Collapse escrita por Gnoma


Capítulo 11
Capítulo 11 - Lies


Notas iniciais do capítulo

E ai???? Não demorei dessa vez, demorei? Me digam, de verdade.
Para falar a verdade, eu já tinha escrito esse capítulo desde o dia em que postara o outro, mas quis esperar um pouco para postar. 100 reviews, wow ^-^
Nesse capítulo eu fiz um P.O.V do Scorpius, pra vocês verem como ele realmente se sente, e também um pouco mais de quem ele é na história. Espero que gostem, e deixem suas opiniões nas reviews, certo? Não quero que ninguém seja um leitor fantasma... Até porque tenho 71 leitores e só uns 10 deixam reviews!!! Se continuar desse jeito, eu provavelmente vou passar a demorar muito mais a postar. Não custa nada dar sinal de vida, né? Poxa.
Vamos ao capítulo, então. :-)



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Ponto de vista: Rose Weasley.

Andei o mais rápido que meus pés me permitiam, praticamente correndo, até a Torre da Grifinória. Cada músculo do meu corpo se contorcia de raiva e, mais uma vez, confusão sobre o que acabara de acontecer. Quando parei em frente ao quadro da Mulher Gorda e berrei a senha para ela me deixar entrar, já estava praticamente tremendo. Não melhorou quando vi quem estava lá dentro.

Lily Potter estava sentada na poltrona do lado da “porta”, e virou a cabeça assim que entrei. Deu um sorriso confiante e, ao ver minha expressão, desmanchou-o rapidamente. Eu não queria falar com ela, por isso passei reto e subi para o dormitório, remexendo na minha mochila. Ia começar a tirar o atraso dos deveres, até por que necessitava de algo para tirar certos pensamentos de foco, pelo menos por algum tempo.

Voltei para a Sala Comunal e me sentei perto da janela, abrindo-a para deixar um pouco de vento entrar. Nos jardins, pude ver várias pessoas andando, conversando ou descansando debaixo da sombra das árvores. Imaginei que Scorpius ainda estivesse paralisado na Sala Precisa, ou pelo menos continuara lá para pensar. Não queria imaginar que fora muito dura com ele, só queria acabar com aquilo de uma vez.

Enquanto rabiscava alguma coisa sobre os Feiticeiros de Liechtenstein, minha cabeça começou a rondar justamente as coisas que eu queria tanto evitar.

Scorpius Malfoy estava delirando ou, mais provavelmente, tirando sarro de mim. Era bem o tipo de coisa que ele e Alison armavam para pessoas que odiavam, e cada vez mais eu começava a considerar essa ideia. Ele parecera bem decidido quando detalhou nosso beijo – o que eu odeio admitir, mas foi bem parecido do que eu senti –, mas quem garante que ele não era simplesmente um bom ator? Quem garante que não era mais uma das pecinhas que ele fazia comigo e com Mitchie? Eu não ia levar aquilo a sério, e não havia nenhum motivo para estar sequer considerando essa possibilidade.

Mas, se realmente fosse uma pegadinha, por que Lily estaria ajudando ele? Pode ser que ele também tenha a enganado, Lily não fazia mal a uma mosca e jamais iria ajudar alguém a fazer uma pegadinha comigo ou com qualquer outra pessoa que ela gostasse. Isso estava fora de questão. Scorpius poderia muito bem ter fingido para Lily que realmente queria conversar comigo, e como gritou meu nome a plenos pulmões em frente de toda a mesa da Sonserina, ele deveria estar levando bem a sério. Deveria ter contado para os amigos, por isso não gerara uma onda de risadinhas ou brincadeiras de mal gosto. Eles sabiam e iriam ajudá-lo a me fazer de idiota... Não tem como fazer mais sentido, tem?

Eu tinha que fazer alguma coisa para Scorpius e seus amiguinhos pararem. Não ia dar mais nenhuma chance de ele me fazer de idiota, nenhuma chance de me abordar dos corredores e vir com aquela história – imagino que muito bem ensaiada – de “eu senti algo diferente quando nos beijamos”. Ah, me poupe. Mesmo que Scorpius Malfoy fosse capaz de amar alguém, eu duvido que usaria palavras tão bonitinhas e certeiras para definir seu sentimento para a garota.

A ideia de como evitá-lo de uma vez por todas surgiu na minha cabeça de uma hora para outra. Achava ela ridícula, nunca imaginaria que iria fazer algo tão baixo como aquilo me parecia, mas poderia dar certo. Mark Finnigan havia me chamado para ir a Hogsmeade por ele, o que indicava que ele pelo menos queria algo comigo. Eu poderia até querer algo com ele, quando realmente passasse a conhecê-lo, por que ele é bonitinho. Mas não haveria mal algum em adiantar um pouco as coisas, haveria?

Estava na metade do pergaminho quando percebi que não havia escrito nada, apenas rabiscado algumas curvas e feito uma grande mancha com o tinteiro. Sacudi a cabeça, irritada com a minha idiotice, e joguei o pergaminho no chão. Por mais que quisesse fazer aquilo logo, iria esperar pelo menos até depois do almoço.

