-Acordei e senti mãos ao meu redor. Me virei lentamente e percebi que era Stefan. Uma súbita sensação de culpa me invadiu. Será que eu dormi com ele? Meu coração deu um solavanco repentino. Me levantei e saí da cama, fui até o quarto de Sofia e ela ainda dormia. Voltei para o quarto, mas Stefan não estava mais lá.

-Stefan?

Chamei.

-Sim?

Ele apareceu na porta.

-Eu coloquei o café na cafeteira se você não se importar.

Ele disse num tom sereno.

-Ér... Stefan... quero que você saiba que nós não voltamos.

Eu disse, mas com medo de magoá-lo. Ele respirou fundo e me encarou.

-Eu sei Lena, infelizmente eu sei.

Ele disse. Eu suspirei de alívio. Ouvi um ruído na babá eletrônica e era do quarto de Soph. Ela estava de novo em pé no berço. E Damon estava perdendo isso, mas o que importava pra ele? Ele estava transando com aquela vadia e muito menos se importava comigo. Voltei pra mesa com Soph em meus braços. A mesa estava posta.

-Nossa!

Eu disse. Stefan sorriu orgulhoso.

-E minha sobrinha favorita?

Ele disse pegando Soph dos meus braços, ela sorriu. Seus primeiros dentinhos já começavam a nascer.

-Eu vou dar a papinha dela primeiro Stef.

Eu disse.

-Não se preocupe, eu dou.

Ele disse sentando com ela na cadeira. Eu não entendia por que Stefan estava agindo assim, nem na época que namorávamos ele era desse jeito, talvez ele tenha mudado, eu não sabia ao certo. Tomei meu café calmamente enquanto Stefan deu a papinha de Soph. Num minuto eu senti alguém mais na sala.

-Olha se não é o Tefinho e a Leninha pagando de família feliz.

Damon estava parado na sala, balançando as chaves de casa. Eu havia esquecido que ele tinha a chave.

-Damon, o que faz aqui?

Eu perguntei com um nó na garganta.

-Esta é minha casa Elena. E você, tire as mãos da minha filha.

Ele disse tirando Soph dos braços de Stefan.

-Se querem pagar de familinha feliz, façam. Mas não com a minha filha, façam outro.

Ele disse rudemente.

-Damon você está me magoando!

Eu disse, as lágrimas ameaçando sair a qualquer instante.

-Ei, não fale assim com ela!

Stefan disse para Damon que bufou de raiva.

-Deixa Stefan.

Eu disse engolindo as lágrimas.

-Lena, eu vou embora. Depois no falamos.

Stefan disse, me deu um beijo na testa e se foi. 

-É só eu dar as costas que você já se joga nos braços do Stefan.

Damon disse cínico.

-Eu não admito que você fale assim comigo. Não fui eu quem ficava até tarde no trabalho, quando na verdade você estava era transando com a vadia da Katherine!

Eu disse deixando toda minha raiva fluir.

-Eu? Tá maluca Elena??

Ele disse surpreso.

-Ah! Me poupe Damon. E por que você está com essa mala? Eu pensei que tivesse te expulsado ontem.

Eu disse.

-Essa é minha casa também, eu voltei pra ficar. E preciso ficar com a minha filha!

Ele disse se exaltando.

-Por que você não vai pra casa da sua amante?

-E deixar você e o Stefan viverem a ‘’ volta dos que não foram’’ da história de amor?

Ele desenhou as aspas no ar sarcasticamente.

-Você não sabe o que tá falando! Cala a boca!

Eu corri para o quarto e me desabei em lágrimas, deitei na cama. Eu me sentia cansada e só queria descansar, precisava voltar ao trabalho, me sentir útil. Eu passei o dia trancada no quarto, não quis nem ver aquele idiota, mas que eu amava com todas as minhas forças. Já era noite quando resolvi sair. Damon estava na sala brincando com Sofia.

-Vem meu amor, vamos comer.

Eu a peguei do cercadinho e a levei comigo pra cozinha. Preparei a papinha dela e dei. Soph bocejou.

-Tem alguém com soninho.

Eu disse docemente, eu a embalei até que ela pegasse no sono em meus braços e a coloquei no berço. Comi umas frutas e fui para o banheiro tomar banho. Tomei banho devagar, passei hidratante e saí. Encontrei Damon ajeitando o cobertor.

-O que você pensa que tá fazendo?

Eu disse zangada. Damon parou por um momento e me olhou de cima abaixo, depois disse simplesmente.

-Arrumando meu lado pra dormir.

-Você não vai dormir aqui na minha cama.

-Ela não é sua cama Elena.

Ele disse se deitando. O ódio me subiu. Eu sabia que ele não desistiria, eu conhecia Damon muito bem. Fui pisando forte até a cama, puxei o edredom de  cima dele e puxei os travesseiros também e saí do quarto. Arrumei o sofá e me deitei. Comecei a chorar de raiva, de tristeza. Por que ele tinha que fazer a mesma coisa que todos fizeram? Eu o amava e ele jogou isso fora por uma vadia. Finalmente caí na inconsciência. O dia amanheceu e eu resolvi que ia voltar a trabalhar, minha licença havia acabado e eu poderia voltar. Damon ia folgar e ele poderia ficar com Soph, o que me fazia lembrar que eu tinha que contratar uma babá. Tomei banho e me arrumei, sentia dor na costas pela noite mal dormida no sofá. Tomei café e saí. Fui para a empresa.

-Elena!

Jared veio me cumprimentar com um abraço.

-Oi Jarr, nós nunca mais nos falamos.

Eu disse docemente.

-Eu sei, e me desculpe, mas é que a Caroline tem me deixado maluco com o terno, os preparativos do casamento e um monte coisas!

Ele disse sorrindo. Eu sorri também.

-Eu entendo, é bem Caroline.

Eu disse. Fui para a minha sala e o resto do dia passou tranquilamente. Voltei pra casa e me senti cansada, mas feliz por estar de volta no trabalho que eu amava, ao menos isso me distraía. Tomei um banho e Damon estava no quarto com Sofia deitada em seu peito dormindo. Fui até eles e peguei minha filha adormecida no colo.

-Que saudade que mamãe sentiu da minha princesa.

Eu a beijei e a coloquei no berço. Como Damon estava dormindo eu tirei o roupão e coloquei minha camisola.

Damon Narrando

Passei o dia com Sofia enquanto Elena estava trabalhando. Quando ela voltou, Soph já estava dormindo sob meu peito e eu fingi estar também, ela entrou, colocou Soph no berço e voltou ao quarto. Elena estava de roupão, quando ela começou, ficando só de calcinha e meu Deus, como ela era linda, ela olhava para trás toda hora pra ver se ei dormia mesmo, como se eu já não tivesse visto e só de imagina que o babaca do Stefan tivesse colocado as mãos na minha Elena, me subia um ódio, eu não entendia porque ela estava tão zangada comigo dizendo que eu tinha uma amante. Elena colocou a camisola e gemeu levando as mãos as costas, ela devia estar com dor de dormir no sofá. Ela veio até a cama e pegou o edredom e os travesseiros.

-Elena? Chamei. Ela se assustou um pouco.

-Sim.

-Você pode dormir aqui se quiser.

Eu disse me levantando. Ela pensou por um momento. Mas não disse nada, apenas se deitou e virou de costas pra mim.