Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 39
A morte de um sonho?


Notas iniciais do capítulo

Queridos leitores

Fui informada pela Ana Camila que postei este capítulo em uma outra fic minha... que mancada! Rsrsrs

Perdoem-me, deve ser o cansaço, pois passei a noite acordada... enfim, muito obrigada, Ana, por sempre comentar e me avisar do erro. Então, vamos lá, boa leitura!



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Durante os meses de maio e junho, quem acompanhava os jogos dos Las Vegas Devils podia ver uma nova atitude por parte do time. William conseguira imprimir seu jeito de jogar na equipe, e algumas caras novas também apareceram. O único que parecia não estar aproveitando disso era Gil. Seu desempenho caíra tanto que no último jogo ele foi preterido por um outro jogador. Isso nunca acontecera em todos os anos em que Gil jogara. Ele estava sempre no time titular, e ter seu lugar ocupado por um cara que era bom, mas nunca chegaria a seus pés, era humilhante.

Aliado a isso, Sara começara a trabalhar no laboratório de Criminalística. A garota agora vivia ocupada com suas novas atribuições e estava difícil achar um horário bom para os dois se encontrarem. E quando eles conseguiam achar um tempo, Sara não parava de falar como era ótimo trabalhar lá, como os casos eram empolgantes, como ela estava conseguindo se sobressair... enfim, Gil começou a ressentir a namorada por sua felicidade no trabalho. Em seus momentos mais obscuros ele não conseguia deixar pensar que se não fosse por ele, Sara não estaria trabalhando lá. Philip Gerard fora seu mentor muito antes de conhece-la, e era a ele quem o homem gostaria de recomendar o trabalho. Nessas horas ele amaldiçoava suas escolhas e pensava em como sua mãe estava certa quando lhe implorou para fazer algo de diferente da vida dele.

Estes eram os pensamentos dele naquele momento, no qual Sara o encontrara, uma boa meia hora após o horário combinado para o encontro deles. Como regra geral naqueles tempos, Gil não vivera um bom dia. Descobrira que não fora relacionado para ir com o time em sua próxima partida, conseguira arrumar uma briga com um de seus colegas de time ( o cara tinha encontrado uma revista para qual Sara tinha pousado quando modelo, e ficou implicando com Gil) e por conta disso tivera que se desvencilhar de repórteres curiosos sobre os pensamentos do jogador no momento.

—Oi, amor!- ela deu um beijo na bochecha dele e se sentou na cadeira ao lado- Desculpe-me a demora, mas tive que terminar um relatório e...- Sara parou ao ver a cara de poucos amigos do namorado- Está tudo bem? O que houve?

—Nada...

Sara arqueou uma sobrancelha. Era óbvio a consternação dele, mas isso também era algo usual com ele ultimamente. Ela então tentou outra tática.

—Então... já pediu alguma coisa ou estava me esperando?

— Não.

Após escolherem seus pratos e fazerem o pedido ao garçom Sara se levantou para ir ao banheiro. Gil agradeceu aos céus esse momento a sós, pois assim podia ao menos tentar tirar as coisas negativas que rondavam a sua cabeça. Ele estava com um péssimo humor, mas descontar seus problemas em cima dela não resolveria nada. Então quando a namorada voltou a mesa os dois tiveram um almoço calmo, se não descontraído.

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Infelizmente para Gil, sua vida não parava de virar manchete. Quando o time dos Devils viajou sem ele, muito se especulou sobre o que podia ter acontecido. Gil vira e mexe era clicado por algum fã e muitos queriam parar para falar com ele a respeito do assunto. Isso fez com que o jogador parasse de sair de casa. Se a namorada quisesse o ver, teria de ir ao apartamento dos garotos, o que não seria mal se Gil não estivesse tão deprimido.

No quarto dia de isolamento de Gil, Sara não apareceu. Estava cansada com o novo trabalho e precisando espairecer. Avisou ao namorado que iria para casa dormir (Gil não pareceu se importar), mas o que queria mesmo era abrir uma garrafa de vinho, fazer pipoca e ficar vendo filmes até tarde em seu quarto. Ela estava na cozinha arrumando seus aperitivos quando seu primo chegou da faculdade.

