Eu... Você... Nós. escrita por Isa Shimizu


Capítulo 22
"A conversa"


Notas iniciais do capítulo

Beeeeeeeeem... Povin Lindo do meu coração, eu nunca tive "a conversa" com minha mãe então se quiserem me criticar ou me dar mais algumas ideias de como melhorar esse capítulo me avisem. E nessa tentativa eu fiz o capítulo mais longo da fic u.u

Bem... Espero que gostem!

Beijos



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"Estou com medo, mas medo de te perder, de não te ter mais em meus braços, de minha vida não ter mais sentido sem você."

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Pov. Gabi.

Saio do quarto, todos olhavam para mim, olho para o local da briga, lembro-me da cena, meus olhos se enchem de lágrimas e saio correndo daquele lugar. Ando pela rua, sem rumo, pensando na vida, realmente Edu mexia comigo de um jeito que não sabia explicar, lembro-me do beijo que ele me deu, do jeito que ele me olhava, do jeito que ele dava aquele lindo sorriso que fazia meu coração acelerar... Ouço meu celular tocar me tirando de meus pensamentos, olho o identificador de chamadas e era minha mãe, tento engolir o choro de uma vez e atender.

– Alô. – tento falar com a voz normal.

– Tem noção de que horas são mocinha? – fala em tom de repreensão. Nem se quer sabia onde estava, quanto mais de que horas eram.

– Não. – falo com voz chorosa, não pude conter.

– Tá tudo bem filha? – pergunta preocupada.

– Sim. – falo tentando conter o choro, mas estava impossível. – Eu já estou indo para casa. – falo deixando lágrimas escaparem.

– Fil... – antes que pudesse falar, desligo o telefone e sento na calçada.

Pensamentos giram em minha mente sem que eu possa controlar, meu coração doía demais, era incrível como ele me fazia sentir coisas que jamais imaginava que podia sentir um dia. Amor? Talvez... Realmente não sei o que é, é bem provável que seja, mas eu acho que não é recíproco. Estou chorando na calçada, sozinha, mesmo com muitos a minha volta, a cada vez que pensava meu coração se partia cada vez mais. Procuro me acalmar e tentar voltar a minha caminhada em procura da minha casa. Olho o relógio do meu celular, era 02h30min da manhã e eu ainda estava perambulando por aí, estava com frio, com sono e sem ninguém para me mostrar a direção que devia seguir. Encontro um táxi estacionado e peço para que ele me leve para casa, dou o endereço, no caminho me recomponho, seco minhas lágrimas e retoco minha maquiagem, ele estaciona em frente a minha casa e eu pago ele. Entro em casa sem fazer barulho, todos dormiam, meu primo, minha mãe e meu pai, entro em meu quarto, tomo um banho, ponho meu pijama e me jogo na cama com tudo, os pensamentos não paravam de girar, choro novamente até que adormeço.

Acordo com meu despertador tocando ás 06 horas da manhã, estava irritada, estava triste e com uma dor de cabeça enorme, o que eu queria era ficar deitada o dia todo, mas não queria que ninguém soubesse o que estava passando então resolvo levantar. Tomo um banho, passo uma maquiagem, para esconder que havia chorado a noite toda, e penteio os cabelos. Coloco a primeira roupa que encontro no armário “reformado” e saio do quarto batendo a porta logo em seguida. Meus pais estavam sentados na mesa olhando para mim, ou estava encrencada, ou eles estavam olhando para mim por causa da porta, ando até a cozinha, onde ficava a mesa, e sigo direto para a geladeira, eles olhavam para mim a cada passo que eu dava o que estava me deixando incomodada, abro a geladeira e pego uma pera, mordo a mesma e me dirijo à mesa evitando qualquer contato visual com eles.

– Filha... – começa meu pai, já vi que vinha encrenca. Suspira. – Eu acho que está na hora de termos uma conversa. – fala sério. Fico nervosa, o que será que eu fiz? Olho para ele em sinal de “continua” e ele diz. – Você está namorando? – Que tipo de pergunta era aquela? Aonde ele queria chegar com aquela pergunta? Fico nervosa, lembro-me do pedido de Caio o que poderia ser um talvez para a pergunta de meu pai.

– Não. – respondo firme fingindo não me importar e escondendo o nervosismo.

– Pretende? – pergunta com medo da resposta.

– Depende. – respondo fria após engolir um pedaço da pera.

– De quê? – tenta se aprofundar mais no assunto.

– Não sei. – falo fingindo não ligar, mas dependia do que Edu iria fazer a respeito.

– Filha... – fala a minha mãe, olho para ela. – O que queremos saber é... – fica nervosa. – Se... Você tem alguma dúvida sobre... - era como se a palavra não saísse.

– Sobre? – tento incentivar, queria ver até onde iria chegar essa conversa.

– Sobre... – tenta minha mãe novamente.

– Sexo. – fala meu pai olhando sério para mim. Não creio! Eles iam ter “a conversa” comigo. Eles nunca falavam sobre isso comigo, até porque nunca me interessei sobre algo como: De onde vim? Ou de: O que era sexo? Sempre focada nos meus estudos desde pequena, aprendi sobre o assunto na ficção, nunca tinham falado sobre isso abertamente.

– Olha... – aquele assunto me incomodava, nunca tinha pensado no assunto ou me interessado por isso. – E-eu a-acho que... O-o que e-eu preciso saber eu já sei. – gaguejo devido ao nervosismo.

– A gente sabe. – fala minha mãe. – Mas nunca conversamos sobre isso. – fala. Já vi que ela ia começar com um discurso ou algo do tipo. – Filha, você tem alguma dúvida sobre isso? – pergunta confusa, deve ser porque nunca falou sobre isso comigo, sei lá.

