Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 40
Amar é cumplicidade


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Voltando das férias para postar novamente!
Ainda estão comigo? Espero que sim!
Esse capítulo aqui não estava programado, mas devido ao conteúdo dos comentários das minhas lindas leitoras, achei que devia adereçar o mais recente pedido de desculpas de Gil para Sara. Eu tinha a ideia de assumir que os dois estavam bem novamente, mas vi que estavam todas incomodadas com o tratamento do jogador para sua namorada. Aí tive essa ideia aqui, e espero que vocês achem digno.
Boa leitura!



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— Gilbert.- Sara atendeu o telefonema enquanto saía da sala de autópsia do laboratório.

—Oi, honey. Tá por onde?

—Onde mais eu estaria a essa hora, Gilbert? No trabalho!-  Gil pode perceber uma certa impaciência na voz da namorada.

—Pergunta idiota, eu sei...mas... estou com saudades...

Aquela fala aqueceu o coração de Sara, mas a jovem se lembrou de manter uma postura firme com Gil. Sua irritação com o namorado já havia diminuído em muito, mas ela queria que ele percebesse que não gostara do tratamento dispensado por ele a ela. Não era certo trata-la mal por conta de brigas com outras pessoas, e ela faria Gil entender isso de uma vez por todas.

—Saudades, é? Estou surpresa, agora... ninguém diria que o senhor sentiu a minha falta, com o jeito que vem me tratando...

—Sara!- Agora Gil estava assustado. Nunca pensou que Sara estivesse ofendida com ele. Logo ela, a pessoa a qual não o abandonou nesses últimos meses de dificuldades... todos os amigos se afastaram uma hora ou outra, mas Sara se manterá firme. E para que? Para ele trata-la mal? Gil precisava resolver isso o mais rápido possível- Amor... eu sei disso... e preciso pedir desculpas, mas não por telefone...

—Um pedido de desculpas não vai funcionar, Gilbert... não sozinho.

—Mas já seria um bom começo, não?

—Certo....- afinal, não era a intenção dela arrumar mais uma encrenca com o namorado- Sabe aquele parque perto da sua casa?

—Sim... onde nós nos beijamos pela primeira vez- Gil respondeu docemente, lembrando daquele dia com paixão.

—Sim... te encontro lá daqui- Sara consultou o relógio- daqui a uma hora, pode ser?

—Te vejo lá.

Gil já estava sentado no banco onde os dois haviam se beijado pela primeira vez, quando Sara chegou ao parque. Ao vê-la se aproximando o jogador se levantou e deu um sorriso tímido, sem saber qual seria a resposta dela a ele. Quando ela retribuiu o sorriso Gil aproveitou para abraça-la e dar um beijo em sua bochecha.

— Demorei?

— Nada... eu que estava ansioso para te ver.…cheguei cedo.

O casal se sentou no banco novamente, sem deixar de sair dos braços um do outro. Apesar de os dois sentirem que as coisas não estavam certas entre eles, algum tempo se passara desde seu último dia juntos, e a saudade falava mais alto. De início, o casal ficou calado, observando o movimento das pessoas no parque. O silêncio incomodava, mas Gil não sabia como começaria a pedir desculpas. Já Sara não queria ser a primeira a falar pelo fato de achar que Gilbert precisava demonstrar entender o motivo de ela estar chateada. Se ela começasse a falar acabaria por explica-lo e, assim, o homem não entenderia o real motivo. Mas foi Gil quem quebrou o silêncio.

— O quão chateada você ainda está comigo?

Sara se desfez do abraço de Gil para encará-lo. Em seu rosto, a morena pode ver o incomodo de Gil ao pergunta-la aquilo.

—Já estive mais- ela assim respondeu por ser a verdade. Após sua conversa com Greg ela pode rever os motivos que a faziam namorar aquele ser totalmente imprevisível, e isso abrandou seus sentimentos negativos em relação a ele.

—Por quê, Sara?- ele quis saber. Não que já não tivesse uma ideia, mas essa coisa de sentimentos nunca foi muito o seu forte. Ele precisava que Sara dissesse com todas as palavras o que a afligia. Só assim ele poderia saber realmente o motivo daquilo tudo.

—Diga-me você, Gilbert- Sara não deixaria as coisas fáceis para ele. Os dois precisavam resolver essa questão agora, se não ela temia que todo o relacionamento deles fosse intermeado por essas birras constantes de Gil em cima dela.

Gilbert bufou. Será que ela não via que essa era a pergunta que ele fazia a ela? Dizer o que estava acontecendo... ele não saberia dizer, afinal não estava prestando muita atenção naqueles dias, não é? Mas ao perceber a cara séria de Sara, ele viu que não podia deixar de responder.

— Não sei, Sara. Podem ser muitas coisas- Gil falou com o rosto virado para baixo – Eu não estive em meus melhores momento esse ano e acabei descontando em você.

—Gil- Sara colocou a mão no rosto do namorado, fazendo com que ele olhasse para ela novamente- Sim, você me magoou com esse comportamento sim, mas... não é esse o problema. Isso pode acontecer com qualquer um... eu poderia fazer o mesmo...

—Não poderia, Sara- Gil cobriu a mão de Sara que estava em seu rosto com a dele, para depois leva-la até seus lábios e depositar ali um beijo- Você é um anjo, nunca se comportaria assim.

Sara teve que sorrir com o galanteio, mas ambos sabiam que um anjo ela não era.

