There is Beauty in the Dark escrita por tori traurig, Jude


Capítulo 4
4. Três coisas que nunca fui


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas gatas! Finalmente eu, viihmaia, estou de volta! Aposto que vocês enjoaram da cara de Bia. Eu também enjoei, compreendo vocês.
Então, aí está mais um lindo capítulo! Enjoy! SOU UM TRAVECÃO



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— Anda, Lily... Você tem que dar uma chance pra ele!

— Não, não, mil vezes não! Eu já disse que não, Isabelle, entenda. Eu nunca vou sair com ele.

Eu e a Lily estávamos tendo mais uma daquelas discussõezinhas pra ela sair com o James. Acontece que de fato o James a amava, só que aquela ruiva idiota não se tocava disso.

— Mas por que não, Lily? Olha, ele já mudou. Nem é mais aquele James arrogante que azarava todo mundo. Você não vê que ele se esforça? Apenas um encontro, e eu prometo que você não vai se arrepender — insisti.

— Mas que saco, eu não gosto dele, Bells! Será que você não entende? Eu e o Potter... — ela riu — Nunca!

— Vai, Lily, só um! Somente um encontro!

— Não!

— Mas por quê? Por que o odeia tanto?

— Porque ele não respeita os outros, é um arrogante e se acha só porque é "popular" — ela gesticulou as aspas no ar.

— Esqueceu que ele é meu irmão gêmeo? Tudo o que ele faz eu faço também, e lembra que você também me odiava? E então começamos a conversar e nos tornamos melhores amigas! Viu, Lily?

— Mas no caso dele é diferente — ela falou com a voz falha. Eu sei que ela se atrai nem que seja um pouquinho por ele.

— Vai Lily, só dessa vez... — eu fiz a voz de choro e uma cara de cachorrinho sem dono em que ela sempre cede. Ela pensou por um minuto.

— Se eu sair com ele, você desiste daquela ideia louca de voltar a ser que nem antes?

Fiz um careta de desgosto e ela arqueou uma sobrancelha. O que eu não faço por James Potter?

— Tá, tá... mas você tem que aceitar sair com ele e sair, viu?

— Vou pensar — ela disse — Mas vamos logo, já estamos atrasadas pro café.

— Yay! — dei um pulinho — Vamos logo, agora que você falou de comida me bateu uma fome.

— Às vezes você me lembra o Peter... — ela disse rindo.

— Que nojo, você realmente acha que eu sou gorda a esse ponto? Uau, muito obrigada por pisar na minha autoestima, Evans. Era tudo o que eu precisava! — gritei escandalosamente fingindo choro e ela riu.

— Anda, Srta. Drama — ela me empurrou pelo buraco do retrato.

Chegamos ao Salão Principal e me sentei entre Alice e James, pegando uma torrada e duas colheres cheias de ovos mexidos.

— Puxa, você deve estar morrendo de fome mesmo, nem falou comigo! Agora eu tô magoado — Sirius falou do outro lado da mesa, mas não pude responder porque estava com a boca cheia de comida.

Eu o um ome — falei com a boca cheia, o que resultou na risada de Alice.

— Você disse "Eu sou um homem"? — ela perguntou tendo uma crise de risos.

Eu quase engasguei com a torrada quando fui rir. Tive uma crise de tosse e James me deu um copo de suco de abóbora.

— Bells, primeiro você mastiga, engole, e aí responde, certo? — James falou como se estivesse falando com um bebê.

— Certo — respondi após me recompor — Eu não disse que era um homem, Alice — ri mais um pouco — Eu disse "Eu tô com fome".

Todos riram e eu continuei comendo. Frank, o namorado da Alice, chegou e sentou do outro lado dela.

— Então, Lily... — meu irmão começou.

Evans — ela o interrompeu lançando-o um olhar repreensor.

— Então, Evans, o que acha de ir comigo a Hogsmead no próximo final de semana?

