Entrelaçados A Uma Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 3
*X* O que o futuro lhe reserva *X*


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!



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Chegou ao seu quarto e foi tirando o violão detrás das costas, a jaqueta preta, e a camiseta branca, empoeirada pelas estradas. Sentou-se na cama e arrancou os sapatos dos pés, ficando apenas de meia. Deitou-se na cama, com o braço curvado na altura dos olhos e relaxou.


–Sasuke?


Era seu irmão mais velho, certificando-se que ele já estava em casa, e isso o irritava. Sem responder, nem mesmo queria ser o irmão mais novo perfeito, continuou em silêncio, na torcida para que ele fosse embora.


–Vou entrando.



A porta de seu quarto foi aberta, e seu irmão se aproximou da cama. Sasuke murmurou algo e suspirou irritado, mas nada que seu irmão não tivesse acostumado.



–É muito simples chegar ao meu quarto e avisar que você já chegou, sendo que odeia ser perturbado.



–Você já viu que cheguei Itachi, boa noite.



Sem lhe dar muita atenção, o rapaz foi até a janela e observou a rua.



–Já são quase onze da noite – com o silêncio do irmão, Itachi prosseguiu: - Olha Sasuke, eu entendo que seja divertido pular muro de escola, pegar sua moto e sair por aí, mas não esqueça que, assim como eu, você tem que ter limites.



–Obrigado pelo conselho.



Itachi virou-se, perguntando-se se Sasuke estava levando aquela conversa a sério. Era hábito conversarem numa situação dessas, mas Sasuke só ouvia o que ele tinha pra dizer, dificilmente se revoltava. Reconhecia a personalidade forte do irmão, e às vezes o via nele, embora fossem diferentes.



–Nossa mãe ligou. Estão em Osaka e não sabem quantos dias ficarão por lá.



–Em Osaka?



–É. Pelo que entendi um médico de lá os chamou com urgência, queria conversar sobre uma garota que dormiu por três anos, e não sabe que os pais morreram.



–E onde nossos pais entram nisso?



–Parece que essa garota ficará aqui.



Sasuke tirou o braço do rosto, abriu os olhos e levantou-se. Pela expressão indignada, Itachi pôde perceber que a notícia não o agradou nenhum pouco.



–Aqui?



–Ela não tem onde ficar, não até localizarem seus familiares. E veja pelo lado bom, você conviverá com alguém de sua idade.



–Isso foi uma piada ou você queria mesmo me provocar? – perguntou, percebendo que Itachi não estava abalado com a novidade. –Por mim tanto faz, desde que ela não entre na minha vida.



–E como se faz isso morando sobre o mesmo teto? – afastou-se da janela e foi até a porta, abrindo-a. – Seja mais cuidadoso da próxima vez. -Sasuke o viu sair e balançou a cabeça, em deboche.



Pegou seu violão e jogou-se sobre a cama, encarando o teto enquanto seus dedos deslizavam nas cordas. Estava terrivelmente entediado, e mergulhado na nostalgia. Às vezes adorava o silêncio do seu quarto, mas havia momentos que a paz o perturbava.
Sem se dar conta, seus dedos foram deixando as cordas do violão, até o último dedo sair, fazendo um barulho agudo.
Tudo naquele quarto lembrava sua ex-namorada; sorrindo, triste, melancólica e, principalmente, confusa quando ele a tocava. Não sabia dizer quantas vezes levara Ino à sua casa, para seu quarto, excitado com suas promessas.
Quantos garotos não fantasiaram sua primeira vez?Quantos garotos não sonharam com o dia que sua namorada decidiria perder a virgindade?
Ele sonhara muitas vezes, e a cada visita de Ino, a esperança de realizar sua fantasia. Mas as visitas não passaram de toques e beijos, algo como um namorinho no primeiro ano. E, em meio àqueles hormônios gritando em seu corpo, achou em Karin a mulher que Ino não era. Foi, naquele mesmo dia, que ele a perdeu.










X*X*X*X*X*X






Dois dias depois...



