As Cobras Não São Más escrita por JessyFerr


Capítulo 62
Capítulo 62 A Visão se Concretiza


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu fico muito feliz que alguns leitores tenham aprendido a gostar de Blake e Melanie juntos. Mas eu só quero pedir uma coisa antes que vocês leiam o capítulo. NÃO ME MATEM!
Espero que gostem kkk.
Bjos♥



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A condição dos homens seria lastimável se tivessem de ser domados pelo medo do castigo ou pela esperança de uma recompensa depois da morte.

Albert Einstein

– Capítulo Sessenta e Dois –

A Visão se Concretiza


Melanie se olhava no espelho, aquele seria um grande dia. Josh faria enfim, sua entrevista com o Sr. Zegers. Blake hoje iria fazer sua matrícula na nova escola. Ela teria acompanhado seu namorado se não tivesse que ir a um chá beneficente com sua mãe e sua avó.

Ela usava um vestido de renda azul celeste, na altura dos joelhos, sapatos brancos de bico redondo e para seu maior desespero, luvas de renda branca e um chapéu azul. Seus lisos cabelos agora estavam com volumosos cachos. Ela respirou fundo ao ver que estava parecendo uma boneca, odiava se vestir assim, mas, a ocasião pedia.

– Mel, querida – disse a voz de Narcisa à porta – Gina já está esperando na sala. Vamos?

– Vamos sim vovó – disse Melanie pegando uma bolsa de mão na cama – Já estou pronta.

– Você está linda – disse Narcisa a admirando.

– Obrigada vovó – disse ela desanimada.

– O que você tem, querida? – Narcisa perguntou preocupada – É a roupa não é?

– Não vou mentir que odeio essas roupas – Admitiu Melanie – Mas é outra coisa.

– Mel, você está me assustando.

– A senhora já teve uma sensação estranha alguma vez? – perguntou Melanie – Como se alguma coisa ruim fosse acontecer.

– Sim – respondeu Narcisa sorridente – Quando seu pai assumiu um compromisso com sua mãe, achei que a mansão iria abaixo, com a raiva de seu avô – Melanie sorriu – Mas deu tudo certo no final, então não tem que se preocupar com essas sensações.

– É, a senhora deve estar certa – disse Melanie, mas, isso não fez com que se sentisse melhor.

Alguma coisa estava muito errada. Inconcientemente ela apertou em sua mão, a chave que estava pendurada em seu pescoço antes de sair.

***

– Sr. Potter, eu agradeço muito, mas, não era necessário que me acompanhasse – disse Josh. Ele e Harry estavam no grande hall de entrada do Ministério da Magia – Assim fico completamente sem graça com o senhor.

– Eu faço questão – disse Harry empolgado – Você precisa de apoio nesse momento, e eu estou disposto a te dar. Saiba que pode contar comigo.

Josh apenas sorriu e resolveu não falar mais nada, ele sabia que Harry sofrera muito no passado por perder tantos entes queridos. E agora que soubera que Josh era sobrinho neto de Sirius, era como se também fizesse parte dessa família.

– Chegamos – disse Harry quando a porta do elevador se abrira no andar que se localizava o setor de cooperação Internacional em Magia – Boa sorte.

– Obrigado Sr. Potter – disse Josh saindo do elevador e seguindo sozinho para a recepção.

Uma moça de cabelos curtos e loiros sorriu ao vê-lo.

– Posso ajuda-lo? – ela perguntou simpática.

– Sim. Eu me chamo Joshua Ham... Black e tenho uma entrevista como Sr. Zegers.

– Ah claro! – disse ela quase histérica – Um Black! Nossa eu nem acredito! – ela continuou – Me desculpe, mas, achei que fosse boato.

– Muita gente acha. – disse Josh sem graça.

– Eu vou avisar ao Sr. Zegers que já está aqui – disse a recepcionista lançando um aviãozinho no ar que desapareceu pelos corredores – O senhor pode seguir reto no corredor, a sala do Sr. Zegers é a última a esquerda.

– Obrigado – disse Josh seguindo pelo local indicado.

Cada vez que ele se aproximava mais da sala seu coração disparava, Josh não sabia se era por causa da entrevista em si ou era porque, seu possível chefe seria o pai de Blake.

– Com licença – disse Josh entrando em uma sala onde havia uma mulher de óculos e de cabelos negros e compridos, sentada em uma mesa. – Eu tenho...

– Sr. Black. – disse a secretária cordial – O Sr. Zegers o está esperando, pode entrar. – ela disse indicando uma porta.

– Obrigado. – disse Josh batendo na porta em seguida.

– Pode entrar – disse uma voz forte no interior da sala.

– Com licença Sr. Zegers – disse Josh entrando e fechando a porta atrás de si.

– Muito prazer Sr. Black – disse o Sr. Zegers apertando a mão de Josh antes que ele se sentasse – Sinceramente fiquei surpreso quando soube que tínhamos um último Black, e estou contente por isso.

– Obrigado... Sr. Zegers.

