Pov. Gabriela.

Aquela palavra em si já me dava calafrios: “estupro”. Não pude conter as lágrimas enquanto dizia essa simples frase: “Ele me estuprou” palavras simples, mas que carregavam sentimentos de revolta, raiva e ódio.

– Ele o quê? – fala incrédulo e se levantando do sofá em uma velocidade impressionante.

– Por favor, não me faça repetir. – falo sem conter as lágrimas.

– Me conta como foi isso. – fala se sentando novamente no sofá, tentando controlar a raiva. Ele seca as minhas lágrimas e diz: - Eu estou aqui, não tenha medo, nada de ruim irá acontecer com você se eu estiver aqui. Pode contar pra mim, põe pra fora o que você está sentindo, eu tenho certeza de que você não se abriu com ninguém, então essa é a hora, desabafa comigo, por favor. – mais lágrimas rolavam pelo meu rosto. Ele me passava segurança e uma confiança ilimitada, eu precisava daquela confiança que ele passava para mim, com ele me sentia segura, não tinha medo de mais nada, era isso que eu precisava, eu precisava dele.

– Ele me trancou, não tive como fugir, eu tive tanto medo – falo abraçando ele novamente. – Eu fui tão tola, cai na armadilha, se eu não tivesse ido nada disso teria acontecido, foi culpa minha...

– Ei, você não teve culpa de nada! – fala olhando em meus olhos.

– Ainda me lembro do cheiro nojento dele, da pele dele encostando-se à minha... – eu soluçava de chorar, a imagem de Caio comigo sempre vinha a minha cabeça.

– Por que não falou com alguém quando isso aconteceu? – fala me acolhendo mais em seus braços.

– Porque ele me ameaçou! – falo com raiva ao lembrar a frase fria de Caio.

– Ele não vai fazer mais nada! Agora eu estou aqui... Com você... Pra sempre... – pra sempre? O que ele quis dizer com isso? Essa pergunta ficou martelando na minha cabeça, fiquei pensando tanto nisso que nem prestei a atenção no que ele disse...

Pov. Eduardo.

O choro dela estava de cortar o coração, a cada lágrima que molhava a minha camisa mais doía em mim o que ele fez com ela. Eu sempre suspeitei do modo como ele olhava pra ela, mas sempre ficava quieto, mas agora? Ele tinha passado dos limites, estuprar uma menina doce e delicada como ela? Isso era demais! Tento consolar ela.

– Ele não vai fazer mais nada! Agora eu estou aqui... Com você... Pra sempre... – O que foi que eu disse? Droga! Não era pra ter dito isso. – Digo, como amigo né. – Tendo concertar.

O choro foi sessando aos poucos até ela parar totalmente, resolvi esperar um pouco para que ela estivesse totalmente calma.

– Gabi, você não sabe o quanto eu te amo, você não tem noção de como eu fiquei quando você parou de falar comigo, eu chorei por você menina, você foi muito especial pra mim e... E-eu... Eu te amo Gabi. – Eu não sei como tirei forças pra dizer essas coisas, pra ser sincero, não sei por que eu disse isso, mas já que eu disse é melhor ver no que vai dar.

Olho para ela e a vejo dormindo em meus braços. Dormindo? Eu acabei de me declarar pra ela e ela estava dormindo? Ah, não brinca! Se bem que ela parece um anjo dormindo, fiquei admirando ela por um tempo, ela é tão frágil, tão linda, tão... perfeita.

Carreguei-a no colo até o meu quarto, foi muito fácil, principalmente porque ela estava mais leve que papel, tá exagerei, mas ela estava muito leve. Mesmo magra daquele jeito ela continuava linda.