E se não estivéssemos juntos? escrita por Bia Vieira


Capítulo 6
Cato, o ciumento.


Notas iniciais do capítulo

Era pra eu ter postado sexta... mas eu sou má q nem um golfinho XD



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Horas depois, o médico disse um bando de coisas mas eu só entendi ele falando "bem" "podem visitá-la". Fui o primeiro.

Sei que terminei com a Clove mas isso tudo é por medo de vê-la morta e eu ficar sozinho. Sou um egoísta, mas eu posso ser assim... eu tenho o direito. 

Entrei no quarto de Clove e cara... vê-la deitada toda zonza é a pior imagem que eu já vi. Eu não posso negar mais a mim mesmo e terei que ser um meloso... eu fugi dessa frase por muito tempo, mas cada passo que dou perto dela é uma tortura e eu sei que o que estou pensando é certo... é verdadeiro.

- Baixinha... - sussurro. - Como eu pude deixar uma garota assim?

Ela não diz nada. Acho que posso tirar esse peso das costas... é um peso agradável mas é ruim pra mim, eu não me entendo. Eu nunca fui sentimental até começar a duelar com ela.

- Eu te amo. - sussurro desejando que ninguém tivesse ouvido.

- Finalmente. - ela diz.

Pera. Como? Ela tava dormindo!

- Eu sei o que está pensando - Clove abre os olhos e vira a cabeça na minha direção, é incrível como os olhos verdes poderosos dela ainda tinham o brilho superior de sempre... nossa... que gay. - eu ouvi o "eu te amo".

- Eu nunca disse isso, deve ter sido um sonho.

- Estamos sendo gravados, sabia? Posso pedir pra rever a cena.

- Tá bom, você me pegou.

Ficamos em silêncio fitando o nada. Não queria olhar pra ela, aquilo foi uma humilhação pra mim, nenhuma garota ouviu um "eu te amo" de mim a não ser minha mãe ou minha irmã.

- O que veio fazer aqui? - ela quebra o silêncio logo após cruza os braços.

- Eu te trouxe pra cá. Se não fosse por mim você estaria parecendo uma mistura de um peixe fora d'água com um cão raivoso com espuma na boca.

Consigo ver um pequeno, na verdade minúsculo, sorriso.

- Suas piadas nunca acabam né?

- Nunca acabarão.

- Já que vi o - ela ergue os braços e os gira no sentido horário - "grandioso" Cato - ela abaixa os braços - se render a uma garota, eu te devo um obrigada. Obrigada por ter me trago aqui.

E agora a Clove fica vermelha.

- É isso mesmo? Clove orgulhosa agradecendo o grandioso Cato? - ironizo.

- Ironias é comigo. 

- Que seja.

- Cato me responde uma coisa... você tinha terminado comigo e me salvou... porque?

Tento pensar na resposta menos idiota possível.

- Porque tenho esperança de que ainda vamos ovltar depois que você se curar.

Achei que ela fosse gostar disso, fui romântico pela primeira vez na vida mas ela apenas me encarou séria e tenebrosa.

- Se você não me quer doente, então eu não te quero também.

- Tenta me entender...

- Não. Você é ridículo, sabe porque as pessoas num casamento dizem "na saúde e na doença?" - eu ia dizer que não sabia mas ela foi rápida demais - é porque nenhum obstáculo vai separá-los, porque eles se amam. E você mentiu pra mim quando entrou na sala.

- Não menti eu só...

Eu...

- Você?

Tentei pensar mas não deu, eu não pensei nisso direito... eu me sinto culpado. - Vai embora.

Obedeci. Eu fui.

3 semanas depois...

CLOVE

Eu estava andando com Leance, indo pra escola como sempre. Phoebe já tinha ido, como sempre e eu estava com ele. Tudo estava calmo, eu estava me recuperando bem e segundo o médico eu progredi muito. Leance falava coisas sem nexo que me faziam rir, eu gostava disso, ele está fazendo o que eu preciso... rir, o melhor remédio de todos.

Estava tudo calmo até eu ver o Cato e a aluna nova, Nicole. Ela é morena, magra e um pouco mais baixa que ele. Ele estava conversando com ela encostando um braço numa árvore e a encarando de uma forma sedutora... não... aquilo não pode ser o que eu estou pensando.

- Venha. - disse Leance me puxando.

- Espera. Faça o que eu fizer, apenas vá na onda do momento, tá bom?

- O que vai fazer? - ele pergunta duvidoso.

- Isso.

Puxei seu braço e o abracei. 

- Agora. Faça isso sem negar.

Joguei minhas mãos em volta de seu pescoço, fechei os olhos e pela primeira vez eu o beijei. Era estranho beijar um garoto que eu considero um irmão de coração. Era bom, ele beijava bem, mas eu não sentia a mesma coisa que sentia quando estava com Cato... e nem ele sentia. Abri meus olhos e me afastei dele.

- O que foi isso?

- Provocando o Cato.

