E se não estivéssemos juntos? escrita por Bia Vieira


Capítulo 4
E que meus pesadelos recomecem!


Notas iniciais do capítulo

ESPECIAL FIM DE AVENIDA BRASIIIL!



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                        - Cato, espera. - eu disse enquanto ele virava as costas.

                        - O que?

                        - Me encontra na árvore próxima a Noz em que você caiu naquele dia. Me encontre daqui a duas horas.

                        Ele balançou a cabeça positivamente e sai andando.

                        Duas horas depois, encontro Cato com o braço direito apoiado na árvore e a cabeça baixa. Ao chegar perto dele, ele levanta sua cabeça.

                        - O que tá acontecendo? - pergunto.

                        - Você me chamou aqui só por isso?

                        - Me responde. Eu perguntei primeiro.

                        Cato, sério ou não, ficava um tanto sedutor com roupas pretas... com aquela jaqueta então ele pegava um estilobadboye eu acho lindo. 

                        - Foi bom você ter me chamado... eu não aguento mais isso.

                        - Isso o que?

                        - Isso tudo que aconteceu. Essas brigas, essas mortes... isso te afetou muito mas me afetou também. Me afetou duplamente, pois com você triste, eu fui afetado.

                        Depois de cinco segundos eu solto:

                        - Hã?

                        - Com você triste, eu piorei mais ainda. Eu não tô brincando, mas você me afeta de uma maneira que eu gosto e ao mesmo tempo não gosto.

                        - Está dizendo, com outras palavras, que me ama?

                        Cato se afastou da árvore e tocou meus ombros.

                        - É difícil pra mim assumir isso com sinceridade pela primeira vez na vida.

                        Suspiro e entendo sua preocupação. Cato iludiu muitas garotas e eu tenho medo de ser uma delas, mas algo no brilho dos seus olhos me garantia de que ele realmente sente algo por mim.

                        - E você? - ele pergunta.

                        O que digo? "Também te amo"? É muito fraco, eu sei que o que ele tá falando é verdade mas não sei se isso é o que eu realmente sinto de volta. Uma atração, um "eu gosto de você" mas um amor... acho que preciso pensar antes de tacar tudo no ventilador.

                        - Eu... eu...

                        Cato se afasta e dá um sorriso irônico enquanto passa a mão pela sua testa.

                        - Você não corresponde.

                        - Não é isso...

                        - Tá beleza, eu achei que você dissesse que sim ou alguma resposta irônica valendo um "sim" mas nem isso.

                        - Eu não tive tempo pra pensar!

                        - Tudo bem, mas pense agora!

                        - Não dá pra pensar nisso com tanta rapidez! Isso é um assunto delicado e você está colocando pressão em mim! - levanto a voz. Cato não responde. Ele me fita sem nenhuma emoção.

                        - Tá certo. Pensa sobre isso enquanto damos um tempo.

                        - O QUE?!

                        - Clove, eu não me afastei de você por que estava confuso dos meus sentimentos... bem foi por isso também mas foi porque eu sei como essa história vai acabar e não quero acabar colocando uma flor em cima de um caixão com você dentro! - ele berra.

                        - Eu não vou perder...

                        - Nunca se sabe.

                        Só vejo Cato indo embora me deixado lá imaginando a cena dele com um terno preto pondo uma rosa vermelha - minha cor favorita, cor do sangue - em cima da minha barriga. Eu estou de preto com apenas os lábios com um batom vermelho. Estou pálida. Cato põe a rosa vermelha numa posição que pareceria que eu estou a segurando. O caixão se fecha e eu sou enterrada.

                        Mal percebi que já estou em casa. Sentada no sofá fitando uma televisão escura. Nossa... eu nunca tive pesadelo pior que esse.

                        - Clove? Ah é você. – virei a cabeça e vi Trix. Ela se sentou ao meu lado e ligou a televisão. – Onde estava?

                        - Falando com o Cato.

                        - Hmmm e o que aconteceu ?

                        - Ele pediu um tempo.

                        Trix me olhou surpresa e me abraçou, deu um beijo na minha testa e disse:

                        - Tá tudo bem... ele só deve estar triste com isso do vírus, ele está com medo.

                        - Eu sei que ele está, mas ele acabou de mostrar que não acredita em mim.

                        - Ele acredita sim. Ele só precisa pensar... vai ficar tudo bem.

                        Passei a noite vendo televisão, uma novela que a Capital ADORA passar. É sobre uma menina que era do distrito 4 mas foi largada no distrito 12 pela sua madrasta e quis se vingar. É meio ridículo mas hoje era o final da novela então toda Panem assistiu... pelo menos todos do D1, D2, D4 e da Capital.

                        Fui dormir tentando esquecer de tudo.

                        Já era o dia seguinte e já estava no dia da colheita novamente... nunca pensei que esse dia fosse tão doloroso pra mim. Trix não participava mais, mas Phoebe sim. Fui junto com Phoebe evitando olhar pro Cato. Eles tiraram sangue do meu dedo e me mandaram pra fila dos que tinham 15 anos.             

                        Na hora do sorteio, uma mulher alta com um cabelo tingindo de dourado com mechas castanhos. Seu cabelo estava preso em uma trança jogada no seu ombro direito... eu odiei, me lembrava a Katniss. A mulher estava com um batom azul marinho e com os cílios enormes, pareciam duas vassouras. Sua roupa era dourada e azul, dando um brilho ofuscante.

                        - Olá, cidadãos do distrito 2! É com um imenso prazer que eu anuncio a 75ª Edição dos Jogos Vorazes! Vamos sortear mais tributos dessa vez por ser um Massacre Quartenário. Nossos vitoriosos: Brutus e Enobaria irão voltar para a arena junto com mais tributos... então vamo começar pelas damas! Que a sorte esteja sempre ao seu favor.

                        Ela colocou a mão dentro da bola transparente e tirou um nome. Ela chegou os lábios perto do microfone e disse:

                        - Clove Fuhrman!

                        Ah tá de palhaçada vida?! Eu não me importo de ir vencer os Jogos mas aquilo vai ser traumático, eu sei porque vou relembrar de tudo de ruim que aconteceu! Subi séria e me posicionei onde a mulher mandou.

                        - Agora os ho-

                        - EU ME OFEREÇO COMO TRIBUTO! – berrou um loiro alto e forte. Quando pude vê-lo melhor, era Cato subindo no palco.

                        E que meus pesadelos recomecem! 


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Notas finais do capítulo

E AGORA HEIN? vou trollar vocês de novo... de uma forma mt legal... hehehehehe deixem reviews e indiquem a fic :3