Entrelaçados A Uma Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 2
*X* Inconsequente *X*


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!
Beijos!



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A janela estava aberta, a cortina balançava contra o vento e seus olhos não se desviavam dela.
Passos e vozes, no corredor, chamou-lhe a atenção. Não conseguia imaginar Anko, seu médico ou outras pessoas visitando-a se não fossem seus pais. Essa certeza convenceu-a a sentar e ajeitar o cabelo. Passara a mão nas longas madeixas róseas a fim de prendê-las, mas não imaginava que seu cabelo estivesse tão grande a ponto de seus braços doerem para alcançar as pontas.


Sakura parou o que fazia e perdeu-se nos próprios pensamentos. Por um instante ela jogou todo o cabelo para frente, por cima de seu ombro, e viu-o chegar até a cintura.


–Estranho...


Foi o que conseguiu dizer, pois bateram na porta e logo Anko foi entrando, acompanhada de duas pessoas, quais ela não cohecia. Eles a olhavam como se estivessem sentindo pena, mas pareciam felizes ao vê-la. Sakura não conseguia distinguir o que sentia no momento, mas não negou a decepção ao ver que não eram seus pais ao entrarem.


–Imaginei que você já tivesse se alimentado, por isso trouxe essas pessoas para vê-la.


–Como vai, Sakura?É assim que se chama, não? –indagou Mikoto, chegando mais perto.


–Estamos felizes em vê-la bem. – disse Fugaku, fazendo o mesmo que a esposa, mas preferiu não chegar muito perto, pois Sakura estava tão confusa quanto eles quando receberam o telegrama de Sarutobi.


Anko sorriu para Sakura e fez sinal positivo indicando que eles eram boas pessoas.



–Vocês são meus parentes? –perguntou esperançosa.



–Não meu bem, somos amigos dos seus pais. Sou Mikoto Uchiha, e esse é meu marido, Fugaku Uchiha.



–Amigos dos meus pais? – ela não escondeu a felicidade e pouco se importou com as ordens de Anko. –Uchiha... Uchiha... – bateu com a ponta do dedo contra o queixo e sorriu. –Sim, eu me lembro desse sobrenome!Meus pais sempre falavam sobre vocês, até diziam que iriam à Tókio visitá-los.



–Você não sabe quantas vezes ouvi sua mãe me dizendo isso por telefone, mas ela nunca foi de cumprir o que prometia.



–Meu pai diz: sorte sua não ser política.



Todos riram da maneira de Sakura imitar o pai, e o ambiente se descontraiu. Anko não se pronunciou ao sair, preferiu deixá-los a sóis. Assim que fechou a porta deu de cara com Sarutobi, mas ela o levou de volta a sua sala.



–O senhor está proibido de entrar naquele quarto e estragar tudo.



–Mas, estragar o quê?



–A felicidade de Sakura. Não a viu feliz?



–Sim a vi feliz, mas você não pode me impedir de falar com meus pacientes. Ora, Anko!O que pensa que sou?



–Um ótimo médico que, apesar de ser tão sério, tem um coração enorme! – serviu café para ele. –Parecem ser boas pessoas, não é?



–Você tem razão. Isso me faz crer que Sakura ficará em boas mãos.



–Vai responsabilizá-los por ela?



–Se não houver problemas da parte deles, não vejo mal nenhum.




–Então começarei a me despedir dela pouco a pouco, porque parece que eles estão se dando muito bem.



–Isso é muito bom, vai fazer bem a Sakura. – deixou a xícara de lado e se concentrou nos papéis em cima da mesa.




–Quando vai dizer que... os pais dela morreram?



Sarutobi coçou o queixo demoradamente, e se esticou na cadeira. Anko esperou a resposta, ansiosa, e temia que ela não fosse agradá-la.



–Talvez eu encarregue os Uchiha de fazer isso.



–Como? – Sarutobi a olhou de relance e Anko quase exigiu uma explicação.



–Ela estará cercada de pessoas, como uma família, será menos doloroso para ela.



Ela abriu a boca para protestar, mas não via absurdos no plano de Sarutobi. Talvez fosse mesmo melhor que ela estivesse longe de Osaka e soubesse sobre o ocorrido nos braços de sua nova família.


–Vou vê como estão indo. Com licença.



Anko cruzou o longo corredor, desviando há todo momento das macas. Suspirou cansada, dizendo que aquele era um dos dias mais movimentados da sua vida. Quando chegou, em frente ao quarto, segurou a maçaneta e girou-a, abrindo um pouco a porta.



–E a senhora deixou minha mãe dizer isso? – Anko viu-a sorrir, estava muito animada ao falar dos pais.



–Foi por causa dela que Fugaku e eu nos casamos.



–Poxa!Eu não sabia que minha mãe era uma boa conselheira amorosa.



–Sua mãe tinha muitas qualidades. – ao perceber o desânimo nas palavras de Fugaku, Anko se pronunciou e foi entrando.



–Vem, Anko, senta aqui! – chamou-a. – Vem ouvir as histórias que eles contam sobre meus pais, vem!



–Eu adoraria, mas acredito que a senhora e o senhor Uchiha estão cansados e precisam descansar um pouco.