Sakura dormia profundamente, tendo o cabelo acariciado pela mão pequena de Mikoto. Um sorriso brotou dos seus lábios quando Sakura se mexeu, fazendo, inconscientemente, um gesto semelhante ao da mãe.
Era incrível a simpatia que brotava dela, capaz de conquistar até os mais insensíveis. E toda aquela fragilidade a sensibilizava, tornando todos ao seu redor seus prisioneiros. Começava entender o porquê de Anko e Sarutobi terem se apegado tanto a ela, porque o mesmo estava acontecendo consigo. Não podia imaginar deixando-a sozinha, à espera de um parente que ela sequer sabe se realmente existe.



–Ela ainda está dormindo?



Mikoto assustou-se com a voz do marido, e viu que ele trazia café.



–Obrigada, querido – agradeceu, pois estava precisando melhorar sua expressão. –Hoje foi um dia muito cansativo para ela.



–É mesmo necessário a fisioterapia? – perguntou sentando-se ao lado da esposa.



–Parece que não, Sakura está respondendo bem aos seus movimentos, mas o médico quis que ela tivesse um acompanhamento, por pouco tempo.



–Mikoto – ela observou o marido, ansiosa, e decidiu que era hora de eles conversarem sobre Sakura. –Está pensando em se responsabilizar por ela?



–Não consigo pensar em outra coisa. – olhou Sakura adormecida, depois o marido ao seu lado. –Emy ficou tão feliz quando soube que estava grávida; não falava em outra coisa se não fosse o nome da filha. – sorriu. –E veja como tudo terminou. – ela segurou a mão do esposo, e exibiu um sorriso tímido. –Temos uma casa grande, somos uma família pequena, e eu sempre sonhei com o dia que teria uma menina para cuidar. Além disso, Emy e Hirashi irão gostar de ver seus melhores amigos cuidando de sua filha.



Fugaku sorriu para ela, e beijou-lhe a mão.



–Então está decidido!Assim que o médico dar alta a Sakura a levaremos daqui, como membro da nossa família.



Mikoto sorriu, abraçando-o e beijou-lhe o rosto com demora.



–Desculpa – Anko surgiu na porta, entreaberta, e embaraçou-se ao ver o casal com toda aquela intimidade. –Volto depois.



–Imagina. – Mikoto levantou e foi até ela. –Estávamos falando de Sakura, de sua família, e o estado que ela se encontra agora.



–Sarutobi e eu falávamos a mesma coisa.



–Suponho que estão preocupados com nosso silêncio. – disse Fugaku juntando-se a elas.



–Não quero ser indelicada, mas não posso negar. – uniu as mãos, sinal que estava nervosa, e não escondeu o receio de ter aquela conversa. Se Sarutobi entrasse naquele quarto e a flagrasse, diria que ela se metia em seus assuntos de propósito. Mas, como podia deixar de lado a vida de uma pessoa que dependeu tanto dela? –Depositamos todas as nossas expectativas em vocês.



–Fizeram bem, pois de hoje em diante, Sakura ficará sob a nossa responsabilidade.



Anko sorriu abertamente, e resistiu a vontade de abraçar o casal.



–Cuidem bem dela, por favor.



–Não se preocupe – garantiu Mikoto, tão feliz quanto Anko.



Fugaku ficou observando-as, com as mãos dentro dos bolsos da calça, e viu Sakura abriu os olhos e os fechou em seguida. O gesto chamou-lhe a atenção, pois parecia que ela estava começando a despertar, mas bastou um soluço para Fugaku perceber que ela chorava.



–Sakura? – chamou ele, despertando Anko e Mikoto.



–Por que ficarei sob a responsabilidade de duas pessoas que acabei de conhecer? – perguntou tentando manter-se segura. –Cadê meus pais, Anko?



–Calma Sakura!Você não pode se exaltar.



–Não estou exaltada. – ela respirou profundamente, sendo observada por todos e sentiu-se confusa. Por instantes lembrou-se do colégio, da traição do namorado e muitos rostos olhando-a enquanto ela perdia os sentidos. –Eu exijo uma explicação.



