"Sou forçada a fingir um sorriso, uma gargalhada todos os dias da minha vida..." (um techo da musica "Because of you" de kelly Clarkson)

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Pov. Gabi.

A festa rola normalmente, bom, pelo menos eu acho que estava normal né. Fico no canto, sozinha, tinha vergonha de dançar e não queria beber, Marcela foi dançar com o Igor lá na pista e eu fiquei aqui sozinha nesse canto. Caio vem se aproximando devagar e diz:

– Quer dançar? – estende a mão em direção a mim. Bem... Eu queria que Eduardo me chamasse. Olho para os lados e vejo Edu dançando com uma menina desconhecida, uma decepção percorre por mim se ele queria jogar, eu ia aprender a jogar.

– Sim. – falo mordendo o lábio inferior com o objetivo de atiçar.

Ele segura a minha mão com firmeza e começamos a dançar na pista, olho em direção a Edu e vejo que ele dançava animadamente com a menina, ele olha para mim e finjo não ter visto, danço mais sensualmente e finjo estar me divertindo, que no caso, não estava nem um pouco.

Pov. Edu.

Estava dançando com uma garota que tinha me chamado para dançar e como parecia muito sozinha resolvi aceitar. Vejo Gabi dançando com o Caio, ela parecia se divertir muito e estava muito linda dançando, mesmo assim digamos que aumentou minha vontade de possui-la, sim estava ficando excitado, mas mesmo assim precisava esconder porque ainda somos só amigos.

– Vou ao banheiro – digo parando de dançar.

– Tá. – fala a menina.

Vou para o banheiro e lá lavo meu rosto para tentar me recompor da excitação, dou um tempo até me recompor e saio. Vejo Gabi olhando para mim mordendo o lábio inferior, desvia o olhar e dança mais sensualmente, se é que é possível, fixando seus olhos mais ainda em Caio, ele se aproxima dela e toca sua face com uma mão e com a outra passa a mão em suas nádegas, esse moleque já estava passando dos limites. Sinto uma raiva percorrer por mim e, sem que perceba, soco a cara dele com toda a força que tinha em meu braço. Ficamos minutos brigando e, claro que eu estava ganhando, as pessoas a nossa volta nos filmando e gritando “briga, briga, briga...”. Gabriela grita - Parem! – e segura em meu braço. A raiva era tanta que qualquer um que me encostasse podia se machucar, e foi o que aconteceu, sem perceber empurrei Gabriela com força a fazendo cair no chão. Preparo o meu melhor soco para finalizar a briga quando ouço o choro de Gabriela em meio a multidão me fazendo parar e olhar para Gabi. Ao olhar para ela meu coração se rasgou em pedaços e eu percebi a burrada que eu fiz. Olho para minhas mãos como se tentasse entender o eu fiz, soco o chão em sinal de raiva e levanto do mesmo, passo por todos e todos me olhavam com desaprovação. Saio da festa o mais rápido possível.

Pov. Gabi

Desabo em lágrimas, ele não poderia ter feito isso. Meu coração doía, faltava-me ar, agora choro por causa dele, jamais esperaria algo do tipo, vindo dele. Caio levanta, só com arranhões, um olho roxo e com um corte na boca, ele toca meu rosto, levanta minha cabeça em direção a sua e diz.

– Desculpe pelo o que aconteceu aqui, não sei o que deu nele, mas peço desculpas assim mesmo. – fala olhando em meus olhos.

– Tudo bem... – falo chorosa, mas controlando-me para não deixar escapar mais lágrimas.

– Vem cá. – fala me levantando do chão.

Sigo-o até um quarto escuro e ele senta na cama.

Pov. Marcela.

Estava com Igor quando tudo começou, vimos uma roda de pessoas e resolvemos nos aproximar, ao chegar lá vejo Edu e Caio brigando, Edu empurra Gabriela e depois vai embora.

– Fica aqui amor. – falo para Igor.

Sigo Eduardo até sair da casa.

– Eduardo! – grito. Ele para no meio da rua e olha para mim.

– Que foi? – fala com voz falhada e rouca, provavelmente estaria se segurando para não desabar ali mesmo.

– O que deu em você? – pergunto me aproximando.

