeiro natal dele. – disse Melanie.

– É tão pequeno que nem vai notar que não estive lá. – argumentou Sarah cabisbaixa – E, além disso... acho que não vai ser tão legal esse ano, passar em casa...

Melanie não disse nada, ela entendeu o que Sarah quis dizer com isso. Ninguém estaria com ânimo de comemorar o natal com a situação de Rose que ainda estava internada.

Melanie às vezes sentia pena da prima, mas, era somente lembrar que ela teve uma grande parcela de culpa na morte de Blake, que toda misericórdia de Melanie se transformava em ódio novamente, e ela não sabia quando esse sentimento passaria... ou se passaria.

– Pensamos em ir ao Alternative Soul. – disse Sarah voltando à animação de antes.

– Passar o natal lá? – Melanie perguntou um pouco reclusa.

– Lá não toca exatamente o tipo de música que eu gosto, mas... Allan e Matt insistiram pra Lana e pra mim. – disse Sarah dando de ombros – E pediram pra te convencer, vão outras pessoas também.

– Ai Sarah eu não sei. – disse Melanie – Eu pensei em algo mais... sei lá...

– Você não vai ficar sozinha no natal! – protestou Sarah – Eu prometo que você vai se divertir, terão pessoas que gostam de você.

– Nem todos. – disse Melanie observando entre os alunos que embarcavam, Josh e Alícia conversando muito alegres perto de uma das carruagens.

– Eu sei que ninguém pode substituir seu melhor amigo – disse Sarah também os observando – Mas podemos te fazer sorrir por umas horas.

– Valeu. – disse Melanie com um sorriso – Eu vou me despedir do Josh.

Melanie praticamente se arrastou até os dois sorridentes mais a frente, ela não sabia por que, mas, se sentia incomodada ao vê-los juntos. Talvez fosse pelo simples fato que se sentia de certa forma abandonada, embora a seu ver, isso seria egoísmo da parte dela.

– Oi Josh, vim me despedir. – disse Melanie com um sorriso mínimo.

– Veio se despedir da Alícia não é? – disse Josh sorridente – Porque eu vou ficar.

Melanie não conseguiu esconder a empolgação de ter o seu melhor amigo só pra ela no feriado, seu sorriso se abriu de tal forma que Melanie não pôde se impedir.

– Mas você não...

– Minha família decidiu viajar e visitar uns parentes distantes, e eu não quis ir. – explicou Josh.

– E Josh também não quis ir pra minha casa, pois, está com medo do meu irmão. – disse Alícia divertida.

– Não é medo. – defendeu-se Josh e Melanie sorriu – É só que... ele é ciumento.

– Está bem, vou fingir que acredito. – disse Alícia segurando o rosto de Josh com as duas mãos e depositando um beijo em seus lábios, Melanie desviara o olhar a sentira uma pontada de desânimo – Vou sentir saudades.

– Também vou sentir sua falta. – disse Josh, a garota acenou para Melanie e embarcou em uma das carruagens.

– Pode ser chato da minha parte, mas... eu estou feliz por ter ficado. – disse Melanie.

– Também estou feliz por ficar, assim passamos mais tempo juntos. – disse Josh – Então, o que temos para o natal?

***

– Mel, é sério, eu nunca fiz isso antes. – dizia Josh enquanto ele, Melanie e Allan, andavam apressados pelo corredor – Eu sou monitor chefe, isso não está certo.

– Relaxa Josh. – disse Melanie animada – O que não está certo é você passar sete anos em Hogwarts sem nunca fazer nada de errado.

Josh respirou fundo e continuou os acompanhando. Ao chegarem à estátua da bruxa de um olho só, ali já se encontravam Sarah, Lana, e mais uma garota e dois garotos que Melanie não conhecia.

– Chegamos. – disse Allan sorridente.

– Eu percebi. – disse Sarah o abraçando – Um grupo já foi na frente, só estávamos esperando vocês. Por que demoraram?

Melanie e Allan olharam de soslaio para Josh que girou os olhos.

– A culpa foi minha. – disse ele – Eu não queria vir.

– Relaxa Josh. – disse Sarah sorridente – Eu também sou monitora, mas, é o nosso último ano, temos que aproveitar o máximo possível.

Josh concordou e os seguiu para a passagem aberta. Eles seguiram durante alguns minutos pela passagem até encontrarem uma escada na qual começaram a subir, Allan abriu uma portinhola no final da escada e passou por ela. Melanie e os outros o seguiram, Josh parecia apreensivo, mas quando se deu conta estavam dentro da Dedos de Mel.

– Já pode respirar Josh. – disse Melanie sorrindo e corando em seguida, quando se deu conta que estava de mãos dadas com o garoto.

Allan pegou uma chave do bolso e abriu à loja. Eles saíram pela noite fria de inverno. Melanie esperava que a rua estivesse deserta, acreditando que todos estavam em suas casas quentes comemorando a chegada do natal, engano seu, a rua iluminada e cheia de bruxos, e alguns bares permaneciam abertos, era claro que nem todos gostavam de passar o natal em casa.

– Se eu soubesse que era tão animado, teria feito isso antes. – comentou Lana empolgada.

Eles caminharam por alguns minutos e pararam em frente ao bar de nome “Alternative Soul”.