—Sara, não tem um date hoje?- feliz em vê-la ali.

—Meu date hoje é com essa belezinha aqui- ela levantou a garrafa de vinho a qual tentava abrir.

—Opa! Posso me convidar?

—Claro... estou precisando de boas companhias.

 Sara se arrependeu de ter dito isso. Mesmo precisando desabafar, seu primo não era a pessoa ideal para isso pelo simples fato de ele detestar o “problema” da vez dela. Se as circunstancias permitissem, ela teria convidado Jules para uma sessão desabafo, mas a amiga não havia atendido seu telefone. Outra escolha mais sensata do que Greg para conversar seria Cath, mas a loira era próxima de mais de Gil, além de já ter muita coisa na cabeça.

— Sara... o que...

—Greg, por favor, vamos mudar de assunto ok? Nada de falar de problemas hoje!- ela retirou a rolha da garrafa de vinho com mais força do que o necessário e acabou derrubando um pouco do conteúdo- Pegue um pano e uma taça... e me siga!

O primo fez o que Sara mandou, e os dois foram até o quarto dela assistir a tv. Decidindo por uma comédia, eles se acomodaram na cama de Sara, com as costas na cabeceira e o bowl de pipoca entre eles. Apesar de estar morrendo de vontade de saber qual a mancada que Gilbert dera, Greg se conteve. Afinal, fazia muito tempo desde a última vez que esteve no quarto da prima a convite dela. Por conta daquele incidente no 4 de Julho Sara estava mais reservada com ele, e Greg não tinha ninguém a culpar por isso além dele.

Desde então, Greg teve muito tempo para pensar em sua situação com Sara. Até aquele momento mulher nenhuma mexera tanto com ele a não ser ela. Sabia, porém, que a garota só o via com outros olhos e nunca quisera revelar seus sentimentos com medo de perder uma grande amiga. E ele tinha razão quanto a isso... após se declarar nada foi o mesmo entre eles. Agora Greg tinha a oportunidade de se reaproximar de Sara e não deixaria sua implicância com Gil acabar com isso.

Os primos assistiram ao filme, rindo e comentando das partes engraçadas e logo a garrafa de vinho foi totalmente consumida, em sua maioria por Sara. Greg não queria cometer o erro de ficar alto com ela novamente. Quando o filme de comédia acabou, Sara ainda não estava pronta para dormir e começou a buscar na tv algum outro filme.

—Não, dessa vez eu escolho! Você nunca escolhe um bom filme!- Greg pegou o controle da mão de Sara e ficou trocando os canais até parar em um filme de faroeste.

—Ah, esse aqui é bom!

—Não mesmo, Greg!

—Como assim não? Você não adora esses filmes?- ele sabia que a prima adorava ver esses filmes ambientados em épocas distantes e já perdera a conta de quantos filmes de cowboys eles assistiram.

—Cowboys não estão com nada! Eles desapareceram por um ótimo motivo!

Greg encarou a prima com uma expressão de divertimento. A frase dita por ela não tinha nenhum sentido e, observando-a mais de perto, ele percebeu que o vinho já surtira efeito nela. Devia ser a combinação do cansaço e, provavelmente, do pouco que ela comera no dia.

—Posso saber qual foi o cowboy que te decepcionou?

—Eu não quero falar sobre ele, Greg!

—Ok, então...

—Já não basta tudo ser sobre ele e os problemas dele! Na minha noite sozinha não quero pensar nele, e nem nos filmes idiotas que ele gosta tanto de assistir!

—Tá legal

—Ele age como se fosse a única pessoa que importa no mundo! Criança mimada, pudera, tinha que ser filho único!

—Ei, eu sou filho único e não sou mimado!

A prima olhou para ele como quem diz “sério que logo você me disse isso?”. Greg se ofendeu ao ser comparado ao homem a quem tanto desprezava, mas teve a sabedoria de se manter calado. Sara parecia ter muita coisa a falar e parece que Gil não dera a atenção a qual ela precisava no momento.

