Savin Me escrita por Brus


Capítulo 9
8 - Troublemaker


Notas iniciais do capítulo

É um pássaro? Um avião?! Não! É somente a tita Brus que está cumprindo com a promessa e ressurgindo das cinzas like a fênix com mais um capítulo para vocês! Kddosjkss
Eu sei, eu sei... eu demorei mais que o previsto, mas se vocês forem às notas finais do capítulo anterior, vão ver o motivo pelo qual que sumi por taaanto tempo ^^
Bem, antes de qualquer coisa, obrigadas pelas MP's que vocês mandaram com ameaças de morte (gente, algumas de vocês estão precisando de umas sessões de descarrego kkk), me cobrando, perguntando... enfim, obrigada de verdade



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Rain permaneceu estático sob mim, e honestamente achei que ele - de alguma forma completamente sobrenatural - havia se transformado em uma estátua.

Continuei sobre ele esperando por alguma resposta. O sorriso sarcástico e vitorioso não saía dos meus lábios... mas espera... o que eu estava comemorando? E estava em cima do garoto que eu supostamente não suporto, acusando-o de ter me agarrado em uma boate e eu ter aceito de bom grado. Eu possuía fortes problemas.

Não havia iluminação aonde estávamos, mas a luz pálida que vinha da lua e que entrava pelas largas portas da sacada eram suficientes para eu ver a expressão de Rain.
Ele abriu a boca algumas vezes, mas nada falava. Por fim, soltou um:

– Do que você está falando? - ok, aquilo era o cúmulo.

– Não seja ridículo! - disparei - Você estava usando essa camisa ontem à noite, eu fiquei com um cara que vestia exatamente essa camisa... - disse esperando que ele ligasse os pontos.

– Espera aí... - ele disse se apoiando sobre os cotovelos. Isso fez com que ficássemos mais próximos. - Você está querendo dizer que eu fiquei com você ontem à noite? - ele me olhava com descrença.

Olhei-o cética.

– As provas falam por si mesmas.

– Que provas?! - ele parecia exasperado. Levantei a camisa e a sacudi na frente do seu rosto. - Summer, você realmente acha que eu sou o único que tem essa camisa? - ele me perguntou com descrença.

– É uma blusa de marca. Quantos homens você acha que tem exatamente essa blusa dessa marca aqui nessa "cidade"? - fiz aspas com os dedos para a palavra cidade.

– Isso é ridículo. Você não pode ter certeza de que ele estava com essa camisa, estava escuro demais lá. Pode ser uma parecida. Preciso de uma prova maior que essa se você quiser que eu acredite que ontem eu estava com você. - ele estava fazendo isso para me irritar, só podia! Argh! Mas eu não iria desisti assim tão fácil.

– Tem a marca do meu batom. - desdobrei a camisa e o mostrei o local onde eu havia beijado.

– E por que eu não posso ter sido beijado por alguém que tinha a mesma cor de batom que a sua? - me irritar. Definitivamente ele queria me irritar.

– Espera, deixa eu ver se entendi direito. - eu disse tentando me controlar para não socá-lo ali mesmo - Você estava no mesmo lugar que eu, me disse que a garota com quem você ficou era baixa e de cabelos compridos, recebeu um beijo exatamente aonde eu dei, na camisa que eu tenho certeza que é a mesma da do garoto com que eu fiquei... - fui enumerando com os dedos as evidências de forma impaciente. - E você insiste em dizer que não era você?!

– Hm... exatamente. - eu podia ter me drogado, não estar enxergando bem e muito alta no dia em que agarrei aquele garoto, mas louca eu não estava. Definitivamente não.

Saí de cima dele e pulei da sua cama indo para a minha, emburrada.

– Você é mesmo um babaca orgulhoso. Por que não admite logo que foi comigo que você ficou ontem? - perguntei, mal humorada. Sentei na minha cama e cruzei os braços como uma criancinha cujo doce foi negado pelos pais.

Ficamos em silêncio por algum tempo, mas depois vi os fios claros do cabelo de Rain escorregarem para fora de sua cama, e um par de olhos começou a me encarar de forma indagadora.

– Por que está tão curiosa sobre isso, Cabeça de Fósforo? - contive o impulso de puxar os lindos fios de cabelo de Rain até que ele rachasse a cara no chão e respondi.

