As Cobras Não São Más escrita por JessyFerr


Capítulo 46
Capítulo 46 Origem Duvidosa


Notas iniciais do capítulo

Meus lindos e perfeitos leitores, como prometido aqui está a primeira parte de um dos capítulos mais esperado, tomara que vocês gostem.
Bjos♥



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“Os nossos maiores problemas não estão nos obstáculos do caminho, mas na escolha da direção errada”.

Augusto Cury

– Capítulo Quarenta e Seis –

Origem Duvidosa


– Você não vai me dizer? – perguntou Melanie pela quinta vez, dentro do vagão do trem que seguia suavemente em direção a estação 9 ¾.

– Eu já disse que não. – respondeu Blake – Não quero ver você envolvida com nada de errado.

– Mas o Profº Zabine está envolvido... por Merlin Blake! Ele é professor! – argumentou Melanie.

– Não é um dos mais corretos. – disse Blake.

Melanie bufou irritada e cruzou os braços tirando uma gargalhada de Blake.

– Você fica linda toda brava. – disse ele e Melanie o fuzilou com o olhar.

O resto da viagem foi tranquila principalmente porque Josh se recusara terminantemente a viajar na mesma cabine que Blake, ele até se despedira de Melanie antes do trem partir, então ele ficara na cabine dos monitores.

– Então... – Josh começou quando ia se retirar da cabine – Tenha uma boa páscoa.

– Pra você também. – disse Sarah com um sorriso mínimo.

– É... os seus pais... eles...?

– Não se preocupe com isso. – disse ela – Eu resolvo, eles vão entender que nós não demos certo.

Josh assentiu e saiu da cabine em direção a divisão da estação 9 ¾ e a estação King’s Cross. Ele parecia visivelmente aborrecido, aborrecido por ter magoado Sarah, aborrecido por não ter confessado antes que amava Melanie e aborrecido por somente ter descoberto agora que pra ele, a garota era inalcançável.

Josh saiu da estação e seguiu em direção a um carro escuro que o aguardava, imediatamente uma mulher loira de olhos escuros como os de Josh, saíra de dentro do carro o abraçando fortemente em seguida.

– Achei que o papai viesse me buscar. – disse Josh.

– Você sabe como é o trabalho dele. – disse a Sra. Hammes – Mas amanhã ele ficará o dia inteiro com a gente.

– Tudo bem. – disse Josh dando de ombros – Eu dirijo.

– Não. – disse ela indignada – Você está muito cansado da viagem.

– Mãe, eu não pretendo entrar nesse carro com a senhora dirigindo.

– Muito engraçadinho você, Josh Hammes. – disse ela colocando a mão na cintura.

Josh sorriu e sentou no banco do passageiro se certificando se o cinto estava bem preso.

***

Melanie e Andrew aparataram nos jardins da mansão Malfoy com auxilio de Lúcio que fora buscá-los na estação mais cedo. Andrew foi logo correndo pra dentro da mansão, enquanto Melanie se arrastava atrás de seu avô.

– Vamos Melanie. – disse Lúcio virando para olhá-la – Todos estão com saudades.

– Preguiça – ela se limitou a falar, os alunos haviam acordado muito cedo para pegar o trem, coisa que Melanie odiava fazer.

Eles entraram na mansão sendo recebidos por Gina que os esperava na entrada.

– Oi meu amor. – disse ela abraçando Melanie – Estava morrendo de saudades.

– A senhora está bem mamãe? – perguntou Melanie colocando uma mão na testa de Gina fingindo medir a sua temperatura.

– Eu não posso dizer que senti falta da minha filhinha? – perguntou Gina animada – Fiz o seu favorito.

Melanie trocou olhares com Lúcio.

– É... mãe... só pra eu saber. Qual é o meu favorito.

– Torta de pêssego, claro! – disse Gina se adiantando para um corredor que dava para a cozinha.

– É uma péssima hora pra que dizer a ela que o meu favorito é mousse de limão? – perguntou Melanie ao avô.

– Sim. – disse Lúcio conduzindo Melanie até a sala – Deixe Gina se divertir, ela ficou feliz quando recebeu o seu boletim.

Mais tarde a família Malfoy se reunira para jantar, Andrew contava em como era popular e bom aluno enquanto Melanie girava os olhos, entediada com tanta arrogância do mais novo.