— Francamente, Potter... — ela começou, mas parou quando olhou para mim. Acenei a varinha discretamente para a mesa da Sonserina apontando para o ranhoso e ela suspirou, murmurando baixinho um "O que não faço para salvar almas?" e concluiu — Vou achar ótimo.

Todos do nosso grupo pararam de repente de comer e descansaram os talheres, parando para olhar aterrorizados para a Lily.

— C-como? — James perguntou indignado.

— Eu disse que seria ótimo.

Não pude esconder o sorriso automático que se formou nos meus lábios. Ela aceitou mesmo! Meu olhar encontrou o dela e ela me lançou uma mensagem implícita: "E cale a boca antes que eu desista".

— Acho que você não entendeu o que eu disse — James disse paciente — Eu perguntei se você queria sair comigo.

— E eu escutei perfeitamente e respondo pela terceira vez que sim. Se você não quiser tudo bem...

— Não, não, eu... — ele gaguejou com a voz esganiçada, tentando se recompor.

James se virou para mim discretamente e sussurrou:

— Você fez isso?

— Cada parte — respondi.

— Eu te amo.

— Todos me amam, querido irmão — eu ri baixinho.

Eles começaram a combinar quando iriam se encontrar e eu saí radiante da mesa, sendo seguida por Remus, Alice e Frank.

— Vamos à biblioteca antes da aula de Transfiguração, Bells. Vem com a gente? — Alice perguntou de mãos dadas com Frank.

— Agora não, Alice — eu disse — Preciso ir ali ter um ataque de felicidade num lugar privado.

Ela riu e assentiu, saindo com Frank. Remus começou a andar do meu lado.

— Você fez aquilo? — ele perguntou — Já era hora da Lily aceitar, não acha?

— Mais que na hora, Aluado — falei praticamente saltitando pelo corredor — Você tem alguma coisa pra pegar no dormitório, ou vamos direto para a aula?

— Bells!

Me virei bem a tempo de ser esmagada por um ser gordo.

— Você é a melhor irmã do mundo! — James gritou me sufocando e eu pude ver Sirius atrás dele com cara de tédio.

— Assim eu vou morrer asfixiada, James — murmurei, sufocada — É sério, eu preciso de ar, seu retardado! — gritei socando-o.

— Gay — Sirius falou simplesmente.

— Como você fez isso? — James me perguntou, ignorando completamente o comentário de Sirius com um sorriso de orelha a orelha — Hoje é provavelmente o dia mais feliz da minha vida!

Eu não pude fazer nada além de sorrir. Vê-lo alegre e saltitante daquele jeito, por menos hétero que fosse, me deixava completamente feliz.

— Vamos, Pontas — Sirius falou entediado enquanto puxava James.

Ele seguiu Sirius pelo corredor e eu olhei para Remus, que estava sério encarando a janela. Ele ainda parecia abatido e cansado.

— O que foi, Aluado? Não está feliz?

— Eu? — ele tirou os olhos da janela e me encarou — Eu estou muito feliz, é só que...

— Só que o quê?

— Nada... esquece.

— Se você não me disser eu vou azarar você.

— Então me azare — ele me encarou divertido.

— Ok, eu não vou azarar você — admiti, vencida, e ele riu — Mas é sério, o que foi? — começamos a andar em direção à aula de Transfiguração.

Ele permaneceu calado.

Chegamos à sala de Transfiguração e não havia sinal da professora McGonagall. Remus estava se direcionando a uma cadeira lá na frente, mas eu o puxei e ele caiu sentado em uma cadeira que estava localizada no meio da sala.

— Ai! — ele exclamou massageando o braço — Por que me puxou?

— Nada — sorri amarelo olhando para Edgar Scamander. Ele me encarava suspirando. Remexi-me desconfortável ao lado de Remus.