– Primeiro, não estou nem aí se eu fiquei ou não com você. O fato é que se foi com você, não vou precisar te pagar os malditos 50 dólares. E segundo, cabeça de fósforo? Quer morrer? - continuei com a minha carranca agora acompanhada por um biquinho e desviei os olhos do local onde ele estava.

Senti-o voltar com sua cabeça para cima e achei que fosse esquecer sobre esse assunto. Eu certamente não esqueceria e faria o que fosse para fazê-lo admitir que ele achou meu beijo realmente bom até o final dessas férias.

Deitei e fechei meus olhos esperando adormecer e pelo menos terminar meu dia com dignidade. Senti a beliche se mexer de forma vacilante e depois o corpo de Rain ocupar o pouco espaço que havia na minha cama. Ele se deitou de frente para mim, e pude sentir que ele me encarava, mesmo no escuro.

– Sabe, tem um jeito da gente descobrir isso.

– Invasão de privacidade é o seu sobrenome, não é? - bufei irritada - E qual é o plano, gênio?

– Eu te beijar. - ele disse como se isso fosse uma ideia brilhante e tudo o que eu consegui fazer foi rir. E não foi pouco não. Ri até meu estômago começar a protestar de dor, até que meus olhos estivessem cheios de lágrimas e minhas bochechas doendo.
Rain continuou me encarando sério. Sua expressão habitual.

– Rain, quanto daquele chá você bebeu? - perguntei prendendo o riso.

– A mesma quantidade que você. E não entendo o motivo da graça. Bem, você está convicta de que já me beijou uma vez, então não seria sacrifício nenhum fazê-lo novamente. E se eu estiver certo, você vai ter a prova mais autêntica disso. - ele sorriu para sua resolução brilhante.

– Tá, mas já passou pela sua cabeça que eu só tenha ficado com você ontem porque estava drogada? E que agora, com a cabeça no lugar, eu não queira te beijar? Por acaso essa hipótese brilhante já passou pela ervilha qie você chama de cérebro?

– Hm... bem, disso eu duvido um pouco. - e com isso ele ficou por cima de mim, com seus dois braços cercando minha cabeça e o rosto realmente próximo ao meu. As batidas do meu coração incontrolavelmente se aceleraram, mas não o deixei perceber isso. Desviei os olhos dos seus. Porque em uma briga entre os meus e os dele, os dele venciam e ainda arrasavam e humilhavam os meus. - Você realmente não quer me beijar agora? - ele perguntou em meu ouvido e me fazendo ficar arrepiada.

Desgraçado, filho da puta. Fiquei com raiva.

– Não. - respondi com firmeza na voz. Firmeza que se desfez no segundo em que seu dedo polegar tocou meu lábio inferior e o puxou levemente para baixo.

– Pare de fazer esse bico emburrado. - ele murmurou em tom sério. Seu dedo saiu do meu lábio e percorreu minha clavícula. Seus olhos acompanhavam o movimento.

O que tinha de errado comigo? Por que eu simplesmente não o empurrava para fora da cama?

Porque eu queria agarrá-lo. Oh, como queria.

Juro que se não fosse o meu maldito orgulho e a minha birra, eu estaria agarrada ao corpo de Rain mais do que agora e seus lábios estariam colados em sincronia com os meus. Eu sei. Eu vou para o inferno. Mas eu sou uma adolescente que estava sob o corpo - muito gostoso, devo ressaltar - de um garoto que estava me provocando até eu fazer coisas das quais não me orgulharia mais tarde.

Suas pernas se apertaram mais ao redor da minha cintura e eu me ouvi arquejando e fechando os olhos. Isso fez com que Rain parasse seu carinho pelo meu rosto, e beijasse levemente minhas pálpebras, depois a ponta do meu nariz, e por fim, quando estava na vez da minha boca (que devo admitir, já estava entreaberta, apenas esperando) ele parou, sorriu brevemente e sussurrou:

– Tem certeza? - não havia uma fibra do meu corpo que protestasse contra o desejo de agarrá-lo que crescia a cada segundo dentro de mim. Meus neurônios pararam de funcionar e eu não conseguia processar nenhuma informação. Estava tomada pelo desejo. Então sem pensar, concordei com um aceno de cabeça afirmativo.

E, de repente, como álcool tirado do alcance de um alcólatra, Rain afastou seu corpo do meu, e ainda mais cedo do que eu pude processar a tempo de tomar alguma atitude, ele estava fora da minha cama.

