Entrelaçados A Uma Paixão escrita por Gil Haruno


Capítulo 10
*X* Eles deveriam está felizes *X*


Notas iniciais do capítulo

Capítulo postado!
Beijos, amores!



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Já havia andado por toda a escola uma única vez, quando o diretor, por sinal muito simpático, ofereceu-lhe seus minutos vagos para lhe acompanhar em um breve passeio de apresentação. Todas aquelas paredes e pátios eram-lhe muito familiar, e ela se viu distante dos detalhes que o diretor apontava ou descrevia. Tudo era muito comum demais.



–É só virar esse corredor e...


Ótimo, ela achou a diretoria, mas com a porta trancada!
Cansada, Sakura se encostou à parede, o suor descendo pelo rosto, e avistou, quase ao seu lado, três cadeiras. Ela praticamente se jogou em uma delas, e com uma folha de caderno amassada, que servira de rascunho, fez um leque. Por instantes ela pensou que tinha coisas mais importantes para resolver, se é que podia se dá o luxo de pensar assim, mas decidiu prender o cabelo grande e pesado, e soprar a nuca.


–Amanhã mesmo vou a um salão de beleza cortar metade desse cabelo.


–Eu a proíbo.


Sakura olhou para o lado, na direção do corredor que viera, e deu de cara com Sasuke. Ele tinha um sorriso fácil no rosto, que a irritou a princípio, e teve a audácia de surpreendê-la. Não era ela quem devia surpreendê-lo?


–O que você faz aqui fora?


Pacientemente ele sentou ao lado dela, com as pernas bem alongadas, cruzadas, e observou-a. Sakura ainda segurava o cabelo, deixando algumas mexas caírem no seu rosto, e não percebeu que o braço erguido fazia pressão no tecido branco da sua camisa, fazendo com que os seios sobressaíssem. Sasuke tentou ignorar a cena, mas, de fato, estava adorando vê-la se insinuar para ele inconscientemente.


–Você não se lembra?Fui tirado da sala. E eu deveria ter feito essa pergunta a você. Aliás, o que você está fazendo aqui?


–Vim te ajudar.


–Como? – perguntou divertido, e quase riu.


–Explicarei o ocorrido ao diretor. – disse ela como se fosse óbvio. –Já deu pra perceber que vocês são como cães e gatos.


–Eu não me importo nem um pouco com a opinião de Orochimaru. Ele fala, eu ignoro. Ele fala alto, eu falo mais alto ainda. É muito simples.


–Nunca conheci alguém como você, sabia? – Sasuke também queria dizer o mesmo, mas resolveu escutá-la, e isso ele fazia com prazer. –Você é tão novo e é tão dono de sua vida... Como você consegue?


–Digamos que eu tento ser dono de mim mesmo e, se funcionasse meus pais não estaria vindo para cá resolver minha situação.


–Droga!E agora?


–Bem, eu acho improvável que um deles venha, pelo menos agora, mas talvez amanhã. Eu vou voltar pra sala daqui a pouco. Orochimaru vai esperar, ansioso, a chegada dos meus pais. E o diretor dará pouco caso ao ocorrido. – disse com tanta calma que Sakura acreditou que sua profecia se realizaria. –Quando meus pais souberem que tentei defendê-la da língua daquela coisa tudo não passará de um mal entendido.


–Espero mesmo que as coisas sejam assim.


A porta foi aberta, revelando a figura pálida do professor. –O diretor tem muita coisa para fazer no momento, por isso você está dispensado. Mas amanhã estaremos nessa sala com seus pais, e eu quero vê como você vai se livrar disso.


Fechou a porta e só deu alguns passos quando a ouviu trincar.


–Não será dessa vez que você vai rir às minhas custas. Vamos, Sakura.


Enquanto voltavam à sala, Sakura olhava Sasuke de esguelha. Ele fingia não está percebendo os olhares de soslaio dela, e em um desses momentos de pura distração ele a pegou no flagra.


