Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 33
Mudanças a vista


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Fui dar uma olhada no meu perfil e vi que essa estória tem 5 anos de existência! Gente, que vergonha! Mas como já disse antes, pretendo terminar tudo que postei. Só depois que vou colocar umas novas...
Para isso, resolvi dar uma corrida com o roteiro. Logo, acabei cortando umas cenas que gostaria de colocar, mas que me custariam um tempo que não tenho. Pretendo coloca-las como one-shots em um futuro próximo.
Deste modo, este capítulo é o ponta-pé inicial para o desenrolar desta fic. Tudo o que está contido nele é importante e será desenvolvido em capítulos próximos.

Espero que gostem, e boa leitura!



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Em outubro rolaram os jogos dos Play-Offs. Os Devils estavam treinando e jogando mais do que nunca. Ainda assim, seu time não conseguiu a classificação tão sonhada. Entretanto, Gil não se deixou desanimar, pois sabia que o sucesso viria se ele se esforçasse o suficiente. E ajudava o fato de que Gil estava jogando mais do que nunca, e todos eram unanimes com relação a sua performance.

—Aê, Gilbert! Mais uma reportagem falando da sensação do baseball!

D.B. jogou a revista para cima de Gil, que estava sentado no banco dos vestiários. A revista caiu no chão e Ian a pegou antes de Gil.

—Sensação? Ah, tá explicado- o outro jogador brincou- É revista teen! Essas adolescentes se derretem pelos olhos azuis, não sabem nada de basebal!

DB abriu a revista na reportagem que falava do “gato do mês” e pegou uma caneta

—Gil, amigo, dá um autógrafo aqui para minha irmã?

—Aproveita que vai ser sua única chance esse ano, amigo!

—Hahaha, vocês são hilários!

No fim do dia Gil já estava farto de toda a zoação dos colegas, e por isso declinou o convite para ficar na festa que Vinny organizou pelo desempenho do time. Eles não iriam para a World Series (final do campeonato do baseball), mas ainda assim fizeram uma campanha sensacional para quem acabara de entrar na Major League.

Em vez disso, ele sairia com Sara, Warrick e Catherine. Não que isso fosse uma alternativa melhor, pois o outro casal estava passando por uma fase turbulenta em sua relação. Gil não sabia o porquê, mas esperava que eles pudessem se entender. Gostava muito dos dois, e via em Warrick uma melhor opção de relacionamento para a loira, de todos os pretendentes que ela pudesse escolher.

O combinado era Gil passar para pegar Sara em sua casa e encontrar o outro casal no restaurante. Como ainda estava cedo Gil resolveu voltar para casa, deixar seu equipamento e vestir uma roupa mais condizente com o local que iriam. Seu plano para a noite, entretanto, foi por água abaixo quando, bem na hora que Gil ia sair, Warrick entrou no apartamento. Pelo semblante do rapaz boa coisa não havia acontecido.

—Ei, Warrick! Tá tudo bem?

O amigo se jogou no sofá e respirou fundo:

—Tudo uma maravilha, Gil. Ah, a propósito. Nossa saída está cancelada!

Gil foi se sentar na mesa de cabeceira que havia em frente ao sofá, já que este estava todo ocupado por Warrick.

—Posso saber por quê?

O amigo demorou um pouco a responder, parecia estar tomando forças para fazê-lo.

—Bem... nós terminamos...

— O quê?

—Não deu certo, cara. Nós estamos em momentos muito diferentes em nossa vida. Foi o que ela falou...mas eu concordo...

—Como assim, cara? Vocês são perfeitos um para o outro!

Warrick riu. Achou que Sara estava fazendo do amigo dele um romântico apaixonado.

—Achei também, cara... mas não é bem assim.

Warrick então explicou a Gil que enquanto ele estava pronto para sossegar e curtir uma vida a dois, Catherine parecia não querer se prender a isso. Pudera, o último relacionamento dela não fora lá essas coisas. Eddie a deixara com um pé atrás, e logo em seguida ela se envolvera com Rick, o que não fora a escolha mais sensata.

