Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 58
Feliz


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde!

O nome do capítulo é uma referência de como escrever me deixa: feliz!
Espero que possa deixar os leitores felizes também!
Boa leitura!



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Embora fizessem planos de se mudar em no máximo dois meses, na prática Gil e Sara encontraram pouco tempo para até mesmo conseguir decidir coisas básicas como o bairro ou quantos quartos queriam em seu apartamento. Quem diria então tentar visitar ou se mudar?

Deste modo, maio passou feito uma flecha. Já eram meados de junho e ainda não conseguiram decidir nada. Em relação à vida profissional os dois iam muito bem, obrigada. Havia poucos times com campanhas melhores que os Devils no momento e isso só aumentava a popularidade do esporte na cidade, e a de Gil, por tabela.

Tanto que se tornara difícil para o jogador encontrar paz se estivesse fora de casa. Isso dificultava ainda mais seus escassos encontros com Sara. Tal situação obrigou Gil a se tornar inventivo nos meios de estar com sua namorada sem que pessoas indesejadas ficassem importunando o casal. Gil teve de trocar de carro com os amigos, fazer reserva nos hotéis de beira de estrada- com nome falso, é claro! - evitar locais públicos, entre outros artifícios.

Como se encontrar com o namorado agora era uma questão de planejamento bem adiantado e Gil não havia feito nenhum comentário, Sara acreditou que passaria a semana toda sem vê-lo. Chateada, a perita tentou matar o tempo no trabalho, mas foi mandada para casa pela chefe. Avery não achava produtivo a garota usar sua hora-extra quando não haviam casos que justificassem o trabalho a mais.

Ao chegar em casa aquela noite, Sara esperava encontrar somente os avós. Qual não foi sua surpresa, então, ao encontrar o namorado sentado no sofá da casa, no meio de uma conversa animada com seus avós?

—Gil! Achei que você viajaria hoje com o time!

O jogador se levantou e foi abraçar a amada. Depois de um singelo beijo nos lábios ele explicou:

— Como o jogo é só a noite inventei que teria uma consulta amanhã cedo e que encontraria o time antes da hora do almoço.

—Gilbert! Não acredito que você mentiu!   

— Não foi nada demais... essa estória de concentração é o maior papo furado. Eu tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar junto com um bando de marmanjos...

— Como o que? - a namorada passou os braços pelo pescoço de Gil, e o jovem apertou mais as mãos na cintura dela.

—Como estar com você em meus braços.

O casal trocou mais um beijo, e a saudade era tanta que se não fosse Papa Olaf limpar a garganta para chamar a atenção deles, os dois iriam se perder um no outro ali mesmo.

—Já está bom, hein? Já falei que não quero você de sem vergonhices com a minha neta!

—Estou louco para termos nossa própria casa para poder te beijar onde quiser...- Gil sussurrou para a namorada antes de soltá-la. Já estava farto daquela fala do senhor, como se ele não soubesse se comportar!

O casal passou mais um tempo na sala com os avós de Sara e depois da janta escapuliram para o quarto da morena. Ali namoraram um pouco e também aproveitaram para navegar na internet em busca de lugares para morar. Resolveram então que um apartamento de um quarto seria de bom tamanho, já que a mãe de Gil estava de mudança e a de Sara sempre se hospedava na casa dos Olaf. Decidiram também o bairro e o quanto gostaria de pagar o aluguel. O casal então selecionou algumas opções para que Sara tentasse entrar em contato com os proprietários.

Tendo finalmente decido sobre o apartamento, o casal relaxou e Sara colocou uma música para eles relaxarem. Em meio a conversas e beijos, Sara perguntou:

—Gil, e sua mãe? Quando ela vem para cá?

Ao contrário de Gil e Sara, Betty não teve trabalho algum em encontrar um local para morar. A senhora comprou uma casa no mesmo bairro do Instituto Gilbert.

— No início de Julho. Você não achou a casa que ela comprou um tanto grande para uma pessoa só?

