Savin Me escrita por Brus


Capítulo 8
7 - Chás, Ervas e Mentiras


Notas iniciais do capítulo

OIII GENTE (: Obrigada pelos reviews lindos *-* eu amei, e MUUUITO obrigada à Gabs Rossato pela recomendação *-* sério, eu amei!!
Eu escrevi um capítulo ENORME DE GRANDE, mas tem um motivo... LEIAM AS NOTAS FINAIS, POR FAVOR (:



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– SUMMER! RAIN! O CAFÉ. - Honestamente eu não tinha nome para o meu estado. Fiquei alguns minutos parada tentando absorver tudo o que eu estava sentindo. Eu sentia enjoo, e sentia que todos os meus ossos viraram gelatina. Meus olhos estavam mergulhados em larva fumegante e minha cabeça parecia ter se chocado com um meteorito. Eu não me lembrava de absolutamente nada do que aconteceu depois que pedi ao garçom um maldito remédio para dor de cabeça.

Abri meus olhos e vi o despertador no chão, quebrado. Provavelmente Rain fez isso quando aquele som de galinha dos infernos começou a tocar, e eu nem ouvi.

Espera, café? Eles fizeram café para nós? Olhei para o lado e vi um par de pernas pulando da cama de cima. Fechei os olhos e fingi que dormia. Me tapei até a cabeça, deixando apenas meus olhos um pouquinho abertos.

Ele vestia apenas uma calça de moletom preta folgada que deixava à mostra sua cueca. Nenhuma blusa. O cabelo parecia estar mais revoltado que o normal, e a boca mais vermelha, contrastando com a pele que estava perdendo o bronzeado.
Rain se aproximou da cama, pegou um travesseiro e com a menor delicadeza jogou em mim, creio que com a intenção de me acordar. E funcionou. O susto foi tão grande que eu me destapei e abri os olhos, fazendo uma careta.

– Você me deve 50 dólares. - sorriu vitorioso. Bom dia para você também, Rain.

– Não devo merda nenhuma. Eu fiquei com um garoto! A culpa não é minha se você não viu. - me levantei e comecei a procurar alguma peça de roupa, enquanto Rain estava no banheiro.

Algumas lembranças chegavam à minha mente com alguma dificuldade. Como por exemplo a imagem de uma figura masculina alta e bonita com a boca colada na minha. Oh, aquela boca...

– Eu sinto muito, mas a aposta era, se eu visse você ficando com um algum pobre coitado, cego e carente, eu te daria 50 pratas, caso contrário... - ele saiu do banheiro vestindo uma camisa e um jeans surrado. O cabelo ainda uma bagunça, e a boca... Espera, a boca dele... Ah, esquece. A dor na minha cabeça era tão intensa que eu estava tendo alucinações.

– Eu te procurei! Você devia estar se agarrando com alguma vadia e por isso eu não te achei.

– Ah, eu não a chamaria de vadia se fosse você... - Ele sorriu irônico com o canto da boca.

– SUMMER, RAIN, ÚLTIMA CHAMADA.

Rain abriu a portinha do teto/chão e começou a descer as escadas. Parou quando apenas a sua cabeça era visível.

– Depois terminamos essa conversa. Mas você ainda me deve 50 dólares. - Com mais um sorriso, ele fechou a porta e me deixou sozinha no quarto.

Fui para o banheiro e lavei meu rosto tentando manter meus nervos em um nível aceitável, afinal, o dia estava só começando e eu ainda teria muito com o que me estressar.

Terminei de me arrumar e desci para a cozinha.

– Olá, querida. - minha avó estava na cadeira de balanço tricotando. Quem olha assim acha até que é uma doce senhorinha, e não uma enviada do submundo com o único objetivo na vida de me torturar até a morte. - Decidimos que como vocês fizeram todas as suas tarefas do dia de ontem, e não erraram em quase nada, hoje o café da manhã é por nossa conta!

Nossa, ela falava como se receber comida fosse um presente.

Rain já estava sentado na mesa devorando algo que eu não consegui identificar.

– Ah... Obrigada, mas eu só quero um remédio para enjoo. - e novamente, parecia que eu estava contando alguma piada, porque a minha avó começou a rir.

– Querida... - risos - Nós... Nós... Não... - risos intermináveis - Não temos remédio aqui! - Epa, epa, epa... E se eu começar a passar mal aqui, agora? - Você toma um chá e volta a trabalhar. É assim que funciona aqui.