– E como vai o Josh Melanie? – perguntou Draco.

– Muito bem papai. – disse Melanie lançando um olhar significativo para Andrew que de repente ficou incrivelmente vermelho. – Bom, na verdade ele e Sarah terminaram.

– Sério? – perguntou Gina.

– É. – disse Melanie bebericando o suco – Talvez eles se deem melhor como amigos.

– Que pena, eles formavam um casal bonito. – comentou Narcisa – Hmm... ele também foi passar o feriado em casa?

– Foi sim. – respondeu Melanie – Parece que a avó dele vai visitá-los... Rosely, acho que é esse o nome.

Draco quase se engasgou com o suco, mas, disfarçou com uma tosse.

– O que foi papai? – perguntou Andrew.

– Nada. – respondeu Draco se levantando da mesa – Esqueci que tenho que mandar uma carta para o Potter, falando do último relatório dele... com licença.

Draco se retirou da mesa e seguiu apressado para o escritório, ele se sentou a escrivaninha e começou a escrever algo rapidamente em um pergaminho, sua atenção no bilhete só se esvaiu quando alguém abriu a porta abruptamente.

– Você e Potter vão à casa dele não é? – perguntou Narcisa fechando a porta atrás dela.

– Não podemos perder essa oportunidade. – disse Draco terminando de escrever e dobrando o bilhete – Eu queria ser mais cuidado, mas, como a avó de Josh estará lá, é melhor tirarmos logo as nossas dúvidas. A senhora conseguiu alguma coisa do meu pai?

– Sinto muito, mas, não. – ela respondeu – Ele não foi designado a esse ataque, na verdade Lúcio estava fora do país na época.

– Sem problema. – disse Draco andando até o parapeito da janela e prendendo o bilhete em uma coruja que repousava ali. – Sinto que amanhã teremos as nossas respostas.

– Eu realmente desejo isso Draco. – disse Narcisa se aproximando dele para observar a coruja desaparecer no crepúsculo.

***

Liesel dera uma última olhada no espelho e suspirou aborrecida. Ela não estava nenhum pouco a vontade com a confraternização dos professores na véspera da páscoa para unir o corpo docente, isso era uma péssima ideia a vista de Liesel. Já estava familiarizada e confusa suficiente com todos eles.

A reunião seria no três vassouras, que já estaria sem alunos devido ao feriado. Blásio pensava em como o passeio começara a valer a pena assim que viu a silhueta da mulher bem vestida a sua frente. Não importava o quanto Liesel estivesse frustrada ou chateada, ela nunca estaria menos que elegante.

– Liesel. – Blásio a chamou, fazendo ela se virar e se arrepender de ter o feito logo em seguida.

– Zabine. – ela o cumprimentou assim que foi alcançada.

– Está me evitando desde o natal. Por acaso tem medo de não resistir a toda minha sedução? – ele sorriu, sempre engraçado.

– O que tenho mais medo é de você não perceber que seu charme não funciona mais comigo. – ela tentou ser antipática

– Deixe de ser boba e pare de alimentar essa mentira, você ainda sente algo por mim. – ele continuou sorrindo. Mas ela não respondeu, apenas girou os olhos e continuou sua caminhada. Blásio então percebeu que o clima entre eles não era e, pelo decorrer das coisas, não voltaria a ser dos melhores. Ele sentia falta da Liesel sorridente e apaixonada, às vezes se perguntava onde a garota doce, que sempre entrava em seus joguinhos, se metera. – Vamos, Liz... – ele voltou a dizer a acompanhando para Hogsmeade – Eu sei que devo ter feito alguma coisa, mas não posso fazer nada se você não me disser o que foi.

– Você não fez nada, Zabine. – ela disse depois de um longo suspiro, evitando olhá-lo.

– Como “nada”? – ele parou e a segurou, fazendo com que ela interrompesse sua caminhada. Seus olhos estavam irritados, enquanto os de Liesel tentavam se manter frios – Você primeiro dispensa minha companhia durante a visita a seu pai, depois me ignora... – ele esperava que ela falasse qualquer coisa, mas ela apenas continuou o encarando – Está diferente. Não fala mais comigo, nem com Hermione...

– Hermione – ela sussurrou parando de olhá-lo para olhar o chão, como se ele fosse muito mais interessante do que o moreno a sua frente.