– Não se aproxima. – falando andando para trás na tentativa de se afastar, mas quanto mais ele anda mais me aproximo. – Para de me seguir! – grita deixando algumas lágrimas escaparem.

– Não, até você falar o que aconteceu para agir desse jeito! – falo andando mais rápido.

– Não vou falar aqui. – fala correndo para longe e, claro, eu sigo.

Longe de lá, ele senta no chão, põe a mão no rosto e desaba. Me aproximo devagar e ponho a mão em seu ombro.

– Tá tudo bem. – tento acalma-lo.

– Não, não está! – fala tirando as mãos do rosto e olhando para mim.

– Me conta o que aconteceu. – o incentivo a falar.

– Tá... – Ele me conta tudo o que viu e sentiu naquela hora e desaba em lágrimas novamente. – E-Eu não queria fazer isso. – fala com voz falhada e chorosa.

– Eu entendo. – passo a mão nos cabelos dele.

– Eu sinto que já a perdi. – fala passando a mão no rosto para secar as lágrimas.

– Não, não a perdeu, mas pode perder se não agir rápido. – falo tentando encoraja-lo, mas, digamos que, não é o meu forte.

Pov. Edu.

– Esse garoto não presta. – falo lembrando de uma conversa que havia ouvido a uns dias atrás.

Flash back on

Dias atrás…

Estava no shopping para ver o lançamento de um filme, mas eu estava com fome então fui primeiro comer um lanche, sento em uma mesa qualquer e Caio estava na mesa vizinha por pura coincidência. Ele conversava em sussurros com dois garotos que ainda não conhecia, mas que eram da escola e claro que dava para ouvir, bom, pelo menos eu ouvi.

– Eu vou pegar ela primeiro.

– Quem? A Gabriela? – pergunta um dos garotos.

– Não, a Chiquinha. – fala sarcástico.

– Tá! Já vi que é ela, não precisava dessa resposta.

– Tá tão lerdo que perderá a aposta. – dá uma gargalhada sinistra. – Eu pego aquela nerdzinha primeiro nem que eu tenha que... – me irrito, eles falavam como se ela fosse uma prostituta.

– Não falem assim dela. – altero a voz fazendo com que todos olhassem para mim.

– Não se mete! – Caio altera a voz e levanta da mesa.

– Me meto sim! Vocês não tem o direito de falar assim dela! - o empurro.

Começamos a nos bater até que os seguranças nos separam e nos põe para fora do shopping...

Flash back off

– Eduardo! – grita Marcela me tirando de meu pensamento.

– Sim? – falo normalmente, eu estava determinado a conquista-la de volta.

– Por que ele não presta? – pergunta curiosa com meu comentário anterior.

– Nada não, já sei o que fazer! Obrigado você me ajudou muito! – bagunço o cabelo dela. – Vou pra casa. – falo já partindo.

– Tchau! – grita ela ajeitando os cabelos.

Pov. Caio.

– Gabriela... – finjo estar nervoso. – Você... – meu plano estava sendo aplicado, já disse que fiz aulas de teatro? Sim, e eu era o melhor ator de classe – Quer... – Consigo fingir tão bem a ponto de ficar vermelho como se estivesse envergonhado.

– Quer... – tenta me incentivar, ela é tão tolinha.

– Quer... Namorar comigo? – ela fica muito surpresa.

– E-eu... Pre-preciso pensar. – Merda! Ela vai perguntar para a Marcela e Marcela é esperta.

– Poxa... – finjo tristeza. – Então você não quer? – finjo mais tristeza ainda.

– Não... – a interrompo.

– Não? – finjo surpresa.

– E-eu n-não quis dizer isso, e-eu só-só preciso pe-pensar. – toca em meu peitoral me deixando excitado.

– Tudo bem, amanhã você pode me dar a resposta? – queria me livrar dela, pois estava excitado e não queria que ela visse, não agora.

– Tá, e-eu vou tentar te-te dar a resposta a-amanhã. – fala nervosa e já tocando na maçaneta.

– Tá, eu vou esperar ansioso. – falo tentando esconder minha felicidade, eu ganhei! Com certeza ganhei!

Ela vai embora.