Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 41
Seguindo em frente


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Prontos para mais um capítulo? As coisas estão voltando a fazer sentido para nosso jogador favorito, mas será que ficarão assim por muito tempo? Afinal, ainda tem gente escondendo o jogo com ele, e não é só quem vocês pensam!

Boa leitura e bom carnaval!



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A partida a qual Gil voltou a jogar pelos Devils parecia fadada ao fracasso. Apesar do time ter ido bem nos últimos jogos e ainda jogar em casa, seus adversários seriam o time favorito daquele ano. Os Mets de NY estavam arrasando em sua chave, e todos do time estavam preocupados com o jogo.

 Se Gil fosse um pouco supersticioso, ele diria que até mesmo o tempo sabia da derrota eminente e já chorava pelo time da casa. O dia anterior fora de chuva intermitente, deixando o campo húmido e diminuindo o tempo de treino deles. Felizmente o jogador não ligava para essas coisas e somente se importava com o jogo. Ele precisava mesmo era fazer uma boa partida, para assim William poder colocá-lo novamente como parte do time titular. Ele não podia ser o jogador que esquenta o banco, seu amigo Jim tinha razão.

Assim, para a loucura de todos os espectadores, o time dos Devils lutou bravamente, e com a ajuda de Gil e Ian, conseguiram uma vitória sensacional. Os comentaristas ali presentes passariam a tarde e a manhã do dia seguinte comentando como o time de William parecia melhorar a cada jogo, e como o astro do time estava mostrando as caras novamente.

Já nos vestiários após a partida, todos os jogadores se encontravam festejando. Muitos dos colegas de equipe passavam por Gil e o cumprimentavam, felizes de terem o jogador de volta com eles.

—Partida excelente, filho- William apareceu ao lado do armário de Gil, enquanto o jogador buscava dentro dele uma toalha e uma muda de roupas.

—Todos jogaram bem, senhor- Gil sempre mantinha a formalidade ao falar com o pai, não por respeito por ele ser seu treinador. A ideia era sempre enfatizar a distância existente entre eles.

—Sim... trabalho de equipe e tudo o mais. Mesmo assim, fico feliz que você tenha se recomposto...

Gil fechou a porta do armário com uma força maior do que o necessário, assustando o pai.

—Pode deixar... eu não vou estragar as chances do time por uma coisinha à toa. Agora, se me der licença, preciso de um banho.

Gil foi em direção aos chuveiros, praguejando mentalmente. Tinha certeza de que William não queria dizer nada de mal com sua fala. Afinal, ele não seria louco de tentar estragar a “paz” que reinava entre eles. Mas era difícil para Gil tentar não levar a sério as coisas que o pai fala. Durante o banho, o jogador resolveu se concentrar no que o resto do dia traria. Sabia que Sara estava o esperando e só isso já era o suficiente para pôr um sorriso no rosto dele. Eles não tinham nada programado, e talvez ele pudesse convence-la a ir até o apartamento dele para assistirem a um filme em sua cama.

Com esse alegre pensamento, Gil saiu do chuveiro, se enxugou e colocou a roupa que trouxe antes de sair do box. Enquanto muitos de seus colegas gostassem de se trocar em frente aos armários, Gil achava muito exibicionismo. Foi somente quando ele foi buscar sua mala no armário que um funcionário do clube o encontrou.

—Ei, Gil. Doug está chamando por você. Ele está na sala dele.

—Ok, vou até lá.

Gil estranhou esse chamado. Na última semana o garoto não havia feito nada que pudesse necessitar uma conversa com o diretor do clube. Na verdade, nenhum jogador tinha muito contato com o homem. Decidindo que a única forma de sanar sua dúvida era indo falar com o próprio, Gil pôs a mala no ombro e saiu do vestiário. Não precisou andar muito tempo, porém, pois Doug o encontrou logo em seguida.

—Gilbert! Excelente jogo! - O homem pegou a mão do jogador e a sacudiu, como em um cumprimento- Chegue aqui, quero lhe falar em particular- Doug pegou Gil pelo braço e continuou a falar, enquanto carregava o jogador até onde ele não sabia- Escute, eu sei que não tem sido fácil ter seu pai como técnico, devido a toda a história entre vocês...Confesso que tive receio de coloca-los juntos, mas posso ver que são profissionais o suficiente para deixar isso tudo de lado e colocar o baseball acima de tudo.