—Falando sério, Gil- o casal ficou de mãos dadas, não querendo se separar ainda- Você entende o motivo de eu estar magoada?

—Eu.... não tenho te tratado bem, te dado a atenção que merece... tenho desaparecido... e isso é uma constante... eu não sei, Sara... sinto muito!- A desolação de não ter uma resposta definitiva para ela estava estampada em seu rosto.

—Olha Gil... você está bem perto...- ela apertou as mãos do namorado e continuou- Primeiro, como já disse, todos se aborrecem e descontam nos outros, é normal. Mas você faz disso um hábito. Eu tentei relevar porque invariavelmente o motivo é seu pai, mas...- Sara soltou as mãos de Gil e levantou os ombros- Eu já me cansei. Você me pede desculpas, diz não fazer isso novamente e vai lá e faz. Assim eu não tenho como confiar em você. E da mesma forma, acho que você não confia em mim- essa última parte ela falou enquanto encarava o parque.

—Como assim, eu não confio em você?! De onde saiu essa ideia absurda?

—Gil... pensa bem, você está aí cheio de problemas rondando a cabeça e não conta a ninguém, nem mesmo a mim, sua namorada. Eu quero muito te ajudar, mas você prefere remoer tudo sozinho, em vez de pedir ajuda. Acaba por me alienar e me machucar... isso não é confiança... você diz que me ama, e eu acredito nisso.... Então, amor é cumplicidade, e você, nós, não temos isso. Não no momento. Eu te amo, e é por isso que me magoo.

Naquele momento, mais uma vez, Sara deixou Gilbert sem palavras. Agora ele entendia. Gilbert sabia que tinha dificuldades em mostrar seus sentimentos. Ele teve que escondê-los por muito tempo de sua mãe. A senhora já sofria muito pela perda do pai, não precisava ter de lidar com os de Gil também. Ele achou que só em ter contado sua história com o pai para Sara já seria o suficiente, mas aquilo explicava o passado. O presente, o agora, ele não compartilhava. Ele a amava, e assim como fazia com a mãe não queria deixar Sara sobrecarregada. Entretanto, diferente de Betty, Sara queria dividir aquilo com Gil. Ela precisava disso. E se Gil precisasse de Sara, bem, ele teria que se abrir.

— Honey... eu não queria te sobrecarregar... mas eu entendo que você queira me ajudar e...

—Sim, Gil... eu quero. Assim como quero que você me ajude, e divido com você meus problemas, meu dia a dia. Não me importa se é pesado ou não... vai ficar muito mais leve se nós carregarmos juntos. E não vamos precisar nos machucar no processo.

Gil não era um homem dado ao choro, sabia controlar suas emoções a maior parte do tempo. Mas ali, depois de uma temporada de altas emoções, ele pode sentir seus olhos lacrimejarem com todo o amor que ele sentia por aquele ser a sua frente.

—Ok.... eu vou mudar, Sara. Você vai ver...- ele puxou Sara para um abraço, um abraço tão forte que a jovem acabou por parar em seu colo- E falando em mudanças... eu tive uma conversa séria com meu pai.

—Ah é? E como foi isso?

O jogador explicou a namorada o que se passou. Como Jim o fez abrir os olhos, e como aquele tempo sozinho o fez entender melhor os seus sentimentos.

— Eu tinha tanta raiva dele, Sara... tanta raiva que eu não sabia o que fazer com aquilo... eu nem ao menos entendia o porquê de me sentir assim... mas agora... eu percebi... percebi que ele diz que mudou, mas não mudou nada, sabe. Desde seu acidente, ele virou um ser egoísta. Ele queria se refazer me usando para isso. Não é coisa de um pai sabe? Um pai fica feliz com as conquistas de um filho. Ele só conseguia ver o que aquela conquista traria para ele. E agora é a mesma coisa. Ele podia escolher não se colocar na minha vida de novo. O que ele consegue com os Devils, conseguiria com outro time... o cara é bom, sempre foi... mas ele não é bom para mim. Ele me suga... Se ele realmente quisesse algo de bom para mim, teria recusado a proposta... o que eu quero dele, é que ele assuma as merda que faz. Ele não assume, e quer me dizer que é um homem mudado. Enfim... eu falei o que achava para ele. E fiquei mais leve... é engraçado, porque não vai mudar em nada mas... me sinto melhor agora.

—Talvez não mude de imediato, Gil... mas muitas vezes, nós não conseguimos ver as nossas falhas, e precisamos de alguém para nos aponta-las. E foi o que você fez com o seu pai. Ele agora conhece seu ponto de vista, e pode escolher aceitar e mudar, ou não. O que ele vai fazer com isso é problema dele. Mas a sua parte você já fez. Talvez seja por isso que ficou mais leve.

Gil sorriu e deu um beijo na namorada. Ela era muito mais inteligente que ele nessa parte de emocional. Se ela dizia que ele fez a parte dele... bem, quem era ele para falar ao contrário? Realmente, Gil não se sentia leve assim havia muito tempo. Ele estava bem com a namorada, e estava melhor com relação ao seu trabalho. Talvez as coisas agora andassem com mais tranquilidade. Sua única preocupação agora seria os próximos jogos.

Como era bom estar de volta!

   


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Notas finais do capítulo

Como é bom estar de volta!
Dando uma olhada nas estatísticas de Batter Up, vi que tem 35 pessoas acompanhando. Será que metade delas consegue dar um comentário, para dizer o que acha da fic? Por favorzinho :)

Semana que vem tem mais!



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