POV. Rebeca

   Eu e Kathe montamos um “corpo” debaixo das cobertas para fingir que Sarah estava lá, daqui a pouco o diretor chegaria e olharia se todos estavam em seus quartos, os amigos de Antônio fizeram a mesma coisa, encheu de travesseiros a cama e enrolou nas cobertas.

-Onde você acha que eles? –Perguntei a Katherine.

-Não sei, mas espero que estejam bem. –Falou e me sentei na cama. –Fica calma, eles estão bem. –Eladisse me abraçando e apoiei minha cabeça em seu ombro.

-Você sabe como o Antônio é, e se ele deu em cima da Sarah? –Perguntei tentando tirar esse pensamento da cabeça.

-Se ele deu em cima dela, você sabe que a Sarah nem ligou, ela sabe que você gosta dele. –Kathe se levantou e foi para o banheiro. –É melhor você deitar de uma vez, já são quase onze horas e daqui a pouco o diretor vai chegar. –Falou e assenti levantando-me e indo para a minha cama.

Tomara que eles estejam bem... Tomara...

                             ***

   Acordei no dia seguinte com o barulho da porta fechando. Levantei-me lentamente e vi Sarah andando com as pontas dos pés para não fazer barulho.

-Onde. Você. Estava? –Perguntei pausadamente e ela me olhou.

-Rebeca, um primo meu e do Antônio sofreu um acidente e tivemos que fugir da escola, eu tinha que ver se minha mãe estava bem! –Ela falou se sentando na cama dela.

-Porque você levou o meu namorado junto? –Perguntei
aumentando o tom de voz na palavra: meu, para que ela soubesse que eu estava bem irritada.

-O Mark era nosso amigo também! Desde criança brincávamos juntos. –Ela falou jogando as mãos para o alto irritada.

-Você disse que nunca gostou do Antônio! –Falei me levantando e Kathe se moveu na cama dela resmungando um pouco.

-Éramos amigos na infância, todos são amigos quando crianças, foi só quando completei 12 anos que comecei a não gostar muito dele. – Falou enquanto colocava o uniforme.

-Sei...

-O que foi Rebeca? Está duvidando de mim? Acha que eu e Antônio estamos tendo um caso escondido? –Falou aumentando o tom de voz e Katherine acordou.

-O que está acontecendo? –Perguntou espreguiçando-se.

-A Rebeca está achando que eu estou dando em cima do meu primo! –Ela falou irritada e Kathe balançou a cabeça, mas eu falei primeiro.

-Eu não acho nada, você que começou com essa conversa de que está dando em cima do Antônio. –Falei.

-Sarah onde vocês estavam ontem? –Kathe perguntou prendendo o cabelo em um rabo-de-cavalo.

-Na casa da minha mãe, nosso primo Mark sofreu um acidente e fomos ver como estava a minha mãe mediante a tudo isso. –Falou.

-Rebeca e se ela estiver falando a verdade? Acidentes sempre acontecem, você não pode ficar julgando sem saber o que realmente aconteceu. –Disse colocando a sapatilha.–Vou tomar meu café e espero que eu não tenha que comer com esse humor terrível de vocês duas. –Ela falou e saiu do quarto.

POV. Antônio

   Cheguei ao quarto e os meninos já estavam arrumados, expliquei a eles onde estava à noite toda. Vesti-me rapidamente porque eu tinha que explicar o porquê do meu sumiço e o da Sarah para Rebeca. Fui para a cantina e sentei-me junto com Thomas e John.

-Bom dia! –Falei me sentando e bebendo um pouco do suco de laranja que eu tinha pegado.

-Bom dia, onde você estava ontem? Você e a Sarah tem sorte do diretor não ter sentido falta de vocês. –Falou John e sorri.

-Um primo nosso sofreu um acidente, e fomos para a casa da Sarah para ver como estava a mãe dela. –Falei e eles assentiram. –E você Thomas, como está à vida de solteiro? –Perguntei e ele suspirou.

-É meio difícil ficar sem a Katherine, mas tudo é questão de costume e daqui a pouco o velho Thomas reaparece. –Disse comendo seu sanduiche. Olhei ao redor e vi Rebeca entrando na cantina e me levantei para ir falar com ela.

-Rebeca! –Chamei e ela me olhou.

-O que você quer? –Perguntou fria e seca e estranhei isso.

-Eu queria explicar o porquê que eu e a Sarah sumimos ontem. –Falei e ela revirou os olhos.

-A Sarah já falou...

-Ah, que bom, eu sabia que você ia entender. –Falei indo abraça-la, mas ela se afastou. –O que houve?

-Acha mesmo que acredito no que ela disse? Vocês dois somem e ficam o dia inteiro fora sem dar sinais de vida, porque você saiu sem me avisar? –Seu olhar estava com uma mistura de raiva e decepção.

-Rebeca, não deu tempo de falar nada, o acidente aconteceu de madrugada e logo após a mãe da Sarah me ligou! –Falei. –Você está sendo muito egoísta, agora não posso nem ver um primo que foi atropelado? –Disse perdendo a paciência.

-Você é meu namorado e deve satisfações quando some com uma garota! –Falou e todos da cantina já estavam olhando para a gente.

-Olha aqui, eu odeio garotas que ficam mandando na minha vida, daqui a três dias eu faço 18 e não devo mais satisfações a ninguém! –Falei e ela se encolheu. –Se você continuar grudenta assim pode me esquecer, ok? –Sai da cantina deixando ela sozinha e fui dar uma volta no jardim.

POV. Meredith

 Depois da briga que Rebeca e Antônio tiveram no meio da cantina, tudo voltou ao normal. Matt parecia mais alegre hoje e achei isso estranho.

-O que houve para você estar tão feliz? –Perguntei mordendo um pedaço da maçã.

-Katherine disse que me ama e terminou com o Thomas! –Ele falou e assenti sem saber exatamente o que
falar.

-Parabéns. –Falei e ele sorriu. –Vou dar uma volta para desgastar. –Disse me levantando e saindo da cantina.

-Você gosta do Matt né?–Perguntou uma voz atrás de mim e me virei vendo Thomas parado me encarando.

-Não, ele é só meu amigo. –Falei e ele riu.

-Me engana que eu gosto. –Falou se jogando no sofá e gesticulando para que eu me aproximasse. –Sei que você tem ciúmes dele quando ele fica falando da Katherine.

-Não sinto. –Falei me sentando ao seu lado e tentando não olhar em seus olhos.

-Então faz um favor para mim. Olhe nos meus olhos e diga que você não sente nada por ele. –Thomas falou e suspirei e o olhei. Agora eu entendia o porquê das meninas fazerem tudo para ele, era só Thomas lançar seu olhar conquistador que BUM! A pessoa se torna escrava dele.

-Eu... Não gosto... Do Matt. –Falei e ele arqueou as sobrancelhas.

-Uau, você realmente não gosta dele.

Sorri e ele se levantou.

-Espera! Porque você queria saber se eu gosto dele? –Perguntei e ele fechou os olhos como se estivesse pensando na resposta.

-Não sei, só me deu vontade de encher o saco de alguém. Tchau Maria. –Ele falou e franzi a testa.

-Meu nome é Meredith!–Gritei e ele riu.

-Isso mesmo. Tchau Meredith. –Falou e saiu da sala.