Olhei discretamente pra direita e vi Cato longe de Nicole. Ele me olhava boquiaberto e com ódio nos olhos. Quando achei Nicole, ela estava beijando outro garoto que eu não faço ideia de quem seja.

Ah não...

Cato vinha na minha direção e eu virei a cabeça. Ele me viu beijando o Leance, é claro. Por sorte, eles só deu deu um fraco empurrão em Leance e foi embora.

Entrei na minha sala e tive um azar. Havia duas cadeiras, uma próxima a outra, que estavam disponíveis. E só faltava eu e Cato.

Me sentei em uma cadeira e logo depois, Cato fez o mesmo, não nos olhamos mas sentimos que o clima estava tenso.

Achei que não era possível ter um azar maior... mas eu tive. O professor passou um trabalho em dupla e eu fui obrigada a fazer com Cato. Tivemos que unir as cadeiras e fazer o trabalho. Era uma coisa muito idiota, mas eu fui obrigada.

- Então... agora tá com o Leance? - ele pergunta.

- Não é da sua conta.

- Bem você o beijou na frente do colégio inteiro. Eu posso perguntar.

- E daí se eu estiver com ele? Não temos mais nada.

- Ele não é melhor que eu... eu sei seus pontos fracos.

- Faz sua parte do trabalho, Cato.

- Só me responde uma coisa... ele consegue te deixar arrepiada quando só encosta na sua cintura?

Não falo nada.

- Ele já ao menos encostou na sua cintura? Assim...

Cato sabe que só de chegar perto de mim eu já fico arrepiada. Ele é o único que consegue isso. Senti sua mão passar pela minha cintura e me puxar pra perto.

- Não me toca! - digo entre os dentes me afastando. 

- Ele já te fez sorrir?

O sinal tocou e já podíamos ir pra casa. Peguei minhas coisas e saí até le puxar meu braço.

- Você não respondeu minha pergunta.

- Eu disse uma pergunta e não várias.

Puxei meu braço e fui embora com Phoebe.

- Você vai?

- Aonde?

- Na festa na casa do Stan. - disse Phoebe.

- Ah não tô num clima pra festas...

 - Ah Clove vamos! Você nunca vai se animar se continuar vendo as novelas da Capital enquanto come sorvete de flocos!

- Sorvete de flocos é muito bom.

- Eu sei, mas vai comigo... por favor? 

- Não.

- Por favooooooooooooooooooooor!

- Tá bom! Só dessa vez.

- Ok, vou na sua casa ás 9 pra gente se arrumar.

Não queria de jeito nenhum ir pra festa que Phoebe queria me levar... mas eu fui. Ela me obrigou a ir com uma blusa cinza e uma saia, eu queria ir de calça mas ela insistiu em saia... então a obriguei a me deixar ir de jaqueta. Ela deixou meu cabelo soltos com alguns cachos nas pontas. Ela passou um batom vermlho a força em mim e colocou aquela droga de cílios postiços que mais parecem vassouras de bonecas.

- Ai que linda qu você tá, Clove!

Ela foi com um vestido azul tomara que caia, por mais que eu não suporte dizer isso, Phoebe é meio... piri.

Fomos embora com o aviso idiota de Trix "voltem sóbrias" e eu lá sou de beber? Só gosto de algumas coisas... mas não sou uma bêbada.

A casa de Eric tinha a casa com paredes anti-som, só dava pra perceber que era uma festa quando vimos as luzes. Entrei junto com Phoebe pedindo a Deus pra não cair do salto preto que ela me deu. 

- Sorria, você tá de deixar qualquer um com a boca no chão. - ela sussurrou.

Não sorri muito. Entrei na festa e a acompanhei. Dancei e pronto. Não estava mesmo em um clime de festa e estava com a garganta seca. Tinha um mini-bar lá e era tudo bem arrumadinho. Me sentei lá e pedi qualquer porcaria. Descasei os pés um pouco, aquele salto estava me matando.

- Oi, Clove, como você tá diferente.

Eu conheço essa voz, não é a do Cato, mas eu a conheço. Me viro e vejo o ex-garoto dos meus sonhos. Marco. Eu fui apaixonada por ele desde os 10 anos e parei com isso quando fiz 13. Ele estava absolutamente lindo e muito melhor do que antes. Seus olhos castanhos cor de mel e seu cabelo preto... ele era muito parecido comigo na personalidade, e por isso eu era tão atraída por ele.

- Oi Marco. - digo sorrindo.

- Você tá linda!

- Obrigada... eu acho.

- Quer dançar comigo?

- Não, ela não quer. - Era tudo que eu não queria... Cato chegou. Antes de falar qualquer coisa ele empurrou o garoto e olhou pra mim.

- Eu tenho que falar com você.


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Notas finais do capítulo

vestido da Clove (é o primeiro) : http://peteteca.com.br/wp-content/uploads/2012/04/jaqueta-de-couro-e1334194852299.jpg