– Bom. – o Sr. Zegers começou – li o seu currículo escolar e devo confessar que me impressionou – disse ele satisfeito e Josh respirou aliviado – As melhores notas que Sonserina poderia ter desde o primeiro ano, excelente apanhador e também monitor. Essa dedicação se deve a algo especial?

– Não especificamente – Josh respondeu prontamente – Na verdade sempre fui muito dedicado a qualquer coisa que me proponho a fazer. Mas, meu pai sempre me ensinou que se você quer ser alguém na vida, deve estudar, então é isso o que eu faço.

– O seu pai é um homem sábio e tem muita sorte de ter um filho que o ouve – disse o Sr. Zegers – Quem dera se todos os filhos seguissem os conselhos dos pais, mas, enfim. – disse ele pegando um rolo de pergaminho – Vejo que o senhor estudou em uma escola trouxa até seus onze anos. O que o aprendizado dessa escola te trouxe de benéfico para a sua vida bruxa?

– Aprendi um pouco de tudo – disse Josh – História, música, línguas, equitação...

– Quais línguas o senhor fala fluentemente? – perguntou o Sr. Zegers interessado.

– Fora o inglês, falo francês, italiano – disse contando nos dedos – Tenho uma noção de latim também, meus professores eram padres, e sei um pouco de espanhol, só não terminei porque fui para Hogwarts.

– Isso é muito importante – disse o Sr. Zegers satisfeito – Porque nós lidamos com muitos bruxos estrangeiros e você sabe que no nosso mundo latim não é uma língua morta, e o fato de o senhor conhecer os costumes trouxas é um diferencial.

– Verdade?

– Com certeza – disse ele – Muitos bruxos passam anos de sua vida estudando os trouxas, para que nós possamos achar uma melhor forma de convívio com eles.

– Entendi – disse Josh.

– Sr. Black, quando Harry veio falar comigo sobre um estágio para o senhor, pensei em colocá-lo na parte burocrática – disse o Sr. Zegers sincero – Mas percebi que o senhor tem um grande potencial e mais que isso, tem personalidade e inteligência suficiente para o que estou disposto a propor.

– Quer dizer que vai me dar uma oportunidade? – Josh perguntou animado.

– Perfeitamente – disse o Sr. Zegers – Você ainda tem um ano em Hogwarts e é um tempo perfeito.

– Perfeito para o que, senhor?

– Eu tenho uma pessoa que me auxilia e que vai sair do setor em dezoito meses – explicou o Sr. Zegers – É o tempo necessário para você se formar, depois faria o estágio por seis meses para aprender o trabalho antes que ele saia. Se você for competente com certeza irá ocupar a vaga.

– O senhor está... me chamando para trabalhar diretamente com o senhor? – Josh perguntou pasmo.

– Exatamente – disse o Sr. Zegers – Sinceramente eu preferiria o meu filho, mas... ele é um rebelde imaturo.

– Obrigado pela confiança Sr. Zegers – disse Josh se sentindo incomodado com o comentário sobre Blake – Prometo que não vou desapontá-lo.

– O que podemos esperar do senhor nesse setor, Sr. Black?

– Acredite que muita dedicação, determinação e responsabilidade da minha parte, Sr. Zegers – respondeu Josh.

– Perfeito – disse ele satisfeito – Entregue esses pergaminhos para a minha secretária, por favor, ela vai fazer o seu contrato.

– Muito obrigado pela oportunidade Sr. Zegers – disse Josh pegando os pergaminhos e apertando a mão do Sr. Zegers em seguida.

– As oportunidades somos nós que fazemos Sr. Black – disse ele sério – E o senhor certamente fez a sua. Gostaria que meu filho fosse como o senhor.

Josh não sabia por que se sentira péssimo com o comentário, ele devia se sentir satisfeito, pois, detestava Blake, mas, a única coisa que Josh fez foi outro comentário.

– Se eu tivesse um filho, ficaria orgulhoso, por ele ser capaz de ter suas próprias escolhas – disse Josh sério – Com licença Sr. Zegers – disse Josh saindo e fechando a porta atrás de si.

O Sr. Zegers respirou fundo e voltou ao trabalho, o que Josh disse não mexera nenhum pouco com ele, pois, ele sabia o que era melhor para Blake.

– Com licença Sr. Zegers – disse a secretária entrando na sala após bater uma vez – O senhor recebeu uma carta.

– Obrigado, pode se retirar – disse ele pegando o envelope das mãos da secretária.

O envelope não tinha remetente, mas, ao abrir e ler o seu conteúdo, era visível a sua insatisfação e raiva.

“Caro Sr. Zegers.

Venho por meio desta carta, porque assim como o senhor, eu também me preocupo com o seu filho Blake.

Não sei se é do seu conhecimento, mas, seu filho fez uma prova para conseguir uma vaga na Academia de Música e Magia de Luxemburgo, e para a felicidade dele, Blake passou.

Acredito que agora mesmo ele esteja fazendo a matrícula, espero que o senhor como pai, que sabe o que é melhor para ele, possa conseguir fazê-lo mudar de ideia e tirar esse pensamento sem futuro de sua cabeça.