—Poxa, sinto muito Warrick- Gil se sentira culpado, pois foi ele quem mais incentivou o relacionamento. Com medo de Catherine voltar a cair nas garras de Eddie, Gil pensou que estar com Warrick fosse ajudar a amiga a superar as coisas.

—Não é sua culpa, cara. Nós tentamos e simplesmente não estava dando certo. Preferimos acabar com isso antes de nos magoarmos mais. Bem, eu vou tomar um banho, comer algo e me deitar. Meu dia foi cheio.

Warrick se levantou e foi em direção a seu quarto. Gil observou o amigo ir embora. Ele queria dizer que estava bem, mas os ombros caídos e o ar melancólico fizeram Gil supor que Catherine havia mexido mais com ele do que Warrick queria acreditar.

*^*^*^*^*^*^*^*CSI*^*^*^*^*^*^*^*

William Grissom assistia o canal de esportes naquela manhã, tentando se manter por dentro de tudo o que dizia respeito ao baseball. Pelo visto, os Devils conseguiram chegar longe no campeonato. O quinto lugar nos Play Offs não garantiriam a eles uma vaga na Word Series, já que a competição final era uma série de 7 disputas entre os times vencedores das duas divisões da Major League. Entretanto, eles podiam se orgulhar disso, ainda mais seu filho, que estava sendo considerado para ganhar o prêmio de Revelação da Temporada.

Ao ver na tv um vídeo de seu filho rebatendo em seu último jogo, Will se via refletido ali na tv. Era incrível a semelhança de seu filho com ele. O velho sentia como se ele realmente tivesse deixado uma marca no mundo. Uma marca com sua cara. Uma pena que ele não percebeu isso a tempo, optando por destruir seus vínculos com o que lhe era mais importante na vida.

Doeu muito em Will ter que ir embora de Las Vegas sem ver seu filho. Ele ficara esperando horas a fio que Gil aparecesse em seu hotel, como havia pedido na carta. O homem sabia que seria difícil isso acontecer, mas como esperança é a última que morre... na pior das hipóteses, Gil agora tinha um meio de se comunicar com ele, já que a namorada dele pegou seu cartão.

Por isso, desde que voltara de viajem, William checava seu e-mail a todo instante, na esperança de Gil ter mandado uma mensagem.         Invariavelmente, isso não acontecia. Naquela manhã, duas novas mensagens brilhavam em sua tela. Uma vinha de sua “nova” velha amiga, e a outra de um cara insistente, que não aceitava um não como resposta. Preferindo abrir a primeira e deixar a outra para quando tivesse cabeça, Will leu a mensagem com um sorriso nos lábios. Ao terminar, o homem apertou o botão e começou a compor seu e-mail. Ao menos uma pessoa em sua vida tinha ímpeto de perdoa-lo, e isso já era um começo promissor.

*^*^*^*^*^*^*^*CSI*^*^*^*^*^*^*^*

Outubro passou voando, com o fim da temporada do ano na Major League, tendo o time de coração de Gil e de seu pai se sagrando campeão. Assim, Gil pode dar um pouco mais de atenção a sua namorada. O casal passou o feriado de Ação de Graças com Betty em Marina del Rey, e ainda passaram uma semana em Boston com a família de Sara.

Dezembro chegou com seu tempo frio e abalou com a calma que reinava na vida de Gil. Ele acabara de voltar de um jantar com na casa de Sara quando recebeu uma mensagem de seu técnico, pedindo para que ele reservasse um tempo no dia seguinte para uma reunião de última hora. Isso já o deixou intrigado, ainda mais quando percebeu que a reunião não seria no clube. Via de regra, tudo que se relacionava a sua profissão tinha que ser feito no ginásio dos Devils. Eles só se reuniam fora para festejar algo ou somente para realizar uma social ( Gil raramente ia nessas). E essas ocasiões geralmente eram marcadas com antecedência. A reunião de amanhã tinha cara de algo urgente, e Gil já temia pelo pior.

