As Cobras Não São Más escrita por JessyFerr


Capítulo 64
Capítulo 64 Aqui se Faz, Aqui se Paga


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, consegui dá uma parada nos estudos pra postar, tá muito difícil. Muito obrigada por continuarem a acompanhar a fic e pelos reviews, mesmo aqueles que ameaçaram a minha vida kkkk.
Bjos♥



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O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.

Albert Einstein

– Capítulo Sessenta e Quatro –

Aqui se Faz, Aqui se Paga


Os dias passaram tão rápido depois da morte de Blake, mas, para Melanie, ela ainda estava naquele dia, o dia em que velara por ele, o dia que dedicara a ele a única música que aprendera. Era tão estranho saber que ela acordaria no outro dia, e no outro, e não o veria mais.

Melanie se negava a sair do seu quarto, não queria se alimentar e nem ver ninguém. Sua única companhia era a solidão e os pesadelos que tinha a noite. Será que era possível alguém sofrer tanto assim? Sentir essa dor horrível que parecia que nunca cessaria?

Ela olhou pela janela do seu quarto. O dia brilhava lá fora, os pássaros cantavam alegremente, as folhas das árvores pareciam mais verdes e Melanie não entendia como aquilo tudo podia ser tão bonito se o mundo dela naquele momento era negro.

Mel? – ela ouviu a voz de Josh do outro lado da porta. – Posso falar com você?

Não. Essa era a resposta que Melanie queria dar, mas, parecia que sua voz havia desaparecido ou não queria sair. Mesmo sem resposta Josh entrou em seu quarto e fechou a porta atrás de si, ele caminhou lentamente até onde Melanie estava.

– Oi. – Josh disse preocupado. Melanie não disse nada e ele continuou – Estou preocupado com você.

Melanie se afastou do amigo e voltou a se sentar na cama. Josh a observava apreensivo, ele nunca vira Melanie daquele jeito antes, a garota parecia incrivelmente abalada.

– Mel. – ele disse se aproximando dela outra vez, se sentou ao seu lado na cama e segurou o rosto dela com uma das mãos – Eu estou muito preocupado com você – ele disse fitando os seus olhos – Eu não quero ser insensível, mas, já se passaram dias, você tem que reagir.

Ela continuou sem dizer nada, nada além das lágrimas que ainda insistiam em cair depois da morte de Blake. Josh respirou fundo e retirou algo do bolso, um caderno, e Melanie percebeu que era o caderno que Blake vivia escrevendo.

– Eu achei isso no jardim da casa do Blake. – disse Josh entregando a ela que pegou quase que imediatamente – Acho que é pra você... vou te deixar sozinha agora.

Josh deu um beijo na testa de Melanie e saiu. Melanie avaliou o caderno e percebeu que havia um fecho trancado, intuitivamente ela pegou a chave do cordão de seu pescoço e o abriu. Na contracapa havia uma frase que parecia ter sido escrita às pressas. Espero que eu tenha te ensinado a amar assim como você me ensinou também”.

Melanie tampou a boca com uma das mãos a fim de esconder um soluço, mas, as lágrimas continuavam a cair. Ela virou a página onde continha o seguinte texto:

"Eu nunca pensei que ao começar esse caderno, a primeira mensagem fosse destinada a quem me odeia tanto, Josh Hammes. O que tenho a dizer para você, Hammes, é que espero que cuide da minha loirinha, eu não presei por nada nessa vida como por ela.

A partir de agora, todas as palavras são destinadas a Mel e fica a critério dela mostrar a alguém ou não.


Loirinha, só pra que você entenda desde quando escrevo esse caderno, hoje é 29 de novembro. Começamos nosso namoro há pouco tempo e mesmo assim eu sabia que você seria a mulher da minha vida, parece que quase literalmente, já que agora que você está lendo isso eu já estou morto.

Eu nunca soube como aconteceria, nem quando, mas eu soube que morreria jovem. E, que isso lhe sirva de algo, eu nunca desisti de viver. É assim que justifico esse meu jeito doido de quem faz as coisas que quer sempre que quer. Eu não tenho tempo pra viver pequenas coisas boas ao longo da vida, então quis fazer minha vida maravilhosa e grandiosa por completo. Não deu de tudo certo, minha banda não gravou nenhum CD pelo menos até agora e em certo ponto da minha "jornada" eu encontrei alguém que eu tinha a necessidade de fazer feliz. Por meio de uma dúzia de garotas quaisquer eu encontrei alguém que quis que ficasse ao meu lado durante toda minha vida.

Eu sempre fui muito determinado, como qualquer bom sonserino, você sabe, e não desistiria de você por causa da minha morte trágica e próxima, ou do seu melhor amigo que ama você. Eu decidi que viveria intensamente até o fim dos meus dias, e no momento que minha felicidade também dependia de estar com você e te fazer feliz, foi o que eu decidi fazer.

Sei que parece egoista da minha parte, me aproximar de você e, mesmo sabendo que não duraria muito, resolver ficar do seu lado. É como se eu estivesse te usando pra fazer minha vida bonita e depois te jogasse fora e sei que é nisso que está pensando, mas peço que pare de pensar nisso agora. Até porque eu só soube que iria morrer depois que já estava perdido em você.

O que eu quero que você saiba é que eu pensei em te tirar da minha história e ficar calado sobre o que eu sinto por você, mas você se mostrou insubstituível. Nem cigarro, nem boas doses de uisque de fogo, ou várias garotas, nada se mostrava bom o suficiente como estar com você. Nenhum sentimento preencheu mais minhas músicas do que estar do seu lado. Você já havia se tornado única.