– O que foi? – ele se aproximou um pouco mostrando que não havia ouvido muito bem, mas logo processou melhor o que ela havia dito – É isso, Liz? Está com ciúmes de mim? – ele sorriu vitorioso

– Zabine – ela deu um sorriso seco – Por que não guarda o seu humor pra mulher que te fez sofrer? Quem sabe se ela não te quiser como homem, te queira como bobo da corte.

Ela pode ver que as palavras haviam atingido Blásio de um modo significativo. As palavras doíam nela também, mas deveria se manter distante para permanecer intacta. Continuou sua caminhada. Blásio a seguia.

– Quando foi que você ficou tão gelada que eu não percebi, Liesel? – ele exclamava, por sorte estavam atrasados e todos já deveriam estar os esperando nos três vassouras. Ninguém estava ali para ouvir seus berros. – Aquela menina doce que conheci no quarto ano, ou aquela mulher calorosa e de atitude que reencontrei em um bar furreca na França. Onde ela está?

Ele a alcançara mais uma vez e tocara seu ombro. Ela se virou de supetão, afastando o braço de Blásio dela e o encarando com olhos marejados e irritados.

– Ela sempre esteve aqui! – ela gritou de volta, fazendo-o parar e dar um passo para trás – Ela esteve aqui enquanto pode estar! Mas ela acreditava que fazia parte de uma historia maravilhosa de um homem com um romance maravilhoso! – Duas lágrimas já haviam escorrido sobre a sua face. Ela respirou fundo, baixando o tom de voz – Eu achava que você sofria por uma mulher que também sofria por você. Que você havia parado a sua vida por uma mulher que também havia parado a sua espera! Ela seguiu a vida dela e foi ser feliz com quem ela amava e a amava também. Eu pensava que com ela você já pudesse ser feliz!– ele estava paralisado, com os olhos arregalados. Liesel secou as lágrimas, voltou a sua postura e respirou fundo. – Eu acho arriscado e imaturo, mas se é ela quem você quer, Zabine, vá atrás dela. Eu já tenho mais que quarenta anos, assim como você, então não me faça parte do seu xadrez, eu não tenho mais tempo para me cicatrizar dos seus joguinhos. – houve mais uma pausa, em que ele tentou dizer algo, mas não conseguiu. Agora ele sabia que Liesel sabia quem era a tal que lhe fez sofrer. – Vá atrás dela e me esqueça, se você gosta de mim pelo menos o suficiente para não querer me ver sofrer.

Era fato que Blásio gostava de Liesel muito mais que o suficiente para não querer a ver sofrer, mas ele ainda havia duvidas se o que ele sentia era maior do que ele já havia sentido por tantas. Se ele a amava assim como pensava amar Hermione.

***

– Achei que o almoço de páscoa seria especial. – disse Josh entrando na cozinha, ele e sua mãe passaram quase a madrugada toda conversando e Josh passou a manhã inteira dormindo depois disso.

– Quer um almoço de páscoa mais especial que a sua própria mãe cozinhando? – perguntou ela indignada.

– Quando a senhora vai entender que cozinhar não é o seu forte? – perguntou ele – É melhor esperar a vovó chegar.

– Pare de aborrecer a sua mãe Josh. – disse um homem de cabelos escuros e olhos cinzas entrando na cozinha – Mas por via das dúvidas tem um cartão de um restaurante Italiano na minha agenda...

– Muito engraçado vocês dois! – exclamou a Sra. Hammes enquanto os dois gargalhavam. – Vá atender a porta Josh!

Josh seguiu para a sala ainda gargalhado, mas, sua animação cessou quando viu as pessoas que estavam paradas na soleira.

– Sr. Malfoy, Sr. Potter? – disse Josh confuso – Que surpresa... entrem por favor.

– Obrigado Josh. – disse Harry, entrando na casa acompanhado por Draco. – Como você está?

– Bem obrigado. Aconteceu alguma coisa? – perguntou Josh apontando para sofá – Sentem-se, por favor.

– Nós precisamos conversar... de preferência com os seus pais. – disse Draco cuidadoso – Eles estão?

– Sim. – respondeu Josh – Meus pais estão na cozinha.

– Você poderia chamá-los, por favor? – perguntou Harry cuidadoso.

Josh assentiu ainda confuso, mas, voltou alguns minutos depois com seus pais.

