Batter Up escrita por Carol Bandeira


Capítulo 13
O festival de cinema


Notas iniciais do capítulo

Queridíssimos!

Bem vindos a mais um capítulo da minha fic. Espero que estejam curtindo a leitura do mesmo modo que eu curto escrevê-la.
Tenho que dizer, para os fãs de William Petersen que sentem sua falta, aconselho assistirem ao filme "Long Gone" o qual me inspirou a escrever essa fic e me fez entender e até gostar de baseball.
Bom... boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/275021/chapter/13

CAPÍTULO XIII

Foi quando Sara saía de casa para sua rotineira caminhada da manhã que Greg apareceu:

-Sara...

A morena olhou para o primo mas ainda deixou a mão na maçaneta da porta de entrada.

-Bom dia, Greg- sua voz saiu normal, mas isso não significava que estava de bem com o primo.

-Será que nós podemos conversar?

- Hoje eu estou com o horário apertado. Se você não se importa de me acompanhar na minha caminhada...- ao olhar derrotado do primo ela completou – Prometo que não corro.

-Se é assim, tudo bem.

Os dois passaram pela porta e foram em direção contrária a do transito. Sara sempre dizia que era melhor fazer a caminhada em lugares mais tranquilos e sem poluição. Ficaram uns vinte minutos calados. Sara não sabia bem o que Greg queria conversar, por isso esperava que ele desse a deixa. Enquanto Greg não sabia bem por onde começar. Eram tantas as coisas que ele queria discutir com ela. Talvez, por bem, devesse começar pela mais fácil- ou difícil, dependendo de seu ponto de vista.

-Sara... Eu... Queria te pedir desculpas por ontem. - respirou fundo depois de falar.

Sara parou de caminhar e cruzou os braços. Greg parou um pouco mais a frente, não tendo percebido a parada repentina de sua prima.

-Isso depende...

-Depende de quê?- Greg perguntou, totalmente surpreso.

- Por que você está pedindo desculpas... sabe Greg, já não é a primeira vez que a gente se estressa por causa do Gil. O que está havendo? Porque se for para você pedir desculpas que nem da outra vez, mas vier de ignorância para cima de mim novamente, eu não acho que posso aceitar suas desculpas.

Se Sara tivesse esfaqueado o coração de Greg não doeria tanto. Por que aquele homem tinha que se meter na vida deles? Eles nunca brigavam antes!

-Eu sei. Sara... eu juro que não vou descontar mais minha irritação em você. Eu estava errado antes, eu sei, mas agora eu... bem... eu fui pego de surpresa das outras vezes e não esperava reagir daquele jeito. Mas agora que eu sei o que esperar juro que não vou mais explodir pra cima de você, ok?

Enquanto falava Greg foi se aproximando de Sara para segurar as mãos dela. Quando terminou de falar depositou um beijo na palma da mão da prima e ficou olhando para ela, esperando a resposta de Sara.

-Greg... mas por que... você tem tanta raiva do Gil? Voces nem se conhecem direito....

Greg largou a mão de Sara e deu as costas para ela. Ele não podia dizer a verdade para Sara. Que detestava Gil pois ele estava roubando sua prima. Mas sabia que não adiantaria mudar de assunto. Sara era muito inquisitiva, não largaria do pé dele até ter uma resposta. Então ele teve que improvisar.

-Bem... é que ele representa toda uma classe que um dia já foi o meu pior inimigo. E o seu também, se não me engano. Sara, esse cara é aquele tipo que nós detestamos: os populares, metidos, atletas. Aquele cara que nunca te daria atenção porque você é a nerd da sala, mesmo se você fosse bem melhor do que a patricinha que andava de mini-saia rebolando. Um bully que fazia você detestar ir a escola. Aí ele vai e fica famoso por causa dos músculos dele, ganhando horrores enquanto a gente trabalha horrores para se sustentar. Eles crescem mas continuam tão mesquinhos quanto antes... só querem festas, mulheres... ele no final vai te magoar.