– É, - ele disse e eu senti uma pontada de... decepção? Não sei se essa era a palavra certa para descrever o que ouvi em sua voz - parece que eu estava errado. Você realmente não quer me beijar. Desculpe. - ele disse subindo a escadinha para a sua cama.

Só depois de vários minutos, onde meu corpo se adaptava ao bruto rompimento de endorfina (juro que se eu tivesse o órgão como o dos homens, eu teria que tomar uns três banhos frios) eu percebi o que tinha feito de errado (além de perceber que isso - isso = rompimento de endorfina - poderia ter sido até prejudicial à minha saúde - se esse garoto tivesse me matado, eu voltaria e o mataria). Quando ele perguntou se eu tinha certeza, estava se referindo à eu não querer beijá-lo e eu concordei, ou seja, concordei que não queria beijá-lo quando tudo o que eu queria fazer era agarrá-lo! Malditos neurônios! Mas isso era culpa somente dele. Quem mandou ser tão irritantemente gostoso?

Enfiei a minha cabeça no travesseiro reprimindo um grito de frustração que estava preso em minha garganta. Eu sabia que mesmo abafando com o travesseiro ele escutaria, afinal, ele estava bem em cima de mim.

Deitei minha cabeça no travesseiro e me concentrei ao máximo em pensar em qualquer coisa menos nos minutos que se passaram. Se eu pensava que o meu dia já tinha tido surpresas e frustrações o suficiente, a vida tratava de arranjar algo especial para me surpreender.

Eu estava quase caindo no sono quando do nada ouço o barulho de algo explodindo.

E depois outro. E outro. E então um barulho maior ainda e o silêncio retorna.

Oh, merda. EU IA MORRER AGORA. ALGUM MALUCO ESTÁ ATIRANDO BOMBAS NA CASA E ELA (POR SER TÃO VELHA QUANTO A MINHA AVÓ) IRIA CAIR E EU IRIA MORRER. VIRGEM.

OK. NADA DE PÂNICO (MESMO SOB A AMEAÇA DE MORRER VIRGEM).

Ouvi Rain pular da cama e olhar para mim alarmado. Ele foi até a porta da sacada e começou a abri-la. Instantaneamente pulei da cama e corri até ele, puxando-o pelo braço antes que ele desse um passo em direção ao lado de fora.

– Você está louco?! - perguntei baixo, mas querendo gritar. - Você não faz ideia do que tem lá fora! E se for um serial killer?

– Summer - ele me olhou com descrença - o que um serial killer iria fazer aqui, nesse fim de mundo?

– Você não vê seriados? Ele pode ter algum plano para distrair o inimigo e nós somos as vítimas inocentes! - Rain me olhou como se eu fosse paranóica (o que, convenhamos, naquele momento seria absolutamente normal eu ser) e desprendeu meus dedos que estavam fincados e praticamente quebrando seu pulso.

Antes que ele dissesse algo, ouvimos o som do gatilho de uma arma ser preparado e a porta do primeiro andar ser aberta. Ok, agora é o meu fim.

– Não estou pedindo para você ir comigo - Rain disse virando-se para a sacada - então fique quieta aí, e se, sei lá, eu gritar, corra.

E com isso, Rain desapareceu na sacada me deixando ali sozinha e extremamente nervosa. Alguns minutos depois, ele entrou sério.

– Está muito escuro. Não consigo ver nada. Vou descer. - haha, agora o garoto tinha surtado.

– É O QUE? - Dessa vez eu gritei mesmo. Pouco me importando se o serial killer iria nos ouvir ou não. - VOCÊ PERDEU O JUÍZO DE VEZ? VOCÊ OUVIU O BARULHO DA ARMA? OUVIU A PORTA? OUVIU AS B... - Não pude terminar a frase, porque Rain havia colocado sua mão (nada pequena) sobre a minha boca (e acabou tapando meu rosto inteiro) e me ergueu me carregando até algum lugar que depois eu fui perceber que era o banheiro. Mesmo com todos os meus chutes e tentativas de mordê-lo, ele me pôs lá e trancou a porta antes que eu conseguisse revidar.