Terminei o dever de História da Magia e havia começado o de Defesa Contra as Artes das Trevas quando decidi ir até o Salão Principal, meu estômago roncando de fome. Não passei os olhos na mesa da Sonserina e me sentei entre Dominique e James, mas não consegui encontrar Mark Finnigan em nenhum lugar. Quando terminei de almoçar, fui diretamente até os jardins.

Com um dia de sol desses, raras pessoas se encontravam dentro do castelo. Andei até os jardins e comecei a procurar por Mark Finnigan, até que finalmente o encontrei, perto do lago, conversando com outros quintanistas da Grifinória, incluindo Alvo Potter.

Andei até eles com um sorriso no rosto, e assim que parei do lado de Alvo, todos pararam de falar subitamente, olhando para mim. Provavelmente deveriam estar falando de garotas, e a chegada de uma é o momento certo para pararem de falar.

– Hum... – eu disse, olhando para Mark. – Posso falar com você rapidinho?

Alvo ergueu as sobrancelhas pra mim e eu dei um beliscão nas suas costas, de modo que ninguém visse, e ele controlou a risada. Mark murmurou algo como “podem continuar sem mim” e veio andar comigo. Foi esquisito, até por que não éramos exatamente amigos, mas decidi falar logo que chegamos perto de uma árvore qualquer.

– Então, Mark, eu queria falar com você e tudo mais. – eu comecei, com uma risadinha. – Você foi no baile dos Basiliscos?

– No baile? – ele pareceu surpreso. – Ah... fui.

– Queria falar sobre o que aconteceu lá, se você tiver visto. – eu disse, olhando para cima.

– Eu entenderia se você preferir ir à Hogsmeade com Scorpius Malfoy, se vocês estiverem juntos. – Mark disse, olhando para mim ao mesmo tempo que o vento balançava meus cabelos para longe do rosto.

– Quê?! – eu exclamei em fingimento. – É justamente o contrário, Mark... A única razão para eu e Scorpius Malfoy termos nos beijado foi a regra. Sabe? “Se os dois não adivinharem quem está debaixo da máscara...”

– Ah! – Mark disse, visivelmente mais feliz. – Mas vocês realmente seguiram as regras, mesmo se odiando?

– Bom, eu não iria seguir de jeito nenhum. – confessei. – Não gosto de Scorpius Malfoy. Nunca gostaria. Foi ele quem me beijou, e também foi exatamente por isso que deixei o baile na mesma hora. Tenho nojo dele.

– E isso significa que nós ainda vamos juntos à Hogsmeade? – ele perguntou esperançoso.

– Óbvio. – eu disse sorrindo. – É daqui duas semanas, então acho que vamos ter bastante tempo pra conversar depois. Se você quiser voltar a conversar com seus amigos agora...

– Não. – Mark interrompeu, segurando minha mão. Desviei o olhar na mesma hora, fixando-o no lago. – Quero ficar aqui com você.

Ponto de vista: Scorpius Malfoy.

Era um dia lindo de sol, para quem não tinha com o que se preocupar. Minha cabeça estava de cabeça para baixo, e aquela estúpida Sala me confundira ainda mais minhas ideias. Não gostava nem um pouco da ideia de estar subitamente achando Rose Weasley mais atraente, o que consequentemente coincidia com o fato de ter terminado com Alison.

A culpa não era minha se ela tinha achado que eu estava apaixonado por Rose, e se ela tinha achado justo beijar seu par, já que eu fizera o mesmo com o meu. O baile fora na noite anterior, e hoje os dois já estavam se agarrando feito enguias pelos corredores. Mas eu começara a perceber que não me importava nem um pouco com isso.

Saíra da Sala Precisa e me dirigi diretamente às masmorras, encontrando Zabini jogado numa das poltronas, levitando alguns pergaminhos com a varinha. Ele parecia totalmente entediado. Assim que me viu entrar na Sala Comunal da Sonserina, ele se levantou de um salto e abriu os braços, com um sorriso no rosto. 

– Finalmente! – ele exclamou. – Não te vejo desde o café-da-manhã. Vamos.

– Vamos aonde, Zabini? – perguntei, erguendo as sobrancelhas.

– Lá nos jardins, é óbvio. – ele disse, inclinando a cabeça para um lado. – Olha o tamanho do sol hoje, as garotas não usam muita roupa quando está calor, caro Scorpius...

– Ah, sim. Claro.

– O que deu em você? – Zabini perguntou, franzindo a testa. – Vamos logo, agora que você finalmente terminou com a Alison, já pode me acompanhar de novo. Como se não fizesse isso às escondidas...

– Beleza, se nós formos você promete calar a boca sobre esse assunto? – eu perguntei com um sorriso e nós dois caímos na gargalhada.

Fomos até os jardins, Zabini lançando feitiços em qualquer objeto que encontrasse pelo caminho. Sua felicidade já estava começando a me irritar, uma vez que minha cabeça continuava latejando por conta do excesso de pensamentos lá dentro. O dia estava realmente lindo, e mais da metade da escola estava lá fora, aproveitando a sombra das árvores.