– Er... então... esses são o Sr. Potter e o Sr. Malfoy. – disse Josh – E esses são meus pais. – disse Josh para o Sr. e a Sra. Hammes.

– É um imenso prazer senhores. – a Sra. Hammes se precipitou.

– O prazer é todo...

– Chega de formalidades. – disse Harry impaciente atropelando a fala de Draco que o olhou indignado – Precisamos conversar, em especial com o Hammes.

– Potter! – exclamou Draco.

– Precisamos de respostas, Malfoy. – disse Harry entre os dentes.

– Mas, não precisa ser grosseiro, Potter. – disse Draco da mesma forma.

– Senhores. – disse o Sr. Hammes muito formalmente – Podem dizer logo o que desejam?

– Bom. – disse Draco respirando fundo e lançando um olhar de censura a Harry, este que o ignorou completamente – É um pouco complicado, mas...

– Revele a sua origem. – exigiu Harry, enquanto Draco batia na própria testa.

O Sr. Hammes os encarou um pouco surpreso, Josh, percebeu que ele hesitara por um instante, mas, ele logo se recompôs, a Sra. Hammes se sentou imediatamente no sofá e a cor lhe faltara no rosto.

– Sinto muito, mas, não sei do que estão falando. – disse ele firme.

– Sabe sim, Hammes. – disse Harry cruzando os braços – Se esse é mesmo o seu sobrenome.

– Potter, ele pode não saber. – disse Draco irritadiço, ele sabia que devia ter ido sozinho nessa missão.

– Mas nunca saberemos se ele sabe, se nunca perguntarmos. – disse Harry como se fosse obvio.

– Senhores. – disse o Sr. Hammes sério – Minha esposa está indisposta no momento – disse ele apontando para a mulher que estava pálida e com as mãos inquietas – Peço que se retirem.

– Claro que ela está nervosa. – disse Harry – Ela deve saber a verdade.

– Espera um pouco! – disse Josh um pouco alterado – O que está acontecendo aqui? De qual verdade estão falando?

– Deixa que eu falo de agora em diante Potter. – disse Draco e Harry bufou irritado. – Hammes, desde que eu conheci o seu filho, fiquei muito intrigado com a... aparência dele.

– O que tem a minha aparência?

– Eu chego lá, Josh. – respondeu Draco e logo continuou – Conforme ele foi crescendo e fui o conhecendo mais, minhas suspeitas referente à sua origem começaram a fazer sentido, mas, eu queria ter certeza e contratei uma detetive.

– Você contratou alguém para investigar a minha família?! – disse o Sr. Hammes irritado, seus olhos cinza pareciam faiscar de raiva.

– Se está alterado, é porque sabe o motivo pelo qual fiz isso. – disse Draco sério.

– Acabe logo com isso, por favor. – pediu a Sra. Hammes, sua voz estava falha.

– Não existe nada aqui, para se acabar, Flora. – disse o Sr. Hammes firme – Se retirem, por favor, e deixem a minha família em paz.

– Então teremos que apelar. – disse Draco olhando para Harry que agora brincava distraidamente com o botão de sua capa – Potter!

– Ah! Ok. – disse ele se levantando – Monstro! – chamou Harry e alguns segundos se passaram – Ele está velho, acho que vai demor...

Um “ploc” foi ouvido, quando um elfo doméstico, de aparência idosa apareceu na sala.

– Chamou Mestre? – perguntou ele com certa dificuldade.

– Desculpe te tirar do seu descanso Monstro. – disse Harry amigavelmente – Mas, preciso de você agora.

Harry apontou para o Sr. Hammes e Monstro virou para olhá-lo, ele abriu mais os olhos para ver se estava enxergando bem, quando finalmente falou.

– Meu Mestre. – disse Monstro olhando para o Sr. Hammes como se visse na sua frente um fantasma – o senhor...

A porta da frente se abrira e uma senhora de baixa estatura, que aparentava ter mais ou menos a idade de Narcisa, entrou. Ela tinha belos olhos azuis e seus cabelos que pareciam já ter sido castanhos, agora estavam grisalhos. Ela carregava alguns pacotes de reconhecíveis ovos de páscoa.

– Monstro? – disse ela confusa – O que faz aqui?


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Notas finais do capítulo

Então, quem adivinhar do que (e de quem) se trata esse rolo todo, eu posto mais rápido.
Bjos♥



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