—Eu não to pedindo muito, mas só um pouco mais de interesse em como foi o meu dia, sabe? Ele passou por poucas e boas com o pai? Ótimo, eu também! E se ele tivesse o mínimo de consideração, saberia disso e talvez eu conseguisse ajuda-lo. Mas não, o reizinho não pode nem se dar ao trabalho de me escutar ser se aborrecer...

Sara então começou a tecer sobre tudo o que a irritava em Gil. Desde seu ciúmes, seus momentos de introspecção, os segredos, o egoísmo dele... tudo isso só alimentava a impressão de Greg de que Gilbert não merecia sua prima, e talvez houvesse chegado a hora de Sara perceber isso.

—Sara, então me diga... por que você está com ele, depois de tudo o que me falou ?

Sara encarou o primo, lágrimas em seus olhos os fazendo brilhar. Após, virou o rosto de volta para a tv, mas Greg sabia que sua mente estava a quilômetros de distância.

— Sua integridade... sua paixão por tudo o que faz... quando ele se concentra em você...quando você é o centro do universo dele... sua inteligência... nós temos muitos gostos em comum... uma visão parecida de mundo... ele não demonstra, mas é muito carinhoso, comigo, com sua mãe. Ele se preocupa com tudo, com os amigos, com o porteiro do prédio... ele é muito mais do que tudo isso o que está passando... ele só precisa perceber...

—Uau, ele parece ser um cara de ouro- Greg não conseguiu esconder o sarcasmo da sua voz, mas Sara não percebeu ou então fingiu não perceber.

—Ele é! Assim como você Greg...

Sara suspirou e limpou umas lágrimas acumuladas no canto dos olhos. Olhando para Greg ela sorriu e fez um carinho no rosto do primo.

—Obrigada, Greg... eu acho que precisava desabafar.

Ela pulou da cama e deu um beijo estalado no rosto de Greg.

—Ei, aonde você vai?- Greg queria saber pois estavam no quarto dela.

—Lá embaixo pegar um sorvete para a gente. Pode tocar o filme Greg!

Greg sacudiu a cabeça, exasperado. Ele não dava uma dentro... enquanto queria que a prima chegasse a conclusão de que o namorado não era bom o suficiente para ela, o efeito de seu plano foi o contrário. Fez a mulher se lembrar do porque ela o amava.

—Bem, senhor Grissom... acho que preciso de umas aulas contigo, para aprender a encantar assim as mulheres...

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No fim do quinto dia de seu isolamento, Gil estava inquieto. Nos dias anteriores, seus amigos apareciam para saber se ele estava bem, e Sara no mínimo tentava uma conversa pelo celular. Por isso, quando ninguém se deu ao trabalho de tentar falar com ele naquele dia, Gil estranhou.

Saindo do quarto ele procurou por alguém na casa. Não encontrando ninguém, o homem coçou a cabeça e foi atrás do celular. O apartamento nunca ficava quieto daquele jeito, por mais que ele quisesse. O silêncio o deixava nervoso. Buscou o celular no quarto e ligou para Sara. Quando ela não atendeu, ele procurou por Cath, mas a loira tampouco respondeu. Foi somente quando ligou para Jim que conseguiu falar. O amigo disse que já estava chegando em casa, e instruiu a Gil que pedisse uma pizza gigante para eles, já que estava faminto. O jogador atendeu o pedido e, após ter encomendado a pizza, foi tomar um banho.

Quando saiu do chuveiro seu amigo já havia chegado. Estava no processo de por umas cervejas no freezer para gelar quando viu Gil aparecer.

—Quem é vivo sempre aparece, não é?!

—Eu estive sempre aqui, Jim- os garotos trocaram um aperto de mãos – Só não estava a fim de socializar.

— Conte-me uma novidade, então- brincou o policial. Logo depois, porém, seu rosto assumiu um ar de seriedade- Chega de brincadeiras, Gil... estamos todos preocupados com você. Nunca te vi derrotado assim.

O jogador somente levantou os ombros e indicou o freezer

— Estão quentes, as cervejas?

—Não, tirei elas da geladeira da loja de conveniências da rua. Mas é melhor esperar a pizza chegar se quiser uma estupidamente gelada.