– O que vocês pensam que estão criando? - Perguntei exasperada - Adolescentes ou mini escravos?

– Olha, quer um remédio? Vá à plantação lá atrás da casa, e pegue um pouco das folhas daquela planta que tem lá. Elas são verdes e grandes. Não tem como você confundir. Depois volte aqui, pegue uma chaleira, coloque dois copos de água e coloque as folhas. Quando a água começar a ferver, espere por mais cinco minutos, e beba, sem açúcar.

Saí da cozinha praguejando até a última geração da minha família, ouvindo minha avó resmungar rindo "remédios... Ah as crianças de hoje em dia...". Fui para a parte de trás da casa, onde tinham várias plantas verdes e grandes. Atravessei um mar de roseiras com espinhos arranhando minhas pernas e meus braços, e peguei as folhas que estavam mais próximas de mim. Vinte minutos depois voltei para a cozinha que já estava vazia.

Meus olhos continuavam ardendo, minha cabeça doendo e meu estômago dando voltas de trezentos e sessenta graus. Procurei pela maldita chaleira e coloquei a água dentro. Desabei na cadeira mais próxima esperando que a água fervesse, para que eu pudesse colocar as folhas lá dentro. Olhei para o canto onde tinha o telefone dos anos oitenta, e vi uma folha ali em cima.

Oh não.

Fui até a mesinha e peguei a folha cujo meu nome estava escrito na mesma grafia da folha anterior.

"Summer, nenhuma mulher é uma boa mulher se não souber cuidar da casa onde mora. Hoje queremos te ensinar, como é duro ser uma dona de casa, portanto, suas tarefas do dia serão:

– Lavar as roupas;

– Varrer a cozinha;

– Lavar os banheiros;

– Limpar os quartos;

– Fazer o jantar.


Bom trabalho.


Obs.: Acreditamos que se você não é capaz de cuidar do lugar onde vive, automaticamente você não merece morar nele, portanto, caso não esteja tentada a passar o restante de suas férias no celeiro, terá que cumprir suas tarefas com precisão."


Arfei com descrença. Aquilo definitivamente estava indo longe demais. Dizer que eu não iria ganhar o jantar caso não completasse minhas tarefas? Aquilo era demais. Ser expulsa de casa caso não cumprisse uma tarefa estúpida? Era demais até para os meus elevados padrões de maldade.


Fui até a chaleira que estava fazendo um chiado irritante e a desliguei com raiva. Eu deixaria para tomar aquela porcaria de chá (que eu sabia que iria me causar mais enjoo que curá-lo) mais tarde. Chás tinham o poder de fazer o que eu estava sentindo piorar três vezes mais, e só depois de estar quase morrendo com o que quer que fosse o meu problema, ele começava a fazer o efeito correto. Sai para a lavanderia e peguei panos de chão, um balde e alguns produtos de limpeza. Se eles queriam o quarto limpo, eles teriam as merdas de quartos limpos.

Comecei pelos quartos das tias gordas. Me surpreendi em não encontrar nenhum balde com lágrimas, mas encontrei algo bem melhor. Diários. Não só um, mas cinco. Um pra cada tia gorda chorona. Sorri comigo mesma. Aquilo iria me proporcionar boas risadas mais tarde.

Com muita dificuldade limpei os três quartos, que para o meu prazer e a minha sorte tinham o chão de madeira, o que causariam ótimos tombos depois que eu encerei. Até que não era tão ruim ter que fazer as tarefas.

Mentira, era uma merda. Mas a melhor parte era poder, através de pequenos atos como encerar o chão com cera demais, trocar a pasta de dente por uma mistura de creme de barbear com produto de limpeza de vasos sanitários e até sumir com alguns objetos da casa (as dentaduras nojentas dos meus "avós", as revistas de homens das minhas tias...), infernizar a vida daqueles seres com deficiência nas faculdades mentais.

No final do dia, eu estava realmente mal. Sentia meus olhos marejarem pelo esforço de ter que varrer cada canto da cozinha, que era cheia de móveis de madeira extremamente pesados de se mover, mesmo que empurrando.

Eu já tinha encerado o chão de todos os quartos daquela maldita casa, lavado os malditos quatro banheiros, e agora estava realmente com medo de não ter tempo de terminar com a cozinha, lavar as roupas e fazer o jantar.

Se ser dona de casa era esse inferno, eu nunca iria me casar, e iria morar em um flat, pelo resto da minha vida.