–Quer me dizer alguma coisa?


–Não.


Qual seria a reação dele ao saber que ela andou incentivando sua ex-namorada a fazer as pazes?
O resultado poderia ser bom, afinal ele devia está pensando numa maneira de reconquistar Ino, mas não sabia como. Talvez fosse até mais fácil e simples se tudo acontecesse por intermédio dela, daí as coisas voltariam a seus devidos lugares. Mas por que ela tinha que se envolver na história deles?Era óbvio que não havia razões nem motivos para ela bancar o cupido apaixonado, a menos se ela quisesse dá uma de enxerida ou louca.


–Só mais meio período de aula e estamos liberados. Pronto para entrar? – perguntou ela segurando a maçaneta.


–Aí estão vocês! – Ino se aproximou deles e, sem muito pensar, agarrou o braço de Sasuke. –O que aconteceu lá?


O moreno ficara surpreso com o ato da loira, mas logo pensou que ela fez isso devido à presença de Sakura. Ele só não sabia que Ino não se preocupava mais com a rosada, e que ela decidira se reaproximar dele.


–Eu vou entrar. – Sasuke lançou um olhar intrigado a Sakura, e assim que ela fechou a porta ele virou-se para Ino.


–Aconteceu algo entre vocês e eu não sei?


Ino sorriu, apertando seu braço no dele e o arrastou até se afastarem da sala.


–Conversamos um pouco e eu acabei descobrindo que ela é uma garota legal. – disso Sasuke sabia, mas não sabia o quanto elas ficaram íntimas. –Eu acho que eu morreria de ciúmes se você estivesse com ela. – eles pararam de frente ao muro que Sasuke costumava pular e, de vez em quando, olhavam para os lados. –Vê-lo tão perto de uma garota como ela me fez perceber muitas coisas, como por exemplo, a possibilidade de você me esquecer. – sutilmente Ino acariciou o rosto dele. –Esse tempo entre nós me ajudou a avaliar meus sentimentos, e agora eu tenho certeza que é você que eu quero. Só você.


Ino enlaçou seus braços na nuca dele, ansiosa por beijá-lo depois de tanto tempo, e uniu seus lábios aos de Sasuke com todo amor que lhe era possível.
O moreno ainda tentava assimilar a declaração de Ino, agora seu beijo que fora tão repentino quanto suas palavras. Sasuke pressionou a cintura dela, trazendo-a para mais perto, e não podia acreditar que eles havia se separado. E tudo por culpa dele, por ter sido tão egoísta. Agora tudo seria diferente, pois ela só podia está lhe dando outra chance, e dessa vez as coisas aconteceria sem pressa.
Como ele pôde trocá-la por uma garota como Karin?Só podia está louco, ou anestesiado pela flor da idade. Se pelo menos a ruiva tivesse um pouco da personalidade de Sakura, ou até mesmo um terço de sua beleza ele não se sentiria tão culpado, pois seria capaz de admitir que se rendera aos encantos dela e... Deus!Por que ele tinha que pensar nela naquele momento?Está com Ino tornou-se seu maior sonho desde que eles terminaram, e seu maior dever, no momento, era beijá-la e agradecer por ter mais essa chance.


–Uh – Ino gemeu ao se afastar, e como uma boba sorriu mordiscando o lábio inferior. –Senti tanta falta de você. – ela o abraçou e parecia não ser capaz de largá-lo mais.


–Ino, e seu namorado? – a pergunta soou tão fria e acusadora que ela foi obrigada a olhar nos olhos dele.


–Os pais de Raiden estão pensando na possibilidade de eles se mudarem para uma cidade pequena.


–Então...


–Não foi por isso que resolvi ficar com você. – disse impedindo-o de pensar que ela o via como uma segunda opção. –Raiden é um garoto interessante, mas não combina comigo e, além disso, eu não consegui transformar simpatia em amor.