Ela estava calma, percebeu Anko, lutando contra suas emoções. Sem saber como agir, ela pensou o que diria; como diria, mas ao ver a expressão angustiante de Sakura, decidiu que era hora de lhe contar a verdade.



–Sakura, eu realmente não sei por onde começar. – sentou-se ao lado dela, como se sua presença ali fosse contê-la.



–Eu só quero saber o que aconteceu com meus pais, só isso.


Anko respirou fundo, ainda trêmula e disse:



–Nem eu, nem Sarutobi pudemos contar a você que... – Sakura observava a expressão sofrida de Anko, esperando que ela prosseguisse. -, você dormiu durante três anos.



–Três anos? – perguntou surpresa. –E onde estão meus pais?



Sem ter como fugir ou pedir ajuda Anko a olhou nos olhos e respirou profundamente, mais uma vez.



–Tudo aconteceu no litoral, em um dia de domingo. Parece que o carro que seus pais estavam bateu de frente com outro e... Eu sinto muito, foi fatal.



–Você está tentando dizer que eles morreram? – para o espanto de Anko, Sakura parecia tranquila. –É isso Anko?



–É Sakura, me desculpe.



–Você está tentando dizer que passei três anos dormindo? Que meus pais morreram e que estou sozinha?


–Sozinha não, pois terá nosso apoio. –Mikoto sentou-se ao lado dela, segurando sua mão, e assustou-se com sua temperatura fria, e a pele pálida. –Por favor, Sakura, não pare.



–Eu não vou parar. Eu não quero parar.



Mikoto a abraçou e Sakura apoiou a cabeça no ombro dela, com o semblante tranquilo. Não chorava, não reclamava, não parecia feliz nem triste, apenas respirava.
Como poderia matar aquela dor se não era capaz de derramar uma lágrima sequer?
Seu coração doía intensamente, como se tivesse levado a maior punhalada, mas estava tão carente, tão seco de emoções que a assustava.
No que ela havia se transformado?
Tudo parecia ser tão difícil antes, sobrecarregado, indeciso e por muitas vezes ela reclamou de como sua vida era desordenada. Mas não conhecia todos os sentidos daquelas palavras, a importância dolorosa que elas tinham. Aquele era seu inferno, o maior de seus pesadelos, a cruz que ela nunca poderia carregar.
Podia sentir a aflição em si, o medo persuadindo seus limites, tudo tão real quanto sua dor. Por que nada fazia sentido, então?


Levantou a cabeça, afastando do abraço de Mikoto e olhou Anko.



–Pode me trazer um copo com água e um comprimido?Estou com dor de cabeça.



–Claro, não demoro.


Anko saiu do quarto, um pouco atordoada, quando abriu a porta deu de cara com Sarutobi. Ambos se entreolharam, sem dizer nada. Anko fechou a porta e se encostou à parede, sentindo as pernas ainda trêmulas.



–Essa tranquilidade dela me assusta.



–É normal em algumas pessoas reagirem a notícias como essa dessa forma. Vai chegar o momento que ela vai cair em si, e será mais doloroso. –Anko o olhou.



–Não é o caso de darmos um calmante a ela?



–Não, deixe-a dormir por vontade própria. Eu quero que ela tenha esse contato íntimo com os Uchiha.



Anko balançou a cabeça e apressou-se em buscar a água que Sakura pediu. Pegou um copo descartável, o posicionou debaixo do filtro, e deixou a água cair até o encher. Voltou ao quarto, se perguntando o porquê de ter ido ao corredor buscar um mísero copo d’água, sendo que ao lado da cama tinha um filtro, e entendeu toda aquela vontade de fugir.

Chegou ao quarto e encontrou Sakura dormindo.



–Ela dormiu? – perguntou preocupada, deixando o copo de lado.


–Eu disse que não vou dormir Anko.



Sakura abriu os olhos, visivelmente cansados, e pediu a água e o remédio. Depois de tomá-lo tornou a deitar, mas não fechou os olhos.