O Scamander sempre gostou de mim, desde que botei meus pés nessa escola. Ele já me mandou tantas flores nos dias dos namorados que já não aguento mais ver rosas. Só para deixar claro... odeio rosas. Gosto mesmo é de tulipas!

Daqui a pouco vem ele com aquele papinho idiota dele, e sempre com uma rosa na mão. Rosas, rosas, rosas! Detesto rosas.

Remus olhou para ele e sorriu.

— Você odeia mesmo o coitado, não é?

— Argh, eu odeio as rosas que ele me manda — respondi mal humorada — Tomara que ele não venha falar comigo.

Remus riu e em seguida voltou ao perfil chateado de antes. O que será que esse estúpido ser humano tem?

Peter não veio para a aula de Transfiguração porque não havia passado nos N.O.M.s. Todos nós, os marotos, conseguimos um ótimo – não é à toa que somos todos animagos –, mas Peter conseguiu a inexplicável aquisição de um Trasgo. Trasgo!

— Todos sentados, isso vale para você também, senhor Potter, e para você, senhor Black — McGonagall disse entrando na sala — Minha sala de aula não é uma pista de dança.

Olhei para trás e vi Sirius e James fazendo uma dancinha meio louca, parecendo um ritual tribal. Lily estava numa mesa à frente dos dois, murmurando algo como "Como eu aceitei sair com isso". Eu ri encarando a cena.

McGonagall começou a explicar como se transfigurava uma bengala numa serpente. Eu acabei dormindo uma parte do tempo no ombro do Remus, porque essas semanas sendo responsável me deixaram exausta.

Ele me acordou bem no momento que a McGonagall vinha passando e dando para cada aluno uma bengala para prática.

— E lembrem-se, ao transfigurar, apanhem com cuidado a serpente e coloquem nesse aquário — ela conjurou um aquário grande no centro da sala — Vocês já podem começar.

— Hm, ok — eu falei confusa — Como se faz isso mesmo?

Remus riu e me explicou o que a McGonagall havia dito enquanto eu dormia e nós dois tentamos transfigurar a bengala.

(...)

— Ah, cara, eu tenho certeza que a bengala ficou mais flexível — James falava indignado para Sirius.

— Certo, Pontas, qual é a sua definição para flexível? Porque eu tenho certeza que aquilo não era flexível pra mim — Sirius rebateu.

— Querem parar de falar dessa aula? — pedi — Eu não quero lembrar dela nunca mais!

— Ah, Amendoada — Sirius disse num tom irônico — Você não quer lembrar da aula em que você foi simplesmente mordida por uma cobra, mas adora lembrar dos meus incidentes acidentais, não é?

— Não negue que eles não foram engraçados, Almofadinhas — Remus disse rindo.

— Ah cara, para com isso! Desde que voltamos a Hogwarts você não para de defendê-la. Qual é a tua? — Sirius falou semicerrando os olhos.

Provavelmente ninguém ali notou além de mim, mas eu tenho certeza que vi Remus corar. Estranho.

— Então, Remy...

— Remy? — ele perguntou franzindo a testa.

— É o seu novo apelido! — falei rindo — Gostou?

— Remy? Remy? — Sirius disse parecendo indignado — Gay.

— Não é gay! — falei cruzando os braços e fazendo biquinho.

— É sim.

— Não é não!

— É s...

— Chega — disse James, já estressado — Então, Aluado, por que está tão triste?

Virei-me para Remus novamente, esperando uma resposta para o que eu havia insistido tanto mais cedo.

— É que... — começou hesitante, parecendo desistir.

— Isso de novo? — resmunguei.

Ele suspirou e então tirou algo de dentro da mochila, olhando nervosamente para os lados, e me estendeu a mão. Uau, como eu sou burra!

— Ah, desculpa, Remus, eu tinha esquecido!

— O quê? — disseram James e Sirius esticando os pescoços para enxergar.