O jogador resolveu ligar para DB para trocar uma ideia sobre o ocorrido quando seu celular tocou, sinalizando mais uma mensagem. O remetente não estava em sua lista de contato, mas o endereço lhe fazia lembrar de alguém. Ainda, o e-mail estava marcado como importante, e o assunto era estranho “Precisamos conversar”. Gil abriu a mensagem e rolou até o fim da página para ver de quem era. Seu pai, William Grissom.

—Mas o que será que ele quer agora?

Antes que Gil pudesse ler o e-mail seu celular tocou. Era DB, querendo discutir sobre a mensagem de Vinny. Os amigos conversaram um bom tempo, tentando fazer sentido naquela mensagem. A conclusão a que chegaram não era boa, mas era pautada em incertezas. Só havia um jeito de descobrir a verdade...esperar por amanhã. Desligou o telefone e o jogou em cima da cama. Iria tomar um banho e tentar dormir, a mensagem de seu pai já longe de sua cabeça.

*^*^*^*^*^*^*^*CSI*^*^*^*^*^*^*^*

Vinny morava em um apartamento localizado há algumas quadras do estádio dos Devils. Era um local pequeno, ideal para um homem solteiro. Porém, para reunir quase 20 homens crescidos se tornou um espaço apertado. Gil fora o primeiro a chegar, e os dois ficaram em um silencio desconfortável até outros chegarem. Gil não era muito bom em jogar conversa fora, e Vinny não iria falar sobre o assunto que o jogador mais queria enquanto todos os outros não chegassem. Quando o último homem se acomodou e foi servido com um copo da bebida de sua preferência, Vinny limpou a garganta e começou seu discurso.

—Meus amigos, eu os chamei aqui a essa hora da manhã pois não queria que soubessem dessa notícia pelos jornais. Infelizmente, não vou continuar como seu treinador na próxima temporada...- os jogadores exclamaram sua indignação, alguns questionando o motivo disso, e Vinny teve que aumentar a voz para se fazer ser ouvido- Escutem, deixem eu explicar! Depois vocês podem falar! Como alguns de vocês sabem, eu tenho tido alguns problemas com a diretoria...na verdade, não estamos mais movidos pelo mesmo ideal. Eles querem construir o futuro do time de um jeito... eu de outro... e não tenho tido muito apoio nessa empreitada. Então, após uma reunião ontem, eu decidi pedir minha resignação. Não faria bem a nenhum de nós se eu me mantivesse no cargo. Mas quero que saibam uma coisa: eu confio em cada um de vocês, montei esse time na esperança de fazermos algo grandioso... cada um de vocês tem o que é preciso para levar esse time ao ápice. Continuem jogando como vem fazendo esses últimos meses e nada ficará em seu caminho até aquele troféu-

Vinny ergueu seu copo e brindou ao time. Lentamente os outros jogadores fizeram o mesmo. Gil ergueu seu copo de suco, querendo agora ter se servido de algo mais forte. Após o brinde, os jogadores se revezaram para falar alguma coisa bonita para Vinny, e alguns cochichavam aos cantos, trocando sua interpretação ao discurso do agora ex-técnico.

—Ei, Gil- Vinny chamou o rapaz, que estava ainda na mesma cadeira que ocupara para ouvir o técnico- Chega mais.

Os dois foram até a varanda do apartamento, e ficaram a observar Vegas do alto.

—Pode falar o que está em sua cabeça, Gil. Guardar não vai te fazer bem.

—Eles te forçaram a isso?- Gil perguntou, sem olhar para ele.

—Não, meu rapaz. Meu contrato finda esse ano. Eu só desejei não continuar... como disse antes, não ia fazer bem a ninguém.

—Mas eu não entendo... o time está indo bem. Você nos trouxe até a Major League, e jogamos até os Play-Offs! Por que mexer em uma equipe que está em seu melhor?!

—Evidentemente, Doug acha que esse é o melhor caminho... Ele tem grandes planos para o time, mas comigo na frente ele não teria êxito. Eu não tenho o que ele precisa...

—Que grandes planos são esses? Ganhar não é o essencial?

—Não sei, Gil... mas tenho certeza que logo você descobrirá...


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