–No fundo eu não tinha certeza que você voltaria para mim, um dia.


–Muito menos eu, mas aí apareceu uma garota muito especial e em poucos minutos conseguiu me convencer de que você merecia outra chance.


–Então me diz quem é ela, assim posso agradecer pessoalmente.


–É sua hóspede. Sakura.


Eles voltavam à sala quando o som agudo da sirene da escola tocou. Ino estava tão animada que falava de coisas banais, como tirar do fundo da gaveta os presentes que Sasuke lhe dera. Mas ele preferia ouvi-la e às vezes chegava a arriscar um sorriso polido, para que ela percebesse que ele ainda prestava atenção. Mas, até quando conseguiria manter a cabeça ali?O que havia de errado com ele para está se sentindo tão perdido?Ah, ele sabia a causa!Seu nome era Sakura e ele teria coragem de encurralá-la à parede quando houvesse oportunidade!


–Eu estava pensando em fazer um jantarzinho de comemoração pra gente. O que você acha?


–Perfeito.


–Então tá combinado!Eu te aviso o dia e a hora.


–Ok.


Entrou na sala e a primeira coisa que ele fez foi olhar a mesa onde Sakura estava.
Ele imaginou que ela estivesse tranquila, e seu palpite foi tão certeiro que ele chegou a se incomodar.


Sakura – sussurrou Ino sentando-se na sua mesa, a frente de Sakura, e a rosada rapidamente levantou a cabeça para vê-la, mas cruzou o olhar com Sasuke. –Estamos bem agora. Obrigada.


Estamos bem agora. Obrigada. Estamos bem agora. Obrigada.


Ela manteve o foco em Sasuke, que parecia ter perdido a noção ali parado. Sutilmente ela jogou o cabelo pesado para trás, abaixando a cabeça, e voltou a se concentrar na leitura que fazia antes de Ino interrompê-la.



–Vai ficar aí parado, Sasuke?


Exasperado com a pergunta da professora substituta, ele rolou os olhos e sem muita vontade se sentou em seu lugar. Seu ombro foi cutucado com certa grosseria e ao virar-se para o indivíduo, sabendo que se tratava de Naruto, encontrou-o extremamente empolgado.


–Você e Ino... – barulhento do jeito que era ele fez o impossível para não chamar a atenção da professora e, em particular, a curiosidade de Karin que nem mesmo sabia disfarçar seu interesse na conversa. –Tá rolando alguma coisa entre vocês? – cochichou.


–Estamos juntos.

A resposta saiu junto ao suspiro alto, e sem se dá conta pegou-se observando as costas de Sakura.


–E quem teve a iniciativa?


–Ela.


–Como?


–É, foi ela. E sabe quem a convenceu de me dá uma chance? – perguntou tamborilando os dedos na mesa, e em nenhum momento ele deixou de olhar aquela que se infiltrou em sua mente. –Sakura. – respondeu dando fim ao mistério que se formou no rosto do amigo.


–Cara – Naruto decidiu olhar na direção que Sasuke tinha como foco já algum tempo, e sentiu vontade de rir ao vê que ele agia como um idiota. –Você não está feliz, não é? – antes que Sasuke demorasse uma eternidade para lhe responder, o loiro decidiu ajudá-lo. –Está decepcionado por que chegou a pensar que a rosadinha estava caidinha por você.


–Não seja idiota!


–Confesse Sasuke, será melhor admitir!


Ah, mas ele ia acabar estrangulando seu melhor amigo dentre tantas testemunhas!


É uma atração passageira ou você... está gostando dela?


–Olha para mim. Você acha que eu tenho cara de quem se apaixona de repente?


Naruto fez o que ele pediu, e disposto a perder a seriedade no diálogo que ele considerava razoavelmente simples, sorriu como se não estivesse se importando. –Não tem, mas aconteceu, meu caro.














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