–Sabem de uma coisa?Eu sempre quis conhecer Tókio. – ela sorriu como uma criança, depois bocejou. –Estou me sentindo cansada.



–Descanse querida.



Ela fez Sakura deitar e concentrou-se no vai e vem da mão no cabelo róseo. Fugaku acariciou seus ombros brevemente, e disse-lhe que precisava fazer uma ligação.
Anko aproximou-se da cama, sorriu para Sakura, e começou a organizar o quarto. Ursinhos, cartões, e até flores de plástico ela recebeu enquanto dormia.



–Vizinhos e alguns amigos dela passaram aqui para vê-la. Trouxeram até flores de plástico – riu. -, disseram que elas nunca murchariam, e Sakura saberia que eles estiveram aqui.





X*X*X*X*X*X*X






–Bom dia.



–Bom dia. – sem muito humor, Sasuke cumprimentou o irmão, que tomava café.



–Temos torradas, queijo e café forte.



Sasuke sentou-se, servindo-se com uma xícara de café. O primeiro gole quase o fez cuspir, o segundo ele desistiu quando levava a xícara à boca.



–O que diabo é isso?



–Café.



–Tem um quilo de açúcar nele. –Itachi deu de ombros, saboreando seu café diabético enquanto lia o jornal. –Acho que vou ter aula de culinária. Não dá pra sobreviver sem a comida da dona Mikoto.


Itachi riu ao ouvi-lo, e pensou que não seria má ideia dele acompanhá-lo.



–O pai ligou – Sasuke o fitou e esperou que ele revelasse o motivo da ligação, como se não soubesse. –Perguntou se estava tudo em ordem.



–Ele queria saber se seu filho mais velho está tomando conta de seus negócios, e se o caçula continua vagabundando com seu violão. –Itachi nada disse, pois estava cansado de debater com o irmão seus ciúmes. –Como se sente faltando pouco para ser Engenheiro Civil?



–Cansado. Sem tempo para sair com minha namorada. Extremamente estressado e, acima de tudo, sobrecarregado. Por falar na minha profissão, você ainda não disse que faculdade vai prestar. Tem algo em mente?



–Psicologia.



Itachi parou, observando o irmão, e riu junto com ele percebendo que Sasuke o sacaneava.



–Talvez Engenheiro.


–Não quero seguir meu pai e meu irmão só por que a família inteira se formou na mesma coisa.



–Não foi por isso que te dei essa opção. Quando você tinha sete anos, vivia dizendo que seria um grande Engenheiro, como nosso pai. –Itachi levantou-se, fitando Sasuke, muito sério, e pegou suas coisas. –A Shizune está me esperando. Até mais.



Ficou pensando no que Itachi dissera a pouco, avaliando a hipótese de ele se tornar um Engenheiro Civil, mas nada em sua vida estava decidido no momento. Na verdade ele ia empurrar seu diploma de Ensino Médio até o pai o obrigar a fazer uma faculdade e, no seu caso, não estava tão longe como pensara.



–SASUKE!



Alguém o chamou do lado de fora. Suspirando exasperado, com o semblante de quem mataria alguém, foi até a janela e viu seu amigo, o esperando.



–Quantas vezes tenho que dizer para ele não me esperar?



Chegou ao seu quarto, pegou a mochila e a jogou no ombro. Encarou o violão em cima da cama, e a chave da moto em cima da cômoda, e praguejou. Desceu a escada quase correndo, na vontade de sacudir o amigo pelo pescoço.



–Por que demorou tanto?



–Eu já disse para você não me esperar – fechou o portão, batendo-o com força. –Por que quer minha companhia se você não gosta de ir à escola, de moto?



–Podemos resolver isso quando você parar de correr no trânsito.



Sasuke enfiou as mãos nos bolsos da calça, e diminuiu os passos.



–Soube que você pulou o muro.



–Era isso ou morrer de tédio.



–Muito legal de sua parte sair e me deixar. Vê se da próxima vez você me chama.