O que eu estou tentando dizer de uma vez, loirinha, é que eu não sabia mais viver sem você do meu lado, por isso quis começar esse caderno. Pra você saber que eu sempre te amei, até o último dia.".


Melanie limpou as lágrimas para continuar lendo. Nas páginas seguintes Blake falava de como era bom e diferente os dias que passava ao lado de Melanie, em algumas folhas havia letras de músicas em outras desabafos.


"Eu comecei a levar a serio essa coisa de fazer tudo o que eu queria e veja só, estão me chamando de louco, rebelde, pirraça. Estão me tratando como se eu fosse um verdadeiro vilão dentro dessa escola, me acusam de ser terrível porque eu já sabia que o Hammes gostava de você, mas parece que sou o único que tem coragem de ser eu mesmo por aqui."

Melanie não conseguiu se impedir de sorrir. Sim, Blake sempre fazia o que queria na hora em que queria essa era uma das coisas que Melanie mais admirava nele. Ela continou a ler o caderno, e a cada frase era como se o próprio Blake estivesse lá, ao lado dela, dando apoio e dizendo que tudo ficaria bem.


“Estou tão orgulhoso que hoje você seja apresentada a sociedade como mulher, mas, mesmo antes de você se tornar, eu já te via como uma. Uma mulher incrível e maravilhosa, eu nunca amei ninguém como eu amo você.

Amanhã farei a matrícula na nova escola, e espero crescer o suficiente pra te dar tudo o que merece, mas, talvez eu nem ao menos chegue a estudar lá, pois, não sei se estarei vivo. Mas, minha loirinha, saiba que a cada dia eu te amo mais”.


Melanie fechou o caderno e o abraçou contra o peito enquanto mais e mais lágrimas rolavam por sua face.


– Eu também te amo Blake. – ela disse quase num sussurro antes de se deitar encolhida na cama, abraçada ao caderno.


***

– E como vai o depoimento do Sr. Zegers? – Hugo perguntou ao pai quando este entrou na sala de estar.


– Complicado. – Rony respondeu respirando fundo e se sentando no sofá – Existem testemunhas falando sobre as brigas que ele e Blake sempre tiveram, mas, não é nada concreto. O julgamento dele foi marcado para o próximo ano, mas, é mais certo que ele saia absolvido.


– Bom. Se vermos pelo outro lado, ele não sabia que Blake estava em casa. – disse Hermione – Fico com tanta pena da Mel, ela está tão abalada.


– E a Rose? – Rony perguntou – Resolveu sair do quarto?


– Ainda não. – Hermione respondeu deprimida – Parece que a morte do Blake realmente mexeu com ela. Rose está muito estranha.


– Isso porque ela sempre implicou com a Mel. – disse Hugo se levantando – Eu vou ver como ela está.


Hugo se apressou em ir ao quarto de Rose, a porta estava fechada e ele bateu antes de entrar.


– Rose? – ele chamou.

O quarto estava escuro e ele só conseguia ver a sombra de sua irmã sentada no chão. Hugo se precipitou até a janela e a abriu, o quarto deu uma leve clareada e Hugo voltou a olhar para a irmã.


Rose estava sentada no chão ao lado de sua cama, ela abraçava as próprias pernas, e dizia palavras desconexas enquanto se balançava para frente e para trás.


– Rose você está bem? – Hugo perguntou se aproximando dela – O que você tem?


Rose continuou o seu ritual como se Hugo não estivesse ali. Ele se aproximou mais dela, se ajoelhando a sua frente em seguida, ele tocou em seu rosto e ela de repente o olhou assustada.


– Rose?


– Fala baixo. – ela pediu em voz baixa – Tem um assassino nessa casa.


– O que? – Hugo disse confuso – Do que você ta falando Rose?


– A pessoa... que matou Blake Zegers... – Rose de repente recomeçara o mesmo ritual de antes, enquanto Hugo a observava perplexo.


– Rose você ta me assustando. – disse Hugo sério – O que aconteceu com você?


– Rose? – ela perguntou confusa – É com essa que você tem que se preocupar! – ela disse um pouco mais alto – Toma cuidado com ela!


– Fica aqui, eu vou chamar nossos pais. – disse Hugo se apressando pela porta.


Rose continuara ali no chão, voltara a se balançar, mas, sem repetir as palavras confusas. Hermione e Rony entraram no quarto em seguida.


– Rose, meu anjo? – Hermione perguntou se aproximando – O que você...


– Mas por que estão me chamando de Rose? – ela disse de repente muito irritada.

– É o seu nome, querida. – disse Rony cuidadoso.


– Não. – ela disse tremendo e voltou a falar com a voz baixa – Essa Rose... foi ela, foi ela quem matou o Blake – Rose segurou a cabeça com as duas mãos e começara a chorar.


– Meu Merlin, o que ela tem? – Hermione perguntou a Rony que parecia mais chocado que a própria Hermione.


– Eu não queria ser o primeiro a dizer isso, mas... – Hugo tomou a frente – Acho que isso é caso pra St. Mungus. De alguma forma a Rose se sente culpada pela morte do Blake.


– Mas ela é culpada! – Rose gritou e os três se assustaram – Será que vocês não entendem que foi essa vadia quem mandou a carta para o Sr. Zegers?


– Rose do que você está falando? – Rony perguntou pasmo.


– Meu nome não é Rose! – ela gritou outra vez – Eu sou Melanie Malfoy!


Ao dizer isso ela se sentou no chão e voltou a fazer a mesma coisa, se balançando e dizendo palavras sem sentindo.



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Notas finais do capítulo

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