– Não. – respondo sem interesse no assunto. Minha mãe ia falar, mas meu primo acorda e sai do quarto só de cueca. “Ufa, uma distração, talvez agora parem com esse papo.” Penso.

– Bom dia tia Mercedes. – fala dando um beijo na testa de minha mãe. Olha para meu pai e fala. – Bom dia. – vem até mim e diz. – Bom dia baixinha! – bagunça meu cabelo me fazendo rir. Ponho minha pera em cima da mesa.

– Bom dia. – fico em pé na cadeira e bagunço o cabelo dele também.

– Bela tentativa, mas só eu posso fazer isso. – fala me carregando em seu ombro. – Se prepara. – fala me jogando no sofá. Ele começa a fazer cócegas me fazendo dar gargalhadas altas.

– Pa- ra! – falo em meio às gargalhadas.

– Não, é castigo, ninguém mandou bagunçar meu cabelo. – fala fazendo mais cócegas.

– Estou ficando sem ar! – falo ainda rindo. Ele para e diz:

– Já foi castigada o suficiente. – vai para a cozinha. Levanto do sofá e vou para a cozinha também, lembrando que tinha deixado minha pera em cima da mesa. Pego a pera e termino de comer.

– Você não tem roupas não? – pergunta meu pai olhando para Thiago.

– Tenho. – responde frio. Ele e meu pai não se dão muito bem.

– Pode vesti-las? – pergunta meu pai.

– Tá. – fala indo para o quarto e fechando a porta. Droga, agora eles vão querer falar comigo.

– Depois continuamos nossa conversa. – Fala meu pai.

– Espera querido. – fala minha mãe, o que será que ela vai falar? – chame Thiago para participar da conversa. – fala minha mãe olhando em direção ao quarto onde estava Thiago.

– Ficou louca? – fala meu pai. – Claro que não! – fala indignado.

– Seria melhor se tivéssemos a companhia dele amor, ele é adolescente como Gabriela, pode nos ajudar a entender e a explicar, talvez contar sua posição em relação ao assunto. – diz minha mãe. Duas palavras: Me - ferrei!

– Está bem. – suspira meu pai. Thiago sai do quarto com roupa e meu pai o chama. – Thiago! – fala sério.

– Sim? – fala sem entender o que tinha feito.

– Querido, queremos que se junte a nós para conversarmos sobre um assunto. – me encolho mais na cadeira, estava envergonhada.

– Que assunto? – pergunta sentando na cadeira.

– Sexo. – fala minha mãe. Ele gargalha.

– Entendi! Vocês estão tendo “a conversa” com a baixinha ali. – fala apontando para mim. Minha vergonha parecia que tinha se triplicado.

– Sim. – fala meu pai sério.

– Thiago, pode nos contar como foi sua primeira vez? – pergunta minha mãe. Ele gargalha mais ainda.

– Claro. – ele para de gargalhar. – Com detalhes? – pergunta, ele aparentava nervosismo.

– Se possível. – fala minha mãe. Ele respira fundo.

– Foi quando tinha 14 anos... – “Que irresponsável” penso. – Eu estava apaixonado e estávamos namorando há dois meses... – “Tempo insuficiente” penso. – Eu estava na casa dela, os pais haviam viajado e a responsável por ela tinha ido ao mercado, estávamos nos beijando e aconteceu. – “Aconteceu? Só isso?” penso. Ele fala nervoso.

– Doeu? – pergunta minha mãe curiosa. Como assim doeu? A pessoa sente dor? Nunca tinha ligo ao em relação a dor nos livros!

– Ah, pra homem é só uma dorzinha, mas pra ela doeu. – minha cara era de dúvida. Ninguém havia me dito que ia doer!

– E como sabe? – pergunta minha mãe se aprofundando mais no assunto.

– Ela me disse ué. – fala olhando para mim, eu acho que ele percebeu que estava curiosa no assunto. – O que foi priminha? – fala me deixando envergonhada.

– Nada. – a palavra quase não sai direito devido a vergonha.

– Fala prima. – me incentiva a falar. Meus pais permaneciam calados para que eu me sentisse mais a vontade. Acho que fiquei igual a um tomate, estava muito envergonhada.

– Na-nada não. – mexo no cabelo.

– Você está nervosa! – fala me deixando mais envergonhada. – Se interessou pelo assunto é? – fala me provocando. – Pode perguntar prima! – tenta me convencer a falar. Era como se estivessem me pressionando a falar algo que não quero! Eles não entendem, não estou preparada para falar desse assunto! Estava me sentindo muito pressionada!

– E-eu não quero falar desse assunto! – tento me impor, se bem que a curiosidade sobre a dor era uma coisa eu estava me incomodando.

– Sei que tem uma dúvida! Pode falar! – Ele era adivinho, ou estava tão na cara assim?

– Você... – tento tirar coragem para perguntar. – Disse que... – respiro fundo. – doía! – falo nervosa, não sei o que mais me incomodava, o fato de estar curiosa, ou o assunto em si.

– Sim, dói! – fala como se fosse algo natural.

– Por quê? – eu parecia uma criança curiosa.

– Porque sim ué. – percebi que ele não sabia explicar.

– Muito? – tento ser discreta em minha pergunta.

– Muito o quê? – não deu certo. – Ah, tá! – Ainda bem que percebeu. – Pra mulher sim!

– Hum. – e com isso acaba “a conversa”, nunca tinha me incomodado tanto com uma conversa com meus pais quanto essa conversa.


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Notas finais do capítulo

Criticas, xingamentos, qualquer coisa?!?!?!

Review's se quiserem, mas ficaria muito feliz se recebesse algum!