– Isso é... – Josh ficara sem palavras quando entrara no bar.

– Incrível? – disse Melanie sorridente.

– Eu ia dizer, bem diferente quando está aberto. – disse Josh se lembrando quando se embriagou no bar depois de descobrir que era um Black – Mas isso serve.

Melanie deu um soco de leve no braço de Josh e o puxou para adentrar mais o bar. O Alternative Soul estava todo decorado de enfeites de natal e cheio de bruxos de todas as idades. Melanie viu ao fundo em uma mesa, alguns integrantes da família de Mey, ela sorrira na hora, mas, logo se esvaiu ao se lembrar daquele dia que passara na casa deles com Blake.

– Você está bem? – Josh perguntou preocupado.

– Sim. – respondeu Melanie um pouco cabisbaixa – É só que...

– Te traz lembranças. – Josh terminou e Melanie assentiu.

– Você tem certeza que quer ficar aqui?

– Tenho. Não se preocupe – ela respondeu voltando a sorrir – Eu prometi que você se divertiria e vou cumprir.

Josh assentiu e eles se reuniram em uma mesa.

***

– Você tem cerrteza disso? – Liesel perguntara a Blásio que tinha o maior e mais sincero sorriso que possuía.

– Mas é claro! – ele afirmou com convicção – Nunca tive tanta certeza na minha vida.

– Mas ele pode non te reconhecerr. – argumentou Liesel.

Eles estavam na sala de estar da casa de Liesel. Não era uma casa muito grande, mas, possuía certa elegância e charme francês.

– Não passou tanto tempo desde que o vi. – disse Blásio animado.

– Non Blás! – disse Liesel aborrecida – Você sabe que ele non te reconheceria por... por causa da doença...

– Liz. – disse Blásio tocando de leve no rosto dela, que agora algumas lágrimas caiam por sua face – Você não está sozinha, você tem a mim agora. Vamos lidar juntos com essa situação.

Liesel assentiu e sorriu.

– Vai subindo que eu vou logo atrás. – ele disse e Liesel o olhou desconfiada. – Confia em mim, eu não vou aprontar nada.

– Non demorre. – ela disse antes de subir as escadas para o andar de cima.

Liesel caminhou pelo corredor da forma mais lenta que conseguiu, depois de tantos anos, ainda era difícil ver seu pai naquela situação. Antes de abrir a porta, ela enxugou as lágrimas e respirou fundo, colocou o seu melhor sorriso e abriu a porta lentamente.

– Com licença papai. – ela disse fechando a porta atrás de si – Vim ficar com o senhorr.

O senhor que estava sentado em uma poltrona, olhou diretamente para Liesel. As linhas no rosto mostravam que já era um senhor vivido e atrás dos óculos, possuía belos olhos azuis que agora pareciam confusos.

– O senhorr está bem? – ela perguntou se aproximando, se sentou na beirada da cama e pegou uma de suas mãos – Non demorrei non é?

– Quem é a Madeimoselle? – ele perguntou fracamente ainda a olhando confuso.

– Sou sua filha, Liesel, papai. – respondeu ela com muita paciência.

– Ah! Liz, minha filha! – ele disse com ânimo, mas, ainda com a voz fraca – Estava com sua mãe mon petit? Louise e sua mania de ficarr até tarrde preparrando a ceia de natal. Mas o que serria de nós sem ela non é?

– Papai, eu...

– Feliz natal! Feliz natal! – disse Blásio entrando sem cerimônia no quarto.

Ele trazia consigo um carrinho com peru, batatas e carne assada, salada de cogumelos e um bolo de nozes, no compartimento embaixo no carrinho estavam às bebidas e as taças.

Blásio, mas...

– Temos que comemorar o natal como uma família. – disse Blásio se aproximando do Sr. Gardot. – Como vai o senhor? – ele perguntou segurando com as duas mãos uma das mãos do Sr. Gardot.

– É... papai, o senhor lembra do Blásio Zabine? – Liesel perguntou um pouco desconcertada.

– Mas é clarro que lembro – o Sr. Gardot disse um pouco firme – Esse garroto aprontou muito quando se mudou parra a França.

– Não sou mais tão garoto assim, mas, continuo aprontando. – disse Blásio e Liesel o olhou com censura. – É brincadeira meu anjo.

– Papai então... o senhor se lembra mesmo? – Liesel perguntou com um tanto de emoção na voz.

– Me lembro do que Louise? – perguntou o Sr. Gardot – Non imporrta. Onde está minha pequena Liz? Non parra de correr um minuto sequer, tenho medo que caia da escada...

Liesel se levantou rapidamente em direção à janela do quarto para que seu pai não a visse chorar, Blásio logo se precipitou até ela, abraçou por trás e beijou seu pescoço.

– Estou com você, lembra? – ele perguntou em seu ouvido.

Liesel assentiu e de mãos dadas voltaram para perto do Sr. Gardot, este que surpreendeu os dois, pois, já estava de pé ao lado do carrinho com uma faca na mão.

– Posso fazer as honras? – ele perguntou e Liesel se precipitou para abraça-lo.

– Não teria ninguém melhor para fazer as honras, Sr. Gardot. – disse Blásio satisfeito.


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Notas finais do capítulo

Ficou legal?
Bjos♥