Gil então saiu da cozinha e sentou no sofá da sala. Ligou a tv e colocou em um jornal qualquer. Jim sentou ao lado do amigo e o encarou. Conhecia essa rotina, Gil tentava ignorar as pessoas quando não queria falar sobre um assunto. Jim geralmente aceitava isso, sabendo que o amigo era esperto o suficiente para pedir ajuda se a situação assim necessitasse. Porém, neste caso ele abriria uma exceção, já que o amigo parecia não entender o quão grave sua atitude estava se tornando.

—Eu falei com Cath e Sara mais cedo. As duas estão achando que você precisa de uma intervenção.

—Mulheres... são exageradas por natureza.

—Neste caso, meu amigo, tenho que concordar com elas...

Gil se recostou nas costas do sofá e suspirou.

—Jim, eu não preciso de ninguém falando como eu devo me comportar ou viver a minha vida. Eu sei o que estou fazendo!

—Sabe nada! Se soubesse não estaria estragando seu futuro, seu sonho, por uma coisa boba como uma birra com seu pai!

A conversa escalaria para uma discussão, não fosse o porteiro interfonar para avisar que a pizza chegou. Em vez de pedir para o boy subir, Gil resolveu descer ele mesmo. Assim esfriaria a cabeça e, quem sabe, não brigaria com mais uma pessoa. Enquanto Gil buscava a pizza, Jim colocou dois pratos e guardanapos na mesinha de cabeceira. Quando o amigo voltou, Jim pegou duas longnecks do freezer e entregou uma a Gil depois de abri-la. Os dois beberam uns goles e depois atacaram a pizza.

—Olha, Gil... eu sei que você não gosta de falar de sentimentos e tal... mas deixa eu te falar uma coisa... desde que nos conhecemos, o seu sonho foi jogar baseball. Não havia nada no mundo que te deixasse mais feliz... e depois que o seu velho foi embora, isso não mudou. Seu sonho só aumentou um pouco... você se lembra o que me disse quando recebeu sua carta de aceitação para UCLA?

Gil mastigava um pedaço de pizza, por isso somente balançou a cabeça positivamente.

—Você me disse que chegaria mais longe do que seu velho jamais chegou, mas que não alienaria sua família nem seus amigos para isso.

—Eu queria ser melhor que ele... uma pessoa melhor...

—E ainda quer isso? Ou vai deixar seu sonho morrer sem nem tentar?

 Por um momento, parecia até que Gil não estava mais na sala com Jim, e sim em alguns anos atrás, revendo aquela cena, os dois amigos em um píer em Santa Monica, conversando sobre o futuro. Não fazia muito tempo, e Gil podia até sentir toda a euforia que a carta de aceitação o proporcionara. Ele tinha em mãos todo um futuro para frente, para moldá-lo como quisesse. Se aquele Gilbert adolescente soubesse o quanto ele se deixaria abater por conta do pai, provavelmente teria se dado uma boa surra. Jim tinha razão, ele não tinha suado tanto, trabalhado tanto, para deixar sua vida escapar daquele jeito. Era hora de Gil assumir seus erros e parar de choramingar. Era hora de ser a pessoas a quem ele tanto aspirara. Era a sua hora...

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Terça-feira, no CT dos Devils

Gilbert Grissom chegou ao treinamento como se nada houvesse se passado nos últimos dias. Cumprimentou funcionários e jogadores, e até brincou com alguns deles. Quando William apareceu, o jovem não deu nenhuma pinta de irritação com o homem. Ouviu o que ele tinha a dizer, assistiu com atenção ao vídeo da última partida e treinou com um bom-humor que a muito seus colegas não viam.

—Ei, Gilbert!- DB o chamou após o treino- Gostei de ver essa nova atitude. Espero que tenha resolvido seu problema de antes.

—Estou resolvendo, DB. Mas eu tenho que me desculpar, se os tratei mal.

—Aguas passadas, meu caro! O que acha de se juntar a nós naquele Pub de sempre?

—Fica para a próxima. Tenho umas coisas a acertar aqui ainda.

DB não conseguiu esconder sua preocupação com esse fato

—Relaxa, cara. Não vou fazer nada demais... só quero esclarecer algumas coisas com nosso querido treinador.

—Gil, vai com calma...

