E se não estivéssemos juntos? escrita por Bia Vieira


Capítulo 3
Tenso




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- Isso é seu. - Mellec estende a mão e posso ver um pingente de ouro em formato de coração.

- Não, não é meu.

-Não estou perguntando, estou afirmando. Caiu do seu bolso na última vez que veio aqui.

- Mas eu nunca tinha visto isso...

- Alguém deve ter colocado aí dentro por engano... ou não.

- Tá. - me levantei e saí de lá pensando... quem colocaria um pingente de ouro no meu bolso?

Clove

Phoebe e eu estávamos sentadas em uma árvore próxima a Noz. A brisa era suave e agradável. A luz do sol não estava tão forte. Pela primeira vez, tudo estava absolutamente calmo.

- No que está pensando? - ela me pergunta fitando qualquer coisa que estivesse na frente dela.

- Em nada. Apenas deixando os pensamentos fluírem sem preucupação.

Phoebe fica calada até não aguentar o silêncio e perguntar.

- Deve estar sendo difícil pra você.

- Na hora foi difícil mas... sei lá, agora tudo está diferente. Eu e Cato juntos é uma coisa que eu nunca tinha pensado antes daquela detenção.

- Ele te faz bem, não é?

Dou de ombros.

- Um pouco. Ele me faz esquecer os problemas que aconteceram recentemente.

- Isso é bom. Ele te ama.

Dou um suspiro forte sem saber se essa afirmação é verdadeira.

- Amar é uma palavra muito forte. Há semanas atrás eu o odiava.

- Odiar é uma palavra muito forte, também.

Olho pra ela, que automaticamente olha pra mim.

- Acha que o Cato.. me ama?

- Ele aparenta amar. Acho que sim. Mas e você, ama ele?

- Eu... eu não sei. Eu não parei pra pensar nisso, ficou tudo muito confuso pra mim nesses dias. Foi tudo muito rápido que nem deu tempo de eu parar pra pensar no nosso relacionamento.

Lembrei das vezes que Cato me beijou, das brincadeiras dele, das idiotices, de todas as vezes que ele batia em algum covarde que o desafiasse ou o irritasse... ele é mau, mas eu também sou. Acho que nem sempre negativo só combina com positivo.

Phoebe me deixou em casa, ela tentou me animar contando coisas engraçadas e bem ela conseguiu um pouco.

- Boa noite, Clovelita.

- Boa noite, Phoebita.

Ela sorriu e quando se virou pra andar eu disse:

- Phoebe, pera.

- O que?

- Eu quero te perguntar uma coisa que com certeza vai te magoar.

- Pergunta.

- Você amava o Jack, não amava?

Phoebe prendeu uma lágrima, seu nariz estava ficando vermelho. Não deveria ter falado nisso com ela.

- Não foi minha intenção...

- Tudo bem, tudo bem. Eu não posso negar. Sim, eu amava. E vi que ele amava sua irmã.

- Minha irmã?

- É. Teve uma hora que passou a reprise da morte dos tributos do distrito 2, isso foi bem de madrugada... apareceu a cena da morte da Bianca...

Como dói lembrar disso...

- ... e apareceu ele falndo pra ele não deixá-la.

Phoebe acabou me mostrando a reprise, já que tinha gravado. Fui até sua casa e ela me mostrou a cena em que minha irmã estava deitada na grama, sua expressão facial era a pior que eu já vira. Jack agarrou a mão dela com força e implorou pra ela continuar com ele.

"A culpa foi minha, Jack, eu não dei um bom show. Eu falhei"

"Não... eu devia ter ficado com você aqui. Me desculpe, me desculpe!" Jack começou a chorar.

"Ganhe isso, por mim" Bianca disse entre os dentes.

"Eu não vou aguentar ficar sem você..."

"Apenas ganhe, eu vou te proteger de algum lugar..."

"Bianca... eu te amo."

Bianca sorri e acaricia o rosto dele, ela quase chora. E em um sussurro suas últimas palavras:

"A recíproca é verdadeira, me honre."

Bianca sorriu e logo depois, seus olhos ficaram desfocados. Jack segurou o choro e fechou os olhos dela, deixando seu sorriso ainda grudado em seu rosto.

Desliguei a televisão e me encolhi no sofá.

-Durma aqui hoje.

- Não posso, Trix não sabe que estou aqui.

- Bem então vá. Qualquer coisa me liga. - ela colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e me levou até a porta. - Clove, você passou por coisas difíceis e eu entendo... você é forte demais pra uma pessoa só.

Esforço um sorriso e a abraço.

- Boa noite.

- Boa noite.

Vou para minha casa e afundo na cama, sem ao menos falar com a Trix.

No dia seguinte, fui para a escola sozinha. Me isolei como sempre e por incrível que pareça, todos me receberam bem sem tocar no assunto terrível. Cato se sentou longe de mim como se não me conhecesse.

No final da aula, saí de perto de Phoebe, Sam e Louise, duas outras amigas minhas, e fui falar com Cato.

- O que houve? 

Cato evita olhar em meus olhos.

- Cato?

 - Oi?

- Olha pra mim. - ele olha pra mim e olha pra baixo. Sigo seus olhos e vejo que em sua mão tem um pingente de ouro em formato de coração.

"Não deixe homem nenhum te pôr pra baixo, você é superior, sempre foi e sempre será, e todo garoto que causa mal a uma garota deve ser porquê a ama" Minha mãe me disse isso e logo depois me entregou aquele pingente. Posso jurar que esse pingente foi o que ela me deu e eu jurei guardar como se fosse o coração do Cato.

- É seu? - ele pergunta.

- É.

- Como veio para no meu bolso?

- Acho que eu pus sem querer.

- É meio estranho você ter um pingente assim.

- Minha mãe que me deu, e eu guardei como se...

- Como se... o que?

- Como se fosse algo muito precioso. - Não estou mentindo.

- Hm, então tá. Tenho que ir, tchau. - ele ia me beijar mas se afastou e me deu um beijo na testa e saiu andando.

As coisas entre eu e Cato estão começando a ficar tensas demais, e isso não é nada bom.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo tá totalmente fraco, eu tava muito cansada quando escrevi e tals mas tá aí de feliz dia das crianças :D e um feliz aniversário ao nosso Gabe, Peeta, Walter, Sean, Jesse e muitos outros... HAPPY B-DAY JHUTCH!