Gil arqueou as sobrancelhas, nem um pouco convencido de que Doug se importava com seus sentimentos. Se Doug queria tentar se aproximar de Gil com essa conversa, ele não conseguiria. Se conseguiu algo, foi fazer Gil perceber que o diretor estava de olho nele. “Posso ver que são profissionais”... bem, Gil não se comportava como profissional havia muito tempo, e somente essa semana ele começou a andar mais na linha no clube. E Doug, como o caçador que era, já havia percebido sua presa entrar na posição perfeita para o ataque. E de repente, Gil se viu na área do clube reservada para as entrevistas, e entendeu tudo.

—Bom, sendo esse o caso- Doug continuou – Eu não te pediria isso se não pensasse que fosse algo demais, mas... você não se importa de dar uma entrevista com seu pai, não é mesmo?

Se honestidade fosse a melhor política naquela hora, Gil teria respondido com um sonoro não. Doug só estava querendo pôr o plano dele em prática, de usar a possível reconciliação de pai e filho como alavanca para fortalecer a imagem do clube. Gil percebia naquele momento como detestava política...

—É... não me importo.

—Ótimo, então vamos lá!

*^*^*^*^*^*^*^*CSI*^*^*^*^*^*^*^*

Betty Grissom estava na mesa da sala de sua casa entretida com um pedaço de carvão e uma tela de pintura. A tv estava ligada, pois momentos antes ela assistira a partida dos Las Vegas Devils na mesma. Apesar de detestar o esporte, (e o nome do Clube, para falar a verdade) ela era obrigada a assistir partida a partida de seu filho. Obrigada como mãe, é claro. Gilbert nunca pedira a ela para assistir a todas, mas a senhora achava que a melhor forma de acompanhar os acontecimentos de seu filho era seguir os Devils como se fosse uma tiete.

Passando os olhos pela tela da tv Betty teve uma surpresa. Era hora da coletiva de imprensa, e na mesa estavam ninguém menos que seu filho e ex-marido. “Ora, William não exagerou quando disse que ele e Gil estavam se dando melhor, então?”. Largando suas ferramentas de pintura, a senhora foi até o sofá para prestar mais atenção aquele momento histórico.

—Gil, como você se sente tendo seu pai como técnico ?

Betty viu seu filho morder os lábios antes de responder

—Eu tento não pensar nele como pai, e sim como técnico.

—Até porque vocês não se falavam há anos.”

—Nós nos falávamos, só não frequentemente.

—Não é o que dizem por aí...

—Eu não crio o hábito de ficar contando de minha vida pessoal para qualquer um!

Betty se assustou com a fala do filho, e torceu para alguém mudar o rumo da entrevista.

—Bom, parece que esse assunto já deu, não é Gilbert?- e deu uma batidinha no ombro do filho, tentando dissipar o que poderia ser uma situação complicada.

—William, foi difícil decidir por deixar seu filho de fora na última partida?

—Como técnico, e não como pai... não foi difícil... Gilbert estava contundido, como já foi falado antes... não há o que fazer, não há o que falar. Alguém tem alguma pergunta sobre o jogo em si?

Betty sorriu ao ver seu ex tomando as rédeas da situação. William podia ter muitos pontos contra, mas ninguém podia negar que o homem tinha um charme e conseguia levar a maioria das pessoas na lábia. Ela só esperava que o charme funcionasse no filho deles.

*^*^*^*^*^*^*^*CSI*^*^*^*^*^*^*^*

—Eu sei que poderia ter sido melhor, mas já foi uma grande evolução conceder aquela entrevista a eles.

Catherine conversava com Gil por telefone, cada um em sua casa.

—Eu só não entendo porque toda essa atenção no nosso relacionamento... eles são canais de esporte, deviam se preocupar com o basebal!

—Gilbert, já conversamos sobre isso. Eles são humanos, e os humanos sempre veem o lado pessoal das coisas, muito embora você se esforce para não deixar isso ocorrer. É natural.

—Às vezes acho que seria melhor trabalhar com Gerard... ao menos assim as pessoas com quem precisaria lidar estariam mortas... menos problemas.

Catherine teve que rir do amigo, era a cara dele fazer um comentário do tipo.

—Mas você se esquece da parentada dos mortos!