Encontramos uma árvore qualquer e nos jogamos debaixo dela, observando as garotas que estavam perto do lago. Zabini toda hora murmurava outros feitiços ou o nome das garotas que estavam lá, e meus olhos estavam perdidos no gramado, até que eu encontrei algo que chamou a minha atenção. Se eu não estava cego, aquela garota com cabelos ruivos ao vento era Rose Weasley. E Rose Weasley estava de mãos dadas com alguém. Aquilo não me agradava nem um pouco.

– Ei, Zabini. – eu cutuquei-o, apontando para Rose. – Quem são aqueles dois?

– Oh, wow. – ele exclamou, endireitando as costas. – Eu nunca tinha percebido em como os cabelos dela são bonitos...

– Tá, tá, não importa como os cabelos dela são bonitos. – eu disse, tirando aquele pensamento da minha cabeça. – Quem é que está com ela, de mãos dadas?

– Ah... Aquele me parece ser o Finnigan. – Zabini disse, franzindo a testa e olhando atentamente. – É, é ele mesmo. Mark Finnigan.

Olhei mais uma vez e comprovei a palavra de Zabini. Aquele era realmente o idiota do Finnigan, que não perdia uma oportunidade de arranjar problemas com os Basiliscos. Por que então Rose estava com ele nos jardins, de mãos dadas com ele, rindo de um jeito maravilhosamente... Ah, deixa pra lá.

Será então que era por isso que ela me dispensara? Ela estava saindo com o Finnigan? Seria um bom motivo para ela simplesmente ter saído correndo do baile, e ter se apressado a dizer que não acontecera nada de diferente quando nos beijamos. Eu ainda me recusava a acreditar que ela estava realmente vendo alguém, e senti algo afundar no meu estômago. Por que eu me importava mesmo?

– Scorpius, olha ali! – Zabini disse depois de um tempo, me tirando do transe. – Me diz se não são aquelas duas garotas da Corvinal que vivem dando mole pra nós dois? É hoje, cara, é hoje!

– Quê? – eu perguntei, sem tirar os olhos de Rose e Mark, logo adiante.

– Scorpius, o que é que você está... – ele parou de falar subitamente. – Ah, por favor, ainda tá olhando a Weasley?

– S-sim... – eu disse, num transe repentino. Não conseguia tirar os olhos de lá, o que me deixava irritado.

– Mas por um lado você está certo. – Zabini disse, e eu virei a cara para ele rapidamente. – Rose Weasley é realmente bonita... Porém eu sei que ela nunca daria uma chance para alguém como eu, ou como você. Por mais que vocês tenham se beijado... Olha aí, né. Ela já tem outro.

– Como você tem tanta certeza que ela não deria uma chance para alguém como eu? – eu perguntei, com vontade de socar a cara de alguém. – Isso não é verdade.

– Realmente, Scorpius? – Zabini soltou uma gargalhada. – Ela nunca beijaria você de vontade própria, e você sabe muito bem disso. Aliás, me diz por que você está tão interessado nela de uma hora para outra?

– Me diga isso você. – eu retruquei, fervendo de raiva.

– Ah, você sabe como eu sou. – ele suspirou. – Sabe como eu sou em relação àquela família... Você sabe. Garotas difíceis, é o que elas são. E garotas difíceis são o melhor tipo. Eu adoro um desafio.

Voltei minha atenção para os gramados, sem fixar os olhos em nada mais do que uma formiga subindo pelo meu tênis. Xingava Zabini de nomes terríveis na minha cabeça, e sentia uma raiva inexplicável por ele ter falado aquilo sobre as Weasley. Não me importava se ele falava de qualquer garota em Hogwarts, de qualquer Weasley... Só me importava se a garota em questão fosse aquela em que eu não conseguia tirar os olhos. E, mais uma vez, me sentia incrivelmente estúpido por pensar daquela maneira.

– Ah, as garotas bonitas já estão entrando no castelo. – Zabini bufou, depois de uns cinco minutos de silêncio. – Daqui a pouco vamos ter que fazer aquele estúpido dever de Defesa Contra as Artes das Trevas de qualquer jeito, e estou afim de azarar alguém antes de me enfiar nas masmorras. Quer ir achar algum idiota da Lufa-Lufa para esse serviço?

– Pode ser. – eu concordei, me pondo de pé, mesmo que não quisesse azarar ninguém da Lufa-Lufa, e sim uma pessoa específica da Grifinória.

Não apoiava essa ideia de azarar qualquer pessoa que aparecesse na nossa frente, mas as circunstâncias eram diferentes. Os garotos da Lufa-Lufa que com certeza iríamos azarar eram aquele tipo de idiotas que mexiam conosco, e xingavam os Basiliscos. Não que a opinião deles realmente importasse, mas era algo bom para descontrair. Geralmente quem fazia isso era Zabini, e eu ficava apenas observando e cuidando para o garoto não fugir. Se havia mais de um, azarava junto. Mas agora era outra história. Estava espumando de raiva e quase azarara meu melhor amigo, então eu e Zabini provavelmente iríamos inverter os papéis dessa vez.



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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? ^-^
DEIXEM REVIEWS!!