Sara ficou impressionada com tudo que Greg falou. Ela não podia acreditar que ele tinha todas essa frustração guardada. Não era a toa que ele se irritava fácil com Gil! E algumas coisas que ele falou eram verdade. Ela detestava aquelas figuras populares da escola, os atletas, as patricinhas... todos gostavam deles e não sobrava muita atenção para os nerds. Mas ela nunca se deixou pensar muito a respeito disso no colégio. E eles não eram mais estudantes, isso era a vida real. Greg devia deixar tudo isso no passado. Ela apostava que a maioria dos valentões que atazanavam Greg no colégio agora não teria alcançado metade das coisas que Greg fez.

-Hmmm... Greg. Você pode ter até razão em algumas coisas, mas você não pode sair fazendo todas essas afirmações sem evidência nenhuma. Oras, eu tenho passado um tempo com o Gil e pude perceber que ele é um cara legal. Eu não sei o que ele fez no passado, mas como o nome diz, já se foi. A gente vive no hoje, Greggo, e o Gil é um cara legal para mim... e eu gostaria que você entendesse isso.

-Tá legal... eu prometo se você me desculpar.

-Já está desculpado, Greg.

-Ok, então eu vou ser legal com o Gil daqui para frente- “mesmo que isso me mate aos poucos”.

~*~*~*~*~*~*~*~CSI~*~*~~*~*~*~*~*~*

Naquele fim de tarde Gil finalmente pode levar Sara para o passeio em Lake Mead. O início do encontro foi estranho, como todos os primeiros encontros após o primeiro beijo. Você não sabe bem como cumprimentar o outro, se um beijo na bochecha ou um selinho. Afinal, não eram namorados mas também não haviam acabado de se conhecer. Sara resolveu então mostrar uma confiança que não era a dela e o cumprimentou com um selinhp. Gil sorriu feito um bobo e ,antes de falar, limpou a garganta.

-Então... você chegou a dar uma olhada na programação?

-Ah, sim. Hoje pela tarde é um filme de comédia e mais a noitinha vai ser um de terror.

-Ah... não são escolhas muito boas para um encontro, não?- Gil perguntou, envergonhado.

-É... para qualquer garota pode ser... mas eu adoro esses gêneros!

Gil sorriu e deixou escapar um suspiro de alívio, levemente exagerado, feito exatamente para arrancar de Sara um sorriso. E conseguiu.

-Hoje você parece mais animada. Já fez as pazes com seu primo?

-Sim... falando nisso, eu queria pedir desculpas por ele.

Gil tirou os olhos da rua para olhar para Sara com um olhar confuso.

-Eu não entendo. Desculpas por quê?

-Ah Gil. Pelo jeito que ele te tratou aquele dia. Eu sei que você não ligou, mas para mim ele foi mal educado... e também por ontem. Não houve nada diretamente para você, mas Greg meio que fez uma cena em frente a seu mentor e... acabou estragando os nossos planos.

-Bom, enquanto ele não atrapalhe você de sair comigo eu to na boa.

Gil olhou rapidamente para sua companheira e viu o sorriso brotar em seus lábios. Ele sorriu em resposta e depois voltou sua atenção para a estrada. Bem antes de chegarem a Lake Mead já se podia ver a luz dos holofotes brilhando no céu, que já escurecia. A estrada que dava para o lago estava fervilhando de gente indo e vindo para o festival.

Gil estacionou  e saiu rapidamente, querendo ter tempo de abrir a porta do carro para sua companhia. Sara sorriu com o gesto e pegou a mão que Gil oferecia a ela. O jovem a puxou para mais perto e os dois entrelaçaram os braços e andaram junto com o fluxo de pessoas até a entrada. Gil passou direto da bilheteria e Sara percebeu:

-Vai querer entrar de penetra, senhor Grissom?

-Não, eu já comprei nossos ingressos pela internet. Muito mais fácil!

-Ah... então eu pago a pipoca.

-A pipoca eles dão de graça- Gil sorriu para a morena, que fez um biquinho por ter sido contrariada.

Gil aproveitou e deu um beijo rápido nela, e depois a puxou para onde seria exibido o filme.

Eles passaram por várias tendas que foram montadas pelos organizadores e patrocinadores do evento. Seguiram a multidão até a área onde ficava a tela móvel. Em frente a ela haviam vários pufs arrumados como se fossem poltronas de sala de cinema. O primeiro filme estava marcado para começar após o pôr do sol. O casal sentou e ficou conversando sobre o curso que fariam juntos.