—Droga!- Gil resmungou, mas somente por zoação. Ele sabia que não escaparia desse lado humano do trabalho onde quer que estivesse. E era por isso que tinha a ajuda de Cath. Ela se preocupava com toda essa história de imagem para ele, enquanto Gil somente tinha de se preocupar com jogar. Ou era assim que ele pensava que seria. - Sério, Cath.… eu podia muito bem viver sem essas entrevistas até a hora em que eu me aposentar.

—Não posso te ajuda com isso, amigo. Não se você quiser mesmo ser um dos melhores jogadores da MLB.

—Eu sei... só faz um favor para mim então.... Trate de agendar essas coisas com o máximo de tempo entre elas, tá? E me avise com antecedência...

—Pode deixar, Gil..., mas dessa vez eu não tive culpa...aliás, foi você que se embrenhou nisso!

—Eu sei... vem cá, falando nisso... porque a senhorita não estava lá no estádio? Pensando bem... você desapareceu Cath. Faz séculos que não te vejo.

“Droga! ”. Pensou Cath. “Por que ele tinha que reparar em mim logo agora? ”.

—Não exagera, Gil! Nem faz tanto tempo em que a gente não se vê.

Na verdade, fazia sim, e os dois amigos sabiam disso. Gil imaginava que Cath evitava aparecer por conta de Warrick. O amigo deles estava agora namorando uma tal de Tina, e ele achava que Cath sentia ciúmes. Chegou até a comentar com Sara sobre isso. A morena ficou sem graça, e tentou desconversar. Sabia que Cath não queria aparecer por conta do barrigão. Ela não contara a Gil da gravidez até agora, e Sara temia que a loira acabasse segurando a informação até a hora do parto.

—Se você diz...- até então, Gil estava muito envolvido consigo mesmo para notar o problema dos outros. Agora, entretanto, a história era outra. Tendo trabalhado um pouco seus problemas com o pai, Gil começou a voltar a se importar com o que ocorria a sua volta- Mesmo assim, vamos marcar de nos encontrar essa semana, que tal?

Catherine engoliu em seco. Era tudo o que não queria se encontrar com Gil.

—Vamos nos falando, Gil. Minha semana está meio complicada, mas se eu tiver um tempo a gente se encontra para um almoço. Tenho que ir agora, manda um beijo para a Sara!

Gil não acreditou que a amiga desligou o telefone na cara dele. Sua primeira impressão foi a de que ela estivesse muito chateada com o comportamento dele. Não seria estranho, dado que esta era a reação de  praxe de seus amigos. Mesmo assim, Cath não era mulher de não dizer o que a estava incomodando na cara. Gil admirava a praticidade dela nessas horas. Esse comportamento só confirmava a Gil o que ele desconfiava. Ela estava escondendo alguma coisa dele.

—Honey, você tem falado com a Cath ultimamente?

Sara, esparramada no sofá lendo um livro, nem se tocou que Gil tivesse feito uma pergunta. O jogador sorriu e se dirigiu até a namorada, levantando as pernas dela para poder se sentar no sofá. Sara encostou o livro aberto em sua barriga e perguntou a ele como foi a conversa com Cath. Ela queria mesmo saber se a loira ainda o evitava. Quando Gil comentou o quão esquisita a amiga parecia, Sara se sentiu mal. Ela detestava esconder coisas deles, ainda mais depois do que ela falou com ele sobre cumplicidade.

—Ela disse “ a gente se fala”, há! Como se ninguém soubesse que isso é um código para : espere sentado um convite meu para sair...

—Vai ver ela está mesmo ocupada.

—E eu nasci ontem, Sara. Ela esta estranha...não é do jeito dela desaparecer.  

Sara colocou o livro no braço do sofá e se ajeitou, de modo a ficar no colo do namorado. Não gostando do rumo que a conversa tomou, ela resolveu distrair o namorado.

—E por que esse interesse todo nela? Não sou o suficiente para você?- ela falou enquanto salpicava o rosto dele de beijos. Gil não era um de se esquivar de carinhos de Sara, então logo os dois namoravam no sofá sem pensar em nada.

Mais para o finzinho daquela noite, quando o casal se encontrava no quarto, caindo de sono que Sara resolveu. Ela faria com que Cath conversasse logo com Gil. Afinal, ele era um homem sensato, e ela não entendia o medo de Catherine em contar. Resoluta, Sara caiu no sono nos braços de seu amor.


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