Meu joelhos estavam sem força e meu estômago estava na ponta da minha língua quando eu terminei de limpar toda a cozinha. Me escorei à pia. Eu precisava comer algo. Não tinha almoçado e nem tomado o café da manhã.

Ouvi o som de um miado gay. Olhei para baixo e encontrei White sentado no chão olhando para mim com o rostinho inclinado para um lado. Ele miou novamente e se levantou, andando pela cozinha. Olhei para onde suas patas passavam e vi manchas pretas onde ele acabava de pisar. Oh. Não.

– WHITE SEU DESGRAÇADO FILHO DA MÃE! - Gritei descontrolada. Aquele gato enviado por Hades estava sujando o chão de terra onde quer que ele passasse. - SAIA DA MINHA COZINHA LIMPA.

A memória de Lúcifer e Cinderela me veio à mente, e eu ri por um momento da comparação ridícula. A diferença entre nós (além dela ter o príncipe e eu ter o sapo) era que Cinderela tinha pena de Lúcifer, e não fazia nada quando ele aprontava algo, enquanto eu tentava espancar o desgraçado do gato com o cabo da vassoura.

Sai da cozinha correndo atrás de White com a vassoura batendo no ar por ele ser mais rápido que eu. Infelizmente não vi uma pedra e bati meu dedo ali, quase caindo no chão, mas parece que a minha sorte decidiu dar um "olá" e Rain apareceu do nada e segurou minha cintura antes que eu caísse.

– Puta que pariu. - xinguei baixinho ao ver que meu dedo do pé começou a sangrar.

Não existe dor maior que a do seu dedo mindinho bater em algo. Principalmente quando esse algo é uma pedra.

Comecei a chorar baixinho ainda com Rain segurando minha cintura. Eu estava frustrada, irritada, faminta, com sono e com dor. E novamente mais uma lembrança da noite passada me veio à mente, quando eu bati com as costas no peito de Rain e ele me virou contra si.

Ele não falou nada, e só deixou que eu chorasse como uma criancinha birrenta. Não me aproximou ou me abraçou, e eu agradeci aos céus por isso, já que eu estava suada e com cheiro de produto de limpeza. Ele apenas ficou ali, me encarando, com as mãos na minha cintura.

Me acalmei e me afastei dele, agradecendo por ter me segurado e não me deixado cair.

– Por que você estava chorando? - ele perguntou quando chegamos à cozinha e eu vi o chão que eu havia acabado de limpar totalmente sujo, e a raiva voltou a esquentar meu rosto.

Fechei os olhos tentando me acalmar, mas o ódio e a tensão não permitiam.

– Eu preciso limpar essa cozinha novamente, porque aquele gato dos infernos sujou o chão todo, tenho que fazer a droga de jantar, e eu nem sei cozinhar! - Dei uma risada meio histérica. - E para melhorar ainda preciso lavar a roupa toda, e adivinha? - Não dei tempo dele falar - não tem máquina de lavar aqui! - A cada palavra que eu falava mais alterada e nervosa eu ficava. Eu estava à beira de um colapso. E a culpada era a minha avó de setenta anos. - Você já pode comemorar. - Eu acrescentei e ele me olhou confuso. - Se eu não completar todas as tarefas até hoje à noite, você não vai mais ter que se preocupar em dividir o quarto com ninguém. Eu vou para o celeiro.

Levantei e comecei a varrer frustrada a cozinha. Rain saiu de lá sem dizer uma palavra e subiu as escadas.

Provavelmente iria fazer o que eu havia dito para ele fazer. Comemorar.

Algum tempo - e muitas lágrimas - depois, terminei de varrer a cozinha. Eu simplesmente não tinha mais o controle das minhas emoções. Comecei a pegar os ingredientes na geladeira e no armário. Eu ainda não fazia ideia do que ia preparar;

Comecei a cortar os ingredientes (eu estava cortando mais os meus dedos que os ingredientes) enquanto um pouco de água fervia. Também coloquei a chaleira com o maldito chá para esquentar.

Eu estava decidida a terminar aquela porcaria de jantar, tomar a droga de chá, pegar as minhas coisas e tentar alguma forma de socialização com as vacas, que deviam ser bem melhores que a minha avó.

Eu esperava que de alguma forma todos morressem intoxicados com a minha comida.