-Qual é o seu sonho? Ficar jogando pela eternidade ou entrar para o mundo das ciências forenses definitivamente?- Sara quis saber

-Ah... desde pequeno eu queria jogar baseball como o meu pai. Hoje eu quero... eu quero ter uma vida boa... quero ter minha família, não quero ficar sozinho... o que quero dizer é que sim, o baseball é um sonho, mas não quero realiza-lo as custas de minha família, como meu pai o fez. E é por isso que eu estudo. Não quero ter só um caminho e no fim se ele não der certo...eu posso seguir em frente sem me acabar.

-Então, Ciências Forenses é um plano B?

-Sim, é algo que eu adoro também, mas não tanto... assim como para você, não é?

-Na verdade, eu prefiro voltar a investir nos estudos. A vida como modelo não é tão glamorosa quanto os outros pensam. E acaba muito cedo. Chega a ser cruel...

- E porque você ainda está nela?

-Bom... se você é uma garota e alguém do ramo fala que você tem potencial o suficiente para virar uma modelo não consigo pensar em ninguém que vai recusar. Mesmo se nunca foi o seu sonho, como no meu caso. Mas quando você entra no jogo e descobre todos os sacrifícios que você tem que fazer... bom, eu me pergunto se vale a pena... E tenho certeza que pra muita gente vale. Mas não para mim.

-Warrick disse a mesma coisa...

-Pois é... o sonho dele é ser um músico/compositor famoso. Este trabalho é só mais um bico.

-Nós temos que nos arranjar como podemos.

-Verdade.

Sara deitou no Puff e Gil a seguiu. Com o rosto dela tão próximo, Gil não resistiu e roubou mais um beijo, dessa vez pedindo mais do que um encontro de lábios. Passou a língua em uma carícia delicada no lábio inferior de Sara, sendo a deixa para ela abrir mais a boca e esquentar o beijo. Gil estava começando a achar que perdia a razão ao beijar aquela garota, pois nada mais importava para ele do que aqueles lábios tão macios. Ele geralmente era mais cuidadoso, não era de ficar se agarrando com mulheres em lugares públicos. Mas Sara parecia a ele tão deliciosa, tão convidativa... fazia um tempo que ele não sentia aquela sensação, aquele nervosinho tão gostoso, a palpitação acelerada de dois corações. A essa altura Gil já estava quase em cima de Sara, que também parecia estar perdida naqueles beijos. Até que , mais uma vez, uma voz os chamou para a realidade.

-Ei, procurem um motel, vocês dois!- e risadinhas foram ouvidas.

Gil enfiou o rosto entre o pescoço de Sara e o puff, enquanto ela fechou os olhos com força e começou a rir.

-Deus, você me faz perder a razão!- Gil resmungou.

-Ei! Não jogue tudo para cima de mim não!- Sara riu enquanto empurrava Gil de cima dela, sem muito sucesso- Deus, você parece uma muralha!

Gil riu e deixou mais um beijo no pescoço dela, depois se sentou no puff e a puxou para o seu lado.

-E aí, vou buscar a pipoca e alguma coisa pra gente beber. O que vai ser?

-Água, por favor.

-Água? Que coisa mais sem graça! Pipoca pede refrigerante.

-Água, senhor Grissom. E nada mais, não bebo refrigerantes!

Gil se levantou , respondeu um “sim, madame” e foi andando em direção ao stand que fazia a vez de bomboniere. Mas antes de se afastar muito, falou em alto e bom som.

-Modelos são tão sem graça!

E levou uma almofada nas costas pela brincadeira

~*~*~*~*~*~*~*~*CSI~*~*~*~*~*~*~*~*

No fim da noite Gil deixou Sara em casa e combinaram de se encontrar na faculdade mais cedo, antes da primeira aula do professor Gerard.

O beijo de boa noite que a morena o deu foi de tirar o fôlego. Gil ainda sentia os lábios dela pressionados ao seu, e o arrepio na alma, mesmo já estando debaixo das cobertas.

Sara estava se tornando uma grande distração para o jovem jogador. Ele nem se lembrava que aquele fim de semana seria a esteia de deu time na Major League quando estava com ela. Gil se perguntou então se sua paixão por Sara seria maior que seu amor pelo beiseball.

-Se for... eu estou  &*#$ !


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Batter Up" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.