– RAIN! - Bati convulsivamente na porta - VOCÊ NÃO VAI ME DEIXA AQUI, SEU DESGRAÇADO! ABRE ESSA PORTA AGORA ANTES QUE EU ABRA UM BURACO NA SUA CARA!

– E depois você ainda pergunta por quê eu te chamo de cabeça de fósforo. - ouvi sua voz através da porta. - Fica aí, esquentada. - uma risada breve escapou dele - Não é como se você pudesse sair daí, certo?

Errado.

Mas não verbalizei. Fiquei quieta enquanto ouvia os passos de Rain se distanciando, e quando o quarto estava mergulhado em silêncio novamente, dei uma risadinha. Agradeci mentalmente o dia em que fugi da escola e fui dar uma volta pelo lado mais deserto e obscuro da minha cidade. Nesse dia, esbarrei em um garoto que aparentemente estava fugindo da polícia e inacreditavelmente, enquanto ele estava fugindo começamos a conversar e ele me ensinou vários truques de como arrombar uma porta. Um desses truques era quebrando a maçaneta.

Não que eu tivesse tentado isso antes, até mesmo porque, quando eu ia tentar, a polícia nos achou e deduziu que eu estava sendo obrigada a fazer aquilo pelo garoto. (Sim, essa foi a minha primeira passagem pela polícia. Por isso eles acharam esse absurdo). E ele nem negou! Nesse dia fui escoltada para casa. Depois nunca tive a oportunidade de arrombar outra porta. O que posso dizer? Depredar propriedades nunca fora o meu forte.

Mas agora eu tinha a oportunidade perfeita de pôr em prática o que Josh havia me ensinado. Encarei a maçaneta e fechei minha mão em punho dando um beijinho nela (não sei porque as pessoas faziam isso nos filmes, mas achei uma boa - e única - oportunidade para imitar) e arrisquei o primeiro golpe. Duas tentativas e uma mão quase quebrada depois, finalmente a maldita maçaneta caiu.

Dei uma risada vitoriosa e me distanciei da porta, dando um chute nela logo em seguida. Ouvi um estrondo e a porta se abriu. Agradeci mentalmente à Josh em qualquer reformatório que ele estivesse agora e fui até a portinha do sótão e a abri.

Eu espero que aquele serial killer não tenha matado Rain antes de mim.

Desci correndo a escadinha e passei pelo corredor dos quartos das tias gordas que agora estavam acordadas e a ponto de chorar nas portas. Parecia um desfile de pijamas ridículos, que variavam de camisolas até o pé (com direito a toquinha na cabeça e tudo) a blusas e shorts com decorações da fazenda. Elas ficavam cochichando coisas como "você vai morrer se descer!" Ou "volte pro seu quarto, menina estranha!", mas não deixei que seus comentários me afetassem, porque meu objetivo no momento era apenas um: matar, esquartejar e queimar os pedaços de Rain. Eu lidaria com quem estivesse querendo me matar mais tarde.

Mas quando cheguei ao andar de baixo e passei pela porta da entrada que estava escancarada, a cena que presenciei foi algo realmente inesperado.


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Notas finais do capítulo

E essa minha capacidade de começar um capítulo super fofo e legal e terminá-lo maconhado? Como fica? Kkkk gente, sério, eu acho que fumo antes de escrever Savin Me, porque o que esses capítulos têm de sem sentido, não está no gibi. Mas sério, no próximo capítulo vocês vão entender essa confusão toda hehehe
Bem, claro que eu tenho que aproveitar a oportunidade e fazer uma brincadeirinha básica, então é o seguinte, quem acertar o que a Summer viu, vai ganhar o próximo capítulo antes dele ser postado aqui!!! Hehe e aí? Mdndkdsjs mas devo avisar que é algo que vocês não imaginam... ou talvez imaginem T.T sei lá. Enfim, um palpite só, ein...
Quanto ao próximo capítulo, peço que sejam pacientes com a titia aqui, porque eu to dando realmente duro pra organizar minha vida pessoal nessas férias, dividi-la com meus pais (quem tem pais separados vai me entender... --') e ao mesmo tempo escrever... eu já terminei Skinny Love, mas tenho Naughty Boy hehehe quem ainda não leu, favor leia u.u é meu mais novo xodó hihi, mas não vou ficar sem postar por tanto tempo. Só estava precisando daquele tempinho para terminar meu ano na escola, me ajeitar... mas agora está tudo bem (:
Beijos