Chegaram à estação, passaram pela catraca e aguardaram o metrô. A estação estava abarrotada de gente, sempre nas primeiras horas da manhã, ainda assim Sasuke pôde enxergar Ino, andando entre as pessoas, abraçada ao namorado. Observou-os até a cabeça loira de Ino desaparecer, e foi pego de surpresa sendo observado por Naruto.



–Não tem dor mais cruel que a de cotovelo.



–Cala a boca! – Naruto deu de ombros, mas o deboche não saiu de seus lábios.



–Por que você não tenta falar com ela de novo?



–Isso é ridículo. – as portas de metal se abriram e eles entraram no vagão. Ficaram de pé, pois logo desceriam. –Faz um mês que estou abordando Ino e ela só sabe dizer que seremos bons amigos. Sinceramente, não estou nenhum pouco animado.



–E não é para se animar mesmo. A garota foi chifrada cara, não tem como você se reaproximar dela sem pagar um preço antes.



–Eu sei. – suspirou, se encostando à porta fria.


–O que um homem não é capaz de fazer com os hormônios desgovernados? – brincou Naruto, dando passagem para as pessoas saírem.



–Às vezes eu me arrependo de ter ficado com Karin, mas às vezes eu acho que isso ia acontecer, cedo ou tarde. –Naruto levantou uma sobrancelha e aguardou a explicação do amigo. –Um homem precisa fazer coisas de homem. Você me entende?



–Sim, perfeitamente. Mas não dava para você esperar só mais um pouco? – Sasuke calou-se, pensativo. –É fácil para nós transar a primeira vez, mas as garotas são mais românticas, mais afetivas. No fim, todas elas sonham com o cara certo.



–Fico me perguntando se eu era o cara certo. – as portas se abriram e eles saíram junto à multidão. –Mas não vou mais esquentar com isso, as coisas correrão com naturalidade a partir de agora. Ino vai voltar pra mim, escreva o que estou dizendo.








X*X*X*X*X*X*X*X






Dias depois...




As malas estavam prontas, no chão ao lado da cama.
Com o olhar perdido na porta fechada, Sakura aguardava Mikoto terminar de penteá-la.



–Estamos prontas! – anunciou Mikoto, olhando Sakura de cima abaixo, como se ela fosse sua obra. –Está se sentindo bem?



–Estou. – Sakura mexeu o pé direito, como se quisesse arrumar a sapatilha. –Está folgada.



–Anko deve ter se enganado com seu número.



–Ela deve ter pensado que cresci nesses três anos.



Dois toques soaram na porta. Anko e Sarutobi entraram, trazendo alguns buquês de flores.


–Todos nós sentiremos sua falta – disse Anko, entregando as flores à Sakura.



–Eu também, Anko. - abraçou a enfermeira que fazia o possível para não se desmanchar diante dela. –Vá me visitar se puder, ou ligue, escreva... Mas não me esqueça.



–Como vou esquecê-la? – perguntou afastando-se de Sakura, jogando as madeixas róseas que caíam dos lados.



–Sakura – ela virou-se para Sarutobi e ele segurou suas mãos gentilmente. -, não pare.



–Não vou parar. – abraçou seu médico fortemente, prevendo o momento que sairia por aquela porta e daria início a uma nova vida. –Eu não consegui visitar os túmulos dos meus pais, mas quando eu me sentir pronta para isso, venho me despedir.



–Não nos dê explicação, seu coração sabe o que faz. – Sarutobi beijou-a no rosto e sorriu. –Não tenha medo do futuro. – ela sorriu abraçando-o novamente.



–O táxi chegou. – avisou Fugaku.



Olhava para trás, ainda acenando. Anko e Sarutobi faziam o mesmo enquanto via o carro sumir.
Suspirou alto, perdendo-os de vista, e acomodou-se no banco. A cabeça girava como se ela fosse pirar a qualquer momento, seu coração batia tão forte como se fosse capaz de ouvi-lo. Estava tão certa para onde iria quanto sabia que estava viva, e só podia esperar pelo futuro e julgar o que ele lhe dera.












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