—Bem... ela queria mesmo um estúdio dentro de casa não é? Para poder fazer suas pinturas em paz e ter lugar onde guarda-las. E a casa tem um andar só, o que vai ser um alívio quando ela envelhecer.

—Mas casa com piscina? Para que isso tudo?!- Gil estava realmente intrigado com a escolha da matriarca. Já sua namorada tinha ideia do que se passava na cabeça da sogra.

Betty adquirira um imóvel de três quartos, uma garagem e uma espaçosa varanda com piscina. Para a nora, ela explicara o porque daquilo tudo. A garagem serviria como seu ateliê, já que era espaçosa o suficiente e Betty não dirigia. A suíte seria para ela, e os outros quartos seriam um escritório e um quarto para hóspedes- afinal, se Gil realmente fosse se mudar ele precisaria de um quarto quando viesse visita-la. E a piscina? Bem, o clima quente de Vegas e a falta de praias naturais faziam imperativo uma piscina em sua casa. Betty estava acostumada com praia. Mas toda aquela conversa não convencera a Sara. A morena bem sabia que a senhora já imaginava alguns pezinhos correndo por sua casa e bagunçando tudo.

—Gil, a decisão é dela. Se ela tem o dinheiro e a vontade...

—Eu sei...- Gil beijou o topo da cabeça da namorada- é só que eu acho que ela tem segundas intenções com isso.

—Provavelmente- enquanto Sara pensava em netos, Gil pensava era na proximidade da mãe com o pai. Mas ao ter sua namorada concordando com aquela fala Gil se levantou e encarou a morena.

—Você tá sabendo de alguma coisa que eu não sei?

—Eu, não! A mãe é sua, Gil, quem sabe das coisas dela é você.

—Mas vocês duas estão muito próximas esses dias.

— O que posso fazer se sua mãe gosta de mim?- Sara brincou com ele e lhe mandou a língua. O jogador riu e tratou de beija-la. Adorava seus sorrisos.

—Mas sério, Sara. Porque você acha que ela tem segundas intenções?

—Amor... ela já está se programando para ter netos!

—Sério? Mas eu... ela nem sabe se eu quero filhos!

—E você não quer?

—Não agora... quem sabe mais tarde... e quem sabe se isso não acontecer? A gente não sabe o futuro, Sara. E se ela ficar esperando isso, ter uma casa cheia daquela e no fim não se concretizar? Como ela vai ficar?

Sara achou muito fofa a preocupação de Gil. Ele realmente se importava com os sentimentos da mãe, mais do que qualquer pessoa com quem Sara convivia. Talvez fosse pelo que eles passaram juntos, mas para Gil era inconcebível uma ação que fizesse Betty sofrer.

— É um desejo dela, Gilbert. Não precisa ser racional. E além do mais, ela sempre poder vender a casa e comprar uma menor.

— Tem razão...

Sara riu do namorado e deu um beijo nele, ao que foi prontamente correspondida. E se Gil ainda estivesse chateado com a ideia da mãe mudar de casa, bem, Sara não reparou, pois o casal se pôs a aproveitar o tempo de maneira mais prazerosa.

CSI

— O que você acha, Greg? - Sara perguntou ao primo ao final da visita dos dois a um dos apartamentos escolhidos por ela e Gil.

— Eu gostaria mais se tivesse um segundo quarto para eu me esconder de vez em quando- o primo brincou e Sara riu.

—É para isso que existem os sofás-camas, sabichão!

— Você deixaria seu primo querido dormir num mísero sofá?- Greg perguntou e levou as mãos ao coração, fingindo um ferimento mortal- ai, as injustiças da vida!

Sara voltou a rir, e mentalmente se parabenizou pela ideia de convidar o primo a visitar o apartamento com ela. Quando ela passou a ideia a Gil o namorado achou legal. Disse que mais um par de olhos serviriam bem. E além do mais, ele já vira o apartamento pelo tour virtual que a locatária do imóvel oferecia.

Naquele momento, a corretora apareceu e comentou:

—Não é um ótimo lugar para vocês começarem a vida à dois?

Sara já ia corrigir a mulher mas seu primo passou a mão em sua cintura e respondeu por eles.