–Sim, Anko, viemos para cá às pressas e ainda não paramos. Vamos voltar ao hotel e viremos à noite. Tudo bem para você?



–Sim, senhora. – respondeu otimista.



–Descanse Sakura.



–E o senhor também.



Anko os acompanhou até a porta. Sakura ficou observando-os sair e deu tchau novamente quando a porta foi fechada. Ela respirou fundo, e deitou-se.



–Gostou deles? – perguntou Anko, arrastando a cadeira para perto de Sakura.



–Muito, mas achei o senhor Uchiha sério demais. Será que ele foi com minha cara?


Anko riu com a pergunta. –Claro que sim, é só o jeito dele.



–Quando eu sair daqui vou à Tókio visitá-los. Você sabia que eles têm dois filhos?



–Sim, o doutor comentou.



–Como será que eles são?



–Interessada? – indagou Anko, com cara de criança sapeca.



–Sim. Por que não? – deu de ombros e sentou-se. –Quem sabe não nos tornemos melhores amigos como nossos pais?









X*X*X*X*X*X*X








Estava deitado debaixo de uma grande árvore, com os olhos fechados, as mãos detrás da cabeça e as pernas cruzadas. Uma das mãos deixou de apoiar a cabeça, e com um leve toque, seus dedos alcançaram as cordas do violão.
Abriu os olhos e observou, por pouco tempo, as folhas balançando com o vai e vem do vento. Ouviu passos se aproximarem, pisando com sutileza nas folhas secas no chão.



–Eu sabia que te encontraria aqui.



Virou a cabeça, reconhecendo a dona daquela voz, e seu coração bateu. Ela tinha um par de pernas maravilhosas, valorizadas pela saia do uniforme que deixava sua cintura fina em evidência; seios médios sendo realçados pela blusa do uniforme, olhos azuis incríveis, como o oceano, e cabelo dourado, como os raios de sol. Podia descrevê-la mil vezes, e não se cansaria de achá-la bonita. Ela realmente sabia como mexer com ele, com seu coração, e por mais que ele desejasse sair daquele jogo de sedução, não conseguiria ignorá-la.



–O que está fazendo aqui?



–Eu é que pergunto. – sem ser convidada, sentou-se ao lado dele, e observou o balançar das folhas. –Todos querem te ver tocar, principalmente eu.



–Seu namorado não vai gostar de saber disso.



–Ele não vai me proibir de ouvir sua música, nem que eu tenha que ameaçá-lo.



Ela sorriu, fazendo-o achar graça também.



–Ino?



–Hum? – virou-se para ele, e seus olhos se encontraram.



–Você descobriu o porquê de ainda nos falarmos?



Pensativa, ela deixou de olhá-lo.



–Por que está me perguntando isso, Sasuke?



–Porque me sinto estranho em ser seu amigo, se é que podemos chamar isso de amizade.



–Não há nada estranho em sermos amigos.



–Para mim tem – sentou-se apoiando os braços nos joelhos e virou o rosto. –Eu não minto para você quando digo que ainda te...



–E eu não minto quando digo que quero ser sua amiga, apenas amiga. – ela fez o mesmo que ele, mas não deixou de olhá-lo. -É muito fácil pedir perdão, mas não é fácil perdoar.



–E você acha que namorando outro cara vai me esquecer?



–Você conseguiu me esquecer quando ficou com outra. – Sasuke a olhou, mas Ino levantou-se sacudindo a saia, tirando as folhas que haviam grudado nela. –Vou voltar ao pátio, meu namorado está me esperando.



Sasuke chegou ao pátio, e lamentou o momento que decidira voltar. Sentou num canto e ficou observando os amigos jogarem. Às vezes olhava na direção que Ino estava, e a flagrava, abraçada à Raiden Watanabe, o namoradinho que ela arrumou para esquecê-lo.



–Trouxe refrigerante.



Irritou-se com a ousadia da garota ao chegar tão perto dele, ainda mais na presença de Ino.



–Você é a última pessoa que quero vê agora – ela sorriu, e olhou Ino que parecia observá-la também.



–Ainda se culpando por traí-la comigo?



–Karin, me esquece – pegou seu violão e levantou-se, quando deu um passo, Karin segurou seu braço. –Vou pedir pela última vez que você se afaste.



Emburrada, ela o soltou, mas não perdeu a pose.



–Você ainda vai descobrir que sua garota sou eu.



Antes de sair ele olhou Ino, que parecia enojada ao vê-los juntos, e sentiu mais raiva de si. Fora um fraco quando se permitiu aceitar o sorriso de Karin, egoísta quando aceitou seu convite de saírem juntos, e extremamente burro quando aquele encontro terminou em um quarto de motel.
Subiu na árvore mais próxima ao muro e pulou nele. Não era muito alto, só precisava de jeito para pular, e suas pernas nunca falhavam ali. O pulo foi certeiro, e ele nada sentiu apenas a liberdade daquela escola entediante. Ajeitou o violão atrás das costas, depois foi até os arbustos e tirou sua moto de lá. O barulho do motor o animou e só Deus sabia quando ele chegaria em casa.


















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