Gilbert deu um tapa no ombro do amigo, tocado pela preocupação dele.

—Tenho tudo sobre controle, DB. A gente se vê amanhã.

Entendendo que foi dispensado, DB saiu do vestuário e Gil terminou de se arrumar. Deixou a mochila no armário e se dirigiu a sala do treinador.

—Com licença- ele bateu na porta semi-aberta e viu seu pai atrás da escrivaninha, lendo um jornal.

—Gilbert. A que devo essa honra?

Gil fechou a porta com cuidado e se dirigiu até a mesa do pai.

—Nós precisamos conversar.

O homem mais velho aquiesceu. Ele tentara essa abordagem no inicio, mas parece que Gil não estava pronto. Ao que parece, seu filho só aceitaria as coisas a seu jeito.

—Sou todo ouvidos.

Gil se sentou mais confortavelmente na cadeira e cruzou os braços em seu colo.

—Eu tive muito tempo para pensar na nossa situação, desde que o senhor me deixou no banco- William se remexeu na cadeira, querendo protestar que não fora sua culpa o filho estar no banco. Gil pareceu entender e logo emendou- Sei que isso não foi “culpa” sua, mas isso não vem ao caso agora. O que me ocorreu foi o motivo de eu estar tão puto com tudo isso... afinal, como já me disseram, sou “ grande” o suficiente para engolir certas coisas. Mas isso que aconteceu... o senhor tentou me vender a ideia de que não havia escolha para você...que se o senhor não aceitasse esse emprego, bem, que não havia outra saída. Mas isso não é verdade, não é?

—Gil, eu...

— Há sempre uma escolha a ser feita. E o senhor nunca, nunca em toda a minha vida, escolheu a que era certa para sua família. O senhor nunca escolheu a terapia em vez da garrafa, nunca escolheu lutar em vez de desistir. Nunca escolheu voltar depois que errou... nunca escolheu me procurar e dar a cara a tapa enquanto ainda era tempo. O senhor sempre fez as escolhas erradas... não era de se esperar que começasse a fazer as certas agora.

— E qual seria a escolha certa agora, Gil? Desperdiçar o meu talento por...

—Nunca te pedi isso, William! Você tem talento e poderia chegar aonde quer em outro time. A escolha certa, seria recusar o cargo nos Devils. Seria tentar a sorte em outro time. Tem muitas equipes da Major que estão buscando caras novas para treinador, e o senhor conhece meio mundo dali. A escolha certa seria aceitar que não podia se impor assim na minha vida, como meu superior. A escolha certa seria não vir aqui, onde eu estou tentando fazer meu nome, desassociado de você, e fazer com que a atenção recaia sobre você. Então me desculpe se não consegui passar por cima disso tudo até agora. Mas agora que já falei tudo o que sentia....

Gil se levantou e chegou mais próximo a mesa, esticando as mãos em um cumprimento a seu pai.

— Eu me disponho a deixar isso de lado e ser profissional. Não vou mais criar caso aqui dentro. Desde que entenda que nossa relação não sai daqui. O senhor é meu treinador, e devo respeito ao senhor por isso. Fora do campo, o senhor também me deve respeito. Não é só porque estou aqui estendendo a mão que vamos ser amigos... é isso ou nada.

William olhou para o filho e pode ver como o garoto estava sério com relação a tudo aquilo. Aquela expressão no rosto dele o remetia há tempos atrás, quando o pequeno Gil aprendia como rebater sua primeira bola de baseball. A mesma seriedade daqueles tempos estava ali agora, mas William sabia que no final Gil não sorriria a seu pai e o beijaria carinhosamente. Seu filho crescera longe dele, e amadurecera. Até aquele momento Will não pode apreciar isso, visto que Gil não se comportava como ele mesmo.

Entretanto, agora ele se mostrava um homem feito, decidido,  seguro de si mesmo e de seus ideias. Pudera, nada que Gil falara estava errado. William sempre tivera umas tendências egoístas, mas era difícil uma pessoa perceber isso nela mesma. E mais difícil ainda ter esse defeito apontado por seu filho.

—Certo, Gilbert- ele segurou a mão do filho com firmeza- Que esse seja um recomeço auspicioso para nós.


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