—Com certeza, não é meu chuchuzino?- e deu um beijinho de esquimó na prima, para coroar ainda mais suas atitudes.

—Bom, bom , alguma pergunta?

—Não, acho que já vimos tudo o que queríamos!- respondeu Greg.

—Certo, então...aqui está meu cartão se quiserem tirar mais alguma dúvida.

—Obrigada- Sara se colocou na frente de Greg para pegar o cartão e as duas foram andando na frente, conversando sobre o apartamento. Quando os três se despediram na porta do prédio, Sara esperou até a mulher entrar em seu carro e dar a partida para se virar para seu primo e dar-lhe um merecido tapa no braço.

—Seu maluco! Que ideia é essa de dizer que é meu namorado?!- e saiu a lhe dar mais tapas enquanto os dois andavam em direção ao ponto de ônibus mais próximo.

—Ai,aiai, SARA! Que mão pesada, garota! AI!

—Essa foi por ter reclamado do tapa!

—Seu namorado sabe desse seu lado agressivo?! Opa!- dessa vez Greg desviou do tapa que com certeza ia doer se fosse acertado- Calma, Sara, foi só uma brincadeira!

—Brincadeira que nada, seu lunático! E quando eu e Gil viermos juntos para ver outros apartamentos com ela? E se decidirmos por alugar esse? Ela vai achar que eu estou traindo um de vocês!

—Ou que nós somos adeptos do poliamor! HÁ! Não vai mais me bater!- Greg havia se defendido com sua mochila- Sara, minha prima, acalme-se. É só dizer a ela que eu sou seu primo e estava te zoando... ela vai entender!

Sara só não queria era que a corretora fizesse perguntas na frente de Gil... talvez o namorado não gostasse nada da ideia de brincadeira de Greg.

—Mas você sabe- Greg falou e se aproximou de Sara, passando um braço pelos ombros da prima- Brincadeiras a parte, eu sempre quis ser seu namorado!

—Ah, Greg... por favor!

—Relaxa, Sara... você sempre soube disso!- Greg fez sinal para o ônibus que pegariam para ir até a casa dos avós- As damas primeiro!- ele fez uma cortesia e deixou Sara passar.

Assim que sentaram no ônibus ele continuou. Estava num humor interessante aquele dia.

— Desde nossa adolescência, você sabe. Eu me achava o patinho feio e veio você, um cisne gracioso e resolveu me dar atenção... é claro que eu ia cair...feito um patinho por você!- Greg riu da própria piada.

—Que bom que você já pode rir disso... Greg, sinto muito se alguma vez eu dei a entender algo...

—Aí é que esta, Sara. Você não fez nada demais... fui eu quem viu as coisas em tons de rosa...

—Mas para um patinho feio você se tornou bem gracioso. E olha só o mulherão que está do seu lado!

—É... quem diria... a Morgan , cara! Eu nunca cogitei que ela pudesse se interessar em mim...

—Você é um carinha singular, Greg. Não acho difícil de acreditar nisso...

—Você sempre fez bem para o meu ego, Sara. Tenho que te agradecer por isso. Você sempre me deu a confiança de que precisava para ser o meu melhor.

—E você me deu a noção do que é ser uma família de verdade, Greg... vocês todos...

—E agora, aqui estamos... nossa, você vai mesmo sair de casa!

—Pois é! Incrível não é? Eu nunca me imaginei permanecendo em Las Vegas, mas aqui estou eu, procurando um apartamento...

—Sério, Sara... você não acha cedo demais? Para ir morarem juntos, eu digo?

—Com qualquer outro, eu diria sim... mas com o Gil- Sara sorriu bobamente ao pensar no namorado- É como se eu o conhecesse de uma vida inteira, sabe? Eu sei no meu coração, Greg, estou fazendo a escolha certa!

—Então tá...- Greg não parecia muito convicto, então Sara completou.

—Eu realmente espero que seu relacionamento com Morgan te deixe do jeito que o Gil me deixa...

—E como é que é isso?

— Feliz, Greg. Muito feliz.


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