Senti um perfume forte (que não era de comida) invadir minhas narinas e olhei para trás, encontrando o rosto de Rain bem próximo ao meu. Os braços dele rodearam os meus e nossos corpos ficaram colados. Ele pegou a faca da minha mão, e o tomate que eu cortava na outra, olhando para mim.

Eu não sabia o que ele queria, mas deixei que ele colocasse os ingredientes em cima da pia. Ele segurou a minha cintura e me virou de frente para ele. Suas mãos caminharam pelas minhas costas, mas pararam em um ponto onde se encontrava o laço do avental que eu estava usando.

Ele puxou o avental e o jogou em cima da pia, pegando minhas mãos e as rodeou em seu corpo. Sua boca estava tão próxima que eu sentia sua respiração lenta e quente contra a minha. Me guiou até a cadeira e me fez sentar ali. Quando notei o que ele estava fazendo, sorri. Rain estava com o avental (que muito ironicamente tinha a pergunta "hungry? bem na direção da sua parte inferior masculina) cortando os ingredientes que há segundos atrás eu estava tentando fatiar.

– Obrigada. - Murmurei e me levantei da cadeira.

– Só estou tentando garantir a sobrevivência do meu estômago. - Ele murmurou e acenou com a faca. Sai da cozinha e fui ao meu quarto.

Tomei banho quente e demorado. Olhei para o dedo do meu pé que estava em um estado lastimável. Quando saí do quarto eu me sentia renovada. Faminta e dolorida, claro. Mas estava mais calma, e podia pensar com mais clareza. Desci as escadas e a chaleira já estava desligada.

A cozinha estava com um cheiro ótimo, mas nada atraente para o meu estômago. Fui até a chaleira e coloquei aquele líquido horrível e com cheiro de estrume em um copo. Sentei na cadeira e fiquei encarando o copo, e ele me encarando. Aproximei-o dos meus lábios e provei um pouco. Oh. Meu. Deus. Aquilo não podia ser para beber. Cuspi o líquido na pia e fiz uma careta, voltando a sentar na cadeira.

Rain desligou o fogão à lenha e pegou um copo, colocando um pouco do chá e sentando de frente para mim na mesa.

– À sua... saúde? - ele disse irônico enquanto levantava o copo e esperava que eu fizesse o mesmo para brindarmos.

– Você vai beber esse veneno? - Ele deu de ombros.

– Eu meio que me sinto culpado por você estar assim hoje. Não arrependido - ele acrescentou quando eu ia dizer algo - não me arrependo de ter levado você lá, afinal, eu ganhei 50 dólares e... Fiz algumas coisas que eu estava querendo fazer há tempos. - Ele sorriu malicioso.

Desnecessário.

– Ok, Rain, não preciso ouvir sobre a sua vida sexual. Vamos pular essa parte. - Ele riu e estendeu o copo novamente.

Dessa vez bati meu copo no dele e engoli de uma vez todo aquele líquido cujo gosto era indescritivelmente ruim.
Subi correndo para o banheiro do meu quarto e escovei os dentes umas três vezes. Deitei na minha esperando pela piora do meu anjo, e algum tempo depois Rain apareceu no quarto. Olhei para Rain e comecei a rir descontroladamente.

– Por que... Por que você está se movendo em câmera lenta? - Todos os movimentos de Rain eram cinco vezes mais lerdos que o normal. Ele começou a rir comigo.

– Eu não estou em câmera lenta... - ele sentou ao meu lado na cama - Mas por que você está rosa? E que voz é essa? - Até a voz dele estava mais grossa como se fosse realmente em câmera lenta. Não sei quanto tempo ficamos rindo do nada, mas eu não sentia mais o meu estômago, e nós dois estávamos deitados no chão rolando de rir.

– Eu já sei por quê a gente está assim! - Rain disse levantando a mão como se quisesse responder algo que a professora perguntou. Seu rosto estava vermelho, e ele não estava mais falando tão lentamente.

– O que é? - Perguntei prendendo o riso.

– O CHÁ - ele continuou gritando e rindo. Nossa, como o sorriso dele era atraente.

– Isso! - comecei a rir novamente. A blusa de Rain prendeu em algo enquanto ele rolava rindo e rasgou um pedaço. Ficamos em silêncio algum tempo enquanto ele tirava e observava a camisa.

Aaah, eu gostava dessa. - ele fez um biquinho.

Espera. Roupa. Lavar.

– RAIN! - Gritei levantando com a menor coordenação. - A ROUPA! EU NÃO LAVEI A ROUPA!