Sinceramente

De alguém que se preocupa com Blake”.


– Você não vai! – disse o Sr. Zegers batendo com o punho na mesa e saindo apressado da sala em seguida.

***

– Está atrasado Blake! – Mey censurou Blake quando este aparatou em seu jardim – A chave de portal vai sair em sete minutos!

– Calma Mey, ainda temos tempo. – disse Blake animado entrando com ela na casa.

– Finalmente, o grande futuro músico – disse o pai de Mey abraçando Blake – Está pronto pra ir?

– Nunca estive tão pronto em toda a minha vida – disse Blake procurando algo nos bolsos, ele retirou a jaqueta e a sacudiu no ar – Droga!

– O que foi? – perguntou Mey.

– Esqueci te pegar os documentos da matrícula, antes de ir pra casa de Mel.

– Ah Blake!

– Calma, eu vou em casa rapidinho e pego os documentos – disse ele jogando a jaqueta de lado – Quanto tempo eu tenho?

– Quatro minutos – respondeu o pai de Mey.

– É tempo de sobra – disse Blake que saiu apressado da casa e desaparatou, aparatando em seguida no jardim de sua própria casa.

Blake abriu a porta da casa com sua chave e correu escada acima. Entrou em seu quarto, olhando com desgosto a grade que seu pai colocara em sua janela. Ele balançou a cabeça e respirou fundo antes de entrar em seu banheiro. Fechou a porta atrás de si, subiu em cima da tampa da privada e retirou uma parte do forro do teto, era lá que havia escondido os documentos da escola.

Incendio Maxima! – Blake ouviu alguém gritar no seu quarto.

Desceu de cima da privada e guardou os documentos no bolso da calça. Ao abrir a porta do banheiro se viu em uma situação que nunca imaginaria estar.

***

O Sr. Zegers aparatou no jardim de sua casa e entrou nela em seguida, estava muito vermelho e enraivecido após ter recebido aquela carta. Subiu diretamente para o andar de cima e abriu a porta do quarto de Blake sem cerimônia.

Observou o quarto onde continha todos os instrumentos musicais de Blake, os pergaminhos onde fazia anotações de suas músicas. O Sr. Zegers olhou tudo com repulsa antes de erguer sua varinha.

– Incendio Maxima! – ele gritou lançando o fogo.

Saiu do quarto o trancando com magia, pois, caso Blake chegasse a casa ele não conseguiria entrar no quarto e apagar o fogo, também colocou um feitiço para que o fogo não se expalhasse pelo resto da casa. Voltou para o jardim e desaparatou, completamente satisfeito com o que tinha realizado.

***

Blake não entendera como seu quarto pegara fogo, pensou em usar sua varinha para apaga-lo, mas, se lembrou que deixou sua jaqueta com a varinha, dentro da casa de Mey.

Ele desviara do fogo e correra em direção à porta. Trancada. Gritou por ajuda, mas, ninguém veio em seu socorro. O desespero começara a tomar conta dele, quando visualizou seu caderno em cima da escrivaninha o fogo quase o alcançando. Se precipitou até ele e foi em direção a janela do quarto, não havia escapatória, tudo já estava predestinado.

– Então é assim que acaba?! – ele perguntou em voz alta para o nada, mas, era claro o tom de pânico em sua voz – Então é assim que a visão se realiza?!

A visão. Tudo tinha que terminar com a visão que teve naquele dia na aula de Adivinhação.

“- A Profª Sibila já está velha. – disse Blake – Ano passado ela disse que viu uma morte terrível na minha vida.

– Ah, era você? – disse Melanie pensativa – Acho que eu cochilei na hora, mas, ouvi comentários. Papai disse que ela sempre prevê a morte de alguém, ele sempre a achou uma farsa”.

Não. A Profª Sibila nunca foi uma farsa, talvez um pouco dramática, mas uma farsa, não. Blake se lembrou do dia em que teve a visão, foi na bola de cristal que a professora distribuiu para as duplas. Na visão, ele viu um caixão e esse caixão pertencia a ele mesmo, e velando por Blake, estavam Melanie e Josh de mãos dadas, acompanhados por um garotinho que se parecia incrivelmente com Josh.

Desde aquele dia, Blake sabia que o seu final nunca seria com Melanie, mas, quis aproveitar ao máximo a sua companhia. A sua maior dor, não era morrer, mas, sim, perder a sua amada loirinha.

Blake pegou rapidamente uma pena e escreveu na contracapa do caderno. Espero que eu tenha te ensinado a amar assim como você me ensinou também. Sem pensar muito Blake atirou o caderno pela grade da janela, ele olha em seguida para uma foto de Melanie em cima da escrivaninha e uma lágrima escapa.

– Te amo loirinha – Essa foi a última frase que Blake disse antes de ser consumido pelo fogo.


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Notas finais do capítulo

Lembrando que eu preciso terminar a história então sem Avadas. kkk