— Um calendário lunar? — falou James enrugando a testa — Ah! Sim... tinha me esquecido.

— Pois é, é hoje — Remus murmurou desanimado, parecendo agora ainda mais abatido e cansado.

— Ah, mas não tem problema, Remy — cantarolei, abraçando-o de lado — Eu vou estar lá para te proporcionar alegria!

Ele sorriu fraco e eu apertei as bochechas dele.

— Argh, parem de ser tão grudentos, vocês dois aí — resmungou Sirius fingindo estar nauseado.

— Eu não...

— Ah, não acham que vocês andam muito grudentos e cheios de carinhos demais não? — Sirius perguntou. James pareceu pensar um pouco e concordou, lançando um olhar intimidador para Remus.

Comecei a tossir do nada, como se tivesse me engasgado com o ar. Com o ar! Merlin, o que deu em mim hoje?

— O-o que? — arregalei os olhos — Tá louco, é?

— Ah, me poupe, olha só vocês aí, defendendo um ao outro, usando apelidos gays... — ele suspirou — Quando iam nos contar que estavam se pegando?

— O quê? — Remus exclamou constrangido e incrédulo. Senti meu rosto esquentar.

— É, isso mesmo! Achavam que podiam nos esconder isso por muito tempo? — ele arqueou as sobrancelhas — Cara, não acredito. Você, pegando a irmã do Pontas... eu não faria isso! Lembra daquele cara da Corvinal?

— Dizem que ele ainda reclama de dor quando ri — disse James olhando feio para Remus — Otário!

— Mas eu... nós... — Remus começou um pouco perdido — Não temos nada, somos só amigos — James olhou para ele como se estivesse avaliando um objeto à venda — É sério, James. Eu e Bells nunca tivemos, não estamos tendo e nunca teremos nada! Ela é como uma irmã para mim!

Por que eu não gostei de ouvir isso? Por que eu senti um aperto estranho no peito? Por que meu estômago embrulhou e meus olhos estão ardendo? Ah, deve ser fome!

James e Sirius assentiram ainda meio desconfiados e fomos até o Salão Principal.

Enquanto comia, a voz de Remus ecoava na minha cabeça.

Nunca temos, não estamos tendo e nunca teremos nada!

Ela é como uma irmã para mim!

Não temos nada, somos só amigos.

Droga! Por que eu estou me sentido tão mal? Remus é meu amigo, quase um irmão. Eu não deveria estar me importando com isso.

Mas é claro que ele nunca ia querer uma garota como eu. Eu não sou tão aplicada nos estudos, não sou uma pessoa doce, me divirto azarando as pessoas, sou bem terrível com sonserinos... Tudo bem que eu sou “popular”, mas eu não gosto e nem me orgulho disso, porque a fama que tenho não me traz coisas boas. Só mais detenções, inimigos, problemas, garotos pervertidos e comentários maldosos.

Respirei fundo e olhei para Remus, que sorria olhando para a ponta da mesa da Grifinória. Segui seu olhar e vi exatamente quem esperava: McKinnon e sua fiel amiga Meadowes.

Senti aquele mesmo aperto de novo. Tentei voltar a comer, mas assim que olhei para o meu prato me senti completamente enjoada.

Levantei-me e ninguém pareceu perceber, porque James olhava bobo para Lily, que estava ao lado da McKinnon e sua amiguinha sorridente. Sirius estava concentrado em lançar seu olhar 43 em uma garota da Lufa-lufa e Peter encarava os pratos na mesa, indeciso.

Caminhei até a fiel faia à beira do lago e sentei. É claro que Remus nunca teria nada comigo. Olha só a tal da Meadowes. Ela parece ser tão gentil, doce, amável. Argh! Três coisas que nunca fui, não sou e nunca serei. Ah, e mais uma coisa. Eu nunca fui, não sou e nunca serei namorada de Remus Lupin.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Mandem reviews por favor :3
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SOU TRAVECO