As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã.

Aristóteles

– Capítulo Vinte e Cinco –

Apenas Pense

O dia amanhecera ensolarado e incrivelmente quente, para o outono. A família Malfoy estava toda reunida na mesa do café da manhã, já fazendo planos para o natal.

- Mas eu não quero passar o natal na Toca. – reclamou Lúcio pela vigésima vez – Porque todos não podem vir pra cá?

- Querido, já passamos o natal aqui ano passado. – disse Narcisa.

- E todos gostaram, poderíamos repetir. – disse Lúcio.

- Pai, já foi decidido. – disse Draco entediado, era assim todo o ano, Arthur lutava de um lado e Lúcio do outro para ver quem daria a casa para o natal – Depois que a sua prisão domiciliar acabou, concordamos revezar lembra?

- Mas eu sei que meus netos preferem a mansão – depois da prisão de Lúcio ele ficou inexplicavelmente mais sensível, e quando ele diz “netos”, ele não está se referindo apenas a Andrew e Melanie – Por favor, Draco, eles têm gnomos no jardim... sem ofensa Gina.

- Sem problema. – disse Gina lendo a coluna de esportes do jornal, coluna que ela mesma escrevia para o Profeta Diário.

- Lúcio já foi resolvido e ponto. – disse Narcisa firme – Nós iremos todos para a Toca e não quero ver você estragando nada dessa vez, com os seus comentários inconvenientes.

- Que seja. – disse Lúcio desgostoso voltando a comer sua salada de frutas.

Draco girou os olhos e bebericou seu suco de abóbora, ele tinha coisas mais importantes a resolver do que em qual casa deveriam passar o natal.

- Sr. Malfoy. – um elfo se aproximou com algumas cartas na mão – Essas cartas chegaram hoje e essa aqui, Jink viu chegar ontem à noite.

- Ok, pode sair. – disse Draco pegando as cartas – Essa é pra você Gina, da Hermione... tem uma da Mel.

- Da Mel? – perguntou Gina curiosa – Ela não é de nos escrever, leia logo Draco.

Queridos papai e mamãe.

Como estão? Espero que bem e que estejam aproveitando bastante sem o Andrew ai para importunar.

Estou passando por uma fase ótima, minhas notas aumentaram e estou melhorando até mesmo em poções, que era a matéria que eu tinha mais dificuldade, então sintam-se orgulhosos... estou apenas brincando mamãe, sei que é mais que a minha obrigação.

Bom, eu estou escrevendo essa carta para pedir autorização de levar uma pessoa para passar o natal conosco, é um garoto e estamos juntos, mas dessa vez é sério, tanto que quero levá-lo para conhecê-los, sim, papai a sua princesinha cresceu.

Espero sinceramente que gostem dele e mandem um beijo para a vovó Narcisa e o vovô Lúcio.

Atenciosamente

Mel.

P.S: Sinto a necessidade de me gabar da vitória gloriosa da Sonserina sobre a Grifinória essa semana. Foi um jogo divertidíssimo.

- Namorado? – disse Draco indignado – Minha bebê tem um namorado? Como assim?

- Qual o nome do garoto Draco. – exigiu Lúcio cruzando os braços.

- Ela não colocou.

- Vocês acham realmente que a Mel não conhece vocês? – disse Gina irônica – Se ela dissesse o nome do garoto, vocês iriam querem pesquisar a vida do coitado.

- Mas como vamos nos defender se não soubermos nada da vida dele? – perguntou Draco aborrecido.

- Mas se defender do que Draco? – perguntou Narcisa balançando a cabeça – É apenas um garoto.

- Temos que conhecê-lo de alguma forma. – disse Lúcio.

- É por isso mesmo que a Mel vai trazê-lo aqui. – disse Gina como se fosse obvio – Parem com esse ciúme vocês dois, Melanie já é bem grandinha, mais cedo ou mais tarde nós iríamos passar por isso.

- Nós podemos intimidá-lo. – disse Lúcio pensativo, ignorando completamente o que Gina falara.

- É. – disse Draco com um olhar maldoso – Podemos mostrar pra ele a sala de armas.

- Agora vocês querem intimidar o garoto com uma alabarda e alguns machados medievais? – perguntou Narcisa sarcástica – Me poupe.

- Apenas ignore-os, Narcisa. – disse Gina indiferente – Vou aproveitar que vou escrever a Mel autorizando que o garoto venha e também mandar uma carta para o Blásio passar o natal conosco.

- Então você vai autorizá-lo a vir? – perguntou Draco indignado – Vai nos fazer confraternizar com o inimigo Gina?

- Meu Merlin – disse Gina pra ela mesma, ignorando os olhares irritados de Draco e Lúcio e voltou a ler o seu jornal.

***

Josh se mantinha lendo no jardim desde a hora do almoço, hoje ele não sentira a mínima vontade de ir a Hogsmeade, principalmente porque Melanie havia ido com Blake e ele se negou a ir junto com os dois.

- Oi. – disse Sarah se sentando ao lado dele – Porque está aqui sozinho?

- Oi Sarah. – disse Josh fechando o livro – Não estava com vontade de conversar com ninguém.

- Ah... me desculpe. – disse ela se levantando, mas, Josh pegou na mão dela.

- Eu quis dizer, antes de você aparecer. – disse ele sorrindo enquanto a garota voltava a se sentar – Eu gosto de conversar com você.

- É fácil conversar com quem temos várias coisas em comum. – disse Sarah corando de leve.

- Você tem razão, mas, às vezes nós sentimos falta de algo diferente.

- Como você se sente? – perguntou Sarah aborrecida – Eu soube da Malfoy e do Zegers.

- Me sinto como se tivesse perdido um pedaço de mim mesmo. – respondeu Josh – Mas eu não quero falar do relacionamento deles.

- Desculpe.

- Não se preocupe, eu sei que você só quer ajudar. – disse Josh com um sorriso sincero – Você é uma garota muito doce.

Sarah sorriu.

- Desculpe, por insistir Josh, mas... você podia tentar esquecê-la. – disse Sarah – Você tem uma oportunidade bem na sua frente e...

- Eu estou bem...

- Josh, só ela não vê. – disse Sarah mostrando um leve desespero na voz – Todo mundo de Hogwarts sabe... até os professores.

- Não. Não é assim... Melanie tem o namorado dela e estou bem sozinho, entende? – disse Josh tentando parecer convicto – Não me importo com o namoro deles...

- Josh, eu sei que não está bem sozinho...

- Sarah, eu disse que...

- Josh, me deixa tentar...

- Tentar o que?

- Você sabe que eu sou louca por você... Eu te dou valor. – disse Sarah pegando na mão de Josh – Me deixa te fazer acreditar que você pode gostar de mim...

- Eu não quero te usar como escape. – disse Josh – Você é linda, é inteligente e tem esse jeito meigo que encanta qualquer um, mas, eu não posso mudar o que eu sinto. Não quero que se sinta usada.

- Apenas pense... por favor. – pediu Sarah – Você não pode ficar sozinho pra sempre, mas, eu estarei te esperando.

Ela deu um beijo na bochecha de Josh e voltou para dentro do castelo. Sarah tinha razão, ele não podia ficar sozinho para sempre, mas, depois que descobriu que gostava de Melanie, ele se tornou praticamente incapaz de olhar para outras garotas com outros olhos.