Pov. Gabriela.

Acordo de meus pensamentos perto do ponto, toco o sinal, meu coração estava a mil, minha mãe, provavelmente, vai me matar. Desci e andei um pedação a pé, só falta aquele filme da nossa vida inteira, que passa quando a gente está prestes a morrer, pra dramatizar mais.

Chego em casa muito nervosa, respiro fundo e abro a porta, minha mãe estava sentada no sofá vendo um filme qualquer, fecho a porta com cautela, talvez, se eu fizer silêncio, eu consiga ir direto para o meu quarto sem ela perceber... É... Não rolou, assim que fechei a porta e me virei, esbarrei em uma mesinha e um copo cai no chão fazendo barulho.

– Onde você estava? – diz minha mãe se levantando do sofá e ficando de braços cruzados na minha frente.

– Estou cansada, amanhã te respondo. – digo passando por ela e indo em direção ao meu quarto.

– Vem aqui agora Gabriela! – diz minha mãe em tom autoritário.

– O que foi? – digo cansada me virando para ela.

– Eu quero saber onde você estava. – diz ainda de braços cruzados.

– Eu estava por aí. – digo revirando os olhos, aquela conversa estava me cansando mais ainda. Ela suspira, passa as mãos no rosto e diz:

– Sinceramente eu não sei o que eu faço com você Gabriela.

– Enquanto você pensa eu vou pra cama. – digo virando e indo pra o meu quarto sem olhar pra trás.

Entro no meu quarto, deito na minha cama e em poucos minutos adormeço. Acordo com o despertador tocando, levanto muito disposta, pois iria encontrar o meu... NAMORADO!!!! Meu Deus... Nem tinha pensado nisso, fiquei tão pensativa em relação ao sexo que fizemos que eu tinha esquecido que ele era meu namorado. Nossa só a palavra em si, “namorado”, me deixa com um sorriso de orelha a orelha, eu estou doida pra contar pra... Marcela... Sinto saudades da minha amiga... Eu quero retomar a minha amizade com ela, mas... Acho que ela não vai mais querer ser minha amiga. Vou para o banheiro, tomo um banho rápido, sem pensar em nada, saio, me arrumo rapidamente e saio do quarto. Meu primo estava sentado no sofá jogando vídeo game, vou direto para a cozinha e faço um café da manhã simples: pão com manteiga e com achocolatado.

– Tem queijo aí. – diz meu primo sem tirar os olhos da televisão. Não respondo nada. – Prima, quando você voltar da escola a gente pode conversar?

– Sobre? – pergunto sem nenhum interesse.

– Sobre... O que aconteceu no passado... – diz tirando o olhar do vídeo game.

– Pra quê? – digo olhando fixamente para meu café da manhã.

– Para que eu possa esclarecer umas coisas.

– Tá. – digo tirando o meu olhar do meu café da manhã e saindo de casa, aquela conversa tinha me embrulhado o estômago.

Chego na escola e vou direto pra minha sala sem olhar pra nada nem ninguém. Eduardo já estava sentado em seu lugar e me olha sorrindo enquanto eu adentro a sala.

– Oi meu amor. – diz se levantando e ficando na minha frente.

– Oi amor. – digo e dou um selinho em seus lábios.

– Senta aqui do meu lado. – diz apontando para a cadeira do lado da dele.

– Prefiro ficar lá atrás. – digo apontando para onde eu sentava.

– Então eu fico lá também, quero sentar do lado da minha namorada. – diz pegando sua mochila que estava em cima da cadeira. Sento em meu lugar e ele senta ao meu lado. – Você quer se vingar do Caio? – diz Edu me deixando completamente surpresa com sua pergunta.

– Nunca tinha me passado pela cabeça em me vingar dele, mas sim, eu quero, por quê? – digo olhando pra ele confusa.

– Tive uma ideia pra você se vingar de Caio, mas pra isso preciso que você confie em mim que tudo irá dar certo.

– Eu confio em você. – digo.

Ele começa a me contar o plano e em partes concordo, mas tem uma parte que eu acho que não consigo fazer, mas vou confiar em Edu que tudo irá dar certo.

– Concorda com o plano? – diz meu amor (Nossa, estou amando dizer isso)

– Concordo, vou fazer de tudo pra dar certo. – digo me motivando.

– Ótimo, podemos por em prática. – diz olhando pra porta no qual a turma entrava aos poucos.

Os tempos de aula passaram rápido, eu e MEU AMOR (estou nas nuvens chamando Edu de meu amor.) ficamos conversando pelo, famoso e antigo, “MSN de papel”. É chegada a hora do intervalo, todos saem da sala, Caio vem em minha direção, levanta a minha cabeça, me fazendo olhar pra ele, e diz:

– Quero que você vá a minha casa hoje... – chega perto da minha orelha e termina a frase sussurrando. – Quero foder você de novo. – um frio percorre pela minha espinha, ele sai da sala com um sorriso de malícia. Eu o odeio! Estou louca pra me vingar dele!

Nada de mais acontece no resto do intervalo. O intervalo acaba e meu amor é o primeiro a entrar na sala, ele senta ao meu lado e a gente conversa mais um pouco sobre o plano. O professor entra na sala, dá a sua aula e assim que todos acabassem a lição estaríamos liberados.

Todos saem da sala e eu sou a ultima a sair, encontro meu “mô” no corredor, vejo os lados e não havia ninguém olhando então dou um selinho de despedida nele. No portão da escola, Caio já me esperava de braços cruzados encostado na parede ao lado do portão.

– Vamos. – diz pegando rápido na minha mão e quase me arrastando.

Ele tinha passos rápidos, tento acompanhar, olho para o lado e vejo Edu, que me acompanhava com o olhar. Chegamos a casa dele rapidamente e ele diz:

– Estava louco pra foder com você novamente. – diz me jogando no sofá. Não digo nada, só fico de cabeça baixa com meus olhos cheios de lágrimas. – Vamos, se você continuou na escola é porque você quer. – diz tirando a camisa. – Agora para de drama e vamos ao que interessa...