Rain pareceu se despertar, e com igual coordenação levantou. Abri a porta e desci as escadas - e por completa ironia eu não caí dessa vez - e Rain e eu descemos para o andar de baixo. Parei no meio da escada e Rain trombou em mim.

– Shhhhh - virei para ele e o repreendi. - Como a gente vai passar por eles? - Sussurrei e começamos a rir.

– Espera, eu tive uma ideia. - Ele sussurrou de volta e desceu as escadas antes que eu pudesse impedi-lo. A lavanderia ficava atrás da cozinha, ou seja, eu precisaria passar por todos que estavam jantando para chegar até lá. E eu talvez tivesse uma chance se minha avó não tivesse notado que eu esqueci de lavar as roupas.

– GENTE! - Rain gritou com a voz ainda um pouco engraçada - O WHITE ESTÁ MORRENDO ENGASGADO LÁ EM CIMA! - Dito isso, ele saiu correndo pela escada e quando passou por mim, disse baixinho: - Te encontro daqui a pouco. - Rindo, ele subiu as escadas e logo a manada de pessoas começou a me atropelar pela escada.

Desci o mais rápida e coordenadamente que pude, e fui até a lavanderia. Para a minha total sorte, tinham apenas dois shorts meus, e algumas roupas íntimas também minhas.

Joguei água e um pouco de sabão pelas roupas, as esfregando de qualquer jeito e joguei mais água por cima. Alguns minutos depois Rain apareceu na lavanderia, me dando um susto.

– E aí? Terminou?

– Ainda não. - esperei que ele virasse e espirrei um pouco de água em suas costas nuas. Ele girou sobre os calcanhares e me encarou com um olhar assassino, mas em seguida riu e jogou um pouco de água em mim também.

– Ok, ok, eu me rendo - eu disse sussurrando. Meu corpo estava praticamente todo molhado. - Pode subir, eu termino isso sozinha. - a verdade era que eu não queria lavar minhas calcinhas na frente de Rain. Eu tinha algumas realmente constrangedoras.

– Ok. - Ele sorriu e foi para dentro. O efeito do chá maluco (que com certeza não era para curar enjoos) estava quase passando. Terminei de lavar minhas roupas e as estendi. Eu ia apagar a luz da lavanderia, mas tropecei em algo e cai no chão. - Oh, merda. - olhei para o meu pé e vi a causadora da minha queda.

Uma camisa. Que não era minha, mas que de alguma forma eu conhecia. Novamente as lembranças da noite passada vieram, e eu podia ver claramente minhas mãos agarradas àquela camisa. Olhei a gola, e arregalei os meus olhos. Corri para o meu quarto ignorando os olhares da minha família e os gritos que me advertiam para que eu não corresse.

– Rain - falei casualmente deitando na minha cama, e vi que ele estava na dele. As luzes estavam apagadas então a única coisa que iluminava o quarto era a lua, através da porta de vidro da sacada. - Me diz... Como era a garota com a qual você ficou ontem?

– Ah... Por que você quer saber?

– Ah, bem... Você disse que ela te satisfez... Estou curiosa sobre ela.

– Ela era baixa, cabelos compridos... Não tenho muito o que falar sobre ela.

– Ela beijava bem?

– Por que? Vai querer o telefone dela? - Ele riu consigo mesmo.

– Só responda. - Revirei os olhos.

– Sim. - ele suspirou - Ela... Ela beijava bem. - Sorri e sai da minha cama.

Subi as escadas que levavam à cama de Rain, e fique por cima dele, rodeando sua cintura com minhas pernas e sentando em sua barriga. Sua expressão era confusa. Mostrei-lhe a camisa e sorri.

Você me deve 50 dólares, babaca..


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Notas finais do capítulo

Bem, gente, sinto muito pela porcaria de capítulo D: mas vamos ao que interessa: Eu quebrei todas as minhas regras, superei todos os meus TOCS, e fiz um capítulo enorme (para os meus padrões), porque eu provavelmente vou ficar sem postar um tempo. Eu quero terminar de escrever a minha outra fanfic (Skinny Love, quem não lê, deveria u.u kk). Assim que eu terminar, eu volta a escreve Savin Me. Eu NÃO vou abandonar vocês, ok? E espero que não me abandonem...
Agora com esse capítulo enorme vocês não tem motivos para não mandarem reviews me dizendo o que vocês acharam u.u E aí, querem que eu diminua ou continue com o padrão de 3 mil? O que vocês acham?
Beijos e até mais (: